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BELÉM-PA
2006.
1 – IDÉIA CENTRAL DA OBRA
3 – OBJETIVOS
4 – PALAVRAS CHAVE
Ao antecipar os resultados, o determinismo permite uma ação no mundo. Assim, sob esta
forma, a ciência deixa de ser espectadora da realidade e para se tornar um meio
fundamental de intervenção. p. 178.
Mito ratzeliano
Ratzel, nesta obra, pretendeu demonstrar a necessidade das relações entre diversos gêneros
de comunidades concebidas como organismos, constituídas em forma de comunidades e
seus meios naturais, conduzida dentro de um espírito de objetividade, utilizando categorias
gerais da biologia da época e recorrendo a história. p. 185
Segundo Peet e Fremont, o determinismo geográfico de Ratzel foi, sem dúvida alguma, a
primeira versão de uma geografia moderna, principalmente pelo fato de situar a disciplina
dentro de uma orientação científica resolutamente positivista. p. 187.
A geografia vidaliana nutriu tantas discussões e críticas, que pode parecer temerário
pretender propor-lhe uma nova leitura. Vidal introduziu um conjunto de variados pontos
de vistas que faz parecer sem sentido fazer uma classificação mecânica de suas idéias. A
geografia francesa do século XIX bebeu em fontes variadas: Hegel, Schelling, Aristóteles
e, sobretudo, Kant.
Organismo: trata-se de uma idéia cara o século XIX que se encontra discutida nas obras de
numerosos geógrafos. Ela serviu para colocar em questão natureza mecânica que
dominava no século precedente ainda impregnado de uma razão galileana/newtoniana - a
terra, a paisagem, a região, as nações, a cidade etc eram todas concebidas como
organismos.
O estudo do meio era o ponto de partida da pesquisa geográfica. Era preciso observar o
movimento de seus elementos, suas funções e limites no objetivo final de reconstituir um
conjunto enquanto "todo" organizado. Contudo, o meio e estaria sujeito a uma força
transformadora extremamente poderosa: a ação humana. Como outros elementos do meio, o
homem age ao mesmo tempo em que sofre sua ação. p. 200.
Em certa medida, o meio é uma força viva, isto é, ele tem um movimento próprio e regras de
conexões que escapam à intervenção do homem. É verdade também que a noção de meio é
relativa e lhe é definida em função de sua relação com um homem. p. 202.
"É nesta relação entre o gênero de vida e a obra de transformação humana, tomada
globalmente, que se situa a própria essência do objeto da geografia. Ela que se reporta, e até
mesmo se reduz, toda tentativa de explicação, pois ele que reside à finalidade última do
gênero humano". p. 203.
Os gêneros de vida se definem como a forma específica que cada grupo desenvolve, sua
maneira de ser e de viver. Compõe um conjunto particular de atitudes que tira sua significação
do interior do próprio grupo em suas diversas manifestações.
Hartshorne: sua filiação kantiana também oposta a Vidal – que procura ver as coisas em
conexão com o todo.
Como Vidal recusava todo sistema apriorista, essa observação devesse produzir pelo contato
direto com a realidade estudada, o pesquisador interrogando diretamente seu objeto.
Vidal afirma que o objetivo final do processo científico era o de conduzir ao estabelecimento
de leis de regularidade, preocupando-se em não proceder a uma exclusão da geografia geral
em benefício da geografia regional, ou inversamente.
Quando ele define a terra como um todo do qual suas partes são coordenadas, isto quer dizer
que existe uma ordem geral e leis que conduzem este todo, que é justamente seu movimento
conexo. Por exemplo, “quando uma parte do oceano se move todo o oceano se move”.
No artigo “regiões francesas” Vidal se preocupa com problemas da gestão do espaço: fato
urbano, industrialização, modernização agrícola, etc.
Modelo analítico: destina a produzir leis gerais e medidas objetivas para o estabelecimento de
relações entre os fatos estudados.
Modelo Sintético: os fenômenos são vistos como uma matéria que não pode ser decomposta, e
necessitam, para manter sua identidade, ser apreendidos globalmente em toda sua
complexidade.
A RENOVAÇÃO CRÍTICA
Se a maior parte do século XIX viveu sob o signo dos grandes sistemas de síntese e sob a fé
em um poder absoluto da razão, os vinte primeiros anos do século XX, ao contrário, são
caracterizados pela relatividade, pela descontinuidade e, de certa maneira, pelo sentimento de
incerteza e de indeterminação na ciência. p. 225.
A geografia, ciência que busca o sentido da distribuição e da associação espacial das formas
dos fenômenos, deve ser capaz de interpretar as configurações morfológicas que estruturam o
espaço e seus processo de desenvolvimento no tempo.
Para Sauer uma ciência definida por um objeto e por um método. Assim, se ele concorda que
a síntese regional, pelo estudo das paisagens, constitui o objeto fundamental geografia, como
nas monografias, a questão do método é, entretanto, aquela pela qual ele se mantém distante
em relação a estes estudos regionais. p. 232.
Sauer recusa várias vezes os princípios deterministas. Contudo, ele reconhece que importante
estabelecer regras gerais para a investigação científica, e isto é, recomenda firmemente a
utilização de um método objetivo e unificador para a geografia. p. 234.
O método morfológico constrói um conhecimento objetivo sem apelar para o modelo causa /
efeito.
O conceito de Landscape, tal como apresentado por Sauer, acentua a dicotomia entre os
fenômenos físicos e humanos, pois parte de uma distinção prévia entre paisagem natural e
paisagem cultural. Hartshorne não aceita esta separação e coloca em evidência os problemas
advindos da noção de uma paisagem natural primitiva e isolada de toda ação humana.
Segundo ele, a distinção entre o natural e o cultural é arbitrária e injustificada pois ela só pode
ser estudada a partir de uma reconstituição histórica. p. 238.
Uma paisagem não pode ser limitada pelos sentidos (percepção) mas deve se pautar em
conceitos objetivos.
Uma paisagem não pode, portanto, estar limitada ao imediatismo dos sentidos. Esta
concepção perceptiva se confunde com sentido genérico da palavra Landschaft, que na
linguagem cotidiana serve ao mesmo tempo para designar a aparência de um espaço tal como
ele é imediatamente percebido, e serve também, simplesmente, para designar uma parte
limitada do espaço. p. 239.
Método corológico: a região é a síntese das relações complexas entre físico e humano – o
encontro particular/geral.
Segundo Schaefer, o fato de que a geografia até o presente e há muito tempo se caracterize
por uma abordagem Idiográfica não significa que esta conduta seja a única possível ou
melhor. Assim, a crítica é dirigida contra o classicismo do pensamento geográfico, que
impedia, segundo ele, o nascimento de uma disciplina verdadeiramente moderna. p. 244.
Schaefer julgava que a interpretação da natureza da geografia feita por Hettner e Hartshorne
implicava um procedimento compreensivo, e não a busca de leis, que é característica
fundamental da ciência moderna.
CONCLUSÕES