O documento descreve a evolução da ciência ao longo da história, desde as explicações míticas dos povos antigos até o desenvolvimento do método científico moderno. Aborda temas como a revolução agrícola, a filosofia grega, as contribuições de Galileu e a especialização crescente dos campos científicos.
O documento descreve a evolução da ciência ao longo da história, desde as explicações míticas dos povos antigos até o desenvolvimento do método científico moderno. Aborda temas como a revolução agrícola, a filosofia grega, as contribuições de Galileu e a especialização crescente dos campos científicos.
O documento descreve a evolução da ciência ao longo da história, desde as explicações míticas dos povos antigos até o desenvolvimento do método científico moderno. Aborda temas como a revolução agrícola, a filosofia grega, as contribuições de Galileu e a especialização crescente dos campos científicos.
O foco dessa aula é mostrar que a ciência, o conhecimento científico, é uma
construção humana. Isto é, a ciência é fruto da cultura, da imagina, da curiosidade, da resiliência, da sorte, da oportunidade, dos momentos de paz e dos momentos de guerra enfim, a ciência não é a natureza e não é da natureza ela é humana, demasiadamente humana. A Física é um recorte da ciência. Vamos tentar focar na Física, mas é impossível desmembrar a construção da Física da construção da ciência como um todo. De início é possível pensar em uma era pré-histórica, na qual as explicações para os fenômenos envolviam seres divinos e seus humores. Um hominídeo nas savanas africanas a 15.000 anos atrás possivelmente atribuiria uma tempestade à irritação de deuses, ainda mais se essa tempestade resultasse na morte de algum conhecido ou na destruição de seus recursos. Algumas teorias sugerem que, pode ter sido durante uma tempestade, que um raio atingiu e incendiou uma árvore e se um desses hominídeos pré-históricos estivesse perto e percebesse que aquele fogo tinha a capacidade de espantar animais, assar alimentos e ferir inimigos, esse hominídeo pode ter utilizado o fogo em seu benefício. Essa provavelmente não teria sido a primeira vez que um raio atingiu uma árvore, nem mesmo teria sido a primeira vez que um hominídeo tinha visto esse acontecimento, mas ao invés de fugir, esse hominídeo decidiu explorar, investigar e dominar o fogo e esse domínio gerou uma revolução na espécie, mas não só isso, a revolução agrícola, também mudou os modos de organização da espécie humana. Plantar e esperar crescer para colher, permitiu que as comunidades se assentassem, deixando a prática do nomadismo, e da coleta de alimentos. A grande questão é que não só o domínio do fogo permitiu as revoluções seguintes, mas também a maneira como a espécie se relacionava com a natureza. Os homo sapiens, gradativamente, deixaram de ser tão passivos diante dos acontecimentos da natureza e passaram a ser cada vez mais ativos, observando e descrevendo fenômenos de maneira mais completa, reproduzindo processos e utilizando os resultados como recurso para seu próprio benefício. São os primórdios da construção do que chamamos hoje de ciência. Não é possível dizer que a humanidade pré-histórica desenvolvia ciência, mas o que faz a ciência hoje se não apresentar explicações para fenômenos naturais, reproduzir processos e utilizar os resultados para benefício da espécie? Para conseguir compreender esses processos e ensiná-los para as gerações seguintes, era importante a criação dos mitos. Os mitos eram tentativas de explicar um fenômeno, atribuindo significado e fornecendo uma narrativa que pudesse facilmente ser passada para as próximas gerações. Os mitos são histórias que possuem uma lógica, fazem algum sentido, mas devem ser entendidos no contexto dos povos que os criaram. Os mitos eram muitas vezes cantados ou recitados como um grande poema. O motivo para essa forma de construção do mito é que a recitação auxiliava na memorização das histórias, já que se tratava de sociedades de cultura oral, sem utilização da escrita. Mas o surgimento da escrita permitiu o registro dessas histórias, não só isso, permitiu o desenvolvimento de outros conhecimentos mais abstratos tais como, filosofia e a matemática. Esse período é conhecido como Idade Antiga e é nesse contexto que se desenvolve a filosofia grega. É verdade que outras filosofias eram desenvolvidas em outras partes do mundo, mas a filosofia grega é fundamental para o que conhecemos hoje como cultura ocidental. Um dos principais objetos de estudo na Grécia antiga era a natureza, que em grego é Physis. Homens como Tales de Mileto e Eratóstenes estudavam a natureza buscando por regularidades e tentando compreender os seus comportamentos, buscando, sempre que possível, abrir mão dos mitos e desenvolver algum tipo de racionalidade na tentativa de atribuir relações de causas e efeitos aos fenômenos da natureza. Aristóteles, discípulo de platão foi um dos maiores nomes dessa época. Attico Chassot em Ciência através dos tempos (2003) vai dizer que “Não houve campo do conhecimento científico no qual Aristóteles não tenha prestado alguma contribuição”. Ele foi capaz de desenvolver uma lógica coerente para explicar diversos fenômenos naturais. Fez isso com pouquíssima matemática, ainda assim, sua argumentação era tão sólida que sua visão sobre o mundo atravessou séculos sendo considerada verdadeira. A capacidade explicativa do modelo de Aristóteles era tão grande, que mesmo a igreja católica, que surgiria quase 1000 anos após sua morte, defendeu muitas de suas ideias como verdadeiras até o fim do período que conhecemos como Idade Média. A idade média acaba dando lugar ao que se chama de Idade Moderna. Embora seja impossível marcar uma data na qual a idade média termina e começa a idade moderna, alguns nomes e acontecimentos são característicos desse período de mudança. Galileu Galilei, é o nome, e seus trabalhos que deram origem à Ciência Moderna, são os acontecimentos que marcam esse período. No século XVI, Galileu enfrentou praticamente todas as ideias fundamentais de sua época. Ele escreveu livros que confrontavam as ideias científicas de Aristóteles, além de confrontar as ideias teológicas da igreja. Ao contrário de Aristóteles, Galileu utilizou muita matemática para fundamentar suas ideias. Ele costumava dizer que a Natureza é um livro escrito por Deus e que a linguagem escolhida para escrever esse livro teria sido a matemática. Ou seja, de maneira geral, Galileu revolucionou a maneira como se enxergava o Universo. Como se já não bastasse, Galileu, de certa forma inaugura uma nova maneira de encarar a natureza, uma maneira estruturada uma maneira que tenta alcançar a verdade da natureza, sem mitologia, sem filosofia, quem sabe até, sem sentimentos envolvidos, uma maneira objetiva de lidar com os problemas da natureza; o método científico. Mesmo que Galileu não tenha sido o único responsável, a elaboração e o uso do método científico são constantemente associadas a seu nome. O Método científico, de maneira muito simplificada, está baseado em alguns pilares, são eles: OBSERVAÇÃO; PERGUNTA, HIPÓTESE, TESTE, ANÁLISE E REFUTAÇÃO ou não. A OBSERVAÇÃO é o que o próprio nome diz, o cientista observa algum fenômeno específico na natureza e entra em um processo de descrição atenta desse fenômeno. Aquela observação cuidadosa deve despertar dúvidas e gerar no cientista uma PERGUNTA e esse passo é de extrema importância, são as boas perguntas que colocam a ciência em movimento. O cientista elabora então uma tentativa de resposta à sua própria pergunta, a HIPÓTESE tenta dar sentido àquilo que o deixou em dúvida. Mas ele entende que a hipótese é uma ideia e que essa ideia precisa de um TESTE, e é aí que entram os experimentos, os registros e a organização de resultados encontrados. Depois o cientista faz uma ANÁLISE cuidadosa desses dados e tenta perceber relações matemáticas tentativa fazer previsão de comportamento,a determinar de leis e regularidades relacionadas ao fenômeno. Por fim, existem duas possibilidades. Ou o cientista REFUTA sua hipótese inicial e volta ao início para elaborar novas hipóteses, ou ele confirma sua hipótese inicial o que em geral levanta novas perguntas, que geram novas hipóteses e que dão origem a outros experimentos... e assim a ciência se desenvolve. O aprimoramento do método científico permitiu uma estruturação cada vez mais sólida e impessoal da ciência, o que começou a dar origem a um número cada vez maior de TEORIAS. Uma teoria é o ponto alto da investigação científica, depois de muitas hipóteses, muitos testes, muitas análises e muitas confirmações é possível organizar um corpo de conhecimentos que são capazes de dar sustentação teórica a um modelo que explica a natureza e capazes também de prever novos fenômenos ainda não observados. Embora as teorias tenham um alto poder explicativo, é importante dizer que elas não são uma verdade absoluta. O questionamento e a revisão fazem parte do processo de desenvolvimento da ciência. Até o século XVI os cientistas eram conhecidos como filósofos naturais. Eram homens dedicados ao conhecimento, por isso era comum que esses cientistas cobrissem um grande números de campos de conhecimento. Eles poderiam ser químicos, físicos, astrônomos, economistas e eventualmente teólogos, tudo isso ao mesmo tempo. Mas a especialização cada vez maior deu início ao processo de separação dos campos de conhecimento da maneira como conhecemos hoje. E nos séculos seguintes ao XVI, tivemos o desenvolvimento da Teoria da Gravitação Universal de Newton, Teoria da Evolução de Darwin, Teoria Eletromagnética de Maxwell… até que chega o século XX, e ai, as conquistas científicas invadem o mundo. A primeira metade do século XX experimentou duas grandes guerras mundiais, a segunda metade desse século precisou lidar com o medo constante de uma aniquilação mundial, produzido pela guerra fria entre EUA e URSS. Foi no século XX que se inventou o avião e o tanque de guerra, a bomba atômica, o computador e a transmissão via satélite, foi nesse século que a humanidade chegou à Lua e lançou naves para Marte e para fora do nosso sistema solar. Inventamos computadores, internet, celulares, cinema e muito muito mais. Se por um lado o desenvolvimento científico produziu formas cada vez mais eficientes de provocar a morte de pessoas, por outro permitiu a criação de maravilhas tecnológicas cuja existência não havia sido imaginada por quase ninguém. Nos últimos 100 anos, a humanidade e o próprio planeta sofreram mais mudanças do que nos 1000 anos anteriores. Dentro do campo da Física, a Teoria da Relatividade de Albert Einstein e a Teoria Quântica, na qual o Einstein e diversos outros cientistas se envolveram, surgem e se desenvolvem nesse contexto, sendo as teorias responsáveis pelas transformações tecnológicas, filosóficas e sociológicas mais profundas. Até hoje, as pesquisas em Relatividade e Quântica estão em uma região conhecida como Fronteira do Conhecimento. O que pode ser produzido de novo em Física deve se apoiar nessas teorias. E o que virá depois? Bom, isso é impossível de dizer. Não sabemos onde o conhecimento científico pode nos levar, mas podemos torcer para que a humanidade tenha aprendido com os erros do passado e que os novos conhecimentos possam ser utilizados com sabedoria, para um desenvolvimento sustentável e saudável da humanidade.
Para aprofundar: - Documentário: "Documentário: Galileu Galilei”.
Bibliografia: - CHASSOT, A. A Ciência Através dos Tempos. Ed. Moderna
- ZANETIC, J - Evolução dos conceitos da Física, Notas de Aula.
- KUHN, T. A Estrutura das Revoluções Científicas. Ed. Perspectiva.