Você está na página 1de 147

Evolução Antropologia

Objectivo:
Antropologia é uma ciência social e surge a necessidade de
constar nos cursos de engenharia para o prol do homem
novo
A palavra tem como significado Antropo= Homem e Lógia= Estudo
Objectivos da Disciplina

Analisar e contextualizar o lugar e o papel da


Antropologia
Compreender e avaliar os princípios
metodológicos da disciplina
cc
Analisar e interpretar o campo da antropologia
política
Metodologia
Aulas de conferências gerais, seminários e
realização de vários trabalhos de investigação
em forma de trabalhos individuas
Sistema Específico de Avaliação
Duas provas escritas e trabalhos em grupo
Cap. I. Evolução Eco antropológica
Introdução (o que é)

A antropologia é uma ciência social surgida no


século XVIII.
No século XIX que se organizou como disciplina
científica
A palavra tem origem grega e possui o seguinte
significado: antropo significa homem
e lógia significa estudo
Estudo antropológico

Ela estuda, principalmente, os costumes,


crenças, hábitos e aspectos físicos dos diferentes
povos que habitaram e habitam o planeta
Portanto, os antropólogos estudam a
diversidade cultural dos povos
Como cultura, podemos entender todo tipo de
manifestação social; Modos, hábitos,
comportamentos, folclore, rituais, crenças,
mitos e outros aspectos são fontes de pesquisa
para os antropólogos
A estrutura física e a evolução da espécie humana
também fazem parte dos temas analisados pela
Antropologia.

Os antropólogos utilizam, como fontes de pesquisa,


os livros, imagens, objectos, depoimentos entre
outras. Porém, as observações, através da vivência
entre os povos ou comunidades estudadas, são
comuns e fornecem muitas informações úteis ao
antropólogos

Antropólogos famosos da história
Bronislaw Malinowski (1884-1942) – valorizou o
trabalho minucioso e o convívio com povos nativos
como forma de obter informações para o trabalho
antropológico

- Franz Boas (1858-1942) – estudou vários povos


indígenas dos Estados Unidos

- Claude Lévi-Strauss (1908-2009) – criador do


estruturalismo. Sua obra principal foi “O
pensamento selvagem”
Evolução Histórica e Escolas

Desenvolveu-se como ciência na segunda


metade do século XIX
Momento histórico de colecções etnológicas,
curiosidades, viagens que permitiu esta
evolução
Evolucionismo
Na época histórica de seu aparecimento como
Ciência
Ideia dominante no mundo científico
O evolucionismo, consagrado pela publicação
de A origem das espécies, de Charles Darwin,
em 1859
Para os antropólogos evolucionistas, todos os
grupos humanos: teriam que atravessar as
mesmas etapas de desenvolvimento, e as
diferenças observadas consequência dos ritmos
de evolução
• Evolucionismo é uma teoria que defende
o processo de evolução das espécies de seres
vivos, através de modificações lentas e
progressivas consoantes ao ambiente em que
habitam
Um dos maiores nomes do Evolucionismo foi o
naturalista britânico Charles Darwin (1809 –
1882 consagrando-se como o "pai da Teoria da
Evolução
Antes deste o francês Jean-Baptiste Lamarck
apresentou alguns estudos que se opunham ao
tradicional modelo criacionista, indicando que
os seres vivos contemporâneos eram uma
evolução de seres mais primitivos
Acreditava que os órgãos e funções dos seres
vivos que eram mais utilizadas se desenvolviam,
enquanto que as menos utilizadas atrofiavam
Outro factor que favoreceu os estudos de
Darwin sobre os de Lamarck foi a falta de
comprovação científica apresentada pelo
francês, enquanto Darwin passou vários anos
viajando e analisando as diversas espécies para
publicar a obra "A Origem das Espécies"
Estudos de Darwin sobre os de Lamarck foi a
falta de comprovação científica apresentada
pelo francês, Darwin passou vários anos
viajando e analisando as diversas espécies para
publicar a obra "A Origem das Espécies"
A doutrina darwinista diz que os ambientes
"seleccionam" os organismos mais adequados
para habitar determinado lugar, o que Darwin
chamou de "Selecção Natural"
Processo de adaptação
Os organismos menos capazes ao meio ambiente, serão
extintos
Os animais e as plantas encontram-se adaptados ao
meio→ desta existem dificuldades em adaptar-se as
novas condições
A luta pela sobrevivência torna-se dura; processo de
competição
Desta forma, produz-se uma seleção natural
Nascem seres vivos – características diferentes dos
progenitores porque se dão “erros ”na transmissão
genética.
Diz então que os seres sofreram mutações
A Selecção natural é um dos mecanismos
básicos da evolução, junto com a mutação,
migração e derivação genética
Para descobrir como ela funciona, imagine uma
população de besouros:
Há variação nos traços
Por exemplo, alguns besouros são verdes e
outros são marrons
De acordo com as conclusões de Darwin
Existiram variações entre as espécies que
proporcionam maior facilidade de sobrevivência
em comparação às outras
Estes factores auxiliam na propagação dos
organismos mas adaptados, eliminando mas
fracos
De acordo com o Evolucionismo, surgiu a partir
de um processo de evolução de outras espécies
que já foram extintas, como o homo erectus e
o homo habilis
Os humanos não descendem dos macacos,
como muitos acreditam, mas sim dos ancestrais
Evolução é o substantivo feminino que indica a
acção ou efeito de evoluir
Uma evolução remete para
o aperfeiçoamento, crescimento ou desenvolvi
mento de uma ideia, sistema, costume ou
indivíduo
Dois sentidos que se atribuem ao termo
evolução: sentido filogenético e sentido
ontogenético
A Filo- génese estuda a evolução da espécie, à
sua origem e desenvolvimento
Seres vivos sofrem mutações genéticas e podem
passá-las a seus descendentes
Cada nova geração tem sua herança genética
colocada à prova pelas condições ambientais em
que vive
Em Suma

Para o Criacionismo, a vida seria uma


obra de uma entidade divina,
enquanto que
O Evolucionismo é fruto da
modificação lenta e progressiva de
algumas espécies, através de
mutações e evoluções
Ontogénese: O conhecimento é encarado
como um processo de modificações e
adaptações ao meio; Isto o que ocorre
desde o nascimento em todos os seres até
a fase final
A conclusão de Jean Piaget consiste no
que o conhecimento é um processo
dinâmico; há uma permanente interacção
entre o sujeito e objecto
quatro estágios de desenvolvimento lógico
estágio sensório-motor: Aos 0 a 18 ou 24
meses.Fase inicial,
A sua caracteristíca é constituída pela
organização reflexiva e inteligência prática. Um
processo conhecido como simbolização
Operatório formal (12 anos em diante)
A criança se torna capaz de raciocinar
logicamente, mesmo se o conteúdo do seu
raciocínio é falso.
Surge a determinação da realidade tendo como
base o caráter hipotético-dedutivo
EVOLUCIONISMO SOCIAL

Conhecido por "Darwinismo Social" ou


"Racismo Científico", é uma corrente de
pensamento antropológico que utiliza os
princípios da Teoria da Evolução das espécies
para justificar o desenvolvimento das
sociedades
Esta teoria ajudou a propagar ideias de racismo,
como o imperialismo, fascismo e nazismo,
gerando uma lastimável guerra entre grupos
sociais e étnicos
PROCESSO DE HOMINIZAÇÃO

o homem sofreu um longo e lento processo de


evolução física e intelectual, que vulgarmente
chamamos de Hominização
Australopiteco que surgiu há 4 milhões de anos
na África Austral e Oriental
pequena estatura (1,20m) com fronte baixa e
face longa Dispunha de arcadas supraciliares
proeminentes e queixo saliente
Iniciou uma locomoção bípede e a sua caixa
craniana rondava os 450 cm3

Era nómada abrigava em esconderijos e
abrigos naturais e
Alimentava-se sobretudo de raízes, bolbos,
grãos, frutos e alguma caça de pequeno
porte, Era recolector Servia-se de pedras e
paus em defender e obter alimentos
Sem desenvolver tecnologias de fabrico
próprias
Desta espécie é designada ossadas da nossa
"Avó Ancestral", denominada de Lucy, em 1978,
na Etiópia,
Dadas as suas características, com ossos da
bacia muito desenvolvidos, e pensa –se figura
do sexo feminino.
Homo Hábilis surgiu por volta dos 3,3 milhões
de anos na África Oriental e apresentava
pequena estatura com uma capacidade craniana
de 600/800 cm3
Tinha arcadas supraciliares acentuadas
Sendo nómada, construiu abrigos contra o
vento e cabanas ocasionais
Além de recolector já era caçador e utilizava
armadilhas e emboscadas
Vivia em bandos, deslocando-se e caçando
animais de pequeno porte, em grupo
Já fabricava instrumentos - Seixos Quebrados - e
utilizava, provavelmente, uma linguagem
rudimentar de grunhidos e gestos
Por fabricar utensílios, manifestava aptidão
inteligente que implicava:
- Compreensão relativamente ao fim a que
desejava alcançar e os meios que devia utilizar;
- Sabedoria porque fazia operações e gestos
precisos
Homo Erectus / Homo Ergaster apareceu em
África, por volta de 1,6 milhões de anos e
Emigrou para a Europa e a Ásia
Apresentava robustez e era de estatura elevada
e compleição mas robusta
A sua verticalidade era mais acentuada, com
uma capacidade craniana de 800/1100 cm3. Era
nómada e construía abrigos e cabanas mais
complexas que o Homo Há bílis, Já revelava
cooperação social e praticava já a caça grossa
Habitações complexas, sobretudo em grutas e
cavernas (Troglodita);
- Instrumentos aperfeiçoados - Os BIFACES
Praticava já uma linguagem gestual
Uso controlado do fogo, permitindo o regime
alimentar e conservação dos seus alimentos,
protecção contra o frio e eventuais predadores
Estes factores proporciona o prolongamento da
vida e, aumento da população
O fogo contribuiu para o reforço de laços de
convívio e de afecto, contribuindo para a
comunicação e os laços de família
• Homo Neandertal
As suas origens remontam a 300.000 anos
aproximadamente, no Paleolítico Médio

Inicialmente surge em África, Europa e Ásia, expandindo-


se para o continente americano e a Oceânia

A sua compleição física é rude e atarracada, para fazer


face ao clima glaciar
Revela uma grande capacidade craniana (1400/1600cm3),
arcadas supraciliares salientes e fronte baixa e fugidia
Considerado o primeiro hominídeo
dedicava a Grandes Caçadas, já que pratica a caça
grossa, com técnicas e emboscadas muito
aperfeiçoadas
Dominando linguagem e revela uma evolução no
sentido da adaptação e sobrevivência, em climas
rigorosos (cabanas aperfeiçoadas e peles para
vestuário)
Obteram a técnica de lascas através do fabrico de
lâminas, raspadores e pontas de seta;
• Homo Sapiens-Sapiens (Cro-Magnon)
Entre 50.000 e 10.000 anos, no Paleolítico
Superior,
durante as últimas glaciações, expande por todos
os continentes o homo sapiens sapiens
Capacidade craniana oscila entre os 1450/1700 cm3
e revela uma estatura elevada, com traços físicos
sensivelmente iguais ao homem actual, A face
plana, fronte elevada, crânio arredondado, sendo
considerado é a última etapa do processo
de Hominização; linguagem é articulada
Desenvolveu técnicas industriais de fabrico
muito diversificadas e úteis, de pequeno
tamanho (micrólitos). Construiu arpões,
lâminas, raspadores, agulhas, buris, lanças,
setas, flechas e propulsores
Cobria-se de peles e adornava-se com colares de
dentes de marfim, conchas ou de marfim.
Inventou a Arte Parietal ou Rupestre, sobre as
paredes de grutas e cavernas
Desenvolveu a escultura (estatuetas e
propulsores) e já conservava os seus alimentos,
os quais defumava e secava
Noção da Antropologia como Ciência
A curiosidade de conhecer os outros homens e
povos que habitam a face da terra foi o motor
propulsor da Antropologia
Estudar não apenas "os outros" (alteridade),
mas todos os seres humanos, passou a ser o
desafio da Antropologia
Entre as muitas ciências que têm por objecto o
ser humano, a antropologia, "ciência do
homem" (segundo a etimologia é o estuda do
ponto de vista das características biológicas e
culturais dos diversos grupos em que se distribui
o género humano)
Ao longo da história do homem, inúmeros
contatos entre povos de culturas distintas
ocorreram, seja para o bem ou para o mal
Os encontros não eram pacíficos e cordiais Em
muitas situações, havia conflito, luta, morte e
sofrimento
Contudo, a despeito de todas as tragédias na
história do homem, o encontro entre outros
diferentes era uma constante.
O grande antropólogo francês Claude Lévi-
Strauss, no seu texto Raça e História (1975),
relata uma história vivida pelos colonizadores e
Os índios e americanos mostrando como os
interessados buscavam entender esse outro
No momento da descoberta, a pergunta que os
colonizadores e os índios se ambos eram homens
Os colonizadores buscavam a resposta a partir da
existência da alma nos ditos selvagens; isto é, se
tem alma então são homens
E os índios buscavam na resposta no corpo,
afundando os corpos dos europeus mortos na água
para observar se acontecia o mesmo que com os
corpos dos índios; se apodrecer, como eles
próprios, podiam concluir que também eram
homens
O que essa anedota nos mostra é que a
curiosidade movia, e ainda move, os homens
quando se encontram com aqueles que são
diferentes.
No Século XV as fronteiras do mundo se
ampliaram radicalm esses outros começaram a
estar mas presentes
O contato que a cultura européia estabelecia a
cultura dos outros, dos índios,
surge assim pensadores que se puseram a
pensar a diferença entre os homens
Se a Antropologia é a ciência humana e social
que busca conhecer a diferença e alteridade,
então estudá-la pode nos fazer compreender
que, longe de haver somente uma formação
cultural que dê sentido às ações dos homens,
toda e qualquer cultura é coerente em si mesma
quando vista de forma total e a partir de seus
próprios pressupostos.
Antropologia nos ensina que todo e qualquer
esquema cultural e ou classificatório é mais um
dentro dos inúmeros outros, que também
coabitam o mundo juntamente conosco
A antropologia ensinar-nos uma importante
lição: nossa sociedade não é superior a qualquer
outra, seja ela uma tribo do Sudão, na África, ou
uma tribo indígena no Mato Grosso do Sul, no
Brasil
Vistos a partir dos quadros centrais de qualquer
cultura, os homens se julgam sempre mas
humanos do que os outros; mas fortes,
inteligentes e sinceros do que os outros,
quaisquer que sejam Enfim, a antropologia nos
ensina a nos descentrarmos de nós mesmos
assim como de nossa própria sociedade e
cultura
“o homem apreende o mundo a partir de
esquemas simbólicos que ordenam o mundo,
mas que jamais são os únicos possíveis”
Isto quer dizer que outros grupos podem
organizar o mundo de forma diferentes da
nossa, e nesse sentido sempre lidamos com
diferentes mundo possíveis
Nós ---------------------------Outros

Diferentes: Mundos possíveis


começos da disciplina
o desenvolvimento de uma disciplina científica.
Num primeiro momento, que poderíamos
chamar de Pré-história da antropologia, nos
Séculos XV e XVI, as notícias sobre os povos
distantes eram produzidas por viajantes ou
missionários. Nesse momento, delinearam-se
duas ideologias concorrentes, a primeira se
manifestava por uma recusa pelo estranho e a
segunda, por uma fascinação
A primeira posição se fundamentava na idéia de
que os povos primitivos eram selvagens
dominados pela natureza, pelo clima, que não
tinham história, nem hábitos culturais. Eram
povos definidos pela falta
Ou seja, eles não tinham tudo o que nós
tínhamos
Foi no Século XVIII que essas viagens de
exploradores para conhecer o mundo adquiriram o
caráter de pesquisas científicas, mas, como ressalta
Paul Mercier (1990): “as explorações desse Século e
do Século XIX, ainda não serão feitas por
especialistas”. Somente na segunda metade do
Século XIX é que o estudo do homem vai virar o que
hoje se conhece como antropologia; somente nesse
momento tomará a forma de uma disciplina
científica. Para isso foi necessário que se
produzissem algumas mudanças na forma de
coletar os dados
Para que uma disciplina seja considerada
científica tem que ter um objeto, um método e
um paradigma, isto é, uma idéia chave que guie
as observações.
Vimos anteriormente que antes do Século XIX já
existia a preocupação com a alteridade e com as
formas culturais diferentes das encontradas na
Europa
A isso damos o nome de estudo do outro. Esse
será o objeto da antropologia
• Também havia um método. Ele consistia em
estudar os relatos das viagens nas quais se
descreviam esses diferentes modos de vida.
No final do Século XIX, com a incipiente
profissionalização da disciplina, se percebeu
que era necessária alguma forma de controlar
esses relatos; uma dessas formas foi que os
próprios antropólogos começassem
observações
começou a se definir o método da antropologia,
conhecido como trabalho de campo
(ampliaremos essa idéia nas páginas a seguir) Só
estava faltando uma idéia norteadora para os
observadores; essa idéia vai estar madura na
segunda metade do Século XIX e foi o conceito
de evolução*
Antropologia
Objecto ----------Método--------Paradigma
Estudo do
Outro, Diferença Estudo do Conceito de
Campo Evolução
Na definição mais geral de antropologia, talvez a
clássica, é entendida como o estudo do homem.
Mas podemos nos perguntar: qual é a
especificidade da antropologia? Dado que a
psicologia, a medicina, e todas as ciências
humanas têm como objetivo o estudo do
homem, de algum ponto de vista especifico,
qual é o objeto da antropologia?
• Na sessão anterior, prezado aluno, dissemos que
o objeto da antropologia era o estudo do outro,
das culturas chamadas na época de primitivas.
Mas o interesse não está meramente em
entender como elas percebem o mundo, qual é a
visão do mundo dessas culturas. A antropologia
sempre busca um retorno reflexivo; se buscarmos
entender como elas percebem o mundo é porque
acreditamos que podemos aprender alguma
coisa de nós mesmos com elas. Perceba que é a
relação, acima de tudo, entre nós e elas, que está
em jogo na antropologia.
A percepção que temos de nós mesmos é
mudada quando nos percebemos em relação
aos outros; quando ao observar que os outros
podem fazer as mesmas coisas, mas de forma
diferente, nos indagamos sobre as nossas
próprias maneiras
Por exemplo, pensem em que há de “natural”
em comer com garfo e faca? Ou em dormir em
camas? Ou ainda em escovar os dentes após as
refeições?
Um outro exemplo: há um costume em diversas
culturas indígenas chamado de couvade. Ele
consiste em que no momento em que uma
mulher fica grávida, o pai da criança tem que
cumprir os mesmos tabus rituais que a mulher,
ficar em casa deitado, repousando, por exemplo.
É uma forma de expressar para a sociedade que
ele é o pai
Já pensaram as conseqüências de tal costume na
nossa sociedade? Essa não seria uma forma
“natural” de viver uma gravidez para nós
Assim, podemos começar a pensar numa
definição de antropologia como o estudo do
outro em relação a nós, Essa relação nos
permite pensar em uma das dimensões
fundamentais da antropologia que é a dimensão
comparativa. Sempre estamos comparando as
culturas, não para dizer que uma é melhor que a
outra, mas para poder perceber a diferença; É
na relação de contraste, de comparação, que
percebemos a alteridade
poderíamos dizer que a antropologia busca
produzir um conhecimento sobre nós, mas
através do desvio pelo outro; Observe o quadro
abaixo com atenção
Nós ------------------Outros
A diferença está na relação
No caso da antropologia é a mesma coisa. Para
poder entender a diferença, para poder estudar
a alteridade precisamos da comparação,
precisamos das relações. Podemos, agora, nos
perguntar: quais são os elementos que a
antropologia relaciona? Encontramos quatro
níveis de relações: entre os indivíduos, entre as
culturas, do homem com a sua cultura e das
culturas com o meio ambiente
• O que diferencia a perspectiva antropológica
sobre o homem das outras ciências humanas,
em primeiro lugar, é que a antropologia busca
uma explicação totalizadora do homem, que
leve em conta a dimensão biológica,
psicológica e cultural; em segundo lugar, a
perspectiva antropológica possui uma
dimensão temporal muito mais abrangente,
abarcando tanto o momento atual quanto o
passado da humanidade
Antropologia: o estudo do homem estudo do
homem estudo do homem estudo do homem
estudo do homem buscando um enfoque
totalizador totalizador totalizador totalizador
totalizador que integre os aspectos culturais
culturais culturais culturais culturais e biológicos
biológicos biológicos biológicos biológicos, no
presente e no passado, focalizando as relações
entre o homem e o meio, entre o homem e a
cultura e entre o homem com o homem.
Os famosos antropólogos
Bronislaw Malinowski foi um antropólogo poloco ,
após estudar psicologia com Wundt na Alemanha,
em 1910
Ingressa na Escola de Economia de Londres para
estudar antropologia, começando dessa forma uma
revolução nos métodos de trabalho antropológicos
Em 1914, com o inicio da primeira guerra mundial,
Malinowski vai para Nova Guiné na ralização seu
trabalho de campo, rendeu varios trabalhos
clássicas, entre as quais se destaca Os Argonautas
do Pacífico Ocidental (1978)
Nesta monografia, Malinowski, fez uma
primorosa descrição da vida nativa, centrando-
se numa instituição fundamental para a cultura
das ilhas Trobiand que se chamava Kula
O Kula era um tipo especial de comércio no
qual circulavam duas diferentes mercadorias,
braceletes e colares, os primeiros no sentido
anti-horário e os segundos no sentido horário
O importante não era a possessão definitiva do
bem, mas sua circulação; neste sentido o que
permitia o Kula era o estabelecimento de
relações sociais
Secundariamente a esse comércio ritual, eram
comercializadas diferentes mercancias de menor
importância
De acordo com a sua visão da cultura como um todo
integrado e coerente, de modo que não poderíamos
estudar uma característica isolada (por exemplo a
economia), as descrições de Malinowski perpasam as
diferentes atividades secundárias que estão associadas ao
comercio do Kula
Ao analisar uma expedição do Kula é necessário fazer
uma análise dos mitos, do cultivo dos campos, da magia
da construção das canoas, da organização social, das
cerimônias, etc; Deste modo, a partir de uma instituição
podemos evocar a cultura como um todo
Quase como um manifesto, ele propôs o que
chamou de moderno método de campo da
antropologia
Este se baseava na idéia de que a única forma de
conhecer em profundidade a vida cultural e
social dos outros é participando ativamente dela
através da experiência; daí o nome de
observação participante
Franz Boas
Boas (1858-1942) era oriundo de uma família
judia alemã de espírito liberal, Sensível a
questão do racismo, vítima do anti-semitismo
de alguns de seus colegas de universidade
Estudou em diversas universidades da
Alemanha, primeiramente cursando física,
depois matemática e finalmente geografia (física
e humana); Em 1883/84, ele participou de uma
expedição entre os Esquimós da terra de Baffin
Ele partiu como geógrafo, com preocupações de
geógrafo (estudar o efeito do meio físico sobre a
sociedade esquimó) e percebeu que a organização
social era determinada mas pela cultura do que
pelo ambiente físico
Retornou à Alemanha decidido a se consagrar, a
partir de então, principalmente à antropologia" (A
Noção de Cultura em Ciências Sociais - Denys
Cuche)
Ele compreendeu que o seguinte:
O objetivo da pesquisa antropológica tem que
ser o “estudo dos processos pelos quais certos
estágios culturais se desenvolveram
Os costumes e as crenças, em si mesmos, não
constituem a finalidade última da pesquisa
O que ele queria saber era o seguinte:
As razões pelas quais tais costumes e crenças
existem e descobrir a história de seu
desenvolvimento” (Ibid, p. 33)
Processos sociais pelos quais uma determinada
cultura adquire sua forma; e esse processo é
específico para cada micro-área
Por esta razão sua abordagem foi chamada
também de particularismo histórico
Para o autor compreendeu que era necessário
entender primeiramente :
A história cultural de cada grupo,
Perceber suas influências internas e externas pela
qual passaram para então entendê-los
Seria impossível entender a história de um povo em
um único sistema evolucionário

Em substituição ao evolucionismo,
[Boas] propôs o princípio do particularismo
histórico
sustentava que cada cultura continha e sua própria
história única, em alguns casos poderia ser
reconstruída pelos antropólogos
Ele via valor intrínseco na pluralidade das práticas
culturais no mundo e era profundamente cético
com relação a qualquer tentativa, política ou
acadêmica, de interferir nessa diversidade"
Leví-strausse
A idéia fundamental da obra de Lévi-Strauss se
resume em poucas palavras: uma busca pelas
invariantes que teriam que ser encontradas por
trás das diferenças empíricas observáveis nas
diferentes sociedades
De acordo autor queria saber: qual fenómeno
social que pode ser estudado como se fosse
uma língua? Esses fenómenos vão ser os
sistemas de parentescos
Estes tinham as mesmas características:
elementos, relações e regras inconscientes
Daí surge o seu clássico as estruturas
elementares do parentesco, publicado
originalmente em 1947
A ideia chave seria a estrutura mínima do
parentesco que ele chama de avunculado,
que permite, explicar os diferentes sistemas de
parentesco
Dessas relações, a que é chamada de avuncular
é a que une o tio materno e o sobrinho;
fundamental para Lévi-Strauss porque o tio
materno é quem representa o grupo doador da
mulher
Essa relação é de fundamental porque é o que
instaura a aliança entre os dois grupos, os
receptores e os doadores de mulheres
Nesse processo se manifesta o princípio de
constituição da sociedade, que é o princípio de
reciprocidade
A lógica do princípio de reciprocidade se instaura o
intercâmbio; que significa
Um dos grupos aceita ceder suas mulheres para outro, que ao
mesmo tempo se obriga a ceder suas mulheres para o
primeiro
Lévi-Strauss chamou esse tipo de intercâmbio restringido
Quando o segundo grupo não cede sua mulher para o
primeiro grupo, mas para um terceiro, estamos em presença
do tipo de intercâmbio generalizado
Em algum momento do ciclo de intercâmbio, o primeiro grupo
receberá as mulheres de um outro grupo diferente daquele
para o qual cedeu as suas
A pergunta importante que temos que nos fazer
agora é: porque Lévi-Strauss desenvolve toda essa
argumentação para explicar os sistemas de
parentesco?
Essa pergunta nos leva ao começo da explicação
Precisamos receber as mulheres de um outro grupo
porque estamos proibidos de nos casar com as
mulheres do nosso grupo, portanto temos que
buscar as mulheres nos grupos vizinhos
Essa é a regra da proibição do incesto
Para Lévi-Strauss, essa é a regra fundamental,
porque dela se derivam todas as outras; é a regra
que regra
Através dela se faz a passagem da natureza para a
cultura. Isto é, onde antes não havia diferenciação
agora há; antes todas eram possíveis parceiras,
após a instauração algumas são parceiras e as
outras (as do próprio grupo) estão proibidas
Concluindo
A proibição do incesto não seria nem natureza,
nem cultura;
seria a passagem entre uma e outra
Representa a regra que regra sobre aquela
dimensão da vida humana que mas tem de natural
(as relações entre os sexos) e na qual começa o
social
O argumento explicativo desenhado por Lévi-
Strauss é o único que permite explicar a
universalidade da proibição do incesto e da
relação avuncular
A explicação o sistema de parentesco é tratado
como uma linguagem, como um sistema de
símbolos cuja significação depende das relações
que se estabelecem entre eles no interior do
sistema
Estamos, então, em pleno simbolismo. O que
emerge com a proibição (com a diferenciação
das mulheres) é o pensamento simbólico e este
é uma função do espírito humano
A Evolução cultural
A Evolução das sociedades
A sociedade sofreu um processo gradual de
transformação ao longo do tempo
O tipo mas primitivo de organização social que
se conhece é a ordem comunal ou tribal, em
que os indivíduos viveram juntos para garantir a
sobrevivência de todos
O domínio do fogo deflagrou uma verdadeira
revolução tecnológica
A sociedade escravista surgiu quando a propriedade
sobre os objectos e a terra ampliou-se para a posse
de seres humanos, os prisioneiros de guerra
Seu fundamento económico reside na possibilidade
de cada indivíduo ser capaz de produzir mais do
que o necessário para a própria sobrevivência,
Características da sociedade tecnológica
moderna
O ser humano não vive num meio natural
e sim num meio técnico, que interpõe entre o
homem e a natureza uma rede de máquinas e
técnicas apuradas
Quatro factores contribuíram para essa
mudança social tão profunda: a) a tecnologia, b)
avançado sistema monetário e creditício,
c) crescente divisão do trabalho
d) a migração em massa da mão-de-obra do
sector primário de produção (agricultura, caça,
pesca e mineração) para os sectores secundário
(indústria) e terciário (comércio, transportes,
profissões liberais etc.
As sociedades modernas apresentam uma extrema
divisão de trabalho
As profissões se especializam permitindo forte
competitividade como meio de selecção no
mercado de trabalho
É sociedade urbana, na qual a concentração
demográfica
A diversidade das profissões e as desigualdades na
distribuição de renda promovem uma profunda
divisão de classes com interesses conflituantes.
A mentalidade dominante na sociedade
tecnológica difere da que predomina na
sociedade tradicional
A força da tradição é substituída pela
racionalidade e a valorização da instrução

A mentalidade tecnológica prefere a mudança,


que associa ao progresso, à permanência de
costumes e valores
Organização social

A organização social implica sempre direitos e


deveres reciprocamente aceitos. Seu princípio
básico é o da coordenação social, isto é, da
harmonia social, que equivale ao papel que cada
membro exerce em cooperação com os demais
integrantes do grupo.
A cultura/seus aspetos

• Definir o que é cultura não é uma tarefa


simples
• Além disso, a palavra “cultura” também tem
sido utilizada em diferentes campos
semânticos em substituição a outros termos
como “mentalidade”, “espírito”, “tradição” e
“ideologia” (Cuche, 2002, p.203).
Ao que se conclui que, ao nos referirmos ao termo,
cabe ponderar que existem distintos conceitos de
cultura, no plural, em voga Na contemporaneidade.
Parte desta complexa distinção semântica se deve
ao próprio desenvolvimento histórico do termo
A palavra cultura vem da raiz semântica colore, que
originou o termo em latim cultura, de significados
diversos como habitar, cultivar, proteger
• Até o século XVI, o termo era geralmente
utilizado para se referir a uma acção e a
processos, no sentido de ter “cuidado com
algo”, seja com os animais ou com o
crescimento da colheita, e também para
designar o estado de algo que fora cultivado,
como uma parcela de terra cultivada
• A partir do final do século passado ganha
destaque um sentido mais figurado de cultura
e, numa metáfora ao cuidado para o
desenvolvimento agrícola, a palavra passa a
designar também o esforço despendido para o
desenvolvimento das faculdades humanas.
• No vocabulário francês da época, a palavra
também estava associada às idéias de
progresso, de evolução, de educação e de
razão. Este pensamento também deu origem a
um dos sentidos mais utilizados em nossos
dias, que caracteriza como possuidores de
cultura os indivíduos detentores do saber
formal
• No século XIX, a noção francesa de cultura se
ampliaria para uma dimensão coletiva, se
aproximando do significado de civilização e,
até mesmo, o substituindo. Na Alemanha, os
primeiros usos do sentido figurado de Kultur
no século XVIII guardavam similaridade com o
pensamento francês.
• A idéia de cultura como civilização era
comumente utilizada pelos príncipes da
aristocracia alemã, que estavam “preocupados
demais em imitar as maneiras civilizadas da
corte francesa” (Cuche, 2002, p.25).
• No pensamento iluminista francês, a cultura
caracteriza o estado do espírito cultivado pela
instrução.
• “A cultura, para eles, é a soma dos saberes
acumulados e transmitidos pela humanidade,
considerada como totalidade, ao longo de sua
história” (Cuche, 2002, p.21).
• No século XIX, a noção francesa de cultura se
ampliaria para uma dimensão coletiva, se
aproximando do significado de civilização e,
até mesmo, o substituindo. Na Alemanha, os
primeiros usos do sentido figurado de Kultur
no século XVIII guardavam similaridade com o
pensamento francês.
• A evolução do significado de cultura no
debate entre estes dois países marcou a
formação das duas concepções de cultura que
estão na base dos estudos das Ciências
Sociais. O entendimento francês de cultura
como característica do gênero humano deu
origem ao conceito universalista.
• Já a concepção alemã de que a cultura é “um
conjunto de características artísticas,
intelectuais e morais que constituem o
patrimônio de uma nação, considerado como
adquirido definitivamente e fundador de sua
unidade” (Cuche, 2002, p.28) origina o
conceito particularista da cultura.
• A concepção universalista da cultura foi sintetizada por
Edward Burnett Tylor (1832-1917) que, segundo Cuche
(2002, p.39), é considerado o fundador da antropologia
britânica. Ele escreveu a primeira definição etnológica
da cultura, em 1817, onde marca o caráter de
aprendizado cultural em oposição à idéia de
transmissão biológica: Tomando em seu amplo sentido
etnográfico [cultura] é este todo complexo que inclui
conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou
qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo
homem como membro de uma sociedade (apud Laraia,
2006, p.25).
• Todavia, Tylor defendia o princípio do
evolucionismo, que acreditava haver uma
escala evolutiva de progresso cultural que as
sociedades primitivas deveriam percorrer para
chegar ao nível das sociedades civilizadas
• Contrário à concepção evolucionista, Franz Boas
(1858-1942) foi um dos pesquisadores que mais
influenciaram o conceito contemporâneo de
cultura na antropologia americana. Ele é
apontado como o inventor da etnografia por ter
sido o primeiro antropólogo a fazer pesquisas
com observação direta das sociedades primitivas.
Em seus estudos, Boas concluiu que a diferença
fundamental entre os grupos humanos era de
ordem cultural e não racial ou determinada pelo
ambiente físico.
Sendo assim,

defendia que, ao estudar os costumes particulares de uma determinada comunidade, o


pesquisador deveria buscar explicações no contexto cultural e na reconstrução da
origem e da história daquela comunidade. Decorre dessa constatação o
reconhecimento da existência de culturas, no plural, e não de uma cultura universal.
• Albino Rubim chama de “automização da
cultura como campo singular”, que mobiliza
mercados consumidores e permite atuações
profissionais, acadêmicas e políticas. Para o
autor, “cabe propor mesmo uma centralidade
para a cultura” no mundo contemporâneo
(2006, p.2).
• trabalho três concepções fundamentais de
entendimento da cultura, como: 1) modos de
vida que caracterizam uma coletividade; 2)
obras e práticas da arte, da atividade
intelectual e do entretenimento; e 3) fator de
desenvolvimento humano.
• Na primeira concepção, a cultura é definida como um
sistema de signos e significados criados pelos grupos
sociais. Ela se produz “através da interação social dos
indivíduos, que elaboram seus modos de pensar e
sentir, constroem seus valores, manejam suas
identidades e diferenças e estabelecem suas rotinas”,
como ressalta Isaura Botelho (2001, p.2). Marilena
Chauí também chama a atenção para a necessidade de
alargar o conceito de cultura, tomando-o no sentido de
invenção coletiva de símbolos, valores, idéias e
comportamentos, “de modo a afirmar que todos os
indivíduos e grupos são seres e sujeitos culturais”
(1995, p.81).
• Valoriza-se o patrimônio cultural imaterial - os
modos de fazer, a tradição oral, a organização
social de cada comunidade, os costumes, as
crenças e as manifestações da cultura popular
que remontam ao mito formador de cada
grupo.
• Como salienta Botelho: Vale nesta linha de
continuidade a incorporação da dimensão
antropológica da cultura, aquela que, levada às
últimas conseqüências, tem em vista a formação
global do indivíduo, a valorização dos seus modos
de viver, pensar e fruir, de suas manifestações
simbólicas e materiais, e que busca, ao mesmo
tempo, ampliar seu repertório de informação
cultural, enriquecendo e alargando sua
capacidade de agir sobre o mundo.
• essencial é a qualidade de vida e a cidadania,
tendo a população como foco (
• A segunda concepção é dotada de uma visão
mais restrita da cultura, referindose às obras e
práticas da arte, da atividade intelectual e do
entretenimento, vistas sobretudo como
atividade econômica
• 3. Factor de desenvolvimento humano
• Na primeira concepção, a cultura é definida como um
sistema de signos e significados criados pelos grupos
sociais. Ela se produz “através da interação social dos
indivíduos, que elaboram seus modos de pensar e
sentir, constroem seus valores, manejam suas
identidades e diferenças e estabelecem suas rotinas”,
como ressalta Isaura Botelho (2001, p.2). Marilena
Chauí também chama a atenção para a necessidade de
alargar o conceito de cultura, tomando-o no sentido de
invenção coletiva de símbolos, valores, idéias e
comportamentos, “de modo a afirmar que todos os
indivíduos e grupos são seres e sujeitos culturais”
(1995, p.81).

Você também pode gostar