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UNIFAFIRE - Centro Universitário Frassinetti do Recife

Aluno: (Ceça) Elained Conceição Silva Matrícula 202310056


Curso: Ciências Biológicas - Bacharelado - Manhã
Disciplina: Física Aplicada
Professor: Gilson Barros

Resumo do texto 1: A Física e suas muitas interações e interfaces.

Extrapolando esse conceito para a própria física - considerada, de maneira simplificada,


como uma área razoavelmente uniforme de métodos, conceitos e paradigmas -
buscamos, neste Núcleo Temático (NT), trazer à tona discussões sobre a interface com
outros campos do saber, da cultura, da arte e da técnica e sobre suas ações mútuas.
Destacamos particularmente a série de artigos publicados mensalmente na revista
Ciência Hoje e o livro Física para o Brasil: pensando o futuro (Alaor Chaves e Ronald
Cintra Shellard, orgs.), publicado pela Sociedade Brasileira de Física, que pretende
mostrar um panorama geral da física no Brasil e no mundo. Essas atividades de
divulgação e de discussão sobre a física e seus impactos dentro da ciência, da tecnologia
e da cultura humana, nas quais este NT se insere, encontram razão nas palavras do
próprio homenageado de 2005.

Para mudar esse quadro o ensino de física não pode prescindir, além de um número
mínimo de aulas, da conceituação teórica, da experimentação, da história da física, da
filosofia da ciência e de sua ligação com a sociedade e com outras áreas da cultura. Um
fator determinante no encaminhamento de um jovem para o encantamento com o
conhecimento, para o estabelecimento de um diálogo inteligente com o mundo, para a
problematização consciente de temas e saberes, é a vivência de um ambiente escolar e
cultural rico e estimulador, que possibilite o desabrochar da curiosidade epistemológica.
Vale a pena fechar esta seção com mais uma lembrança a Einstein que, em 1948, devido
aos armamentos nucleares, escreveu: “Nós cientistas, cujo trágico destino tem sido ajudar
a produzir métodos de aniquilamento cada vez mais horríveis e eficazes, precisamos
considerar que é também nosso solene e transcendente dever fazer tudo que pudermos
para evitar que essas armas sejam usadas no brutal propósito para o qual foram
inventadas.

Snow (1905-1980) que, há cerca de 40 anos, sugeria que a separação entre as


comunidades de cientistas e escritores dificultava a solução de diversos problemas que
envolviam a humanidade à sua época. Embora muitas das premissas do seu ensaio
precisam ser avaliadas em função do desenvolvimento das últimas quatro décadas, creio
que parte significativa de suas ideias deve permanecer na agenda de educadores,
cientistas e humanistas. Para estabelecer esse diálogo é preciso que o leitor domine de
forma competente a leitura e a escrita, portanto a literatura deve ter um papel de destaque
na formação do cidadão contemporâneo.
No período histórico que antecedeu de alguns séculos a época de Kepler e Galileu,
quando a visão científica dominante era baseada na ciência aristotélica, destaca-se o
poeta italiano Dante Alighieri (1265-1321) com seu poema A divina comédia. Já na obra
do poeta e professor de ciências inglês John Milton (1608-1674) comparece tanto a
presença da visão de mundo geocêntrica aristotélica quanto da heliocêntrica copernicana,
ainda em disputa naquela época. Hugh Henderson destaca que ambos foram atacados,
censurados e condenados pelos donos do poder: Galileu pelos seguidores do papa
Urbano VIII e pela Inquisição e Milton pela monarquia e pela censura inglesa.

Embora Kepler tenha um texto publicado postumamente, cm 1634, três décadas antes de
O paraíso perdido, cabe mencioná-lo aqui como o precursor da ficção científica, que
influencia inúmeros escritores após o século XVII, e também porque incorporou ideias
científicas mais avançadas do que aquelas utilizadas por Milton. Pouco posterior ao
período vivido por esses poetas e caminhando numa direção contrária à deles, como que
antecipando a sugestão de Dawkins, o escritor francês Émile Zola, sob a influência do
pensa- mento do médico e filósofo Claude Bernard (1813-1878), pretendia impregnar o
romance e o texto teatral com o determinismo positivista da física clássica desse período.
Em oposição a essa visão de mundo, ancorada no determinismo clássico característico
da física newtoniana, ainda dominante à época de Zola, e numa espécie de antivisão
daquilo que ocorreria a partir de 1905, com o desenvolvimento da física contemporânea,
principalmente devido aos trabalhos de Einstein, outros escritores parecem prever o
desenvolvimento científico que viria.

Resumo do texto 2: Física e arte

De todos esses resultados surgiria uma mecânica completamente nova que, antes de
tudo, viria caracterizada pelo seguinte fato: nenhuma velocidade poderia ultrapassar a
velocidade da luz- como nenhuma temperatura pode ultrapassar o zero absoluto, porque
os corpos oporia uma inércia crescente às causas que tendessem acelerar seu
movimento, e essa inércia se faria infinita ao aproximar-se da velocidade da luz. Assim,
em lugar de supor que os corpos em movimento experimentam uma contração no sentido
do movimento e que essa contração é a mesma independentemente da natureza do
corpo e das forças a que, por ventura, está submetido, não poderíamos fazer uma
hipótese mais simples e mais natural? Caberia imaginar, por exemplo, que é o éter o que
se modifica ao fazer-se em movimento relativo com respeito ao meio material que
penetra, e que, uma vez modificado, não transmite as perturbações com a mesma
velocidade em todas as direções.

Outra questão a ser destacada, levantada pelo historiador da ciência Arthur Miller (1996),
é que não é surpreendente o fato de Einstein ter concebido, ainda em 1895, a experiência
de pensamento sobre as consequências de se viajar a velocidade da luz, em termos
visuais, de imaginação, quando era estudante em Aarau na Suíça. Essa passagem faz
parte de um diálogo em que a personagem "Viajante do tempo” está discutindo com
outras o significado do tempo e mostra que as indagações sobre as relações entre espaço
e tempo não eram uma exclusividade da ciência. Enquanto Dostoiévski estava negando
um novo conhecimento advindo da matemática e ao mesmo tempo demonstrando saber o
que se passava em seu tempo, Wells parece prenunciar o que a teoria da relatividade
traria a partir de 1905.

Um caso bastante significativo foi o de Claude Monet, que construiu vários quadros com
que repetia o motivo, mas mudava o instante em que pintava. Aproxima-se, dessa forma,
da concepção de espaço e matéria da relatividade, onde o primeiro não pode ser
concebido como uma caixa vazia que pode ser preenchida. A partir de 1907, com George
Braque e Pablo Picasso, surgiu o cubismo com uma proposta completamente nova de
representação do espaço, incorporando totalmente o tempo à espacialidade.

Resumo do texto 3: Física e Meio Ambiente

A localização ficcional da árvore da vida (imortalidade) e da árvore da ciência (do bem e


do mal) na ecologia tem contribuído para o resgate e a hegemonização de uma
concepção universal ancorada na ideia de ambiente-mundo cujo contexto é o destino da
humanidade conforme o pensamento iluminista do século XVIII. A fusão do sujeito com o
objeto; a indivisibilidade do espaço-tempo; o entrelaçamento da liberdade com a
necessidade; a substituição do primado da matéria por entidades físicas que não
necessitam de um meio material para se propagarem e para manterem suas identidades -
entidades denominadas campos que articulam a multiplicidade de possibilidades das
propriedades dos fenômenos da natureza com a nossa realidade física, e a emergência
da ecologia, constituem empreendimentos humanos estruturantes da modernidade, pondo
novos paradigmas para o conhecimento organizado. Estética que pressupõe a realidade
do conhecimento e da ação enquanto entes entrelaçados entre si e que se movimentam
fundindo a natureza na cultura, transfigurando a concepção dos processos civilizatórios,
em qualidade e intensidade, e articulando e mediando os processos analíticos e
históricos, projetando novas interpretações e sentidos à existência humana e aos
processos civilizatórios em curso e, finalmente, redefinindo as relações entre os diversos
campos de conhecimento científico, em especial as relações entre as ciências físicas e a
ecologia que tem uma gênese centrada na vida.

Cristaliza-se a tese de que a dialética não é somente a vida do pensa- mento, mas a vida
da natureza, a ideia de que a natureza não pode ser concebida sem movimento, que o
movimento é inseparável da matéria, da ideia de totalidade orgânica e de vida, em todos
seus graus de complexidade, e que nada no mundo está isolado é possível dizer que
existe uma estética da vida que na pós-modernidade tem privilegiado os processos
científicos, em detrimento de empreendimentos pluriculturais e ecumênicos. A concepção
transdisciplinar e multidimensional da estética moderna constrói seus pilares com
elementos teóricos centrados em problemas próprios da existência humana, da estrutura
e da dinâmica dos processos socioeconômicos, dos processos psíquicos e de prevalência
do libido, em processos imbricados na essência das coisas, em princípios de contestação
da ordem social e em projeções cósmicas da natureza, conforme linguagens elaboradas,
respectivamente, por Schopenhauer, Marx, Freud, Heidegger, Marcuse e Einstein. Este
quadro-síntese reafirma a concepção na qual o pensamento universal, a cultura e os
sistemas filosóficos que movimentam os processos científicos e tecnológicos ocidentais
estão, definitivamente, cindidos em duas grandes vertentes: os escudos sobre os
fenômenos da natureza, considerando esta entidade como parte isolada do homem, e os
escudos sobre o homem, sobre as comunidades, as sociedades, os processos
civilizatórios, enfim, sobre os processos materiais e culturais que dão suporte aos
elementos organizativos e dinâmicos da sociedade, considerando-os como independentes
da natureza.

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