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ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE ENSINO

FACULDADE GUILHERME GUIMBALA


Autorização: Parecer CFE nº 557/73 e Decreto nº 72.314, de 31.05.1973 (D.O.U. 01.06.1973).
Reconhecimento: Parecer CEF 521/77 (Documenta nº 195/77) e Decreto nº 79.559, de 20.04.1977
(D.O.U. 22.04.1977)
Instituição Mantenedora: Associação Catarinense de Ensino

 
INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS EM NÍVEL DE EDUCAÇÃO INFANTIL, ÀS
CRIANÇAS DIAGNOSTICADAS TDA/H

DAIANE DA CAMPO QUADRI

BENTO GONÇALVES

2012
DAIANE DA CAMPO QUADRI

 
INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS EM NÍVEL DE EDUCAÇÃO INFANTIL, ÀS
CRIANÇAS DIAGNOSTICADAS TDA/H

Artigo, apresentado ao curso de Pós-Graduação Lato Sensu


com Especialização Neuropsicopedagogia e Educação
Especial Inclusiva, da Faculdade Guilherme Guimbala,
como requisito para obtenção do Título de especialista,
orientado pelo Professor Msc. Arlindo Costa 

BENTO GONÇALVES-RS
2012
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RESUMO

Este artigo foi elaborado em função em função de lidarmos com muitas crianças sem
limites e tentarmos buscar conhecimentos e a soluções para sabermos melhor conviver com
elas. Objetivou-se um interesse particular pelo interesse pelo tema por trabalhar na área da
Educação Infantil e por ter crianças que apresentam algumas características desse transtorno,
diante das dificuldades de lidar com esses alunos, e pela falta de conhecimento sobre o
assunto, interessei-me em conhecer todos os detalhes deste transtorno e também de como
deve ser feita atuação psicopedagógica institucional junto ao educador que muitas vezes não
reúne condições estruturais cognitivas e praticam metodológicas, impedindo o
desenvolvimento coerente de sua ação frente ao educando, de acordo com a necessidade
verificada do grau de percepção de cada caso que surge no seu cotidiano. Desta forma, o
presente artigo traz como objetivo principal proporcionar ao educador compreensão do tema e
uma metodologia que possibilite uma aplicação praticam junto ao TDA/H, possibilitando ao
professor através da interação entre método e pratica uma nova instrumentação pedagógica.

Palavras-chave: TDA/H, inclusão, aprendizagem.

INTRODUÇÃO

A problemática deste artigo, deve-se a questão de distinguir as crianças TDHA das


outras, para não fazer um diagnostico errado.
A escolha do tema se deu em função de lidarmos com muitas crianças sem limites e
tentarmos buscar conhecimentos e a soluções para sabermos melhor conviver com elas.
Demonstrei interesse pelo tema por trabalhar na área da Educação Infantil e por ter
crianças que apresentam algumas características desse transtorno, diante das dificuldades de
lidar com esses alunos, e pela falta de conhecimento sobre o assunto, interessei-me em
conhecer todos os detalhes deste transtorno e também de como deve ser feita atuação
psicopedagógica institucional junto ao educador que muitas vezes não reúne condições
estruturais cognitivas e praticam metodológicas, impedindo o desenvolvimento coerente de
sua ação frente ao educando, de acordo com a necessidade verificada do grau de percepção de
cada caso que surge no seu cotidiano.
Este artigo teve como objetivo, proporcionar ao educador compreensão do tema e uma
metodologia que possibilite uma aplicação praticam junto ao TDA/H, possibilitando ao
professor através da interação entre método e pratica uma nova instrumentação pedagógica.
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O professor representa um papel fundamental na vivência do aluno. Ele precisa estar


atento ao seu papel no processo de formação do indivíduo, pois a dificuldade de transferências
de atividades significativa para os alunos é e será sempre um obstáculo.
A intervenção das práticas pedagógicas na escola será uma vertente a mais para atingir
o aluno. Nesse processo, o professor deve respeitar o espaço e ritmo de aprendizagem do
aluno, proporcionando oportunidades de construção e reconstrução dos níveis de
conhecimento inseridos no contexto cultural.
O aluno portador de hiperatividade não encontra espaço no sistema educacional. O
professor, por sua vez, não encontrando instrumentos adequados para contribuir no
desenvolvimento deste aluno, encaminha-o a atendimentos individualizados (psicólogo,
psicopedagogo, neurologista, fonoaudiólogo...).
A família, nesse processo, procura amparo na escola, delegando a ela, a
responsabilidade da aprendizagem e da intervenção psicopedagógica no sentido de reverter o
quadro em que se encontra a criança.
O professor precisa estar atento ao comportamento do aluno em sala de aula no
decorrer das tarefas, pois é aí que se faz uma análise de possíveis patologias.

1 DEFINIÇÕES

O TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é causado por um mau


funcionamento da neuroquímica cerebral. Segundo BRAGA (2000, p. 34): “Em 1980, a
Associação Americana de Psiquiatria propôs a substituição dos termos DCM e hiperatividade
pelo termo Síndrome do Déficit de Atenção (DAS) e, mais recentemente, em 1994, propôs o
termo Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade. Entretanto, diversos países europeus
continuam a utilizar o termo Disfunção Cerebral Mínima ou Hiperatividade. Uma exceção é a
França, que utiliza o termo Síndrome Hipercinética para se referir ao mesmo quadro
clínico”.Esta mudança ocorreu para englobar tanto a hiperatividade como os demais sintomas,
também por não se tratar de uma disfunção propriamente dita e sim uma falta de maturação
do Sistema Nervoso Central que tende a amenizar com o passar dos anos.
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Estudos confirmam que há uma alteração metabólica principalmente nas regiões pré-
frontal e pré-motora do cérebro. Como a região frontal é a principal reguladora do
comportamento humano, falhas no funcionamento bioquímico desta região levariam às
alterações encontradas no TDA/H (desatenção, impulsividade e inquietação). Outro aspecto é
o forte componente hereditário do TDA/H. É comum a ocorrência de TDA/H em várias
pessoas de uma mesma família (pais, tios, avós, irmãos).
O TDA/H está presente entre 3 e 7% da população infantil em fase escolar. Ele ocorre
independentemente de etnia, níveis de escolaridade, graus de inteligência e condições
socioeconômicas. No que tange ao gênero, estudos recentes sugerem que a proporção de
meninos para meninas seja de 3:1.No entanto, permanece a duvida se o TDA/H é realmente
mais frequente em homens ou se as mulheres estão sendo subdiagnosticadas.
Diferentemente dos homens, mulheres com TDA podem muitas vezes passar
incógnitas aos olhos mais atentos. Entre elas, predomina o tipo sem hiperatividade, ao
contrario de seus pares masculinos. Tal diferença determina por particularidades biológicas
dos sexos e aliadas ao componente cultual, pode contribuir para aparente superioridade
numérica da população os que têm diagnostico de TDA.
Porém é necessário que se observe quando uma criança que está inquieta ou distraída
pode ser por muitos motivos, e não necessariamente devido a um transtorno. A inquietação
pode ser indicativa de uma inteligência ativa, questionadora, que deve ser adequadamente
estimulada no meio familiar e escolar. Estar no "mundo da lua" pode simplesmente ser um
artifício inconsciente de mobilizar a atenção para os múltiplos problemas emocionais e de
aprendizagem, que merecem cuidados objetivos.
O tipo hiperativo é menos frequente nas meninas, mas assim como entre os meninos,
as meninas mais travessas dificilmente passam despercebidas.
O aluno hiperativo se diferencia das outras crianças por mostrar um excesso de
comportamento em relação com outras crianças mostrando dificuldade em manter a atenção
concentrada, impulsividade.
Na escola é a criança problema, respondendo aos professores com agressão, não
respeitando limites, xingando e batendo nos colegas, não se concentrando e atrapalhando as
aulas, o que prejudica seu rendimento escolar.
Como Ana Beatriz fala em seu livro “Como consequência da hiperatividade /
impulsividade, a criança TDA faz primeiro, pensa depois.” Geralmente é apontada como
desorganizada pelos professores. Quando começa uma atividade quase sempre não a faz ou
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deixa pela metade, interessando-se por outra e depois por outra e assim nunca conclui o que
começou, prejudicando sua aprendizagem. Por não conseguir terminar suas tarefas, não parar
quieto na sala, mexer com todo mundo atrapalhando a aula, é bombardeada por palavras
desagradáveis seja por partes dos professores ou colegas. Esta atitude tende a baixar sua
autoestima.
Esses pequenos parecem simplesmente ignorar as regras de convívio social e tendem a
receber o rótulo de "más" seja na escola, seja na família. É preciso deixar claro que as
crianças hiperativas não são más. Essas crianças têm energia demais, se metem em mais
encrencas do que a média. Elas não se convencem facilmente e não conseguem se concentrar
na argumentação lógica dos pais já que essas crianças têm extrema dificuldade em sentar e
dialogar.
Seu comportamento é a consequência de um círculo vicioso. A criança não se
comporta e com isso chama atenção para si. Quem está em volta tende a fazer qualquer coisa
para parar a "cena" e acaba fazendo o que a criança quer. Na próxima oportunidade a criança
já sabe que acabará conseguindo o que quer no final e não vê motivo para não repetir a falta
de comportamento.
Como se vê, nessa situação, o adulto é o culpado e não a criança já que é ele que acaba
cedendo e desistindo de educar a criança. Além do mau comportamento, as crianças
hiperativas tendem a dar uma canseira física em quem está a sua volta. Isso porque elas
literalmente não param um segundo. Só que toda essa energia não precisa ser desperdiçada em
bagunça e destruição.
Bem orientada, a criança hiperativa aprende a canalizar sua energia para atividades
construtivas, como a prática de um esporte.
A inteligência de pessoas hiperativas não é comprometida com a doença, mas "o
principal empecilho para elas é a impulsividade e a falta de atenção, ferramentas importantes
para o progresso dos estudos", afirma a psicopedagoga e psicanalista Maristane Dias (fonte:
http://www1folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u1647.shtml).
     Ao se tratar o paciente hiperativo, é notada marcante melhoria no seu rendimento escolar.

Os pacientes que não apresentam dificuldades no aprendizado conseguem


executar as tarefas de modo rápido e eficiente, mas como terminam antes
que os outros, ficam a atrapalhar o trabalho dos colegas por conta da
hiperatividade. Esse comportamento causa insatisfação ao grupo, que passa a
reclamar e a interferência do professor, ao chamar a atenção do aluno, tem
como objetivo primordial o de manter a classe organizada, provocando uma
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reação agressiva por parte do aluno, além de acentuar a hiperatividade.


(T0PAZEWSKI, 1999, p. 57).

2 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da hiperatividade só pode ser feito por um profissional, por isso é


importante levar a criança a um especialista se houver dúvidas quanto ao seu comportamento.
Mas mesmo antes de um diagnóstico conclusivo, é imprescindível que os pais e professores
de crianças consideradas "difíceis" tomem certas atitudes em relação ao seu aluno: nunca
colocar-lhe um rótulo de "má" ou dizer frases do tipo "você não tem jeito" ou "desisti de te
educar" ou repetir claramente as regras de comportamento sempre que uma situação de risco
(como uma ida ao supermercado) estiver para acontecer.
Na opinião de Topczewski (1999, p. 25), “há ocasiões em que não se percebe a
hiperatividade de maneira muito nítida”´. Como exemplo pode-se citar certas situações como
as atividades desenvolvidas em escolas de esportes ou em escolas de natação; a hiperatividade
pode passar despercebida. Com uma apreciação um pouco mais crítica e mais dirigida pode-se
notar a existência de diferenças comportamentais de uma criança hiperativa em relação às
outras do grupo.
A hiperatividade é caracterizada por três principais sintomas; distração, impulsividade e
hiperatividade.
De acordo com Fabris (2003, p.30),a impulsividade é um comportamento
básico na vida do hiperativo; ele tem desejo de satisfazer suas vontades de maneira
rápida e imediata, independendo das circunstâncias; possivelmente esta
manifestação ocorre devido à falta de organização interna dos indivíduos, à
imaturidade, à falta de atenção e às inabilidades motoras que apresentam.
Tudo na criança TDA/H parece estar “a mais”. Ela é mais agitada, mais
bagunceira, e mais impulsiva, se for do tipo de alta atividade. E, ainda,
significativamente mais distraída, dispersa e não perseverante, se for o caso
daquele tipo mais desatento.
O principal método de avaliar a possibilidade de uma criança TDA/H é pura e
simplesmente a observação. Alguns sintomas de hiperatividade:
- dificuldade de organizar tarefas escolares;
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- descuido nas tarefas escolares;


-não consegue enxergar detalhes;
- parece não ouvir que lhe dizem;
- reluta em iniciar tarefas que exige esforço mental;
- perde com frequência objetos de uso diário;
- distrai facilmente;
- às vezes fala excessivamente;
- tem dificuldades em esperar a vez em brincadeiras ou em situações de grupo;
- tem dificuldade em brincar em silencio ou tranquilamente;
- com frequência mexe ou sacode pés e mãos, se remexe no assento;
-t em dificuldades em seguir instruções e ordens.
A tabela abaixo nos mostra a história clássica do TDAH segundo Rohde e Halpern
(2004 p.67);

Lactente “Bebe Difícil”, insaciável, irritado, de difícil consolo, maior


prevalência de cólicas, dificuldade de alimentação e sono.
Pré – escolar Atividade aumentada ao usual, dificuldade de ajustamento,
teimoso, irritado e extremamente difícil de satisfazer.
Escolar Incapacidade de colocar foco, distração, impulsivo,
elementar desempenho inconsistente, presença ou não de hiperatividade.
Adolescência Inquieto, desempenho inconsistente, sem conseguir colocar
foco, dificuldade de memória na escola, abuso de substâncias
e acidentes.

Tabela 1 – Histórico do TDAH


Fonte: ROHDE, Luis A. ; HALPERN,R. Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade: atualização.
Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v.80. n.2,p 61-70, abr. 2004.

Para Fabris (2003), apesar dos grandes problemas que o TDAH pode causar nas
crianças e nos adolescentes, por muito tempo, os pais e os profissionais da educação tiveram
poucas informações sobre o assunto, principalmente sobre as conseqüências da hiperatividade
e as dificuldades na capacidade de prestar atenção. Acreditava-se que seria um problema
superado na adolescência, o que não é verdade, pois estudos realizados comprovam que a
hiperatividade pode permanecer durante a adolescência e na vida adulta, e que os seus
portadores continuarão sofrendo suas manifestações caso não haja um tratamento
especializado.“Este distúrbio pode levar a dificuldades emocionais, de relacionamento
familiar e social, bem como a um baixo rendimento escolar.” (RODHE & BENCZIC, 1999,
p.37).

O hiperativo geralmente é rejeitado pela sociedade. Seu comportamento inadequado


prejudica a concentração dos colegas que passa a excluí-lo. Esta exclusão pode levar o
indivíduo a desenvolver problemas psicológicos podendo tornar-se introvertido ou agressivo,
exibicionista e com baixa autoestima acentuadas.
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Estas pessoas têm tendência a comportamentos de alto risco tais como vícios, jogatina,
temperamento explosivo e acidentes. Como já foi citado, anteriormente, elas não possuem
exata noção de limites e unindo à sua baixa auto-estima tentam fugir de seus problemas
através destes vícios.
Crianças hiperativas adoram correr riscos, pois não possuem a exata noção de perigo e
limites. Podem se machucar com muita facilidade, sendo desajeitadas, esbarrando-se em
copos, mesas, pessoas, levando os pais a prejuízos por danos causados a terceiros ou a elas
mesmas, como atravessar uma rua sem olhar para os lados devido a sua impulsividade e falta
de atenção. 
O professor como papel mediador pode ajudar e muito, adaptando algumas tarefas
assim ajudando a amenizar os efeitos prejudiciais desse transtorno como: Estabelecer limites,
repetir a mesma instrução várias vezes sem perde a paciência, elogiar o que a criança fez de
certo, evitar salas com muitos estímulos é a primeira providência. Deixar alunos com TDA/H
próximos às janelas pode prejudicá-los, uma vez que o movimento da rua ou do pátio é um
fator de distração. Outra dica é o trabalho em pequenos grupos, que favorece a concentração.
Também é importante reconhecer os momentos de exaustão considerando a duração das
tarefas. Propor intervalos de exercícios, por exemplo, é um caminho para o aluno retomar ao
trabalho quando estiver mais focado. De resto, vale sempre avaliar se as atividades propostas
são desafiadoras e se a rotina não está repetitiva. Está, alias, é uma reflexão importante para
motivar não apenas os estudantes com TDA/H, mas toda a turma.
A seguir, há algumas indicações de jogos e atividades que podem ser trabalhadas com
crianças que estejam num processo avaliativo/diagnóstico, ou mesmo que já tenham sido
diagnosticadas com TDA/H (FAGALI, 2010).
- O trabalho com o barro: Gera concentração, captando a energia excessiva e
relaxando o paciente.
- Jogos que alternam expansão de percepção e liberação do movimento com foco em
figuras, seus detalhes e na concentração de ações.
- Atividades de construção criativa em que se usa a força com as mãos, liberando
energia represada, exemplo de trabalho de construção com madeira, pregos e martelos.
Alterna-se com atividades sutis, enfatizando a suavidade e delicadeza dos
movimentos. Os instrumentos podem ser as próprias mãos, pincéis de várias texturas,
giz de cera colorido (pintura e expansão da aquarela, guache e giz de cera, no
movimento alternado de contensão e expansão).
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- O trabalho com o corpo: Tensão alternada com relaxamento, diretamente associada


aos movimentos corporais, imagens e elementos: Endureço e fico mole, sou pedra, sou
água.
Andar e contar histórias sobre situações de tensão e relaxamento, rápido e lento.
(Fazer com o movimento corporal amplo, ou apenas com as mãos e braços, os pés e
pernas).
- O trabalho respiratório: Inspirar até o abdominal, bem lentamente, como se enchesse
uma bexiga, expirar como se soprasse pela boca tirando tudo que precisa sair desde o
abdômen. (inspiração e expiração com vários ritmos e duração, em função das
facilidades progressivas do aprendiz). Associar a histórias e imagens, criando algo a
partir disto, com sopros no canudo (de refresco) sobre um papel molhado com tinta
aguada (papel molhado e gotas de guache que são pintados com auxílio do sopro no
canudo).
- Tocar com tambores liberando a energia e conversando com eles: forte, leve, no
centro e nas bordas do tambor, acelerado e lentamente, alterações de ritmos.
Conversas com o tambor do companheiro ou terapeuta, mantendo palavras, cantos, ou
acompanhando pelo som de uma música rítmica.
Jogos:
- Furar com estiletes pontos no papel (exercício de pulsão nos detalhes), com curta e
longa duração, rápido e lento, formando uma figura, ou aleatoriamente.
- Exercícios de detalhes, selecionar e reconhecer detalhes no fundo variados e
complexos. Jogo de quem descobre mais rápido: Cara a Cara.
- Jogo de quem acha no todo, descoberta de erros, sempre alternado com projeções
mais excessivas do movimento e relaxamento: jogo dos sete erros, por exemplo.
- Jogos de figura e fundo: Quem acha primeiro: Lince, Onde está Wally e outros.
- Jogos com movimentos que requeiram atenção e rapidez diante de um sinal.
Quando é apresentado á criança temas e assuntos que ela goste, isso pode despertar o
gosto pela leitura, curiosidade por conhecer livros, gibis, e revistas novas,
Os jogos que possuem regras permitem que a criança, além de ter seu
desenvolvimento social quanto a limites, possa participar, saber ganhar, perder, melhorar seu
desenvolvimento cognitivo, e possibilita a oportunidade para a criança saber onde está, o
motivo e o tipo de erro que cometeu, tendo chance de refazer, naquele momento, da maneira
correta
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A argila é utilizada como um material que propicia relaxamento e concentração, um


recurso favorável para criança, adolescente ou adulto que apresenta dispersões e excitações ou
dificuldades na capacidade inibitória, seja em relação à atenção e ao movimento motor, ou
com um quadro mais específico de portador de TDAH. As pessoas com alguns destes
sintomas precisam, muitas vezes, de experiências táteis para ajudá-las a se concentrar, relaxar
e se tornar mais conscientes de si mesmas.
A adequação da criança à sua própria realidade, a ampliação das possibilidades de
aprendizagem e conhecimento é o cerne do empenho do psicopedagogo, cabendo-lhe também
um trabalho de orientação e reflexão com os pais e professores da criança portadora de
TDAH.

3 ASPECTOS PONTUAIS DA TDA/H

Segundo a obra Desenvolvimento Psicológico e Educação, “O termo hiperatividade


refere-se a um dos distúrbios de comportamento mais freqüente na idade pré-escolar,
caracterizado por um nível de atividade motora excessiva e crônica déficit de atenção e falta
de autocontrole”.(p.160).

O professor desempenha um papel crítico na experiência escolar da criança


com TDAH e sobre os aspectos das desordens de atenção. É útil que
professores tenham pelo menos uma noção básica sobre o TDAH, sobre
manifestações dos sintomas, e as conseqüências em sala de aula. Saber
diferenciar incapacidade de desobediência é fundamental. Outro ponto
crítico é que o profissional reflita com o professor quanto aos mecanismos
do sistema educacional e as razões pelas quais essas crianças em particular
terão dificuldade para corresponder às necessidades da sala de aula. Em
razão de sucessivas e freqüentes fracassos, a criança com TDAH pode
problemas de ajustamento. (BENCZIK, 2000, p. 81-2).

As características da hiperatividade são várias tornando impreciso um coreto


diagnóstico realizado apenas pelo professor, é imprescindível a avaliação deste distúrbio de
comportamento por um profissional especializado em hiperatividade, como por exemplo,
médicos, psicólogos, neuropediatras, etc.
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A revista Nova Escola (p.30-32) traz algumas das características mais comuns do
indivíduo:
... agita mãos, pés ou remexe na cadeira; abandona sua cadeira em sala de
aula ou em outras situações nos quais se espera que permaneça sentado;
corre ou escala em demasia, em situações impróprias; tem dificuldade para
brincar ou se envolve silenciosamente em atividades de lazer; está sempre “a
todo vapor”; fala demais; é impulsiva; dá respostas precipitadas, antes de
ouvir a pergunta inteira; tem dificuldade de guardar sua voz; se intromete na
conversa dos outros ou interrompe, etc.
Este distúrbio de comportamento possui algumas necessidades educativas especiais,
exemplifica-se aqui as mais visíveis:
 dificuldade de concentração, durante um tempo prolongado, bem como para
selecionar a informação relevante em cada problema, de forma a estruturar e
realizar uma tarefa;
 baixa tolerância em relação à frustração;
 atividade motora excessiva;
 impulsividade ou falta de controle.
As bibliografias apontam outras necessidades educativas especiais da criança com
este distúrbio de comportamento:
 “as crianças hiperativas tem problemas maiores de linguagem e um de
seus problemas centrais é sua incapacidade de guardar gratificações (p.78)”;
 “crianças hiperativas mais velhas (5 anos aproximadamente) têm grande
dificuldade em fazer amigos e desenvolver aptidões mais complexas por causa do seu
comportamento desatento, impulsivo e intempestivo”(p.83);
 “as pesquisas mais recentes constataram que aproximadamente 10% a
30% das crianças hiperativas exibem atrasos nas aptidões escolares, suficientes para
se determinar um diagnóstico de inaptidão de aprendizado”(p.107).
 percebe-se nas bibliografias estudadas que as crianças hiperativas
vivenciam dificuldade de aprendizagem em tarefas escolares, muitas vezes são
imaturas e incompetentes quando se refere a aptidões sociais. Vale frisar que estes
aspectos não são regras que todos os portadores do distúrbio de comportamento de
hiperatividade irão demonstrar, cada indivíduo é único, e por isto cada qual apresenta
suas características, neste caso em especial as necessidades educativas especiais e
também suas características variam de indivíduo para indivíduo, podem demonstrar
uma ou mais características ao mesmo tempo.
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3.1 SINTOMAS DA CRIANÇA HIPERATIVA

Nada mais claro e, ao mesmo tempo controverso, do que o comportamento hiperativo.


Claro no que se refere às características da criança que apresenta este comportamento, entre
elas: apresenta excesso de atividade, é muita agitada, distrai-se facilmente, deixa suas tarefas
inacabadas, age sem pensar, não para quieta, etc. Controverso no que diz respeito a como
diagnosticá-lo, entender a sua patologia e, ainda mais importante, a saber, o que fazer com
ele.

A excessiva patologização e medicalização de crianças que apresentam um


comportamento dito “hiperativo” tem motivado alguns pesquisadores a
reavaliarem os conceitos e, principalmente, os critérios diagnósticos da
hiperatividade. Rotulado com o termo ainda mais estigmatizante, de
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, encontra-se o
problema mais comum da infância na atualidade. Esta síndrome proporciona
inúmeras confusões e disparidades conceituais e, sobre suas características,
ouvimos muitos profissionais relatarem as coisas mais díspares possíveis.
Desde uma neuropsicopatalogia com sinais e sintomas bem estabelecidos,
até a descrição de uma conduta “anormalmente” agitada pode levar o
mesmo rótulo, complicando sobremaneira a definição das terapêuticas
adequadas (BRAGA, 2000, p. 7)

O Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH) é um problema de saúde


mental bastante frequente em crianças e adolescentes em todo o mundo. Os sintomas
característicos do transtorno apresentam – se em duas grandes áreas: a da atenção e a da
atividade motora e controle dos impulsos. As pesquisas internacionais e nacionais indicam
uma prevalência (frequência) do transtorno entre 3 a 6 % na população de crianças e
adolescentes. Isto significaria dizer que teríamos entre um a dois indivíduos com TDAH nesta
faixa etária em uma classe de 30 alunos.

Segundo Marques (1997, p. 23):

[...] temos dois tipos de crianças com hiperatividade, os que têm problemas
escolares, pela dispersão, desatenção, falta de concentração e em
conseqüência do seu comportamento não conseguem atingir os objetivos no
aprendizado; temos hiperativos com um desempenho escolar muito bom,
conseguem fazer as tarefas muito rapidamente, mas não ficam quietos,
atrapalham a dinâmica da classe e por este motivo a feitura da tarefa pelos
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outros alunos, passam a ser também mal quistos pelos colegas e até
rejeitados pelo grupo porque acabam incomodando aqueles que querem
aprender e não conseguem por estarem sendo incomodados.

A hiperatividade presente na vida motora da criança, também está presente na sua


atividade cognitiva, a mesma não consegue concentrar-se e distrai-se facilmente com vários
estímulos os quais é submetida.

CONCLUSÃO

Este artigo teve por finalidade de abordar o tema hiperatividade (TDA/H), tendo em
vista da necessidade de procurar um melhor entendimento sobre a complexidade da
hiperatividade, em especial, sob o prisma da educação. Procurou-se através da elaboração
desta monografia, através de pesquisa bibliográfica particularizar o tema, delimitando-o para a
educação em nível de ensino fundamental - séries iniciais. Pode-se afirmar, que é necessário
ao professor, embasar-se teoricamente, sendo esse o seu papel psicopedagógico. Tal
afirmativa, parte do pressuposto que quanto mais cedo ocorrer a intervenção, maiores serão as
possibilidades de tratamento.
A hiperatividade devido a sua repercussão na vida social do indivíduo, excluindo-o do
mercado produtivo inicialmente pela escola, que ao ignorar a criança hiperativa estará
contribuindo para o quadro alarmante de pessoas hiperativas ignoradas no mercado de
trabalho e na sociedade. Desta forma, o trabalho acena com a possibilidade da escola, e em
especial ao professor, estar atento aos distúrbios de aprendizagem, no sentido de identificá-los
e intervir quando assim for solicitado. O papel do educador neste contexto de hiperatividade.
Cabe a nós educadores, ajudar no pré-diagnóstico deste transtorno, e orientar os pais a
procurar um profissional competente para realizar os testes.
    Constatou-se que o papel do professor é fundamental para auxiliar no diagnóstico
do TDAH, visto que, a hiperatividade só fica evidente no período escolar, quando é preciso
aumentar o nível de concentração para aprender.
Deste modo, é importantíssimo o professor está bem orientado para distinguir uma
criança sem limites de uma hiperativa.
O portador do TDAH precisa ter na escola um acompanhamento especial, já que não
consegue conter seus instintos, tumultuando a sala de aula, a vida dos colegas e dos seus
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professores. É preciso aplicar uma ação didática-pedagógica direcionada para este aluno,
visando estimular sua autoestima, levando em conta a sua falta de concentração, criando
atividades diversificadas para que não haja um comprometimento durante sua aprendizagem.
O professor será o elo principal entre a família e o especialista, durante o tratamento
do TDAH, pois seu papel não é o de dar o diagnóstico, mas sim de esclarecer aos pais que
esta doença, se não for tratada, gera inúmeras complicações para seu portador no convívio
social, levando-o a depressão, a busca de drogas, a insatisfação e a infelicidade; a um conflito
interno por não atender as mínimas atividades banais do dia a dia, e a rejeição gerada pelos
demais companheiros da escola, não é questão de disciplina apenas, é uma doença genética
com consequências bem mais graves.
A escola e a família trabalhando juntas com o portador de TDAH, auxiliando no seu
tratamento, na sua socialização, não esquecendo porém, de que impor limites é necessário,
pois esta criança vive numa sociedade cheia de regras e não deve se prevalecer desta patologia
para agredir, para complicar a vida dos outros, visto que, hoje em dia com o avanço das
pesquisas sobre a hiperatividade, o tratamento ameniza bastante os sintomas, proporcionando
ao portador de TDAH uma vida mais tranquila.
     A partir de agora, com certeza, temos um vasto conhecimento sobre hiperatividade,
o que muito vai nos ajudar em nossas salas de aula, no convívio com nossos alunos, sabendo
conhecê-los e identificá-los; e que nem todos que apresentam comportamentos desajustados
semelhantes são hiperativos.
Sobre a etiologia (causa) específica que possa explicar com clareza o surgimento da
hiperatividade infantil, segundo os autores abarcados nesta monografia, nenhum deles
apresenta com rigor científico um determinado palpite. Sabe-se, porém, que tanto fatores
genéticos como ambientais estão presentes na gênese da hiperatividade.
Na análise dos textos sobre o tema, constatou-se que o papel do professor é de suma
importância no entendimento teórico sobre hiperatividade, tendo em vista a possibilidade
amostral de adentrar em sua classe, crianças portadoras desse distúrbio.
A escola é mais do que um espaço físico, é um espaço para a educação e valorização
do ser humano.
Se o professor agir em tempo hábil, procurando uma orientação ou encaminhamento,
os resultados ocorrerão em curto espaço de tempo. Aí entra o papel do psicopedagogo, como
um profissional que vai auxiliar o professor na superação de tais problemas.
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Disso tudo, percebe-se que a intervenção psicopedagógica do professor é de suma


importância, o que exige do mesmo, mais leituras sobre o tema hiperatividade.
Desta forma, procurou-se enfatizar sugestões de atividades e subsídios que
possibilitam ao educador um trabalho sistematizado ancorado em bibliografia pertinente sobre
o tema. Nessa jornada, o professor também deverá procurar a ajuda de profissionais que
atuam na área de prevenção e atuação sobre a hiperatividade, dos quais destacam-se os
psicólogos.

BIBLIOGRAFIA

ANDRADE, Ênio Roberto de. Indisciplinado ou hiperativo. Nova Escola, São Paulo, n. 132,
p. 30-32, maio 2000.

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