Você está na página 1de 50

IES – INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

JÉSSICA APARECIDA PEREIRA DE SOUZA

TDAH E A RELAÇÃO COM A ESCOLA

VOTUPORANGA/SP
2023
JÉSSICA APARECIDA PEREIRA DE SOUZA

TDAH E A RELAÇÃO COM A ESCOLA

Monografia apresentada à Instituição de Ensino Superior


como requisito parcial para obtenção do Título de
Licenciatura Plena em Ciências Biológicas.

Orientador (a): Profª Karen Karolina Pereira Kuhn

VOTUPORANGA/SP
2023
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada à
fonte.

Catalogação na publicação
Serviço de Documentação Universitária

SOUZA, Jéssica Aparecida Pereira.

TDAH e a Relação com a Escola: Jessica Aparecida Pereira de Souza –


Votuporanga/SP, 2023.

50p.; 30 cm

Monografia – Instituição de Ensino Superior, Curso de Licenciatura em


Ciências Biológicas.

Orientador: Profª Karen Karolina Pereira Kuhn

1. TDAH. 2. Relação com a escola. 3. Atuação Psicopedagógico.


FOLHA DE APROVAÇÃO

JÉSSICA APARECIDA PEREIRA DE SOUZA

TDAH E A RELAÇÃO COM A ESCOLA

Monografia apresentada à Instituição de Ensino Superior


como requisito parcial para obtenção do Título de
Licenciatura Plena em Ciências Biológicas.
.

Aprovada em: ____/____/2023

Examinadores:

____________________________________
Prof. Coordenador

____________________________________
Prof. Orientador

____________________________________
Prof.Co-Orientador
DEDICATÓRIA

Primeiramente a Deus, a minha família, meus


amigos que a mim me apoiaram.
AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois


sem ele nada seria possível, e não estaria aqui hoje,
realizando mais um sonho em minha vida.
E aos meus pais, familiares, amigos.
EPÍGRAFE

Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as


possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção.
(Paulo Freire)
RESUMO

SOUZA, Jéssica Aparecida Pereira. TDAH E A RELAÇÃO COM A ESCOLA. 2023,


50 f. Monografia – Ciências Biológicas – IES – Instituição de Ensino Superior –
Votuporanga/SP, 2023.

Crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) estão sujeitas


ao fracasso escolar, a dificuldades emocionais e a um desempenho
significativamente negativo como adulto quando comparadas a seus colegas. No
entanto, a identificação precoce do problema, seguida de tratamento adequado, tem
demonstrado que essas crianças podem vencer os obstáculos. A criança hiperativa
representa um enorme desafio para os pais e professores. Desatenção, agitação em
excesso, emotividade, impulsividade e baixo limiar de frustração, afetam a
integração da criança em casa, na escola e na comunidade em geral. Os indivíduos
com este transtorno são facilmente distraídos por estímulos irrelevantes e
habitualmente interrompem tarefas em andamento para dar atenção a ruídos ou
eventos triviais que em geral são facilmente ignorados por outros. Infelizmente essas
crianças são pouco compreendidas e muitas vezes injustamente classificadas como
preguiçosas não inteligentes ou problemáticas.

Palavras Chaves: hiperatividade, criança, desatenção, preguiçosas, inteligentes,


obstáculos, transtorno.
ABSTRACT

SOUZA, Jéssica Aparecida Pereira. ADHD AND THE RELATIONSHIP WITH


SCHOOL. 2023, 50 f. Monograph – Biological Sciences – IES – Higher Education
Institution – Votuporanga/SP, 2023.

Children with Attention Deficit Disorder / Hyperactivity Disorder (ADHD) are subject to
failure at school, emotional difficulties and a significantly negative performance as
adults when compared to their colleagues. However, early identification of the
problem, followed by appropriate treatment, has shown that these children can
overcome the obstacles. The hyperactive child is an enormous challenge for parents
and teachers. Inattention, restlessness, excessive, emotionality, impulsivity and low
frustration threshold, affect the integration of children at home, in school and
community. Individuals with this disorder are easily distracted by irrelevant stimuli
and usually interrupt ongoing tasks to attend to trivial noises or events that are often
easily overlooked by others. Unfortunately these children are poorly understood and
often wrongly classified as lazy, unintelligent or problematic.

Key words: hyperactivity, child, inattentive, lazy, smart, obstacles, disorder.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................12

JUSTIFICATIVA.........................................................................................................14

OBJETIVOS .................................................................................. ............................16


Geral...........................................................................................................................16
Específicos.................................................................................................................16

METODOLOGIA........................................................................................................17

1. HIPERATIVIDADE: ESTUDO DAS PERSPECTIVAS DE PROFESSORES........19


1.1.Hiperatividade normalidade............................................................................19

2. CARACTERIZAÇÃO DO TDAH............................................................................22
2.1. O problema....................................................................................................24
2.2. Diagnóstico....................................................................................................25
2.3. Tratamento....................................................................................................25

3. PROGRAMA DE TREINAMENTO PARA PAIS DE CRIANÇAS COM TDAH......28

4. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA QUE ATENDE PORTADORES DE TDAH...30


4.1. Vejamos o material a seguir para o sucesso na sala de aula.......................31
4.1.1. Chamar e prestar a atenção.............................................................31
4.1.2. Manejo da Classe.............................................................................31
4.1.3. Aprendizagem ativa..........................................................................32
4.1.4. Organização e hábitos de estudo.....................................................32
4.1.5. Instruções multisensoriais e acomodações para os diversos estilos
de aprendizagem........................................................................................32
4.1.6. Modificações da produção escrita....................................................33
4.1.7. Práticas colaborativas......................................................................33
4.2. Sugestões para intervenção do professor.....................................................33

5. DÉFICIT DE APRENDIZAGEM.............................................................................36
6. CORRIGIR SEM CRITICAR...................................................................................40
6.1. Confronto eficiente........................................................................................40
6.1.1. Pais incentivadores..........................................................................41
6.2. Confronto ineficiente......................................................................................41
6.2.1. O juiz................................................................................................42

7. PESQUISA DE CAMPO: ENTREVISTA REALIZADA PELA PSICÓLOGA DO


CONSELHO TUTELAR A UMA PROFESSORA DO ENSINO FUNDAMENTAL ....44
7.1. Guia utilizado por profissionais especializados em TDAH para diagnóstico
clínico.........................................................................................................................44
7.1.1. Como suspeitar do diagnóstico........................................................47

CONCLUSÃO............................................................................................................48

REFERÊNCIAS..........................................................................................................50
12

INTRODUÇÃO

A escola é um espaço de formação social escolar para qualquer criança,


é no ambiente escolar que ela tem, depois da família, a primeira oportunidade de
conviver em ambientes integrados, interagir e aprender a lidar com regras e limites.
A intenção deste trabalho é refletir e buscar embasamento teórico e
prático para constatar a real situação em que se encontram alunos hiperativos, bem
como, quais trabalhos estão sendo desenvolvidos no sentido de ajudá-los.
A questão inicial que nos levou a pensar neste problema, diz respeito ao
comportamento de um aluno da classe que tem apresentado certa hiperatividade.
A criança hiperativa representa um enorme desafio para os pais e
professores. Desatenção, agitação em excesso, emotividade, impulsividade e baixo
limiar de frustração afetam a integração da criança em casa, na escola e na
comunidade em geral.
Pais e professores devem analisar o comportamento da criança, a fim de
evitar que ela sofra de ansiedade, depressão e conduta destrutiva.
A desatenção pode manifestar-se em situações escolares, profissionais
ou sociais. Os indivíduos com este transtorno podem não prestar muita atenção a
detalhes ou podem cometer erros por falta de cuidados nos trabalhos escolares ou
outras tarefas. O trabalho freqüentemente é confuso e realizado sem meticulosidade
nem consideração adequada. Os indivíduos com freqüência têm dificuldade para
manter a tensão em tarefas ou atividades lúdicas e consideram difícil persistir em
tarefas até seu término. Eles freqüentemente dão a impressão de estarem com a
mente em outro local, ou de não escutarem o que recém foi dito. Pode haver
freqüentes mudanças de uma tarefa inacabada para outra. Eles freqüentemente não
atendem a solicitações ou instruções e não conseguem completar o trabalho
escolar, tarefas domésticas ou outros deveres.
Esses indivíduos com freqüência têm dificuldade para organizar tarefas e
atividades. As tarefas que exigem um esforço mental constante são vivenciadas
como desagradáveis e acentuadamente aversivas. Por conseguinte, esses
indivíduos em geral evitam ou têm forte antipatia o por atividades que exigem
dedicação ou esforço mental prolongado ou que exigem organização ou
13

concentração (por ex., trabalhos escolares ou burocráticos). Os hábitos de trabalho


freqüentemente são desorganizados e os materiais necessários para a realização da
tarefa com freqüência são espalhados, perdidos ou manuseados com descuido e
danificados.
Os indivíduos com este transtorno são facilmente distraídos por estímulos
irrelevantes e habitualmente interrompem tarefas em andamento para dar atenção a
ruídos ou eventos triviais que em geral são facilmente ignorados por outros (por ex.,
a buzina de um automóvel, uma conversa ao fundo). Eles freqüentemente se
esquecem de coisas nas atividades diárias (por ex., faltar a compromissos
marcados, esquecer-se de levar o lanche para o trabalho ou a escola). Nas
situações sociais, a desatenção pode manifestar-se por freqüentes mudanças de
assunto, falta de atenção ao que os outros dizem, distração durante as conversas e
falta de atenção a detalhes ou regras em jogos ou atividades.
14

JUSTIFICATIVA

Crianças com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade


(TDAH) não conseguem focalizar a atenção nas coisas por muito tempo e logo se
sentem irrequietas e aborrecidas, de modo que seguem um estímulo atrás do outro,
sempre insatisfeitas, não conseguindo completar quase nenhuma atividade.
Infelizmente essas crianças são pouco compreendidas e muitas vezes
classificadas como preguiçosas, não inteligentes ou problemáticas.
Crianças com TDAH estão sujeitas ao fracasso escolar, a dificuldades
emocionais e a um desempenho significativamente negativo como adulto quando
comparados com seus colegas. No entanto, a identificação precoce do problema,
seguida de tratamento adequado, tem demonstrado que essas crianças podem
vencer os obstáculos.
Em adolescentes e adultos, os sintomas de hiperatividade assumem a
forma de sensações de inquietação e dificuldade para envolver-se em atividades
tranqüilas e sedentárias.
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) conforme
denominado na quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (DSM-IV) da Associação Psiquiátrica Americana (APA). Talvez o maior
problema que ocorra em relação à TDAH está no fato de que o conhecimento sobre
este transtorno seja muito pequeno na população leiga e até mesmo nas áreas
médica e psicológica. Muitas das pessoas com TDAH passam a sua vida inteira
sendo acusadas injustamente de serem mal-educadas, preguiçosas, loucas,
desequilibradas, temperamentais, etc... quando na verdade são portadoras de uma
síndrome que simplesmente as fazem agir de maneira impulsiva, desatenta e as
vezes até mesmo caótica.
O desconhecimento que existe sobre TDAH tem um motivo: A demora em
se reconhecer este transtorno como um problema neuropsicológico e a controvérsia
sobre se realmente o TDAH pode ser reconhecida como um transtorno por si
próprio.
Neste trabalho tentei reunir todas as informações que consegui coletar
sobre os diversos aspectos deste transtorno, esperando que possa haver uma
melhor compreensão do que seja TDAH e quais o recurso disponível para o seu
15

tratamento além de fornecer umas novas alternativas para a integração do indivíduo


na sociedade. (Bastos, Fernando Lages. Histórico sobre TDAH. Disponível em:
www.uol.com.br. Acesso em: 20 out. 2023).
16

OBJETIVOS

Como principal objetivo, pretende-se compreender sobre o tema:


Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), os tipos mais comuns
encontrados atualmente, caracterização, diagnóstico, tratamento, programa de
treinamento de pais com crianças com TDAH e intervenção.

OBJETIVO GERAL
Com o estudo ambiciona-se analisar e compreender mais sobre a relação
entre família, professor e aluno com TDAH.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Pretende-se, compreender o comportamento de alunos hiperativos, bem
como, buscar o diagnóstico precoce e consequentemente tratamento, a análise será
feita através de observação e estudo de crianças hiperativas, e entrevistas com
pessoas relacionadas com o meio, como por exemplo, a profissional psicopedagoga.
17

METODOLOGIA

A princípio foi feita um acompanhamento do aluno M., da 2ª série do


ensino fundamental foi diagnosticado pela psicóloga do Conselho Tutelar de
Americana, Míriam Caro Bignotto,como hiperativo/impulsivo devido a sua
inquietação, mexendo sempre com as mãos e os pés e também por não parar quieto
na carteira. Percebia que ele não conseguia realizar suas atividades quieto e em
silêncio (o que muitas vezes chegou a atrapalhar o rendimento da aula).
Constatou-se que o aluno era hiperativo devido a sua movimentação
excessiva; a falta de atenção; a impaciência; a impulsividade; a distração; uma certa
impossibilidade de focalizar a atenção por muito tempo em um determinado objetivo,
o que acabou lhe trazendo um certo tipo de rejeição e acabou-se até duvidando de
sua capacidade intelectual.
Como seus pais se recusavam a colaborar, pois declarava que seu filho
não é doente, optou-se por fazer uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto. Foi
encontrado outro problema, pois a literatura sobre o assunto é muito escassa.
Muitos livros não foram traduzidos, sendo difícil o acesso a eles.
Apesar das dificuldades em encontrar o material insisti em continuar, pois
percebi a importância do tema, dando ao pouco conhecimento que se tem sobre o
assunto. Portanto, a pesquisa ficou restrita a poucos livros, alguns periódicos, sites
da Internet e material fornecido pela psicóloga, de uso próprio e que não tinha
referencial.
O Transtorno de Déficit de Atenção provocado pela hiperatividade (TDAH)
visa oferecer aos professores condições de analisar e reconceitualizar os chamados
distúrbios de aprendizagem na infância e adolescência à luz das novas contribuições
trazidas pelos estudos na área, bem como possibilitar discussões sobre técnicas de
diagnósticos e intervenções junto a estes problemas.
Os professores devem ter conhecimento do conflito incompetência x
desobediência, e aprender a discriminar entre os dois tipos de problema. É preciso
desenvolver um repertório de intervenções para poder atuar eficientemente no
ambiente da sala de aula de criança com TDAH.
18

Essas intervenções minimizam o impacto negativo de temperamento da


criança. (Goldstein, Sam. Sugestões para Intervenções do Professor. Disponível
em: www.hiperatividade.com.br. Acesso em: 01 out.2023)
19

1. HIPERATIVIDADE: ESTUDO DAS PERSPECTIVAS DE


PROFESSORES.

Segundo Marchiorio (1995, p. 28) o termo Hiperatividade é muitas vezes


utilizado de maneira inadequada, designando crianças com comportamento agitado
aliado a dificuldades de concentração e aprendizagem. Com o objetivo de verificar
qual nível de conhecimento que os professores possuem a respeito deste conceito,
realizou-se o presente estudo que teve como sujeitos 8 professores da rede pública
e de ensino, que lecionavam no primeiro e segundo grau. O material utilizado foi um
questionário com questões abertas que versavam sobre o distúrbio da
Hiperatividade. Os resultados demonstraram que a totalidade dos sujeitos não
possui nenhuma informação das possíveis causas médicas-neurológicas deste
distúrbio, tendendo a classificar a criança hiperativa sem uma fundamentação
consistente. Os sujeitos definiram basicamente este distúrbio através de descrições
de aspectos comportamentais e fisiológicos ou relacionarem a aspectos emocionais
e intelectuais.
Todos os sujeitos indicaram características corretas da hiperatividade,
porém uma pequena parte dos sujeitos relatou não ter certeza se já tiveram contato
anterior ou não com crianças com este distúrbio. Neste sentido, uma parcela não
significativa dos sujeitos admitiu não saber identificá-las embora também afirmem já
terem trabalhado com algumas delas. Os dados permitem concluir que os sujeitos
não possuem um mínimo de informação a respeito da hiperatividade, fato este que
dificulta a percepção e o consequente trabalho dos docentes com crianças com este
tipo de distúrbio.
Portanto a intenção da pesquisa de Marchiori (1995) foi de refletir e
buscar embasamento teórico e prático para constatar a real situação em que se
encontram os alunos hiperativos, bem como, quais trabalhos estão sendo
desenvolvido no sentido de poder ajudá-los.

1.1. Hiperatividade e normalidade


A hiperatividade pode ser considerada normal quando não interfere no
desenvolvimento e na aprendizagem da criança. Algumas crianças consideradas
20

hiperativas conseguem parar diante de propostas que sejam de seu interesse, como
é o caso da televisão e do computador.
Outras desenvolvem as atividades desde que tenham significado para
elas ou diante de interlocutores que se predisponham ao diálogo.
Outras crianças, no entanto, têm dificuldade maior de autocontrole e a
abordagem a ser adotada deve estar voltada para a construção deste autocontrole
num processo de inter-relação. Quando a criança tem dificuldade de chegar à esta
construção é necessário investigar as estratégias utilizadas neste processo visando
a superação do problema.
Para lidar com estas crianças é necessário que o professor seja orientado
acerca de como organizar este processo, recebendo apoio sempre que necessário:

A) Hiperatividade é uma atividade motora intensa, composta por


movimentos involuntários, os quais a criança não consegue controlar. Muitas vezes
essa movimentação intensa é acompanhada por atividade motora. Já na atividade
cognitiva, a criança não consegue concentrar-se e distrai-se com vários estímulos os
quais é submetida.

B) Essas crianças tidas como “desligadas”, “inquietas”, “desajeitadas”,


sendo na maioria das vezes rejeitadas pela sociedade. Muitas vezes, os próprios
pais não sabendo como lidar com o “temperamento difícil” da criança acabam
tornando-se displicentes.
Devido à rejeição a qual é submetida, a criança pode desenvolver
quadros de introversão e agressão variados.

C) A aprendizagem dessa criança acaba sendo bastante prejudicada


devido a dificuldade de concentração.
Durante a idade escola, a criança é considerada como diferente,
indisciplinada, já que costuma manter-se agitada o tempo inteiro, distrai se com
facilidade pela existência de inúmeros estímulos.
Essas crianças são “taxadas” como “crianças problemas” na escola, com
muita dificuldade na aprendizagem, principalmente devido às alterações de atenção
e consequentemente concentração. (Santos, Patrícia. Folha de São Paulo, nº
26.251, p. 11 e 12.15 fev. 2001)
21

Um dos problemas mais graves a serem enfrentados é a discriminação de


professores, colegas e até da própria família.
Crianças com TDAH não conseguem focalizar a atenção nas coisas por
muito tempo e logo se sentem irrequietas e aborrecidas, de modo que se seguem
um estímulo atrás do outro, sempre insatisfeitas, não conseguindo completar quase
nenhuma atividade. Esses tipos de criança vivem o momento presente, levadas pelo
impulso e pela necessidade de estímulos.
Esses tipos de criança vivem o momento presente, levadas pelo
impulso e pela necessidade de estímulos.
22

2.CARACTERIZAÇÂO DO TDAH

O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é


caracterizado por uma constelação de problemas relacionados com falta de atenção,
hiperatividade e impulsividade.
A característica essencial do Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade é um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade,
mais frequente e severo do que aquele tipicamente observado em indivíduos em
nível equivalente de desenvolvimento. Alguns sintomas hiperativo-impulsivos que
causam prejuízo devem ter estado presentes antes dos 7 anos, mas muitos
indivíduos são diagnosticados depois, após a presença dos sintomas por alguns
anos. Algum prejuízo devido aos sintomas deve estar presente em pelo menos dois
contextos (por ex., em casa e na escola ou trabalho). Deve haver claras evidências
de interferência no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional apropriado em
termos evolutivos.
A hiperatividade pode manifestar-se por inquietação ou remexer-se na
cadeira, por não permanecer sentado quando deveria, por correr ou subir
excessivamente em coisas quando isto é inapropriado, por dificuldade em brincar ou
ficar em silêncio em atividades de lazer, por frequentemente parecer estar “a todo
vapor" ou "cheio de gás" ou por falar em excesso. A hiperatividade pode variar de
acordo com a idade e nível de desenvolvimento do indivíduo, devendo o diagnóstico
ser feito com cautela em crianças pequenas. Os bebês e pré-escolares com este
transtorno diferem de crianças ativas, por estar constantemente irrequietos e
envolvidos com tudo a sua volta; eles andam para lá e para cá, movem-se "mais
rápido que a sombra", sobe ou escalam móveis, correm pela casa e têm dificuldades
em participar de atividades sedentárias em grupo durante a pré-escola (por ex., para
escutar uma estória). As crianças em idade escolar exibem comportamentos
similares, mas em geral com menor frequência ou intensidade do que bebês e pré-
escolares. Elas têm dificuldade para permanecer sentadas, levantam-se com
frequência e se remexem ou sentam-se na beira da cadeira, como que prontas para
se levantarem. Elas manuseiam objetos inquietamente, batem com as mãos e
balançam as pernas e braços excessivamente.
23

Com frequência se levantam da mesa durante as refeições, enquanto


assistem televisão ou enquanto fazem os deveres de casa; falam em excesso e
podem fazer ruídos demasiados durante atividades tranquilas.
Hiperatividade - trata-se de uma alteração do comportamento que
impossibilita o indivíduo de permanecer quieto por um período de tempo necessário
para executar determinadas atividades comuns diárias. Por conta do seu
comportamento essas crianças e adolescentes são evitados e considerados
inconvenientes.
A impulsividade manifesta-se como impaciência, dificuldade para protelar
respostas, responder precipitadamente, antes de as perguntas terem sido
completadas, dificuldade para aguardar sua vez e interrupção frequente ou intrusão
nos assuntos de outros ao ponto de causar dificuldades em contextos sociais,
escolares ou profissionais. A impulsividade pode levar a acidentes (por ex., derrubar
objetos, colidir com pessoas, segurar inadvertidamente uma panela quente) e ao
envolvimento em atividades potencialmente perigosas, sem consideração quanto às
possíveis consequências (por ex., andar de skate em um terreno extremamente
irregular).
Esses problemas resultam de um desenvolvimento não adequado e
causam dificuldades na vida diária. O TDAH é um distúrbio biopsicossocial, isto é,
parece haver fortes fatores genéticos, biológicos, sociais e vivenciais que contribuem
para a intensidade dos problemas experimentados. Foi comprovado que o TDAH
atinge 3% a 5% da população durante toda a vida. Diagnóstico precoce e tratamento
adequado podem reduzir drasticamente os conflitos familiares e escolares.
Estima-se que 10% das crianças na idade pré-escolar e 4-5% na idade
escolar apresentam Hiperatividade.
Até há algum tempo, pensava-se que os sintomas do TDAH diminuíam
com a adolescência. As pesquisas mostraram que a maioria das crianças com TDAH
chega à imaturidade com um padrão de problemas muito similar aos da infância e
que adultos com TDAH experimentam dificuldades no trabalho, na comunidade e
com suas famílias. Também há registros de um número maior de problemas
emocionais, incluindo depressão e ansiedade.
Em 1902, pesquisadores descreveram pela primeira vez as características
dos problemas de impulsividade falta de atenção e hiperatividade apresentadas por
crianças com TDAH. Desde então, o distúrbio foi denominado de várias maneiras,
24

entre elas, Disfunção Cerebral Mínima, Reação Hipercinética da Infância e Distúrbio


de Déficit de Atenção. (Goldstein, Sam. Disponível em: www.hiperatividade.com.br.
Acesso em: 5 nov.2023).
As manifestações comportamentais geralmente aparecem em múltiplos
contextos, incluindo a própria casa, a escola, o trabalho ou situações sociais. Para
fazer o diagnóstico, algum prejuízo deve estar presente em pelo menos dois
contextos. É raro um indivíduo apresentar o mesmo nível de disfunção em todos os
contextos ou dentro do mesmo contexto em todos os momentos.
Os sintomas tipicamente pioram em situações que exigem atenção ou
esforço mental constante ou que não possuem um apelo ou novidade intrínseca (por
ex., escutar professores, realizar deveres escolares, escutar ou ler materiais
extensos ou trabalhar em tarefas monótonas e repetitivas).
Os sinais do transtorno podem ser mínimos ou estar ausentes quando o
indivíduo se encontra sob um controle rígido, está em um contexto novo, está
envolvido em atividades especialmente interessantes, em uma situação a dois (por
ex., no consultório do médico) ou enquanto recebe recompensas frequentes por um
comportamento apropriado. Os sintomas são mais prováveis em situações de grupo
(por ex., no pátio da escola, sala de aula ou ambiente de trabalho).

2.1 O problema

O TDAH interfere na habilidade da pessoa de manter a atenção -


especialmente em tarefas repetitivas - de controlar adequadamente as emoções e o
nível de atividade, de enfrentar consequências consistentemente e, talvez o mais
importante, na habilidade de controle e inibição. Inibição refere-se à capacidade de
evitar a expressão de forças poderosas que levam a agir sob o domínio do impulso,
de modo a permitir que haja tempo para o autocontrole. As pessoas com TDAH até
podem saber o que deve ser feito, mas não conseguem fazer aquilo que sabem
devido à inabilidade de realmente poder parar e pensar antes de reagir, não
importando o ambiente ou a tarefa. (Goldstein, Sam. Disponível em:
www.hiperatividade.com.br. Acesso em: 21 out.2023).
25

2.2. Diagnóstico

O diagnóstico do TDAH é um processo de múltiplas facetas. Diversos


problemas biológicos e psicológicos podem contribuir para a manifestação de
sintomas similares apresentados por pessoas com TDAH. Por exemplo, a falta de
atenção é uma das nove características do processo de depressão. Impulsividade é
uma descrição típica de delinquência.
O diagnóstico de TDAH pede uma avaliação ampla. Não se pode deixar
de considerar e avaliar outras causas para o problema, assim, é preciso estar atento
à presença de distúrbios concomitantes (comorbidades).
O aspecto mais importante do processo de diagnóstico é um cuidadoso
histórico clínico e desenvolvimental. A avaliação do TDAH inclui frequentemente,
um levantamento do funcionamento intelectual, acadêmico, social e emocional.
O exame médico também é importante para esclarecer possíveis causas
de sintomas semelhantes aos do TDAH (por exemplo, reação adversa à medicação,
problemas de tiroide, etc.) O processo de diagnóstico deve incluir dados recolhidos
com professores e outros adultos que, de alguma maneira, interagem de maneira
rotineira com a pessoa sendo avaliada.
Embora se tenha tornado prática popular testar algumas habilidades
como resolução de problemas, trabalhos de computação e outras, a validade dessa
prática bem como sua contribuição adicional a um diagnóstico correto continuam a
ser analisadas pelos pesquisadores. (hiperatividade: Compreensão, Avaliação e
Atuação: Uma Visão Geral sobre o TDAH. Publicado em 21 abr. 1999)
No diagnóstico de adultos com TDAH, mais importante ainda é conseguir
o histórico cuidadoso da infância, do desempenho acadêmico, dos problemas
comportamentais e profissionais. À medida que aumenta o reconhecimento de que
o transtorno é permanente durante a vida da pessoa, os métodos e questionários
relacionados com o diagnóstico de um adulto com TDAH estão sendo padronizados
e se tornando cada vez mais acessíveis.

2.3. Tratamento
O tratamento de crianças com TDAH exige um esforço coordenado entre
os profissionais das áreas médica, saúde mental e pedagógica, em conjunto com os
26

pais. Esta combinação de tratamentos oferecidos por diversas fontes é denominada


de intervenção multidisciplinar. Um tratamento com esse tipo de abordagem inclui:
* treinamento dos pais quanto à verdadeira natureza do TDAH e em
desenvolvimento de estratégias de controle efetivo do comportamento;
* um programa pedagógico adequado;
* aconselhamento individual e familiar, quando necessário, para evitar o
aumento de conflitos na família;
* uso de medicação, quando necessário.
Os medicamentos mais utilizados para o controle dos sintomas do TDAH
são os psicoestimulantes; 70% a 80% das crianças e dos adultos com TDAH
apresentam uma resposta positiva. Esse tipo de medicamento é considerado
“performance enhancer”. Portanto, eles podem, até certo ponto, estimular a
performance de todas as pessoas. Mas, em razão do problema específico que
apresentam, crianças com TDAH apresentam uma melhora dramática, com redução
do comportamento impulsivo e hiperativo e aumento da capacidade de atenção.
O controle do comportamento é uma intervenção importante para crianças
com TDAH. O uso eficiente do reforço positivo combinado com punições num
modelo denominado “custo de resposta” tem sido uma maneira particularmente
bem-sucedida de lidar com crianças portadoras do transtorno.
O sucesso na sala de aula frequentemente exige uma série de
intervenções. A maioria das crianças com TDAH pode permanecer na classe
normal, com pequenos arranjos na arrumação da sala, utilização de um auxiliar e/ou
programas especiais a serem utilizados fora da sala de aula. As crianças com
problemas mais sérios exigem salas de aulas especiais.
Os adultos com TDAH apresentam resposta aos estimulantes e outros
medicamentos semelhante à das crianças. Eles também podem se beneficiar
aprendendo a estruturar seu meio ambiente, desenvolvendo hábitos organizacionais
e procurando um aconselhamento profissional. Quando necessário, uma
psicoterapia de curto prazo pode ajudar a enfrentar as exigências da vida e os
problemas pessoais do momento. Terapias mais prolongadas podem ensinar a
mudar comportamentos e a criar estratégias de enfrentamento a pessoas que
apresentam uma combinação de TDAH e problemas concomitantes - especialmente
depressão.
27

Aumenta a cada dia o reconhecimento da eficiência dos tratamentos na


redução dos sintomas imediatos apresentados por pessoas com TDAH. Os
pesquisadores, no entanto, acreditam que somente reduzir os sintomas das crianças
com TDAH não traz resultados satisfatórios a longo prazo. Assim, aumenta a
consciência de que os fatores que predispõem todas as crianças à uma vida bem-
sucedida são especialmente importantes para as crianças que apresentam
problemas relacionados a distúrbios como o TDAH. Há uma maior aceitação da
necessidade de “equilibrar a balança” para as pessoas com TDAH. Portanto, os
tratamentos são aplicados para permitir alívio dos sintomas enquanto se trabalha no
sentido de assistir a pessoa a construir uma vida bem-sucedida. A máxima “tornar
as tarefas interessantes e fazer o pagamento valer a pena” parece ser
extremamente importante para as pessoas com TDAH. (Goldstein e Goldstein,
1998).
28

3. PROGRAMAS DE TREINAMENTO PARA PAIS DE CRIANÇAS


COM TDAH

Os dados contidos neste capítulo foram baseados documentos


levantados da Internet. (Goldstein e Goldstein, Disponível em:
www.hiperatividade.com.br/oldsite/artigos/compreensão.php. Acesso em:
5 nov. 2023)

1. Aprender o que é TDAH


*Os pais devem compreender que, para poder controlar em casa o
comportamento resultante do TDAH, é preciso ter um conhecimento correto do
distúrbio e suas complicações.

2. Incapacidade de compreensão versus rebeldia


*Os pais devem desenvolver a capacidade de distinguir entre problemas
que resultam de incapacidade e problemas que resultam de recusa ativa em
obedecer a ordens. Os primeiros devem ser tratados através da educação e
desenvolvimento de habilidades. Os outros são resolvidos de maneira satisfatória
através de manipulação das consequências.

3. Dar instruções positivas


*Pais devem cuidar para que seus pedidos sejam feitos de
maneira positiva ao invés de negativa. Uma indicação positiva mostra para a
criança o que deve começar a ser feito e evita que ela focalize em parar o que está
fazendo.

4. Recompensar
* Os pais devem recompensar amplamente o comportamento
adequado. Crianças com TDAH exigem respostas imediatas, frequentes, previsíveis
e coerentemente aplicadas ao seu comportamento. Da mesma maneira, necessitam
de mais tentativas para aprender corretamente. Quando a criança consegue
completar uma tarefa ou realiza alguma coisa corretamente, deve ser recompensada
socialmente ou com algo tangível mais frequentemente que o normal.
29

5. Escolher as batalhas
*Os pais deveriam escolher quando e como gastar suas energias numa
batalha, sempre reforçando o positivo, aplicando consequências imediatas para
comportamentos que não podem ser ignorados e usando o sistema de créditos ou
pontos. É essencial que os pais estejam sempre um passo à frente.

6. Usar técnicas de “custo de resposta”.


*Os pais devem entender bem o que seja “custo de resposta”, uma
técnica de punição em que se pode perder o que se ganhou.

7. Planejar adequadamente
* Os pais devem aprender a reagir aos limites de seu filho de maneira
positiva e ativa. Aceitar o diagnóstico de TDAH significa aceitar a necessidade de
fazer modificações no ambiente da criança. A rotina deve ser consistente e
raramente variar. As regras devem ser dadas de maneira clara e concisa.
Atividades ou situações em que já ocorreram problemas devem ser evitadas ou
cuidadosamente planejadas.

8. Punir adequadamente
* Os pais devem compreender que a punição sozinha não irá reduzir os
sintomas de TDAH. Punir deve ser uma atitude diretamente relacionada apenas a
um comportamento declaradamente desobediente. No entanto, a punição só trará
modificação de comportamento para crianças com TDAH se acompanhada de uma
estratégia de controle.

9. Construir ilhas de competência


*O que realmente importa para o sucesso dessa criança na vida é o que
existe de certo com ela e não o que está errado. Cada vez mais, a área da saúde
mental focaliza seu trabalho em aumentar os pontos fortes em vez de tentar diminuir
os pontos fracos. Uma das melhores maneiras de criar pontos fortes é uma boa
relação dos pais com seu filho.
30

4. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA QUE ATENDE PORTADORES


DE TDAH.

Baseado em material oferecido pela Psicóloga do Conselho Tutelar de


Americana, Míriam Caro Bignotto.
A escola que melhor atende as necessidades dos portadores de TDAH é
aquela cuja preocupação maior está em desenvolver o potencial específico de cada
aluno, em atender às suas características únicas, em perceber seus pontos fortes e
tentar superar pontos fracos, porque eles irão precisar de apoio e intervenção
acadêmica com mais intensidade. (Goldstein e Goldstein. Disponível em:
www.hiperatividade.com.br. Acesso em: 21 jan.2018)
A comunicação freqüente entre a escola e a família é um fator importante
para que tanto professores como pais possam trocar experiências relevantes para
as horas difíceis.
Há uma grande variedade de intervenções específicas que o professor
pode fazer para ajudar a criança com Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH) a se ajustar melhor à sala de aula, vejamos algumas
sugestões:
1 - Colocar a criança perto de colegas que não o provoquem, perto da
mesa do professor, na parte de fora do grupo.
2 - Encorajar frequentemente, elogiar e ser afetuoso, porque essas
crianças desanimam facilmente. Dar responsabilidades que elas possam cumprir faz
com que se sintam necessárias e valorizadas. Começar com tarefas simples e
gradualmente mudar para mais complexas.
3 - Nunca provocar constrangimento ou menosprezar o aluno.
Uma sala de aula eficiente para crianças desatentas deve ser organizada
e estruturada. A estrutura supõe regras claras, um programa previsível e carteiras
separadas. Os prêmios devem ser coerentes e frequentes. Um programa de reforço
baseado em ganho e perda deve ser parte integral do trabalho da classe. A
avaliação do professor deve ser frequente e imediata. Interrupções e pequenos
incidentes têm menores consequências se ignorados. O material didático deve estar
adequado à habilidade da criança. Estratégias cognitivas que facilitam a
autocorreção, assim como melhoram o comportamento nas tarefas, devem ser
ensinadas. As tarefas devem variar, mas continuar sendo interessantes para os
31

alunos. Os horários de transição, bem como os intervalos e reuniões especiais,


devem ser supervisionados. Pais e professores devem manter uma comunicação
frequente.
Os professores também precisam estar atentos à qualidade de reforço
negativo do seu comportamento. As expectativas devem ser adequadas ao nível de
habilidade da criança e deve-se estar preparado para mudanças. (Bromberg, M. C.
Disponível em: www.hiperatividade.com.br. Acesso 01 out. 2023)
Os professores devem ter conhecimento do conflito incompetência x
desobediência, e aprender a discriminar entre os dois tipos de problema. É preciso
desenvolver um repertório de intervenções para poder atuar eficientemente no
ambiente da sala de aula de uma criança com TDAH. Essas intervenções
minimizam o impacto negativo do temperamento da criança.

4.1. Vejamos o material apresentado a seguir para o sucesso na sala de aula de


acordo com (Goldstein. Disponível em: www.hiperatividade.com.br. Acesso 5 nov.
2023)

4.1.1 Chamar e prender atenção

-Uso de novidades e incentivos


- Técnicas de questionamento eficazes
- Uso de organizadores gráficos
- Sinais: apontar, bater um compasso etc.
- Uso de retroprojetor
- Respostas escritas combinadas com atividades auditivas

4.1.2. Manejo da classe

- Clareza na comunicação e nas expectativas


- Uso de colegas tutores
- Regras e consequências em exposição
- Uso do controle por proximidade
32

- Alunos repetem as instruções sinais, elogios e reforço nas horas de


transição.
- Revisão das regras e auto monitoramento no trabalho de grupo

4.1.3. Aprendizagem ativa

- Aprendizagem cooperativa:
- Utilização de parceiros
- Membros do grupo com função pré-determinada
- Responsabilidade e auto monitoramento
- Respostas em grupo (quadro-negro)

4.1.4. Organização e hábitos de estudo

- Utilização dos programas e expectativas da escola


- Utilização de cadernos e agenda de tarefas
- Tarefas claramente definidas e expostas na sala
- Sistema de estudo colega/parceiro

4.1.5. Instruções multissensoriais e acomodações para os diversos estilos de


aprendizagem

- Utilização de ritmo e melodia


- Instruções apresentadas visual e auditivamente
- Uso do computador e atividades tipo "mão na massa"
- Ambiente da classe focalizado no trabalho dos alunos
- Opções para o local de estudo
- Cantos reservados e áreas isoladas de estudo
- Áreas formais/informais
- Uso de fone de ouvido e outros instrumentos
33

4.1.6. Modificações da produção escrita

- Apresentação de trabalhos e testes orais


- Tarefas e atividades mais curtas
- Desenvolver habilidades da escrita no teclado
- Tipos variados de papel (de computador, gráfico, quadriculado etc.).

4.1.7. Práticas colaborativas

- Equipes consultoras para os estudos (formadas por alunos)


- Enfatizar a parceria com os pais
- Ensinar o trabalho em equipe para desenvolver disciplina
- Utilização de tutores de outras idades
- Necessidade de tempo para planejamento e de apoio administrativo

4.2. Sugestões para intervenções do professor

Entrevista e acompanhamento de tratamento segundo (Goldstein.


Disponível em: www.hiperatividade.com.br. Acesso 05 nov. 2023)
Há uma grande variedade de intervenções específicas que o professor
pode fazer para ajudar a criança com TDAH a se ajustar melhor à sala de aula:
Proporcionar estrutura, organização e constância (exemplo: sempre a
mesma arrumação das cadeiras ou carteiras, programas diários, regras claramente
definidas).
Colocar a criança perto de colegas que não o provoquem, perto da mesa
do professor, na parte de fora do grupo.
Encorajar frequentemente, elogiar e ser afetuoso, porque essas crianças
desanimam facilmente. Dar responsabilidades que elas possam cumprir faz com
que se sintam necessárias e valorizadas. Começar com tarefas simples e
gradualmente mudar para mais complexas.
Proporcionar um ambiente acolhedor, demonstrando calor e contato físico
de madeira equilibrada e, se possível, fazer os colegas também terem a mesma
atitude.
34

Nunca provocar constrangimento ou menosprezar o aluno. Proporcionar


trabalho de aprendizagem em grupos pequenos e favorecer oportunidades sociais.
Grande parte das crianças com TDAH consegue melhores resultados acadêmica,
comportamentais e sociais quando no meio de grupos pequenos.
Comunicar-se com os pais. Geralmente, eles sabem o que funciona
melhor para o seu filho.
Ir devagar com o trabalho. Doze tarefas de 5 minutos cada uma traz
melhor resultados do que duas tarefas de meia hora. Mudar o ritmo ou o tipo de
tarefa com frequência elimina a necessidade de ficar enfrentando a inabilidade de
sustentar a atenção, e isso vai ajudar a autopercepção.
Favorecer oportunidades para movimentos monitorados, como uma ida à
secretaria, levantar-se para apontar o lápis, levar um bilhete para o professor, regar
as plantas ou dar de comer à mascote da classe.
Adaptar suas expectativas quanto à criança, levando em consideração as
deficiências e inabilidades decorrentes do TDAH. Por exemplo, se o aluno tem um
tempo de atenção muito curto não esperar que ele se concentre em apenas uma
tarefa durante todo o período da aula.
Recompensar os esforços, a persistência e o comportamento bem-
sucedido ou bem planejado.
Proporcionar exercícios de consciência e treinamento dos hábitos sociais
da comunidade. Avaliação frequente sobre o impacto do comportamento da criança
sobre ela mesma e sobre os outros ajuda bastante.
Favorecer frequente contato aluno/professor. Isto permite um “controle”
extra sobre a criança com TDAH, ajuda-a a começar e continuar a tarefa, permite um
auxílio adicional e mais significativo, além de possibilitar oportunidades de reforço
positivo e incentivo para um comportamento mais adequado.
Colocar limites claros e objetivos; ter uma atitude disciplinar equilibrada e
proporcionar avaliação frequente, com sugestões concretas e que ajudem a
desenvolver um comportamento adequado.
Assegurar que as instruções sejam claras, simples e dadas uma de cada
vez, com um mínimo de distrações.
Evitar segregar a criança que talvez precise de um canto isolado com
biombo para diminuir o apelo das distrações; fazer do canto um lugar de
recompensa para atividades bem-feitas em vez de um lugar de castigo.
35

Desenvolver um repertório de atividades físicas para a turma toda, como


exercícios de alongamento ou isométricos.
Estabelecer intervalos previsíveis de períodos sem trabalho que a criança
pode ganhar como recompensa por esforço feito. Isso ajuda a aumentar o tempo da
atenção concentrada e o controle da impulsividade através de um processo gradual
de treinamento.
Reparar se a criança se isola durante situações recreativas barulhentas.
Isso pode ser um sinal de dificuldades de coordenação ou auditivas que exigem uma
intervenção adicional.
Preparar com antecedência a criança para as novas situações. Ela é
muito sensível em relação às suas deficiências e facilmente se assusta ou se
desencoraja.
Desenvolver métodos variados utilizando apelos sensoriais diferentes
(som, visão, tato) para ser bem-sucedido ao ensinar uma criança com TDAH. No
entanto, quando as novas experiências envolvem uma miríade de sensações (sons
múltiplos, movimentos, emoções ou cores), esse aluno provavelmente irá precisar de
tempo extra para completar sua tarefa.
Não ser mártir! Reconhecer os limites da sua tolerância e modificar o
programa da criança com TDAH até o ponto de se sentir confortável. O fato de fazer
mais do que realmente quer fazer traz ressentimento e frustração.
Permanecer em comunicação constante com o psicólogo ou orientador da
escola. Ele é a melhor ligação entre a escola, os pais e o médico.
36

5. DÉFICIT DE APRENDIZAGEM

Segundo (Bromberg, M. C. Disponível em: www.hiperatividade.com.br.


Acesso 1 out. 2023).
Os professores sabem o que muitos profissionais não sabem: não existe
apenas uma única síndrome de Déficit de Atenção (DA), mas muitas; que DA
raramente ocorre de uma forma "pura", mas, ao contrário, normalmente apresenta-
se ligada a muitos outros problemas como dificuldade de aprendizado ou mal humor
; que DA muda conforme o clima, é inconstante e imprevisível; e que o tratamento
para DA, a respeito de ser claramente esclarecido em vários livros, representa uma
dura missão de trabalho e devoção.
Os professores são, frequentemente, aqueles que mais facilmente
percebem quando um aluno está tendo problemas de atenção, aprendizagem,
comportamento ou emocionais/afetivos e sociais. O primeiro passo a ser dado na
tentativa de solucionar os problemas é verificar o que realmente está acontecendo.
Essa primeira avaliação deveria ser feita por um grupo dentro da escola, levando em
consideração o comportamento do aluno em várias atividades e situações. Depois,
um encontro com os pais se faz necessário, onde a escola transmite suas
preocupações aluno e mostra as opções para um diagnóstico correto, que talvez
necessite avaliações de profissionais de outras áreas (saúde, psicologia etc.). No
entanto, os professores devem ter o cuidado de não diagnosticar, mas apenas
descrever o comportamento e o rendimento do aluno, propondo um possível curso
de ação.
Não há uma solução fácil para administrar DA na sala de aula ou em
casa. Depois de tudo é feito, a eficácia de qualquer tratamento deste problema na
escola depende do conhecimento e da persistência da escola e do professor.
Até a alguns anos atrás o "déficit de atenção" era conhecido como
"disfunção cerebral mínima". Mais e mais o conceito de "déficit de atenção" está
mudando, de "desordem" pela inclusão de uma série de qualidades como a
criatividade, alta inteligência, habilidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, e
por um forte senso de intuição.
Aspectos negativos é desorganização, distração, esquecimento,
dificuldade de completar tarefas, falta de senso de horário, bagunça.
37

Crianças com "déficit de atenção" quando adultas, permanecem


hiperativas, e incapazes de ficar paradas.
Pessoas de pensamento muito rápido (fast-moving mind) como são
conhecidas, podem estar bem adaptadas no contexto apropriado. Se uma criança
muito agitada aprende bem, num contesto menos maçante, ela tem uma dificuldade
de aprendizagem?!
Grande parte dos problemas de crianças com déficit de atenção (ADD -
AttentionDeficitDisorder) provém da falta de compreensão e de informação dos pais
e educadores. A questão não é o que há de errado com estas crianças, mas como
são elas?
De alguma forma é como se você fosse super cobrado tempo todo.
A criança ou adulto com hiperatividade e déficit de atenção está aqui, ali,
em todo lugar, fica tamborilando, batendo os pés movimentando-se, cantando,
assobiando, olhando aqui e ali, coçando-se, espreguiçando, rabiscando e as
pessoas acham que ela não está prestando atenção. Ela se perde no tempo. As
coisas acontecem todas ao mesmo tempo. Vendo televisão ela muda de canal a
todo instante. Não tem capacidade de esperar na fila. Tem sempre o impulso de se
movimentar, agir...
Durante uma conversa "sai do ar". A chave é a distração. Gosta de correr
riscos. Está na frente, tirando conclusões e inventando soluções. A forma de
cognição é qualitativamente diferente da maioria das pessoas. Quando não
compreendidas ou não tratadas devidamente essas crianças ou mesmo os adultos
são frequentemente derrubadas pelo sistema. Tornam-se enfraquecidas,
desanimadas (escolas, empresas etc.).
Elas têm seus próprios ritmos. Cabeças de caleidoscópio, pensando
muitas coisas, juntando ideias, mil ideias ao mesmo tempo.
O rotulado déficit de atenção é um estilo de vida, mais que um punhado
de sintomas.
Depois que o diagnóstico é feito, fica mais fácil se achar novas
possibilidades de mudanças reais.
Os portadores de "déficit de atenção"(ADD) possuem 3 características ou
componentes:
- Distração;
- Impulsividade;
38

- Gostam de correr riscos;


O déficit de atenção e hiperatividade são características.
Quando adultos podem ter diminuídos estes sintomas, pelo ambiente
favorável em que vivem e pela aprendizagem (treino constante).
Distrações são frequentemente confundidas com inabilidade da criança.
Mesmo assim são capazes de prestar muita atenção "hiper focalizar" o que o
interessa. Não existe déficit de atenção frente a um videogame.
O fato é que não prestam atenção a "alguma coisa", mas prestam atenção
a "todas as coisas". "Quando na sala de aula, percebem o movimento fora da sala,
pela janela ou pela porta, às outras crianças que se distraem a mosca que voa
etc...”.
A Impulsividade tem suas duas manifestações. O impulso que é no
mundo de hoje o agir sem pensar, no passado refletia um rápido julgamento, ou
rápida decisão.
Outro aspecto da impulsividade é a impaciência.
Por outro lado, os que "gostam de correr riscos" possuem a
característica mais perigosa nos tempos atuais. (Goldstein e Goldstein. Disponível
em www.hiperatividade.com.br. Acesso 5 nov. 2023).
A baixa autoestima é crucial, e a recuperação da autoestima é muito
importante para fortalecer o indivíduo e encorajá-lo a mudanças.
A compreensão do problema nos obriga a direcionar e reestruturar a
escola e trabalhar melhor o ambiente para melhor acomodar as necessidades do
portador do déficit de atenção.
Inatenção, impulsividade, hiperatividade, inibição ou inabilidade, gap entre
capacidade e desempenho podem passar da inatenção para a concentração rápida.
Energia cerebral bipolar. A criança pode ser muito perceptiva, curiosa, criativa e
inventiva. O atraso de resposta são as marcas do déficit de atenção. Os "sintomas"
não desaparecem com a idade.
Deve-se levantar a história clínica e a história familiar dos portadores do
déficit de atenção. Verificaremos outros casos na família com tais características.
É necessária compreensão, determinação, perseveração e paciência por
parte dos familiares e educadores, que devem desenvolver um trabalho integrado. O
objetivo do tratamento (treinamento) é aumentar a habilidade de focalizar a atenção
com tarefas maçantes.
39

Essas crianças podem apresentar dificuldades em algumas áreas da vida


como aprendizagem, relacionamento, autoestima, mau-humor, comportamento e
relações familiares.
A comunicação frequente entre a escola e a família é um fator importante
a garantir nesse novo relacionamento, para que tanto professores como pais
possam trocar experiências relevantes para as horas difíceis. Saber o que está se
passando durante o tempo que a criança ou o adolescente está no outro ambiente
ajuda a compor o quadro real da situação, e esse confiar no outro é que realmente
estabelece a parceira. Nesse sentido, é muito útil um instrumento de comunicação
escrita que seja utilizado diariamente. Mas esse é um instrumento a ser usado com
bom senso, no sentido da cooperação, não da cobrança e da rivalidade.
40

6. CORRIGIR SEM CRITICAR

De acordo com John Taylor (Disponível: www.hiperatividade.com.br


Acesso 5 nov. 2023), há sempre uma maneira produtiva de conversar com as
crianças a respeito de seu comportamento. Os métodos apresentados aqui servem
tanto para pais, professores, orientadores, líderes de grupos de jovens quanto para
qualquer adulto responsável pela supervisão e cuidado de crianças e adolescentes.
Falar demais é o erro mais comum cometido pelos pais. Cutucar, lembrar,
repetir ordens e falar mais de uma vez para fazer isto, não fazer aquilo cria
ressentimento tanto nos pais quanto nos filhos. A crítica é um ato destrutivo que
convida à vingança. A correção é uma arte útil que convida à cooperação. Não
existe a crítica construtiva. Baseada na crença falsa que, para fazer a criança agir
melhor, precisamos primeiro fazê-la sentir-se pior, a crítica normalmente causa mais
problemas do que o comportamento errado inicial.
Quando um problema de comportamento acontece, confrontar a criança é
um importante e poderosa ação e deve ser usada para aumentar a harmonia
familiar. Corrigir sem criticar é um aspecto importante para a orientação eficiente da
criança. Fortalece o amor do filho para com os pais e aumenta a sensação de
segurança emocional no relacionamento.
Dos itens citados abaixo devemos rever frequentemente para lembrarmos
como de incentivar a criança quando for necessário um confronto.

6.1. Confronto Eficiente

O adulto solicita a opinião/participação da criança, com isso demonstra


que confia nela.
• Pede a opinião da criança
• Comunicação de mão dupla
• A criança tem opções, pode analisar alternativas.
• A lógica da criança é respeitada
• Faz perguntas condutoras
41

• Respeita a criança
• Soluciona problemas
• Pede para a criança considerar o ponto de vista do adulto
• Aceitação do ponto de vista da criança como uma opção válida
• Resolve problemas de fundo que estejam levando ao
comportamento inadequado
• Não repete as mensagens
• Adulto pratica os valores em discussão - cortesia, gentileza
• Promove harmonia

6.1.1. Pais incentivadores

Não desanime por causa deste único “deslize”.


"Você fez alguns erros em relação ao tipo de comida, mas está fazendo
cada vez menos”.
"Você está fazendo cada vez menos erros".
"Não se preocupe com a Tati. Veja o seu próprio progresso - você está
fazendo cada vez menos erros no tipo de comida e isso é que é importante”.
"Você vai fazer cada vez menos erros na escolha da comida a medida
que fica com mais prática na dieta."
"Talvez na próxima vez seja melhor, porque, depois desta nossa
conversa, vou ter mais da comida certa para você na geladeira”.
"Vamos ver porque você está tendo problemas”.
"O mundo não vai acabar por causa disso, mas é melhor mudarmos
alguma coisa para que não aconteça outra vez”.
"Não vamos desperdiçar a experiência. O que podemos aprender com ela
para que seja melhor da próxima vez? ”

6.2. Confronto Ineficiente

• A criança tem que pensar o que é mandado pensar


• Comunicação unilateral, adulto fala, criança ouve.
• A criança não tem opções, é mandado fazer.
42

• A lógica da criança não é percebida


• Faz sermão
• Acusa
• Exige obediência
• Exige que a criança aceite o ponto de vista do adulto
• Rejeição do ponto de vista da criança
• Os problemas básicos e as necessidades da criança não são
resolvidos
• Adulto é falador, gosta de "ensinar”.
• Adulto pratica ser autoritário e exigente
• Destrói a harmonia

6.2.1. O juiz

"Desista. Você não consegue mesmo se manter na dieta".


"Você nunca foi boa em manter a dieta, e isso agora só confirma”.
"Você continua fazendo a dieta errada. Não consegue aprender?"
"Você não está fazendo a dieta tão bem quanto a Tati. Você não quer
fazer que nem ela?"
"Você nunca vai conseguir fazer uma dieta”.
"Aposto que, da próxima vez que nós sairmos, você vai comer o que não
deve escondido, outra vez”.
"Não tem desculpa comer a coisa errada”.
"Não seguir a dieta é horrível, muito ruim”.
"Sair da dieta quer dizer que todo o seu e o meu esforço até agora foi
pura perda de tempo".
Segundo (Bromberg, M. C. Disponível em: www.hiperatividade.com.br.
Acesso 23 out. 2023), todas as pessoas que lidam com portadores de TDAH ficam
tão ligadas nas dificuldades por eles apresentadas, ou nas características que
incomodam e trazem problemas, que acabam não reconhecendo os pontos positivos
que eles possuem e que, na maioria das vezes, são características realmente
extraordinárias e dignas de serem notadas, encorajadas e aproveitadas.
43

A pedagoga Sandra Rief, especialista em Educação Especial e Recursos


de Aprendizagem, faz uma lista de pontos fortes comumente encontrados em
crianças, adolescentes e adultos com TDAH:
- Resiliência
- Espontaneidade
- Engenhosidade
- Criatividade
- Ousadia
- Intuição
- Imaginação
- Inventividade
- Inovação
- Boa observação
- Sensibilidade às necessidades dos outros
- Generosidade
- Energia infinita

Cabe a nós, "os outros", valorizar esses traços positivos na luta para
aumentar a autoestima, ajudar a desenvolver essas qualidades para que elas
suplantem as dificuldades e aproveitar esses dons para conduzir nossos TDAHs na
conquista de uma vida mais produtiva e feliz.
44

7. PESQUISA DE CAMPO

ENTREVISTA REALIZADA PELA PSICÓLOGA DO CONSELHO


TUTELAR A UMA PROFESSORA DO ENSINO FUNDAMENTAL.

Escola: EE Profª .
Fernandópolis – Professora: P. S.
Sexto ano

1- Como você observa o comportamento da maioria dos seus alunos?


R: “São agitados, agressivos e desobedientes”

2- Você tem algum aluno com um comportamento “parecido” com a hiperatividade?


R: “Sim. Ele não faz as atividades propostas; não consegue se concentrar; pega
material para brincar; não apresenta uma determinada organização; grita; ri sozinho;
não consegue parar sentado por muito tempo; não consegue se concentrar nas
explicações das atividades”.

3- Você saberia lidar com essa criança? Por quê?


R: “Infelizmente não. Sinceramente nem sei por onde começar e a quem recorrer
visto que na nossa área da educação ainda deixamos de aprender muita coisa”.

4- Então, a quem você iria buscar ajuda?


R: “A um psicólogo, talvez”.

Infelizmente não foi possível continuar pois a Psicóloga não pôde dispor de seu
tempo para que continuássemos a entrevista.

7.1. Guia utilizado por profissionais especializados em TDAH para o


diagnóstico clínico.
45

Conhecendo você poderá ter uma ideia de como o diagnóstico é feito e poderá
suspeitar do mesmo ao "aplicar" os critérios abaixo em alguém que você conhece.
Lembre-se que o diagnóstico definitivo só pode ser fornecido por um profissional.

CRITÉRIO A: Assinale com um X na coluna correta.


Nunca pouc bastan Quase
Raramente o te Sempre
Ele presta pouca atenção em
detalhes e faz erros por falta de
atenção nos deveres?
Ele mexe com as mãos e pés quando
está sentado ou se mexe muito na
cadeira?
Ele tem dificuldade de ficar
concentrado nos deveres e também
nos jogos?
Ele sai do lugar na sala de aula ou
em outras situações (ex: mesa de
jantar) quando deveria ficar
sentado?
Ele parece estar prestando atenção
em outras coisas quando se fala
com ele?
Ele corre ou trepa nas coisas
quando deveria ficar tranqüilo?
Ele tem dificuldade em seguir
instruções até o fim ou deixa os
deveres sem terminar?
Ele tem dificuldade de ficar em
silêncio enquanto brinca?
Ele é desorganizado com os deveres
e outras atividades no dia-a-dia?
Ele é "elétrico" e fica "a mil por
46

hora?"
Ele evita ou antipatiza com deveres
ou atividades que exijam
concentração?
Ele fala demais?
Ele perde material da escola ou
coisas do dia-a-dia?
Ele responde às perguntas antes
dos outros terminarem de falar?
Ele se distrai com facilidade com
coisas fora daquilo que está
fazendo?
Ele tem dificuldade de esperar a
vez?

Ele se esquece de coisas que


deveria fazer no dia-a-dia?

Ele interrompe os outros ou se mete


na conversa dos outros?

CRITÉRIO B: Responda SIM ou NÃO

Alguns desses sintomas estavam presentes antes dos 7 anos de idade?

CRITÉRIO C: Responda SIM ou NÃO

Existem problemas causados pelos sintomas em 2 ou mais situações (por ex., na


escola, no trabalho e em casa)?

CRITÉRIO D: Responda SIM ou NÃO


Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos sintomas?
47

CRITÉRIO E: Os sintomas não são mais bem explicados pela presença de outro
problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.).

7.1.1. Como suspeitar do diagnóstico:

❖ É necessário haver pelo menos 6 sintomas assinalados na


coluna laranja ou vermelha, no CRITÉRIO A.
Pelo menos 6 sintomas VERDES e menos que 6 sintomas ROSA: TDAH
Tipo Predominantemente Desatento
Pelo menos 6 sintomas ROSA e menos que 6 sintomas VERDES: TDAH
Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo 6 ou mais sintomas VERDES e 6 ou
mais sintomas ROSA: TDAH Tipo Combinado.
❖ Os CRITÉRIOS B, C, D devem obrigatoriamente ter resposta
SIM.
❖ O CRITÉRIO E necessita da avaliação de um especialista, uma
vez que os sintomas do Critério A ocorrem em muitos outros transtornos da
infância e adolescência.
Se os critérios A, B, C, D e E estiverem satisfeitos, o diagnóstico de TDAH
é garantido. (Goldstein, Sam. Disponível em: www.hiperatividade.com.br. Acesso
em: 1 fev.2018).
48

CONCLUSÃO

Ao findar deste trabalho constatou-se que crianças com TDAH estão


sujeitas ao fracasso escolar, a dificuldades emocionais e a um desempenho
significativamente negativo como adulto quando comparadas a seus colegas. No
entanto, a identificação precoce do problema, seguida de tratamento adequado, tem
demonstrado que essas crianças podem vencer os obstáculos.
O tratamento de crianças hiperativas exige um esforço conjunto entre os
profissionais das áreas médica, saúde mental e pedagógica, em conjunto com os
pais. Esta combinação de tratamentos oferecidos por diversas fontes é denominada
de intervenção multidisciplinar, onde inclui o treinamento dos pais quanto à
verdadeira natureza do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
e em desenvolvimento de estratégias de controle efetivo do comportamento; um
programa pedagógico adequado; aconselhamento individual e familiar, quando
necessário, para evitar o aumento de conflitos na família e o uso de medicação.
Quando necessário.
A criança começa a tirar notas baixas na escola, os professores reclamam
de se desempenho e comportamento, o relacionamento com os colegas também
não é dos melhores. Bastam essas situações para que ela seja rotula de
problemática, agressiva e, muitas vezes, “burra”. São os sintomas do transtorno de
Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), ou simplesmente hiperatividade,
cujas características principais são faltas de concentração, agitação excessiva e
impulsividade.
O sucesso na sala de aula frequentemente exige uma série de
intervenções. A maioria das crianças com Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH) pode permanecer na classe normal, com pequenos arranjos
na arrumação da sala de aula, utilização de um auxiliar e/ou programa especiais a
serem utilizados fora da sala de aula. As crianças com problemas mais sérios
exigem salas de aulas especiais.
O momento ideal para identificar o distúrbio é a fase de aprendizado,
quando a falta de concentração, o baixo rendimento escolar e a dificuldade de
relacionamento social ficam mais evidentes.
49

Apesar da dificuldade de aprendizagem, a criança hiperativa é geralmente


muito inteligente.
Infelizmente, crianças com TDAH são pouco compreendidas. É
necessário tomar muito cuidado ao julgar essas crianças, pois na realidade muitas
delas se esforçam para modificar o comportamento, mas seu esforço nunca é
suficiente para modificar a impressão que se tem delas.
Para crianças com TDAH até a vida é uma experiência frustrante, elas se
sentem tão frustradas quanto seus professores.
50

REFERÊNCIAS

Bastos, Fernando Lages. Histórico sobre TDAH. Disponível em: www.uol.com.br.


Acesso em: 20 out. 2023.

BIGNOTTO, Míriam caro. Psicóloga do Conselho Tutelar de Americana. 7 jul. 2002

Bromberg, M. C. Disponível em: www.hiperatividade.com.br. Acesso 1 out. 2023.

Bromberg, M. C. Disponível em: www.hiperatividade.com.br. Acesso 23 out. 2023.

GOLDSTEIN, Sam e G OLDSTEIN Michael. Hiperatividade: como


desenvolver a capacidade de atenção da criança. Campinas: Papirus, 2000.

Goldstein, Sam. Sugestões para Intervenções do Professor. Disponível em:


www.hiperatividade.com.br. Acesso em: 5 nov. 2023.

Goldstein e Goldstein, Disponível em:


www.hiperatividade.com.br/oldsite/artigos/compreensão.php.
Acesso em: 5 nov. 2023)

Goldstein e Goldstein. Disponível em: www.hiperatividade.com.br. Acesso em: 21


out. 2023.

MARCHIORI, I. C.; ROSSI, G. Hiperatividade Infantil: estudosexploratórios das


perspectivas de professores de 1º grau. V Encontro de Pesquisadores da
Puccamp, 1995.

SANTOS, Patrícia. Folha de São Paulo, n.º 26.251, p. 11 e 12. 15 out. 2018

Taylor, John. Disponível: www.hiperatividade.com.br. Acesso 5 nov. 2023.

Você também pode gostar