A Antropologia, de um modo geral pode ser definida como o estudo do
homem , enquanto ser biológico, social e cultural, no entanto, à semelhança de outras Ciências foi sofrendo diferentes inputs de vários autores, cujas abordagens e modos de investigação vieram determinar um crescimento e empoderamento enquanto Ciência. Os Evolucionistas defendiam uma espécie de hierarquia de raças e nesta perspetiva, consideravam o povo Europeu superior aos Asiáticos, Índios e Africanos, denotando uma visão etnocêntrica, baseada na ideia de que existiam culturas superiores a outras. Morgan, foi um dos mais significativos autores Evolucionistas. Influenciado pelo evolucionismo biológico de Darwin, vem defender o Princípio da existência de 3 estágios evolutivos: selvajaria, barbárie e civilização, que seriam comuns a todas as sociedades. O Evolucionismo avançou também com teorias baseadas no determinismo biológico (que deu origem à definição de diferentes raças) e geográfico (que determina que o ambiente físico tem impacto nas características dos povos, associando ao clima frio, os povos mais desenvolvidos e ao clima quente, os mais atrasados. Também a cultura será explicada por estes pensadores com base nos estágios evolutivos, que defendem que diferentes culturas encontram-se em estágios evolutivos desiguais. Estes Antropólogos serão considerado por muitos “Antropólogos de gabinete” dado não haver qualquer trabalho de campo. A partir do século XX surge a o Funcionalismo, que pretende estudar as caraterísticas dos povos através das suas funções sociais e vem trazer uma nova forma de pesquisa etnográfica, com ênfase na observação participante. Malinowski e Radcliffe Brown são os nomes mais sonantes no Funcionalismo, sendo que o primeiro foi o criador da Escola Funcionalista. O importante para estes autores, era o presente da sociedade ou cultura que estavam a estudar, sendo que esta seria a forma de conseguir entender o seu desenvolvimento. O Funcionalismo opõe-se à escola Evolucionista, no sentido em que não acreditava que uma sociedade poderia ser mais avançada ou superior a outra, uma vez viam em cada sociedade funções diferentes. O Difusionismo vai surgir como reação ao evolucionismo e por conseguinte ao etnocentrismo. Esta escola vai procurar explicar as semelhanças entre as culturas com base numa perspetiva histórica. Para estes autores a diversidade cultural era explicada pela influência que os povos exerceram uns sobre os outros ao longo da História. Fritz Gräbner (1877—1934 foi o autor do Methode der Ethnologie (1911) que serviu durante muitos anos como guia para a pesquisa de campo dos antropólogos difusionistas.
O Estruturalismo surge nos anos 40 e vem trazer uma abordagem diferente,
baseada na existência de abordagens universais que condicionam o comportamento humano, sendo que existem traços comuns, mas cada grupo acaba por lhes atribuir significados diferentes.
Lévi-Strauss foi um dos representantes mais notável. Pesquisou sobre os
princípios de organização da mente e as Teorias do parentesco e veio desconstruir a visão etnocêntrica da sociedade. Segundo Strauss, deveríamos tentar entender as outras culturas sem preconceitos, com um certo relativismo cultural. Considera que existem culturas diferentes, mas sem que sejam classificadas de melhores ou piores. Strauss vem dar ênfase ao respeito pela diversidade cultural e destrói qualquer noção de hierarquia cultural.