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Então, em contrapartida das ideias de Franz Boas, Tylor defendia que entre primitivos e

civilizados não havia uma diferença de natureza, mas de grau de avanço no caminho da
cultura. Considerava também, em certos casos, a hipótese difusionista (que a partir de um
povo determinada invenção se expandia aos outros através do contacto cultural) como
explicação da similaridade entre traços culturais de duas sociedades, significando que, na
possibilidade de difusão, as mesmas não estariam na mesma escala de evolução.
Para Tylor, a sua nova definição de Cultura, que era descritiva e não normativa (sem
conceitos pré-determinados), tinha a vantagem de ser uma palavra “neutra” capaz de
pensar em toda a humanidade. Acreditava na idéia de progresso, nos postulados
evolucionistas, na unidade psíquica da humanidade (todos temos a mesma capacidade
mental) e na concepção universalista da Cultura (a cultura enquanto algo de toda a
humanidade).
Baseando-se então na teoria metodológica do evolucionismo cultural, onde defendia uma
"família humana" e uma origem comum. Onde todos os humanos passariam por um
caminho linear ruma a dita "civilização", e que todas as culturas chegariam a uma cultura
"evoluída" europeia, que todas as culturas que não são "civilizadas" estão apenas em fases
diferentes dessa evolução, mas que chegariam todas em um estágio final. Se aplicava nele
a "antropologia de gabinete" onde não se ia em campo, ou seja não tinha um contato direto
com essa outra
cultura.
A concepção de Cultura de Franz Boas é uma rejeição ao evolucionismo unilateral e
difusionista. Em consequência, não adotava explicações de estágios ou fases culturais,
assim como o conceito de raça. Procurava leis de evolução das culturas e leis de
funcionamento das sociedades através do método indutivo (ver, ouvir, falar, escrever) e
intensivo de campo. Priorizou o estudo da relação de parentesco.
Boas acreditava na autonomia das Culturas (relativismo cultural) e que cada cultura possui
uma singularidade cultural (algo único). Segundo ele, a cultura se manifesta pelos
costumes.
O culturalismo de Boas recusa essa linearidade e defende a complexidade cultural, onde
cada cultura forma-se de formas diferentes e diversas, não há um único caminho
evolucionista linear. Aplica-se o trabalho em campo (dedução empírica) onde se tem o
contato direto com a cultura estudada, consiste e prioriza particularidades históricas de cada
fenômeno analisado, defende o historicismo. Crítica ao determinismo.
O autor culturalista Franz Boas faz a crítica ao evolucionismo cultural e seus métodos,
julgando que os evolucionistas aplicam fatores externos de suas próprias culturas a cultura
estudada, defende a complexidade e estudos sem apriorismos, crítica a antropologia de
gabinete,defendendo o trabalho em campo, e que o pesquisador tenha esse contato direto
com os indivíduos e culturas estudadas. Em poucas palavras, podemos dizer que enquanto
Tylor defendia o conceito de "cultura", Franz Boas defendia um conceito de "culturas".

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