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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUDESTE

DE MINAS GERAIS- CAMPUS BARBACENA

EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO NA BIOLOGIA

Luana Cristina Furtado Vidal


Thaís Campos dos Santos

Barbacena, 2 Fev. 2022


1. Introdução
O avanço científico e tecnológico, dos últimos 60 anos na biologia,
transformou e influenciou a vida social que se tem atualmente, pois a busca do
homem por compreensão sobre o universo a sua volta levou a descobertas
importantes que geraram grandes avanços e transformaram a percepção do mundo.
As Ciências Biológicas tem como área de estudo a vida e para compreender
todos os aspectos dos seres vivos atualmente é necessário o conhecimento histórico
das ciências naturais para entender completamente o processo de evolução e
adaptação que ocasionou tudo o que somos e que sabemos nos dias atuais.
A evolução biológica e a classificação dos seres vivos são a base para a
compreensão da biologia, transformação dos seres vivos ao longo do tempo. Duas
são as perguntas que cercam a biologia: o porquê e o como existe a transformação.
Tais ideias causaram uma ruptura com a religião na época em que foram
demonstradas à sociedade. Esses conhecimentos entravam em divergência com o
criacionismo e o estado de imutabilidade, fixismo da época.
“Nada na biologia faz sentido, senão, pela luz da
evolução.”(Theodosius Dobzhansky)
2. Desenvolvimento
A teoria da evolução implica que existem relações de parentesco entre todos
os seres vivos, desse modo, para cada organismo vivo existe um organismo que o
antecede.
Na antiguidade, filósofos já criavam teorias acerca das questões biológicas
que foram aprofundadas ao longo da história, Platão defendia a teoria das ideias que
explicava a realidade como reflexo imperfeito da forma ideal acessado através da
razão, posteriormente Aristóteles elaborou teoria das quatro causas e também a
Scala Naturae que consistia estrutura hierárquica de toda a matéria e vida.
Até meados do século XIX o senso comum era de que uma espécie nasce e
permanece inalterada ao longo da vida, ou seja, a regra era a permanência, o que
hoje é chamado de Fixismo, têm como característica a imutabilidade das espécies
além de a existência de um Deus criador, segundo o qual tenha gerado o planeta da
mesma forma como ele existe atualmente, com seus relevos, sua flora e fauna.
Na teoria do fixismo os seres vivos poderiam ser separados em uma cadeia
com espécies separadas umas das outras e sem conexão, dos seres menos
avançados até os mais avançados. Cada ser com uma função e propriedade criada
por um criador.
A partir do século XVIII, iniciou-se as discussões entre teorias com base na
evolução biológica, nelas se tem como sustento a ideia de que todos os seres vivos
são mutáveis, não existe permanência. Assim, todo conjunto de propriedades de um
ser vivo se alteraria ao longo dos tempos.
Para George Louis Leclerc (1707-1788), as espécies tinham intrínseco a elas
um molde interno, desse modo elas evoluíam até os limites desse molde interno,
segundo a mesma, o molde tinha a função de preservar a espécie durante algumas
gerações. Não somente, caso uma espécie mudasse de habitat com características
muito adversas ao habitat original, este influenciaria em desvios na forma original da
espécie, trazendo consequências como o surgimento de novas variedades. Por
exemplo, um molde de felino ancestral teria dado origem, em diferentes lugares da
Terra, ao gato doméstico, leão, tigre e leopardos.
A teoria de Leclerc acompanha algumas características de teorias evolutivas,
no entanto com a pouca informação que se tinha na época, o mesmo foi levado à
geração espontânea. Deste modo, em resumo, sua teoria seria de que os seres
vivos teriam se originado por geração espontânea e posteriormente, sob influência
do habitat em que viviam, têm-se a origem de novas formas de vida.
Outro autor da época, Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, conhecido
também como cavalheiro de Lamarck (1744-1829), postulou duas leis: uso e desuso
e lei de transmissão dos caracteres adquiridos. Quanto mais uma estrutura é
utilizada, mais ela se desenvolve, quanto menos utilizada menos se desenvolve
podendo levar ao desuso. As estruturas corporais mais usadas são repassadas para
seus descendentes. Para ele os seres se transformam ao longo do tempo e não
existia extinção. Exemplificando o caso das serpentes. Conforme Lamarck, as
serpentes tinham pernas que teriam sido colocadas em desuso, por esse motivo, as
serpentes não mais nasciam com pernas, ou seja, o desuso teria garantido que essa
característica não fosse repassada aos descendentes.
Suas ideias ganharam muita notoriedade. Mas, um tempo depois, foram
refutadas, pelo alemão August Weismann por meio de um experimento com ratos,
onde mutilou a cauda de ratos, fazendo com que dessa forma a cauda entrasse em
desuso. Os ratos se reproduziam, os descendentes nasciam com cauda que
posteriormente eram cortadas. Após cinco gerações ele percebeu inalteração no
tamanho da cauda dos descendentes, ou seja, que o desuso da calda não foi
transmitido para seus descendentes.
Pouco tempo depois, Charles Darwin (1809-1882), fora convidado para ajudar
no mapeamento da costa da América do Sul, a bordo do navio HMS Beagle. Nessa
viagem Darwin notou semelhança entre vários animais da costa e os da Europa que
ele já conhecia. Observou também a flora presente e como os animais se
alimentavam. Ele pesquisou sobre os animais e a flora por vinte anos e mesmo que
ainda não tivesse evidências que ao seu ver fosse suficiente, Charles se encontrou
disposto a mostrar sua pesquisa para o público devido ao fato de ter um
“concorrente”.
Alfred Russel Wallace encaminhou a Darwin um manuscrito de suas ideias,
pois acreditava na relevância da opinião de Darwin sobre o assunto. Desse modo,
Darwin se viu encorajado a revelar suas ideias para o mundo. Ambos publicaram
suas ideias em um mesmo evento no mesmo dia. Embora suas ideias tivessem
autonomia e sido geradas de forma independente uma da outra.
Um tempo depois, Darwin publica a Origem das Espécies, cujo conceito
fundamentado nele tem-se a seleção natural: o ambiente condiciona situações, os
mais aptos a essas situações sobrevivem, os menos aptos morrem. Os
sobreviventes reproduzem e geram descendentes mais aptos. Reprodução
Diferencial. Processo de Seleção Natural. Por exemplo, existem mais lagartixas
claras em ambientes urbanos e em ambientes naturais é pouco provável de
encontrar o mesmo tipo de lagartixa e sim lagartixas mais escuras, devido a diversos
fatores, como a ação de predadores.
As ideias de Darwin conseguiram esclarecer o porquê da diversidade natural
e são consideradas fundamentais para o entendimento científico biológico, o
darwinismo mudou os pensamentos da antiguidade trazendo uma nova perspectiva
sobre a concepção da vida.
Nos anos seguintes as descobertas na área da biologia evoluíram
significativamente, destacando Gregor Mendel que descobriu a hereditariedade após
experimentos com ervilhas dando origem às Leis de Mendel ficando conhecido como
pai da genética e a parceria de Watson e Crick que levou à descoberta da dupla
hélice do DNA e o código genético além de outros inúmeros cientistas que
contribuíram com os avanços na área possibilitando o desenvolvimento em diversos
ramos atualmente.

3. Considerações Finais
Considerada toda a evolução do conhecimento científico na biologia
constata-se a relevância desse tema durante toda a história da humanidade visto
que os estudos e descobertas influenciaram significativamente no crescimento e
melhoria principalmente em relação a saúde humana, o conhecimento adquirido ao
longo do tempo possibilitou diversas mudanças na vida do homem, com as
informações que se possui atualmente é evidente os impactos positivos quando
observamos as detecções precoces de doenças, os tratamentos cada vez menos
invasivos, a expectativa de vida aumentando e muitos outros fatores.
4. Referências

MEYER, Diogo; EL-HANI,Charbel Niño. Evolução: O Sentido da Biologia. Coleção


Paradidáticos. Série Evolução. São Paulo: Brasil. Editora Unesp, 2005. 136p.

CHASSOT, A. A Ciência Através dos Tempos. São Paulo. 2 ed. Editora Moderna,
2004. MAYR, E. Biologia, Ciência Única. 1 ed. Companhia das Letras, 2005.

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