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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA

Instituto de Ciências Humanas


Curso de Psicologia

Dislexia: a relação na atualidade entre os sujeitos afetados dentro


do ambiente escolar

Anelisa Virginio dos Santos RA N58492-0


Julia Marinzeck Abrahão Pires Cassiano RA N64088-0
Julia Mariussi Redigolo RA T537AI-5
Larissa Cássia Cariolano da Silva RA T07229-8
Larissa Wanner de Godoy RA F28201-5
Maria Julia Marcussi RA N61547-8
Naiara Cristina Filippin RA N551JE-2

Trabalho apresentado no curso de


Psicologia de graduação da UNIP -
Universidade Paulista.
Disciplina âncora de Atividades
Práticas Supervisionadas: Psicologia
Escolar
Orientação da Profa. Dra. Caroline
Eltink

Campus Vargas – Ribeirão Preto


Novembro 2022
Anelisa Virginio dos Santos RA N58492-0
Julia Marinzeck Abrahão Pires Cassiano RA N64088-0
Julia Mariussi Redigolo RA T537AI-5
Larissa Cássia Cariolano da Silva RA T07229-8
Larissa Wanner de Godoy RA F28201-5
Maria Julia Marcussi RA N61547-8
Naiara Cristina Filippin RA N551JE-2

Dislexia: a relação na atualidade entre os sujeitos afetados dentro do ambiente


escolar

Campus Vargas – Ribeirão Preto


Novembro 2022
Resumo
Dislexia é um transtorno de aprendizagem que acomete crianças, perceptível
principalmente na fase de desenvolvimento que a criança está em aprendizado na
escola. Esse projeto de pesquisa visa investigar parte da bibliografia do assunto a
respeito dos desafios que o transtorno percorre no ambiente escolar e a relação de
como os sujeitos: alunos, professores e pais, são afetados por ele. Uma comparação
entre estudos de 2009 e 2016 pretende trazer o saber de como essa relação se dá
em dias atuais, promovendo um pressuposto das problemáticas ou resoluções que
atualmente ocorrem. Discorrer as circunstâncias no momento mais presente, discutir
a atuação do aluno, dos pais, dos multiprofissionais envolvidos e se as relações
entre os tais têm consolidado melhoras na resolução do problema, comparado a
estrutura que se tinha anteriormente.

Palavras-chave: Dislexia. Escola. Aprendizagem.


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................1
1.1 TEMA................................................................................................................1
1.2 OBJETIVO........................................................................................................3
1.2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................3
1.2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO.......................................................................3
1.3 HIPÓTESES......................................................................................................3
1.4 JUSTIFICATIVA...............................................................................................4
2. MÉTODOS..............................................................................................................4
2.1 SUJEITOS........................................................................................................4
2.2 PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS..............................................4
2.3 PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DE DADOS.............................................5
2.4 RESERVAS ÉTICAS........................................................................................5
3. ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS...............................................................6
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA...............................................................6
3.2 ANÁLISE DA AMOSTRA.................................................................................7
3.2.1 ARTIGO 1 – DISLEXIA: ATITUDES DE INCLUSÃO (2009) ................7
3.2.2 ARTIGO 2 - DISLEXIA NA ESCOLA: IDENTIFICAÇÃO E
POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO (2016) ....................................9
3.2.3 ARTIGO 3 – CONCEPÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO
FUNDAMENTAL SOBRE DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO
(2016)....................................................................................................10
3.2.4 ARTIGO 4 - IMPACTO DO DIAGNÓSTICO PRECOCE E TARDIO DA
DISLEXIA - COMPREENDENDO ESSE TRANSTORNO...................13
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................14

5. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................15
1. INTRODUÇÃO

1.1 TEMA

É indiscutível que a escola é um local de constante interação social e


principalmente de aprendizagem. No contexto escolar o aluno é o principal
protagonista de uma rede extensa de participantes que promovem o aprendizado
dessas crianças. Pais e professores são de extrema importância nessa interação de
aprendizagem, com o objetivo de acompanhar esse desenvolvimento estudantil, de
modo que os estudos e conhecimentos alcancem essas crianças, corroborando com
a expectativa existente.
Assim como em toda instituição social, a escola e os sujeitos que nela atuam,
encontrarão em diversos contextos desafios que lhes irão requer atenção e
instrumentos para superá-los. Um desses desafios é o transtorno da Dislexia. Tal
transtorno acomete crianças e adolescentes, sendo sua principal característica a
disfunção cerebral de ordem neurobiológica que afeta a escrita e leitura, de modo
que a criança tem dificuldades de interpretar e compreender os textos.
“A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem, de origem
neurológica. Acomete pessoas de todas as origens e nível intelectual e
caracteriza-se por dificuldade na precisão (e/ou fluência) no reconhecimento
de palavras e baixa capacidade de decodificação e de soletração. Essas
dificuldades são resultado de déficit no processamento fonológico, que
normalmente está abaixo do esperado em relação a outras habilidades
cognitivas. Problemas na compreensão e reduzida experiência de leitura
normalmente são as consequências secundárias desse transtorno.”
(RODRIGUES, Sônia das Dores. 2016.)

Partindo desse pressuposto, esse projeto busca investigar a atuação dos pais
frente queixas do transtorno, como conseguem lidar com a adaptação de seus filhos
na escola, se estão satisfeitos ou não com os processos desenvolvidos pela escola
e seus integrantes, para a aprendizagem escolar dos alunos disléxicos. Em um dos
artigos científicos que fomentam esse projeto destaca-se esse trecho de uma
pesquisa quantitativa e qualitativa presente no mesmo:

1
“Em relação à repercussão do diagnóstico de dislexia na vida do filho, 68%
dos pais responderam que era uma desvantagem pedagógica, 36%
disseram que isso interfere negativamente na autoestima do filho, 45%
referem insegurança, 32% disseram que os filhos desenvolveram outras
habilidades e 5% escreveram que não houve nenhum tipo de prejuízo;
[...]Sobre a necessidade de maiores informações a respeito da dislexia, 85%
dos pais responderam que gostariam de receber mais informações, desses
41% queriam conhecer novos tratamentos[...].” (ROCHA, Maria Angélica
Moreira. 2009. p. 242-253).

Assim, também, buscar da mesma forma o grau de satisfação dos


professores com relação a atitude dos pais e/ou responsáveis da criança e com os
procedimentos que a escola está disposta a oferecer nessa resolução.
Em mais um trecho da pesquisa citada acima, sobre os dados obtidos com os
educadores de disléxicos, podemos destacar:

“[...]Dentre os educadores pesquisados, 64% não tinham treinamento formal


em educação inclusiva, e 86% não fizeram curso sobre distúrbio de
aprendizagem; [...]Em relação à inclusão dos alunos disléxicos, 72% dos
educadores responderam que o desempenho dos alunos com dislexia pode
melhorar se forem colocados em escolas regulares, 71% consideram que é
papel da escola fazer as adaptações pedagógicas de acordo com a equipe
de reabilitação, 71% consideram que quanto mais experiência tiver
educando alunos com transtorno de aprendizagem, mais habilidades terão
para lidar com as necessidades dos alunos.” (ROCHA, Maria Angélica
Moreira. 2009. p. 242-253).

Lembrando também de observar os sentimentos relatados por esses alunos,


se eles sentem que estão acolhidos e prosperando em sua aprendizagem; e se
estão felizes com o desempenho dos pais, professores e escola em vista dessa
problemática (ROCHA, Maria Angélica Moreira. 2009. p. 242-253). Considerando
todos esses preceitos, visa-se comparar artigos científicos publicados outrora com
os mais recentes que reúnem esses dados. A fim de realizar a análise deles,
responder as hipóteses propostas e obter resultados que possam beneficiar os
demais estudos acadêmicos nessa e em outras áreas da ciência onde esse projeto
for necessário.

2
1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Verificar na bibliografia científica antiga e atual, como tem se fomentado as


relações de aluno, professores e pais na superação do transtorno da dislexia.

1.2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

● Discorrer sobre a atuação dos mais afetados pelo transtorno da dislexia.


● Fazer um levantamento de como os pais ou responsáveis lidam e se
comportam frente a criança disléxica.
● Investigar quais mudanças e intervenções a escola, professores, entre
outros multiprofissionais envolvidos na educação, têm de se adequar para
garantir um aprendizado de qualidade e inclusivo para esses alunos.
● Comparar publicações mais arcaicas a atuais, a fim de conhecer como
essa relação tem sido construída e se no presente, a resolução desse
problema se tornou menos ou mais palpável, se obteve melhores ou piores
resultados comparado às circunstâncias.

1.3 HIPÓTESES

Partindo dos conhecimentos prévios, temos a hipótese de que atualmente


essa relação entre pais, alunos e professores, esteja mais bem desenvolvida.
Pensamos que, com os diversos e mais recentes estudos sobre a dislexia, esses
sujeitos tenham se inteirado e se atualizado sobre o assunto, de maneira que
possam contribuir para um ensino de qualidade necessário para esses alunos.
Estima-se que as escolas, tenham investido no conhecimento de seus educadores e
multiprofissionais a respeito do transtorno, e que os professores tenham aplicado em
suas formações esses estudos acerca dos transtornos de aprendizagem. Que os
pais ou responsáveis por essas crianças e adolescentes, tenham dado suporte ao

3
projeto escolar proposto a essas crianças, participando e auxiliando no
desenvolvimento desses sujeitos. Que essa inter-relação possa ter promovido a
melhora no desenvolvimento educacional dessas crianças, trazendo melhores
resultado no combate aos malefícios da dislexia e corroborando para o maior
sucesso escolar no presente em contrapartida a estudos de anos passados.

1.4 JUSTIFICATIVA

Esse trabalho promove uma comparação entre estudos a respeito do tema


proposto, com o fim de se obter na atualidade conhecimentos de suma importância
acadêmica. Partimos do prognóstico que quanto mais pesquisas em transtornos de
aprendizagem se sucederem, mais instrumentos facilitadores do processo de
educação podem existir. A contribuição desse trabalho para o tema é de
atualizarmos o conteúdo acadêmico a respeito, para auxiliar pesquisas
subsequentes, tornando mais acessível a obtenção de novos dados e resultados. A
falta de reflexão e de investimentos sobre a dislexia, pode desacelerar novos
métodos no combate aos desafios do transtorno e tornar o saber sobre esse tema
defasado e negligenciado. É necessário incentivar o constante estudo sobre esse
tema, para gerar bons resultados e descobertas que aprimorem a qualidade
estudantil e, até, de vida dos alunos e todos os envolvidos nessa interação.

2. MÉTODOS

2.1 SUJEITOS
Os sujeitos a serem tratados nessa pesquisa são os alunos, seus pais e/ou
responsáveis e professores. Tendo como objeto de pesquisa, a dislexia e como se
dá a inter-relação entre os sujeitos frente ao transtorno.

2.2 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS


Esse projeto trata de uma pesquisa bibliográfica e para a coleta de dados utilizamos
a busca de artigos em sites onde há publicações científicas fidedignas. Os principais
sites utilizados foram: Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PEPSIC) e Scientific
Electronic Library Online (SciELO).

4
Para a coleta de dados, utilizaremos um computador ou celular com internet,
buscaremos em sites de conteúdos acadêmicos científicos e fidedignos, a
bibliografia a respeito do tema. A proposta é selecionar a partir dos descritores e
palavras-chave (dislexia, escola e aprendizagem) artigos científicos originais escritos
em língua portuguesa, publicados na íntegra, no período entre janeiro/2009 e
dezembro/2021. Será feita uma comparação cronológica e a média do número de
artigos publicados por ano; e quantos deles se enquadram para essa pesquisa em
questão. Dentro desse período, apenas quatro artigos serão escolhidos para a
comparação, selecionados por título e resumo a ler os textos, após filtragem e
exclusão dos textos repetidos; não disponibilizados na íntegra; publicados em outras
línguas que não a língua portuguesa; textos publicados fora do período pré-
estabelecido; e textos do tipo revisão ou reflexão sobre os temas de interesse deste
estudo. Além do mais, os quatro artigos deverão conter os sentimentos e
concepções sobre o transtorno da dislexia na visão subjetiva dos alunos, pais e
professores dos acometidos pela mesma no ambiente escolar; ou pelo menos um
desses assuntos, não somente intervenções ou mais levantamentos de dados de
como a dislexia atua, mas como se sentem aqueles que sofrem ao lidar com o
transtorno.

2.3 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DE DADOS


Para a análise dos dados consideraremos os artigos que reúnem os aspectos sobre
as concepções dos professores, pais e os próprios alunos com dislexia no ambiente
escolar. Obtidos nos sites PEPSIC e SciElo, sendo essa a categoria temática dessa
pesquisa. Considerando apenas quatro artigos para serem estudados e
comparados, a partir da leitura e revisão deles, realizando a análise qualitativa,
considerando-se os objetivos gerais e específicos do estudo. Analisaremos o
conteúdo de dados de cada um dos artigos para a comparação cronológica de como
se deu o trabalhar dos pais, alunos e professores, na resolução do problema; ainda
os sentimentos que rodeiam tal situação. Com a hipótese de refletir em como essa
construção aparece em cada ano, se foi conquistado melhoras ou pioras na opinião
dos sujeitos, até o que se espera de mudanças nesse combate.

2.4 RESERVAS ÉTICAS

5
A ética é de extrema importância para a realização de qualquer ato, tanto no meio
acadêmico como na vida cotidiana. Com isso, tomaremos o cuidado de utilizar
somente documentos científicos postados em sites verificados e confiáveis, a fim de
avaliar e transmitir fatos verídicos. Além disso, todos os artigos serão referenciados
e estudados da forma adequada, evitando, assim, o plágio. É preciso ter o cuidado
com a coleta e análise de dados para que seja mantido o rigor científico necessário
a toda pesquisa científica.

3. ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA


Abrindo o site do PEPSIC, pesquisamos os artigos publicados entre 2009 e 2021,
utilizando apenas a palavra-chave “dislexia” de forma a abranger todos no geral que
já foram publicados nesse interim. Em 2009 e 2010 foram publicados nove artigos
em cada ano. Em 2011, foram publicados seis artigos. Em 2012, 2013 e 2014, foram
publicados cinco artigos em cada ano. Em 2015, quatro artigos. Observamos que o
número de artigos por ano veio regredindo, até que em 2016, são publicados apenas
dois artigos. Em 2017, o número sobe para seis artigos publicados. Nos anos de
2018 e 2019, são publicados quatro artigos. Em 2020, ano da pandemia do COVID
19, há uma ascensão de sete artigos publicados. No entanto, em 2021, esse número
volta a cair e chega em três artigos publicados. Visto isso, no PEPSIC temos um
total de sessenta e nove artigos publicados em doze anos (2009 a 2021), uma média
de aproximadamente, seis artigos por ano. Das características que adotamos para a
escolha dos quatro artigos para análise, três são do PEPSIC, um publicado em
2009, outro em 2016 e outro de 2018. Já no site do SciElo, com somente a palavra-
chave “dislexia”, encontramos sessenta e um artigos, usando os filtros das coleções
do Brasil, idioma em português e apenas publicações de 2009 a 2021. Com os
mesmos filtros, realizamos outra pesquisa com os descritores “dislexia” e “escola”
obtendo apenas dois artigos relacionados ao tema, nos anos de 2011 e 2014; um
artigo publicado em cada ano. No entanto, nenhum deles se enquadrou nas
características consideradas para esse estudo. Então, foram trocados os descritores
para: “dislexia” e “aprendizagem”. Conseguimos vinte e oito resultados. Dentre eles

6
selecionamos um artigo também de 2016 que definimos útil e complementar a essa
pesquisa.

7
Número de artigos publicados por ano no site PEPSIC a partir do descritor
10
9
8
7
Nº de artigos

6
5
4
3
2
1
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Ano de publicação

“dislexia”:

Resultados da Pesquisa Bibliográfica: site SciElo


Descritores Filtros Nº de artigos
Dislexia Coleção: Brasil 61
Idioma: Português
Anos: 2009 a 2021
Dislexia and Escola Coleção: Brasil 2
Idioma: Português
Anos: 2009 a 2021
Dislexia Coleção: Brasil 28
and Aprendizagem Idioma: Português
Anos: 2009 a 2021

3.2 ANÁLISE DA AMOSTRA


3.2.1 ARTIGO 1 – DISLEXIA: ATITUDES DE INCLUSÃO (2009)
O artigo de 2009, Dislexia: atitudes de inclusão, traz o relato do foi desenvolvimento
da formulação da aplicação de três questionários diferentes para alunos, pais e
8
educadores, a fim de compreender suas percepções sobre as atitudes de inclusão
no meio escolar. A partir dos questionários e os dados obtidos pelos alunos, foi
solicitado que realizassem um desenho que retratassem situações vivenciadas pela
criança no contexto escolar, que apresentaram sentimento de rejeição, complexo de
inferioridade, inseguranças e medo de expor suas dificuldades em sala de aula. Em
relação à repetência escolar, 40% repetiram o ano, sendo que 50% repetiram a
classe de alfabetização, 37% a educação infantil e 13% a 5ª série (6º ano).
Os dados relacionados aos pais, apresentou à relação ao impacto do diagnóstico de
dislexia na vida da criança, 68% dos pais responderam que era uma desvantagem
de ensino, 36% relataram um impacto negativo na autoestima do filho, 45% falta de
segurança, 32% desenvolveram outras habilidades e apenas 5% não tiveram
prejuízo. Sobre a necessidade de mais informações sobre a dislexia, 85% dos pais
responderam que gostariam de receber mais informações, desses 41% queriam
conhecer novos tratamentos. Os profissionais que participaram do diagnostico foram
64% psicopedagogos, 50% neurologistas, 41% fonoaudiólogos e 32% psicólogos.
Na questão do saber dos pais a respeito das adaptações da escola para com esses
alunos são de 60% dos quais têm conhecimento das modificações que a escola faz.
A expectativa do desempenho acadêmico é que 55% esperam que os filhos
superem as dificuldades e obstáculos, 32% esperam que eles tenham sucesso,
felicidade e segurança e 9% esperam que os filhos consigam fazer as tarefas
sozinhos.
Os dados apresentados pelos professores pesquisados, mostram que 64% não
tinham treinamento formal em educação inclusiva, e 86% não fizeram curso sobre
distúrbio de aprendizagem. No que diz respeito à experiência com disléxicos, 29%
possuem relação profissional, e 57% têm alguma proximidade pessoal com pessoas
disléxicas. No que se refere à inclusão dos alunos disléxicos, 72% dos educadores
responderam que o desempenho pode melhorar se forem colocados em escolas
regulares, 71% consideram que é função da escola fazer as adaptações
pedagógicas, 71% consideram que quanto mais conhecimento tiver o educando,
será mais fácil de lidar com as necessidades dos alunos. Enquanto a convicção dos
educadores sobre a educação inclusiva com diferentes transtornos, observa-se que
a maioria concorda que alunos com deficiência física (86%), visual (100%) e auditiva
(93%), TDAH (100%), distúrbios de linguagem/dislexia (93%) e retardo mental

9
(57%), os quais esses podem ser incluídos nas classes de educação regular caso
forem realizadas adaptações e os professores tiverem suporte. Apesar disso, no que
se refere às deficiências múltiplas (50%) e transtornos invasivos do desenvolvimento
(43%), os professores ficaram divididos. Nos distúrbios emocionais graves (21%), a
maioria dos educadores não acredita na inclusão.
Diante disso, foi apresentado que há dificuldades encontradas no trabalho com os
alunos especiais, 64% pela falta de conhecimento dos professores, 43% falta de
projeto pedagógico individualizado, 36% indisciplina do aluno, 29% falta de
condições oferecidas pelas escolas, 29% quantidade de alunos em sala de aula,
21% dos alunos demandam de atendimento individualizado em sala e 7%, não
aceitação pela própria criança.

3.2.2 ARTIGO 2 - DISLEXIA NA ESCOLA: IDENTIFICAÇÃO E POSSIBILIDADES


DE INTERVENÇÃO (2016)
O artigo do PEPSIC do ano de 2016, abordou a definição e conceito de modo geral
sobre a dislexia. O estudo relatou que 50% das crianças com dislexia têm pais ou
irmãos com o mesmo transtorno. Sendo assim havendo alguém na família com o
transtorno existe uma pré-disposição genética, segundo o estudo. Entende-se que
de 3% a 10% das crianças em fase escolar tem o transtorno.
O estudo aponta que é importante que o professor do ensino infantil esteja atento, a
fim de prevenir futuros problemas de aprendizagens posteriores. Percebe-se que o
professor é uma peça essencial na identificação e intervenção dos problemas desse
aluno. Ele demonstrou ter esperanças de que uma vez que estivessem “bem
adaptados” a escola, conseguiriam sanar seus problemas de aprendizagem e assim
progredir no meio acadêmico.

Adaptações em sala de aula

Além dos aspectos anteriormente abordados, são necessárias também adaptações


variadas no contexto escolar, de modo que o aluno possa evoluir no seu processo
acadêmico. Tais adaptações devem ser implementadas, segundo as características
e necessidade do aluno. Para fins de orientação geral, serão descritas a seguir

10
algumas recomendações, que foram baseadas na proposta da International Dyslexia
Association1:

• Dar tempo extra para completar as tarefas;

• Oferecer ao aluno ajuda para fazer suas anotações;

• Modificar trabalhos e pesquisas, segundo a necessidade do aluno;

• Esclarecer ou simplificar instruções escritas, sublinhando ou destacado partes


importantes para o aluno;

• Reduzir a quantidade de texto a ser lido;

Para conseguir tal feito é importante que se tenha um envolvimento do docente


juntamente com a escola.
E havendo uma parceria entre escola, pais e profissionais da saúde para que
acolham esse aluno, ampare-o e principalmente reforcem o trabalho pedagógico
conquistado, construído na escola para que tenha cada vez melhores progressos no
campo da aprendizagem.
O foco principal do artigo é a escola e principalmente o professor diante desse aluno
que traz o problema do ensino-aprendizagem, nesse caso a dislexia.
Apesar da importância do envolvimento dos pais e profissionais de saúde nesse
contexto, acaba não sendo exposto no artigo como ambas as partes se sentem
perante esse aluno. Esse tipo de artigo é comum nos que se apresentam
publicados, onde muito se fala somente sobre diagnóstico e intervenção, às vezes
apena dirigido para a forma como se deve agi a escola e os docentes.

3.2.3 ARTIGO 3 – CONCEPÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO


FUNDAMENTAL SOBRE DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO (2016)

O artigo de 2016, “Concepção de professores do ensino fundamental sobre dislexia


do desenvolvimento”, teve como objetivo caracterizar o nível de informação a

11
respeito da dislexia entre professores de língua portuguesa do ensino fundamental.
Participaram 27 professores que ensinavam da 5 a 8 série, sendo 17 de escola
pública e 10 de escola particular.
Ao longo do estudo, ao questionar sobre as possíveis causas desencadeantes da
dislexia, 73,2% apontaram problemas emocionais, enquanto 37,6% apontaram falta
de motivação. Refletindo a respeito da desmotivação em atividades de leitura, 95%
concordaram que os textos se tornariam cansativos e dificultosos devido à
dificuldade no processamento fonológico, o que levaria ao menor interesse nesse
tipo de atividade.
Além da desmotivação, 50,6% dos professores apontaram também a desatenção,
77,5% (GI: 65%; GII: 90%) apontaram que o aluno disléxico apresenta
comportamento disperso, 21,7% indicaram baixo nível de inteligência, 83% (GI:
76%; GII: 90%) concordaram que o aluno disléxico apresenta inteligência na média,
35,6% se referiram a dislexia como decorrente da má alfabetização e 27,6%, às
condições socioeconômicas precárias.
Embora tenham sido observadas diferenças descritivas absolutas entre GI e GII, ao
ser realizada a correlação estatística por meio do Teste Exato de Fisher, não houve
associação significativa entre os achados em relação às variáveis estudadas.
A partir da amostra, 68% (GI: 76%; GII: 60%) dos professores entenderam a dislexia
como uma condição hereditária com alterações genéticas e de padrão neurológico,
mas 18,5% (GI: 17%; GII: 20%) não consideraram o parentesco de primeiro grau
como fator um predispotente. 89% (GI: 88%; GII: 90%) consideraram que os alunos
com dislexia apresentam maiores dificuldades em relação aos alunos sem
transtornos, o que acarreta graves prejuízos no desempenho acadêmico. 63% (GI:
76%; GII: 50%), afirmaram haver discrepância inesperada entre o potencial para
aprender a ler e o desempenho escolar do aluno dislexico.
A respeito das alterações fonológicas em alunos dislexicos, 29% dos professores
indicaram haver um bom reconhecimento de palavras, mas fraca compreensão
autditiva; 44% sinalizaram dificuldades na nomeação; 55% confusão na lateridade e
na nomeação de direita e esquerda; 33%, dificuldade em diferenciar forma, cor,
tamanho e posição. 22%, alteração na perecpção auditiva e na análise síntese de
fonêmas; 67%, dificuldades no reconhecimento de rimas e aliterações; 63%, lentidão
no processamento de palavras e no reconhecimento e no reconhecimento visual

12
imediato de diferenças entre palavras similares, tanto na forma como no fonêma; e
78% reconheceram no aluno disléxico o uso de estratégias compensatórias, como
subvocalizar e mover os lábios para facilitar a compreensão das palavras. 74%
concordaram com a afirmativa de que alunos disléxicos fazem substituiçãos de
palavras por sinônimos.
Quando as informações dos grupos sobre a condição fonológica do aluno com
dislexia foram submetidas ao estudo estatístico para comparação dos achados
(Teste Exato de Fisher), verificou-se significância estatística (p=0,039) na
diferenciação de forma, cor, tamanho e posição (FCTP).
De acordo com 88% (GI: 76%; GII: 100%) da amostra, o aluno com dislexia, no ato
de escrever, apresentaria maior confusão na execução gráfica de símbolos com
diferentes orientações espaciais. No entanto, 54,5% (GI: 59%; GII: 50%) da amostra
acredita que o estudante disléxico teria melhor desempenho na leitura se o texto
estivesse invertido ou em espelho.
Quanto aos recursos da memória na dislexia, 84% dos professores afirmaram que
os alunos apresentam dificuldade em rememorar fonemas. No entanto, 72%
evidenciaram não possuir conhecimento de que alunos disléxicos relacionam
facilmente imagens ou figuras a palavras. Sobre a informação dos recursos de
memória de curto prazo ou operacional, vinculada a instruções e recados, 38,5%
(GI: 17%; GII: 60%) expressaram desconhecimento.
74% dos professores participantes (GI: 76%; GII: 70%) consideraram que o
transtorno acarreta um vocabulário pobre, uso de sentenças curtas e imaturas ou,
ainda, com sequências longas e vagas. 33% (GI: 24%; GII: 50%) responderam
negativamente sobre a possibilidade de um contingente de alunos disléxicos
apresentarem deficiência na percepção visual e na coordenação motora.
97% (GI: 94%; GII: 100%) discordaram da assertiva de que alunos com dislexia
aprendem facilmente um idioma estrangeiro. Em provas orais, 70,5% dos
professores (GI: 41%; GII: 100%) disseram que alunos disléxicos teriam um bom
desempenho, enquanto para 53% dos docentes de escola pública esses alunos
teriam baixo desempenho
O estudo mostra que das 30 assertivas formuladas sobre a dislexia, o protocolo
demonstrou 97,6% de respostas emitidas, sendo a assertiva número 12 (Alunos
disléxicos apresentam dificuldade em diferenciar forma, cor, tamanho e posição) a

13
mais difícil para os participantes, havendo 7 professores que omitiram a resposta
(GI: 06; GII: 01).
O estudo pouco ou nada fala a respeito do que os alunos e seus pais pensam sobre
o transtorno disléxico. Os resultados demonstraram que um percentual significativo
de professores participantes da pesquisa, tanto do GI quanto do GII, desconhecia os
sintomas da dislexia. Nem todos os professores tiveram a percepção da
sintomatologia apresentada no protocolo, o que deixou à mostra o preocupante nível
de desinformação existente para um docente de língua portuguesa envolvido com a
leitura. A dislexia enquanto transtorno da aprendizagem consiste em um problema
complexo que envolve uma série de situações, algumas de difícil diagnóstico.

3.2.4 ARTIGO 4 - IMPACTO DO DIAGNÓSTICO PRECOCE E TARDIO DA


DISLEXIA - COMPREENDENDO ESSE TRANSTORNO

No artigo SciELO do ano de 2018, com o tema: Impacto do diagnóstico precoce e


tardio da dislexia - compreendendo esse transtorno. Esse estudo mostra a
comparação diante do impacto da dislexia em indivíduos que receberam o
diagnóstico em diferentes momentos da vida, na infância ou na vida adulta. Os
participantes deste estudo foram divididos em dois grupos que responderam a uma
entrevista estruturada os quais se discreparam em termos do momento em que
foram diagnosticados.
Este artigo apresentou que os participantes diagnosticados na vida adulta sofrem
maior impacto da dislexia em suas vidas acadêmicas, com repetências e
interrupções dos estudos. E as diferenças no diagnóstico impactam de formas
distintas até a vida atual destes indivíduos, ambos relataram a dificuldade da escrita
corretamente, porém os que foram diagnosticados na infância afirmaram que
conheciam de estratégias psicopedagógicas para minimizar os erros durante a
escrita, já os diagnosticados mais tardiamente relatam com maior frequências os
erros na escrita e com menor frequência o hábito da leitura. E como esperado, o
grupo que foi diagnosticado na vida adulta relatou um prejuízo maior em suas vidas
acadêmicas, além disso, esses relatam não terem amparo familiar, o oposto de
quem recebeu o diagnóstico na infância, estes tiveram apoio da família. A dislexia
também influenciou na autoestima dos dois grupos, porém só os diagnosticados

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tardiamente relataram que repetiram de ano em suas vidas acadêmicas. Os
participantes com diagnóstico na infância descreveram suas dificuldades de uma
maneira mais específica, destacando características típicas da dislexia, enquanto o
segundo grupo falou de suas dificuldades de uma maneira mais generalizada.
Os autores discutem que uma possível interpretação para esses resultados do
trabalho seria que o diagnóstico precoce permitiu uma melhor compreensão das
dificuldades e a uma busca por ajuda para auxiliar nos desenvolvimentos destes
indivíduos, os quais permitiram impacto mínimo da dislexia na vida acadêmica dos
participantes diagnosticados ainda na infância. O trabalho também aponta algumas
possíveis limitações que poderiam influenciar os resultados, como o apoio familiar
em diferentes graus e possíveis diferenças entre os grupos quanto à gravidade da
dislexia e do nível de habilidades cognitivas e aos recursos psicológicos individuais
para enfrentar as adversidades. A diferença de idade entre os grupos também é uma
variável importante, pois implica em que eles tenham frequentado o ambiente
escolar em períodos distintos, nos quais o nível de conhecimento dos professores e
o treinamento para lidar com crianças com transtornos de aprendizagem podem ter
variado.
O trabalho conclui que o diagnóstico precoce de dislexia se mostrou útil por
possibilitar uma melhor compreensão das dificuldades, a realização de intervenções
apropriadas e a implementação de estratégias para minimizar os problemas no dia a
dia. Quando o diagnóstico foi realizado na infância, houve a possibilidade de
melhorar o relacionamento do indivíduo com sua escola e de fazer uso de recursos e
apoios que permitiram uma avaliação mais apropriada do desempenho acadêmico e
quando o diagnóstico foi tardio, o impacto da dislexia foi maior sobre os fatores
socioemocionais. Nesse artigo, mais se apresentou sobre o benefício do diagnóstico
precoce, do que realmente como operam-se as mudanças e se surtem efeitos ou
não, para todos os envolvidos na luta contra a dislexia, não somente o próprio
disléxico.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos concluir que mesmo que o transtorno da dislexia está sendo diagnosticado
cada dia mais, por especialistas e tendo suas devidas intervenções, o assunto ainda

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se encontra em baixa, no quesito estudo, pois a média de artigos publicados sobre o
assunto é muito baixo, seis por ano.
Concluímos também que muito se estuda a questão do diagnóstico e intervenção
para o transtorno, mas pouco se fala sobre os resultados dessas intervenções e
como elas influenciam diretamente aqueles que estão ligados a quem utiliza essas
intervenções, conseguimos obter somente um artigo, de mais de 10 anos atrás
(2009), o único que trouxe uma pesquisa que se preocupou em obter dados
suficientes sobre como os pais, professores e a próprias crianças sabem e se
sentem diante do transtorno.
Deve–se retomar essa importância de estudos mais concretos a respeito não
somente de como se diagnosticar e intervir frente ao transtorno de dislexia, mas
pesquisar se os envolvidos e os responsáveis por essa intervenção estão aptos para
tal, além de trazer o saber sobre essas medidas estarem ou não fazendo efeito, o
que se pode melhorar ou adaptar, considerando todos desse âmbito; pais, alunos e
professores.
Esperamos que a ciência se volte mais para esse assunto que é de extrema
importância, investindo em pesquisas mais abrangentes e assim, publicando artigos
mais concretos a respeito, principalmente em língua portuguesa, acabando
gradualmente com a escassez encontrada nessa presente pesquisa. Assim, as
pessoas com transtorno de dislexia, podem se inserir de forma correta e saudável
nos meios de ensino, contando com profissionais qualificados não só para as
intervenções, mas para o seu dia a dia escolar em um ambiente adaptado para que
a aprendizagem seja realizada.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RODRIGUES, Sônia das Dores; CIASCA, Silvia Maria. Dislexia na escola:


identificação e possibilidades de intervenção. Revista Psicopedagogia. São Paulo,
vol.33, no.100, 2016. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0103-84862016000100010#:~:text=A%20dislexia
%20%C3%A9%20um%20transtorno,de%20decodifica%C3%A7%C3%A3o%20e
%20de%20soletra%C3%A7%C3%A3o> Acesso em: 03 de set de 2022.

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ROCHA, Maria Angélica Moreira et al. Dislexia: atitudes de inclusão. Rev.
psicopedag., São Paulo, v. 26, n. 80, p. 242-253, 2009 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
84862009000200009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 03 de set. 2022.

TABAQUIM, Maria de Lourdes Merighi et al. Concepção de professores do ensino


fundamental sobre a dislexia do desenvolvimento. Revista Brasileira de Estudos
Pedagógicos [online]. 2016, v. 97, n. 245, pp. 131-146. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S2176-6681/368214020> Acesso em: 10 de set. de 2022.

CARCERES, Patrícia Cristina Pinto; COVRE, Priscila. Impacto do diagnóstico


precoce e tardio da dislexia - compreendendo esse transtorno. Rev. psicopedag.,
São Paulo ,  v. 35, n. 108, p. 296-305, dez.  2018.   Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
84862018000300005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 12 out.  de 2022.

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