O documento discute as principais teorias geográficas da Escola Alemã e Francesa do século XIX. A Escola Alemã defendia um enfoque determinista e holístico, enquanto a Escola Francesa promovia uma abordagem regional e possibilista. Ratzel desenvolveu a teoria do espaço vital e do determinismo geográfico, enquanto Vidal de La Blache defendia a noção de região e a influência das possibilidades ambientais sobre os seres humanos.
O documento discute as principais teorias geográficas da Escola Alemã e Francesa do século XIX. A Escola Alemã defendia um enfoque determinista e holístico, enquanto a Escola Francesa promovia uma abordagem regional e possibilista. Ratzel desenvolveu a teoria do espaço vital e do determinismo geográfico, enquanto Vidal de La Blache defendia a noção de região e a influência das possibilidades ambientais sobre os seres humanos.
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O documento discute as principais teorias geográficas da Escola Alemã e Francesa do século XIX. A Escola Alemã defendia um enfoque determinista e holístico, enquanto a Escola Francesa promovia uma abordagem regional e possibilista. Ratzel desenvolveu a teoria do espaço vital e do determinismo geográfico, enquanto Vidal de La Blache defendia a noção de região e a influência das possibilidades ambientais sobre os seres humanos.
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ESCOLA ALEMÃ (Sec. XIX) Geografia caminhou para se constituir em um ramo particular do conhecimento, que procura relacionar o homem à natureza, base da compreensão da realidade. Idéia da Terra como um todo orgânico, ou seja, em que todas as partes tinham conexão umas com as outras. Busca da unidade e causalidade dos fenômenos Determinista Holística
Friedrich Ratzel (1844-1904)
Naturalista. Etnólogo. Nasceu na pequena burguesia. Estudou geologia com Haeckel. Influenciado pela Teoria de Darwin (Origem das Espécies). Participa da guerra franco-prussiana. Principal obra: Antropogeografia (1882). Fundamenta: que os grupos sociais dependem do ambiente em que estão instalados. Objeto da Geografia: estudo da influência que as condições naturais exercem sobre a humanidade. Trabalha com a formação de professores. Publica o livro didático: Deutschland (1898). “para combater a aspereza das aulas de geografia e despertar a vontade de obtenção de um conhecimento e de uma concepção da terra natal não envolvidos apenas com o intelecto” Geografia: Estudo das influências que as condições naturais exercem sobre a humanidade. A natureza influenciaria a própria constituição social e atuaria na possibilidade de expansão de um povo. Método: Análise empírica, pautada na observação e descrição, privilegiando a visão naturalista. Contribuições: • Teoria do Espaço Vital; • Doutrina do Determinismo Geográfico; • Geografia Política; • Geografia Ambiental. Teoria do Espaço Vital Nesta teoria, Ratzel apresenta a terra como elemento indispensável da vida humana. O espaço vital representa uma proporção de equilíbrio entre uma população de uma sociedade e os recursos naturais disponíveis para suprir suas necessidades, definindo, assim, pretensões de progredir e suas premências territoriais. A visão entre Estado e espaço vital. A teoria do espaço vital torna legítimo o imperialismo. Imperialismo Bizmarkiano e, mais tarde, também adotado por Hittler. Distinção de dois povos Civilizados – podem neutralizar o meio natural na sua organização social e política Naturais – para sobreviver têm que se adaptar ao meio em função do seu estágio de desenvolvimento Doutrina do Determinismo Geográfico O homem é um elemento passivo da paisagem. O homem é produto do meio. A Geografia estudaria as características naturais da superfície terrestre e consideraria o efeito dessas características sobre o homem e suas atividades. As idéias deterministas, apesar do seu simplismo, foram muito divulgadas e aparecem com freqüência, no ideário do imaginário conservador. Exemplo: a indolência do homem tropical explicaria o atraso dos países de clima quente. Geografia Política As formulações de Ratzel sobre o estado decorrem do Espaço Vital, pois o surgimento do Estado demandaria um patrimônio cultural e tecnológico acumulado e teria por pressuposto a delimitação do território. É por essa razão que a sociedade cria o Estado. Estado: é a instituição do poder para defender o território. O povo que progride também expande e difunde sobre os povos que subjuga, o germe civilizatório que impulsionou seu movimento de conquista. Geografia Ambiental Na Geografia Ambiental, Ratzel mantém sua concepção naturalista e a natureza não é vista mais com determinação, mas como suporte da vida humana. Principais contribuições de Ratzel Introdução do político e do econômico na reflexão do conhecimento geográfico. Fixou as bases da Geografia Humana (a partir da reflexões de Ritter). A Geografia Humana assume uma matriz francesa, porém as bases são de Ratzel.
Alexander Von Humboldt (1769-1859) - Naturalista
Viajante e Naturalista – voltado particularmente para os estudos de Botânica, Física e Geologia, estudou também Engenharia de Minas e Filosofia Necessidade de se investigar as relações entre a vida orgânica, incluindo o homem, e a superfície inorgânica da terra. O homem depende da natureza, fazendo parte dela. Descoberta de vínculos entre os fenômenos e sua distribuição no globo – visão integradora Objetivo da geografia – reconhecer a unidade na vasta diversidade dos fenômenos; e pelo exercício do pensamento e a combinação de observações, discernir a constância dos fenômenos no meio das alterações aparentes.
Carl Ritter (1779 – 1859)
Influenciado por Humboldt, tornou-se o primeiro professor de Geografia da Universidade de Berlim e primeiro presidente da Associação Geográfica de Berlim Aluno de Rousseau e Pestalozzi. Herda do Primeiro o amor à natureza e do segundo o rigor metodológico. Geografia deveria ter uma visão partes – Geografia Geral Comparada – completa e universal da Terra A visão do todo e suas a comparação das partes pode ajudar na compreensão do todo. O princípio da Analogia ou Geografia Geral foi desenvolvido por Carl Ritter. Esse princípio visava a comparar diversas paisagens da Terra, chamando atenção para as suas semelhanças e diferenças. Análise do relevo, do clima, da população e das atividades humanas para se chegar a uma síntese geral.
ESCOLA FRANCESA • Geografia Humana • Regional • Possibilista
Paul Vidal de La Blache (1845-1918) - Possibilista
Primeiro acadêmico francês – em uma época de crise, cumpre o papel de elaborar ideologicamente a construção da nacionalidade francesa. Criador de um novo paradigma geográfico. Propõe a idéia de região como integração e síntese dos aspectos humanos e naturais, realizando a unidade homem e natureza Geografia humana Perspectiva possibilista – pensador das inúmeras possibilidades que o homem tem diante da vida. Pensador do possível. Para Vidal de La Blache, o homem depende da natureza para sobreviver, utilizando-se da sua engenhosidade para tirar proveito das possibilidades que ela oferece. Afirma a unidade dos aspectos físicos e humanos por meio do estudo regional La Blache propôs que, na relação histórica e cumulativa com a natureza — cujos recursos são desigualmente distribuídos —, os diferentes grupos humanos criaram “gêneros de vida” particulares. O contato entre “gêneros de vida” diferentes explicaria o contínuo aumento das fronteiras ecúmenos da terra pela difusão de técnicas e hábitos ou pela complementaridade dos recursos naturais, realizada pelo comércio. Este conceito contribuiu para legitimar o domínio francês em áreas da África e da Ásia. O progresso residiria, então, na ampliação da capacidade produtiva e no progressivo enfrentamento das limitações pela natureza. Considera, da mesma maneira que Ratzel, que os grupos sociais tendem a se circunscrever a uma região natural nos estágios primitivos da evolução humana. Já com o desenvolvimento da civilização, os diversos grupos, por meio de trocas, tendem a uma maior aproximação.
Teorias de Poder Mundial
Durante os últimos cem anos, três teorias geopolíticas dominaram a mente dos estudiosos de política internacional das grandes potências: - A teoria do "heart land" (1904), também chamada de teoria do poder terrestre, de autoria do geógrafo e diplomata inglês Halford Mackinder, segundo a qual a potência que dominar "area pivot" centro da massa continental euro-asiática dominará a Ilha Mundial e quem dominar a Ilha Mundial dominará o mundo; - A teoria do professor norte-americano Nicholas Spykman (1942), que prevê a conquista da Ilha Mundial pelas fímbrias, partindo da conquista das áreas costeiras (contrariando Mackinder que antevia essa conquista partindo do interior do continente euro-asiático); - A mais antiga, a teoria do "Poder Marítimo" (1890), do Almirante Alfred T. Mahan, escritor e geopolítico norte- americano, prevendo a conquista do mundo pela potência que dominar os mares, os estreitos e as passagens obrigatórias da navegação marítima, assegurando-lhe a capacidade de livre navegação por todas as partes do planeta. Estas três teorias influíram na mente e nas decisões de importantes chefes de governo do passado, tais como Theodore Roosevelt, Guilherme II, Hitler, Mussolini, Churchill, Stalin, Franklin Roosevelt, De Gaulle e por último Reagan. A estratégia da política de poder da Alemanha no tempo do kaiser Guilherme II e de Hitler, assim como a da antiga União Soviética, refletiram as teorias de Mackinder, enquanto a estratégia de poder norte-americana tem sido inspirada pelas teorias do almirante Mahan e do professor Spykman. Novas teorias do poder mundial vêm ocupando o cenário internacional, após a desagregação da União Soviética, que causou o fim da bipolaridade do poder mundial e em face das pressões de uma sociedade globalizada. Entre várias das novas teorias, destacamos quatro que nos pareceram mais interessantes: - A dos "Blocos e Zonas Monetárias", do professor francês Jacques Brochard, contida no seu livro Le Mirage du Futur - La Nouvelle Ordre Internationel (1990); - A do "Lime" ou da fronteira viva móvel, do Internacionalista francês Jean Christophe Rufin, autor da obra Armadilha Humanitária (1991); - A "Triade" do Clube de Roma, uma visão do mundo como uma sociedade organizada nos moldes de uma enorme empresa multinacional; - A da "Incerteza" (ou da Turbulência), do estrategista francês Pierre Lellouche, exposta, principalmente no seu livro no Le Nouveau Monde de 1"Ordre de Yalta au Desordre des Nations. Numa síntese comparativa sobre a visão de poder mundial oferecida pelas novas teorias podemos concluir que os autores Brochard e Rufin, nas suas prospectivas, não acreditam na duração do poder hegemônico dos Estados Unidos. Vêm o domínio do planeta exercido por grupos dos mais poderosos - Estados Unidos, Europa Ocidental, Rússia e Japão (quando escreveram a China ainda era considerada potência secundária). Rufin vê a necessidade, para a preservação do poder do Ocidente, de uma fronteira viva móvel, no sentido leste-oeste, contendo o enorme perigo da invasão da Europa pelos "novos bárbaros", povos africanos e asiáticos, de consequências imprevisíveis para a civilização e cultura ocidental-cristã. Teme o que chama de invasão da fome e a invasão do fanatismo religioso. A Tríade do Clube de Roma (três blocos de nações liderados pelos Estados Unidos, Europa e Japão) prospecta a organização de uma sociedade mundial planejada, visando a evitar as anunciadas calamidades de nível planetário: descontrole ambiental, explosão populacional, crise energética, carência de água, perigo nuclear. Prevê um mundo organizado segundo o modelo das grandes empresas multinacionais, dirigida pelos três grupos de nações sob a supervisão dos Estados Unidos. Por último, a teoria das Incertezas do Professor Lellouche previu que nos próximos 30 anos (escreveu em 1992) não haverá um poder capaz de dominar a turbulência provocada por inúmeros conflitos de índole social, étnica racial, fanatismo religioso, fome, ameaças de uso de armas de destruição em massa. Anteviu três décadas de desordens e incontrolável onda de violências, fora do controle de qualquer poder ordenador. Praticamente, no presente, a sociedade mundial está vivendo um período de ausência temporária de um eficiente órgão ordenador, seja a ONU, União Européia, Pacto do Atlântico ou alguma superpotência. Estamos vivendo as previsões de Lellouche sobre a ausência temporária de um poder ordenador capaz de restabelecer a paz e a segurança, sufocando os vários pólos de conflitos graves, sangrentos, transnacionais, que se espalham pela Europa, Ásia e África. A chamada hegemonia norte-americana tem se mostrado insuficiente nesse mister de preservar a ordem mundial. A ONU, outros organismos internacionais, ou Estados nacionais igualmente têm fracassado nesse desiderato. Todos os autores citados, em suas teorias, consideraram a América Latina uma zona de relativa estabilidade e descartável em termos de influir na composição do poder mundial. Em se tratando do Brasil, não é isto que pensam outros pesquisadores estrangeiros que nos colocam na prospectiva de vir a se transformar numa grande potência dentro de 30 ou 50 anos.