Você está na página 1de 46

FACULDADE ASSOCIADA BRASIL

Dayane Tomazela Capelini

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA EM CRIANÇAS


COM TDAH NO ÂMBITO ESCOLAR

Tatuí - SP
2014
Dayane Tomazela Capelini

A Intervenção Psicopedagógica em Crianças com TDAH no


Âmbito Escolar

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Associada Brasil – FAB, para obtenção
do titulo de Pós-Graduação em Psicopedagogia
Institucional e Clínica sob orientação do Professor
Ms Marcelo Martim Rodrigues da Silva.

Tatuí - SP
2014
Termo de Aprovação

O presente trabalho de conclusão, intitulado A INTERVENÇÃO


PSICOPEDAGÓGICA EM CRIANÇA COM TDAH NO ÂMBITO ESCOLAR,
elaborado por DAYANE TOMAZELA CAPELINI, como requisito para obtenção do
certificado para o curso de Pós-Graduação em PSICOPEDAGOGIA
INSTITUCIONAL E CLÍNICA, à Banca Examinadora composta pelos membros
abaixo assinados, e sendo julgado adequado para o cumprimento do requisito legal
previsto no Regulamento do TCC/MONOGRAFIA da Faculdade Associada Brasil foi
aprovado obtendo a nota _______ (____________).

Tatuí SP, _____/_____/_____

____________________________________
Dedico este trabalho aos meus pais Regina e Antonio que contribuíram para
que isso se tornasse possível, meu namorado Matheus e todos aqueles que me
apoiaram e me deram forças durante o curso.
A Deus em quem busquei forças para superar os obstáculos e desafios no
decorrer deste curso;
Aos docentes que, durante o curso valorizaram, incentivaram e contribuíram
imensamente para a construção e aperfeiçoamento dos conhecimentos que foram
adquiridos;
Às minhas colegas de classe, que além da amizade, proporcionaram
momentos de alegria e aprendizado.
“Como professor, devo saber que sem a curiosidade que
me move, que me inquieta, que me insere na busca, não
aprendo nem ensino”.
(Paulo Freire)
RESUMO

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é responsável por uma série de


prejuízos médicos sociais, especialmente, dificuldades escolares. É classicamente
caracterizado por alterações dos sistemas motores, perceptivos, cognitivos, de
comportamento, comprometendo o aprendizado da criança com potencial intelectual
adequado. Este trabalho tem como objetivos: buscar novas reflexões sobre o
trabalho do psicopedagogo com crianças com TDAH; verificar quais são as técnicas
que os psicopedagogos utilizam no atendimento de intervenção com as crianças
TDAH; e investigar quais as dificuldades que os psicopedagogos enfrentam no
tratamento de crianças com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Com a intenção de coletar e discutir informações sobre a atuação dos
psicopedagogos diante de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Com a
realização desta pesquisa, pudemos concluir que o psicopedagogo carrega consigo
a enorme responsabilidade de assegurar a aprendizagem de seus clientes/pacientes
e mostram que a maioria dos psicopedagogos sempre estão em busca de novos
recursos, cada vez mais lúdico e dinâmicos que atendam as necessidades de seus
pacientes.

Palavras-chave: Psicopedagogia; Crianças; Transtorno; Hiperatividade;


Intervenção.
ABSTRACT

The Attention Deficit and Hyperactive disorder is responsable for a series of medical
social losses, specially, leraning difficultres. It’s classicaly characterized by change in
the motor systems, this work has as objective: find new reflexion about the
perceptual, cognitive comportamental, compromising the children’s learning with a
intelectual potential appropiate. Psychoeducator with children opiter verify what are
the thecnics that they use at the attendonce of intervention withon the children and
explore what are the difficulties faced on the treatment ADHD that the pychoeducator
with the children with the intention of collect and discuss information about the
proceeding of psychoeducators against this disorder Attention Deficit and
Hyperactive with a realization in this reseaich we can conclude tha the
psychoeducator bring with themselvesa ruge responsability of ensure your
clients/patiensts’s learning and thay show that mosto f the psychoeducator are
always in search of new means more and more playful and dynamics that comply
with the necessity of your patients.

Keywords: Psychoeducator; Children; Disoider; Hyperactivity; Intervention.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................09
1. DEFINIÇÃO.............................................................................................................11
1.1 Carateristicas.....................................................................................................12
1.2 Causas...............................................................................................................14
1.3 Diagnóstico........................................................................................................16
1.4 Tratamento.........................................................................................................18
2. CRIANÇA HIPERATIVA E A FAMÍLIA..................................................................22
3. A CRIANÇA COM TDAH NO CONTEXTO ESCOLAR.........................................25
3.1 Atividades indicadas para se trabalhar com crianças hiperativas.....................29
4. A APRENDIZAGEM E O BRINCAR DE CRIANÇAS COM TDAH........................32
5. INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA.................................................................35
5.1 Breve Histórico da Psicopedagogia.................................................................35
5.2 Reflexão Psicopedagógica Sobre Crianças com TDAH...................................36
5.3 Proposta de Diagnóstico Psicopedagógico.....................................................37
5.4 Fundamentos da Psicopedagogia Institucional................................................39
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................41
REFERÊNCIAS...........................................................................................................43
9

INTRODUÇÃO

Professores diariamente enfrentam muitos desafios em sua prática


profissional, e por esta razão, procura-se aqui indicar maneiras de como o professor
deve trabalhar com os alunos que apresentam comportamentos hiperativos, como
uma das principais questões educacionais atuais.
Para tanto, por meio de pesquisas bibliográficas, busca-se mostrar como são
os perfis e comportamentos das crianças portadoras do Transtorno e Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH) no contexto escolar e familiar. Mostra ainda que a
falta de concentração e atenção prejudicam a aprendizagem, levando ao baixo
rendimento escolar e, por não conseguirem cumprir ou realizar as atividades
propostas, as crianças com esse tipo de comportamento são rotuladas de
dispersivas, distraídas, e preguiçosas.
As principais causas do TDAH ainda são desconhecidas, porém, é de
extrema importância que se saibam suas características, pois assim a criança com
suspeita de transtorno poderá ser encaminhada a um especialista para que seja
diagnosticado e para que haja o tratamento adequado.
Com objetivo de informar e facilitar o convívio aluno-escola e professor-aluno,
o TDAH, no contexto escolar, aponta as dificuldades encontradas neste âmbito,
procura demonstrar como o professor pode trabalhar os conteúdos didáticos,
proporcionando assim um melhor rendimento e diminuindo os problemas de
aprendizagem e de comportamento social.
Teóricos como Topczewski, Goldstein, Silva, Rohde e Halpern, livros,
revistas, vídeos de entrevista com médicos, especialistas e artigos online embasam
teoricamente o assunto, visto que o tema é gerador de grande preocupação na
infância e na idade escolar.
O capítulo um, aborda as definições e histórico sobre o Transtorno de Déficit
de Atenção e Hiperatividade segundo a visão alguns estudiosos, as características e
fases do portador de TDAH, os tipos existentes de TDAH existentes, as possíveis
causas e como pode ser diagnosticado em crianças, já que é na fase escolar que o
transtorno se torna mais evidente. Apresenta também as formas de tratamento do
TDAH, sua interferência no campo escolar e os medicamentos mais visados para
esse transtorno.
10

É levantada ainda a questão de como importante o conhecimento sobre o


TDAH, já que é comum confundir criança sem limites com aquela que possui a
hiperatividade.
O capítulo seguinte mostra a relação das crianças hiperativas com seus pais,
a importância da compreensão, carinho e paciência destes para com o portador do
TDAH e a colaboração que podem trazer perante o tratamento.
O terceiro capítulo discorre sobre o comportamento do hiperativo dentro do
âmbito escolar, quais precauções os professores devem tomar, como lidar de
maneira correta com essas crianças, quais os tipos de atividades são mais viáveis
para se trabalhar com elas e como devem intervir diante dessas questões.
No quarto capítulo aborda a aprendizagem e o brincar de uma criança
hiperativa, a importância do lúdico para os processos de aprendizagem e
desenvolvimento da criança.
No último capítulo tratará sobre as intervenções psicopedagógicas, o
surgimento da psicopedagogia, proposta de diagnóstico, fundamentos da
psicopedagogia institucional e o quando é fundamental para intervir sobre as
dificuldades que já foram associadas pelo TDAH, tratando as barreiras existentes
tanto na vida social quanto escolar.
11

1. DEFINIÇÃO

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, mais conhecido como


TDAH, é uma patologia que se caracteriza por três sintomas: hiperatividade
(movimento contínuo e superior ao esperado para a idade da criança), falta de
atenção e impulsividade.
“Trata-se de uma síndrome da conduta de origem neurobiológica, mais
frequente durante a infância. Estima-se que cerca de 5% da população infanto-
juvenil de 3 a 16 anos sofre, sendo 3 vezes mais frequente em homens”.
(GUIAINFANTIL, s/a).
Esse transtorno se produz devido a uma alteração do sistema nervoso
central. Hoje é uma das causas mais frequentes do fracasso escolar e de problemas
sociais na idade infantil.
Segundo Arruda (2009) que é neurologista da infância e adolescência:

Se pudesse definir em uma só frase o transtorno de déficit de atenção e


hiperatividade, definiria como um transtorno neurobiológico, não estamos
falando de problemas educacionais, e sim de problemas emocionais,
ambientais, neuroquímicos, neurobiológicos (...) e varia entre 10% na
educação infantil. (ARRUDA, 2009).

O TDAH é considerado um transtorno, não uma dificuldade de aprendizagem.


Assim como a Dislexia esse transtorno é neurobiológico com causas desconhecidas,
aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo para toda vida.
Topczewski (2002, p.36) ressalta que:

Hiperatividade é um sintoma sem definição, porém há um consenso de que


é um distúrbio comprometedor do comportamento do indivíduo, sendo
caracterizado como um desvio de comportamento em virtude da presença
excessiva de alternância de atitudes e atividades, incapacitando o indivíduo
de permanecer quieto por um determinado período de tempo para o
desenvolvimento de atividades diárias.

A hiperatividade, associada ou não ao déficit de atenção, compromete o


rendimento escolar, cujas alterações principais acontecem no pensamento e na
ação. Deve ser controlado por toda a infância e, ao ser diagnosticado, deverá ter
acompanhamento (neurológico, psicológico, fonoaudiológico) e se faz necessário o
uso de medicação como a ritalina e antidepressivos.
Segundo Partel (s/a), existem três tipos de TDAH:
12

 TDAH do tipo predominante desatento: São crianças distraídas,


possuem falta de atenção sustentada, memória e as vezes parece não
ouvir, porém, são dóceis e fáceis de lidar; desde o início da vida
escolar apresentam dificuldade de aprendizagem acentuada.
 TDAH do tipo Hiperativo/Impulsivo: São aquelas crianças que
fazem diversas coisas ao mesmo tempo e compulsivamente, como
comprar, falar e comer; têm dificuldade em seguir regras, não sabem
lidar com frustrações, são impacientes, agitados e possuem
instabilidade de humor. No início da vida escolar, não apresentam
dificuldade na aprendizagem, podendo aparecer posteriormente.
 TDAH do tipo combinado: Comparado aos dois outros grupos, o tipo
combinado é o que apresenta maior prejuízo no funcionamento global,
pois, além da falta de atenção sustentada, hiperatividade e
impulsividade, é o que apresenta maiores números de comorbidades.
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade tem como característica
persistente a desatenção. Alguns sintomas hiperativo-impulsivos causam danos ao
relacionamento interpessoal, interferindo no funcionamento familiar, social e escolar
da criança.

1.1 Caraterísticas

Segundo Topczewski, as características sobre a hiperatividade são:

Crianças que se mantém em constante movimento; Mexem em tudo, sem


motivo e sem propósitos definido; São muito impacientes e mudam de
atividade com muita frequência; Não conseguem permanecer sentadas para
assistir a um programa de TV, como um desenho animado; Apresentam
incapacidade para focar atenção em qualquer atividade durante um período
de tempo necessário para tal. Há uma certa tendência para desviar a sua
atenção para os outros estímulos que são impróprios para aquele
determinado momento; Distraem-se com muita facilidade e, frequentemente
não conseguem terminar as tarefas propostas no período preestabelecido; A
tarefa escolar prolongada é o indicador mais evidente para se detectar a
acentuação da hiperatividade. A manifestação é mais frequente no sexo
masculino; Há casos semelhantes nos parentes próximos, como pai, tio, avô
ou irmão. Deve-se considerar também que as mães podem ser hiperativas,
embora, a incidência, na mulher seja menos frequente. (TOPCZEWSKI,
2002, p. 24).
13

Para o autor, as crianças se dispersam rapidamente quando brincam, visto


que não há concentração fazendo com que elas procurem outra atividade. Os
hiperativos exigem uma atenção maior, já que com frequência inventam atividades
que envolvam riscos, pois não possuem uma noção exata do perigo.
São aquelas crianças que não conseguem ficar sentadas à mesa durante as
refeições, trocam de brinquedos todo tempo, falam muito e mudam de assunto
rapidamente sem ao menos terminar um raciocínio. No cotidiano são
desorganizados com seus próprios pertences, como roupas, objetos pessoais,
brinquedos e material escolar.
A hiperatividade apresenta alteração no comportamento, diminui a
persistência e consistência ao realizar as atividades de rotina como as atividades
escolares, praticar esportes, movimentar de forma exagerada pernas, braços,
cabeça, etc., apresenta impaciência em se manter em uma atividade, e
principalmente não tem limites. É importante enfatizar que a criança hiperativa não
apresenta obrigatoriamente todos esses comportamentos e conforme as
circunstâncias variam a intensidade em que ocorrem.

A criança com TDAH apresenta os seguintes tipos de comportamentos: falta


de persistência em atividades que requeiram envolvimento cognitivo;
mudança de uma atividade para outra sem completar nenhuma delas;
abandono de atividades; cometimento de erros por falta de cuidados;
dificuldade em manter atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
desorganização dos hábitos de trabalho; manuseio de objetos com
descuido; dificuldade de pensar antes de agir; necessidade de agir
rapidamente que sobrepuja sua reduzida capacidade de autocontrole;
realização de infrações não premeditadas; impaciência; dificuldade de
protelar respostas; necessidade de responder precipitadamente, dificuldade
de aguardar a vez. (PENNINGTON, 2004, p. 44).

Há várias fases na vida de uma criança em que o Transtorno do Déficit de


Atenção com Hiperatividade pode se desenvolver. Rohde e Halpern (2004)
destacaram alguns desses períodos e suas características:
No período lactente (após os primeiros vinte e oito dias de vida até completar
dois anos de idade), o bebê pode desenvolver um comportamento difícil, insaciável,
irritado e de difícil consolo, ter maior prevalência de cólicas e dificuldades na
alimentação e sono.
Já no período pré-escolar (aproximadamente dos dois aos seis anos), essa
criança pode demonstrar uma atividade aumentada ao usual, dificuldades de
14

ajustamento, comportamentos teimosos e irritados e ela é extremamente difícil de se


satisfazer.
No período escolar (seis aos doze anos), esses sintomas vão se alastrando,
fazendo com que a criança não consiga manter foco, distração, impulsividade,
desempenho inconsistente, e é nesse período que pode se observar a presença ou
não de hiperatividade.
No período da adolescência (doze aos dezesseis anos), a criança mostra-se
inquieta, com o desempenho inconsistente, ainda sem capacidade de colocar foco e
apresenta dificuldades de memória na escola.
Apesar do TDAH não apresentar uma definição universal, a criança hiperativa
apresenta alteração extremamente significativa no que se refere ao comportamento,
relacionamento e adaptação familiar, social e escolar.

1.2 Causas

Ao longo de todos esses anos, estudos têm procurado encontrar uma causa
provável, que ofereça melhores chances de aplicar um tratamento. Conceitos como
lesão, disfunção ou síndrome, são tentativas de reunir as múltiplas manifestações no
comportamento que fazem parte dos sintomas.
Estudos epidemiológicos a respeito do TDAH têm crescido muito nos últimos
anos. Inúmeras pesquisas em todo o mundo, inclusive no Brasil, mostram que uma a
cada vinte crianças é portadora desse transtorno e a causa não é relacionada à
maneira como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos.

Sendo o TDAH um distúrbio bastante frequente na idade escolar, pouco se


sabe sobre suas causas, apenas conhecemos suas manifestações
sintomáticas, porém é um termo bastante usado para descrever uma
criança com o comportamento agitado e desatento. (BORGES, 1997).

Segundo a coordenadora da Associação Brasileira do Déficit de Atenção


(ABDA), a psicóloga Tatiana Dutra, um dos fatores significativos para a contribuição
do TDAH, é a hereditariedade. Os fatores genéticos são responsáveis por alterações
funcionais em determinadas áreas cerebrais, com consequentes alterações na
neuroquímica.
15

Afirma Borges (1997) que a hereditariedade pode ser relacionada à


hiperatividade e diz que a primeira ligação foi estabelecida pelo estudo de parentes
de uma criança hiperativa e que essas crianças têm probabilidade quatro vezes
maior de possuir outros membros da família com o mesmo problema e diz que o
relacionamento entre esses indivíduos e suas famílias englobam também fatores
ambientais.

Não se conhece a causa básica do TDA e TDAH, mas admite-se que haja
um importante componente genético, uma vez que é habitual que indivíduo
identificado como portador desta condição tenha parentes próximos e
geralmente afetados (SCHWARTZMAN, 2001, p. 44).

Substâncias como a nicotina e o álcool, quando ingeridos durante a gravidez,


podem ocasionar má formação em algumas partes do cérebro, incluindo a região
frontal orbital.

Outros fatores, como danos cerebrais perinatais no lobo frontal, podem


afetar processos de atenção, motivação e planejamento, relacionando-se
indiretamente com a doença. É importante ressaltar que a maioria dos
estudos sobre possíveis agentes ambientais apenas evidenciaram uma
associação desses fatores com o TDAH, não sendo possível estabelecer
uma relação clara de causa e efeito entre eles. (ROHDE e HALPERN, 2004).

Alguns fatos e pesquisas revelam também que a exposição ou intoxicação do


chumbo em crianças pequenas podem apresentar sintomas similares ao TDAH.

Quando o chumbo era ingerido por crianças que comiam pedacinhos de


placas contendo chumbo das paredes de casas e apartamentos mais
antigos, ocorria envenenamento por chumbo, uma doença grave, e muitas
vezes fatal. Muitas crianças morreram em consequência de edema cerebral.
Algumas das crianças que sobreviveram aos graves episódios iniciais
desenvolveram problemas de aprendizagem e comportamento.
(GOLDSTEIN & GOLDSTEIN, 1996, p.59).

O aparecimento dos sintomas se dá frequentemente entre 3 e 7 anos de


idade, mas pode surgir antes, apesar de normalmente não ser diagnosticado até o
momento que a criança entra na escola. Não há características físicas específicas
no TDAH. A sintomatologia tem início antes dos 7 anos de idade. A criança é
inquieta e incapaz de permanecer sentada, às vezes mãos e pés podem estar em
movimento constante. A criança é facilmente distraída por estímulos transitórios, tem
dificuldades de esperar sua vez, parece ser desorganizada e frequentemente tem
16

dificuldades de completar uma tarefa e podem ser falantes, porém com dificuldade
de modelar sua voz.
O marco desse quadro é: desatenção, hiperatividade e impulsividade, além
desses podem ser acrescentados às dificuldades na conduta e/ou problemas de
aprendizado associados a discretos desvios de funcionamento do sistema nervoso.
Independentemente do sistema classificatório utilizado, as crianças com TDAH são
facilmente reconhecidas em clínicas, escolas, e, em casa.
É importante deixar claro que a desatenção, a hiperatividade ou
impulsividade como sintomas isolados podem resultar de muitos problemas na vida
de relação das crianças (com pais e/ou colegas e amigos) de sistemas educacionais
inadequados, ou podem estar associados a outros transtornos comumente
encontrados na infância e adolescência. Portanto, para o diagnóstico do TDAH, é
sempre necessário contextualizar os sintomas na história de vida da criança.
Existem muitas cogitações para a causa do Transtorno de Déficit de Atenção,
como complicações no parto ou até mesmo desavenças familiares, porém, não há
nada comprovando os fatos citados.

1.3 Diagnóstico

Para o diagnóstico do TDAH, é necessário contextualizar os sintomas na


história de vida da criança. É importante ressaltar que a desatenção, a
hiperatividade ou a impulsividade, como sintomas isolados, podem resultar em
muitos problemas na vida de relação das crianças com os pais, colegas e amigos.
O diagnóstico pede uma avaliação ampla, não se pode deixar de considerar
outras causas para o problema, assim, é preciso estar atento à presença de
distúrbio simultâneo . O aspecto mais importante do processo do diagnóstico é um
cuidadoso histórico clínico e desenvolvimento. A avaliação do TDAH inclui um
levantamento do funcionamento intelectual, acadêmico, social e emocional. O
exame médico é de extrema importância para esclarecer possíveis causas
semelhantes.
O processo diagnóstico deve incluir dados recolhidos com professores e
outros adultos que de alguma maneira interagem de maneira rotineira com a pessoa
que está sendo avaliada. Diagnósticos apressados e equivocados poderão deixar
17

pessoas mal educadas ficarem à vontade para serem mal educados, sob o pretexto
de que estão dominados pelo TDAH, assim facilitando a aceitação do seu
comportamento não convencional.
“Devemos ter em mente que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado
previnem os grandes desvios comportamentais, os conflitos internos e externos,
reduzindo assim o tempo do tratamento” (TOPCZEWSKI, 2002, p. 51).
Segundo GOLDSTEIN (1996), um diagnóstico minucioso da hiperatividade na
infância deve incluir oito tipos de informações: histórico, inteligência, personalidade,
desempenho escolar, amigos, comportamento na sala de aula, consulta médica.
O diagnóstico de TDAH deve ser feito com muita cautela a partir dos 5 anos
de vida, porém, um professor nunca poderá diagnosticar tal transtorno, ele deve
encaminhar a criança juntamente com relatos feitos em sala de aula ao especialista,
que normalmente é um médico - neurologista ou psiquiatra, psicólogos e
psicopedagogos. Para fazer o diagnóstico é preciso observar se o comportamento
hiperativo ocorre a, pelo menos, seis meses e em ambientes diferentes. É por isso,
entre outras razões, que o conhecimento do desenvolvimento normal de crianças é
fundamental para a avaliação de psicopatologia nessa faixa etária. Estudos também
indicam que os sintomas de hiperatividade diminuem na adolescência, restando, de
forma marcante, os sintomas de desatenção e de impulsividade.
Goldstein (1998, p.22) afirma:

A hiperatividade só é confirmada a partir de quando a criança começa a sua


vida escolar, isso em média aos 05 (cinco) anos de idade. Alguns fatores de
desenvolvimento no início da infância como o bebê com dificuldades para
dormir e para acalmar, possam colocar essa criança no grupo de risco de
ser uma criança hiperativa. [...] Embora os profissionais não rotulem uma
criança antes de ela ter no mínimo cinco anos [...].

Segundo Rohde e Halpern (2004), algumas pistas que indicam a presença do


transtorno são:
 Presença de sintomas desde a idade pré-escolar, ou, pelo menos, um
período de vários meses de sintomatologia intensa.
 Persistência dos sintomas em vários locais e ao longo do tempo. Os
sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade precisam
ocorrer em vários ambientes da vida da criança (por exemplo, escola e
casa) e manterem-se constantes ao longo do período avaliado. Sintomas
18

que ocorrem apenas em casa ou somente na escola devem alertar o


clínico para a possibilidade de que a desatenção, hiperatividade ou
impulsividade possam ser apenas sintomas de uma situação familiar
caótica ou de um sistema de ensino inadequado. Da mesma forma,
flutuações de sintomatologia com períodos assintomáticos não são
características do TDAH.
 Prejuízo clinicamente significativo na vida da criança. Sintomas de
hiperatividade ou impulsividade sem prejuízo na vida da criança podem
traduzir muito mais estilos de funcionamento ou temperamento do que um
transtorno psiquiátrico.
 Entendimento do significado do sintoma. Para o diagnóstico de TDAH é
necessária uma avaliação cuidadosa de cada sintoma e não somente a
listagem de sintomas. Por exemplo, uma criança pode ter dificuldade de
seguir instruções por um comportamento de oposição e desafio aos pais e
professores, caracterizando muito mais um sintoma de transtorno opositor
desafiante do que de TDAH.

O objetivo da avaliação diagnóstica do TDAH não é de qualquer forma


rotular crianças, mas sim avaliar e determinar a extensão na qual os
problemas de atenção e hiperatividade estão interferindo nas habilidades
acadêmicas, afetivas e sociais da criança e na criança e no
desenvolvimento de um plano de intervenção apropriado (BENCZYK, 2006,
p. 55).

É fundamental averiguar se o aluno não segue as instruções por não


conseguir manter a atenção durante a explicação das mesmas. Em outras palavras,
é necessário verificar se os sintomas apresentados se relacionam com o transtorno,
ou seja, déficit de atenção e/ou dificuldade de controle inibitório.

1.4 Tratamento

Antes de qualquer tratamento, um exame físico deve ser feito para descartar
outras causas para o comportamento da criança, tais como: infecção crônica do
ouvido médio, sinusite, problemas visuais ou auditivos ou outros problemas
neurológicos.
19

“O tratamento de crianças com TDAH exige um esforço coordenado entre


profissionais da área médica, saúde mental e pedagógica em conjunto com os pais”.
(GOLDSTEIN, 1998).
O tratamento do TDAH envolve uma abordagem múltipla, englobando
intervenções psicossociais e psicofarmológicas, no âmbito das intervenções
psicossociais. O primeiro passo deve ser educacional, através de informações claras
e precisas à família a respeito do distúrbio. Muitas vezes, é necessário um programa
de treinamento para os pais, a fim de que aprendam a manejar os sintomas dos
filhos. É importante que eles conheçam as melhores estratégias para o auxilio de
seus filhos na organização e no planejamento das atividades.
Depois da análise feita pelo especialista (médico, neurologista, psiquiatra
psicólogo ou psicopedagogo) o tratamento começa pela psicoterapia
comportamental, envolvendo toda dinâmica familiar que procura informar e
conscientizar sobre o TDAH.

Após o diagnóstico, é preciso fazer um planejamento de ação, um


encaminhamento de tratamento ou acompanhamento, pois uma avaliação
que não leva a uma modificação da situação é, para todos os efeitos, uma
perda de tempo ou nada mais que um exercício acadêmico (GOLDSTEIN,
1996).

A terapia é muito bem vista e ajuda a mudar alguns hábitos que se tornaram
vícios: desorganização, pensamentos negativos, além do resgate da autoconfiança e
da autoestima, além da agitação, que é comum entre os portadores.

A terapia psicológica para o paciente e a orientação psicológica aos


familiares devem ser indicada na maior parte das vezes. O tratamento tem
como finalidade principal melhorar a qualidade de vida do aluno, que poderá
alcançar uma produção escolar adequada, poderá melhorar as suas
relações sociais, bem como com os familiares, além de melhorar a sua
autoestima e autoimagem. (TOPCZEWSKI, 2011, p.7).

Segundo Borges (1997), antes de se iniciar qualquer terapia comportamental


é necessário conhecer certos princípios e condições: para se efetuar um programa
de modificação do comportamento é imprescindível uma análise completa dos
comportamentos problemáticos, seus componentes, os eventos que os acompanha
ou desencadeiam o contexto no qual aparecem. Os pais e professores são os
principais responsáveis na aplicação do programa. O programa de modificação de
20

comportamento é um processo longo e difícil e deve ser planejada de forma


rigorosa. É necessário estabelecer objetivos realistas sem visar necessariamente o
desaparecimento completo do comportamento desviante.
A psicomotricidade também pode servir como um recurso auto didático para
esse processo.
Segundo LEVIN (2003, p.66) ‘’[...] A Psicomotricidade nos enriquece com a
ideia do fazer e do conhecer com o corpo. Mostrar ou não mostrar a ação é a
psicopedagogia que nos direciona para mostrar ou não mostrar o conhecimento’’.
Traça-se um perfil psicomotor e se espera que a criança esteja dentro de uma
média, do ‘normal’. Se isso não acontece, inicia-se uma maratona de terapias, bem
como há uma orientação à escola para que haja uma adequação dessa criança no
meio escolar.
A psicomotricidade pode ser um instrumento não para ser trabalhado para o
desenvolvimento do corpo em si, mas para o pensamento cognitivo também. Como
já disse anteriormente que a frequência desse distúrbio é maior em meninos do que
em meninas, portanto é possível se utilizar toda essa energia existente nos meninos,
há favor do seu processo de aprendizagem.
Se o nível do TDAH for muito elevado é necessário entrar com medicação. A
primeira indicação é do estimulante metilfenidato. No Brasil apresenta-se de 3
formas: Ritalina (de curta duração), Ritalina LA e Concerta (de longa duração).

Os medicamentos mais utilizados para o controle dos sintomas do TDAH


são os psicoestimulantes; 70% a 80% das crianças e dos adultos com
TDAH apresentam uma resposta positiva. Esse tipo de medicamento é
considerado “performance enhancer”. Portanto, eles podem, até certo ponto,
estimular a performance de todas as pessoas. Mas, em razão do problema
específico que apresentam, crianças com TDAH apresentam uma melhora
dramática, com redução do comportamento impulsivo e hiperativo e
aumento da capacidade de atenção (GOLDSTEIN, GOLDSTEIN 1996).

Ainda GOLDESTEIN & GOLDESTEIN (1994) afirma que crianças hiperativas


em uso de ritalina obtém uma melhora com redução dos sintomas. A ritalina melhora
o grau de atenção e reduz o comportamento impulsivo hiperativo diminuindo
problemas em casa, na escola, e na vizinhança.
Se a ritalina é ingerida ás oito horas, às dez horas da manhã, o efeito diminui
durante as quatro horas seguintes e maior parte de sua capacidade de melhorar o
comportamento hiperativo desaparece entre o meio dia e às duas da tarde.
21

Schwatzwman (2001) explica que, muitas vezes, o transtorno não é tão


prejudicial, pois a criança com TDAH tem pensamento ágil e faz diversas coisas ao
mesmo tempo. Iniciativas como alterações na rotina da própria escola, para acolher
melhor o comportamento do aluno podem trazer resultados satisfatórios.
Influências no campo escolar também são importantes. As interferências
escolares necessitam ter como foco o desempenho escolar. Nesse sentido,
professores precisam ser orientados para a necessidade de uma sala de aula bem
estruturada, com poucos alunos. O ambiente escolar previsível e rotinas diárias
consistentes proporcionam a essas crianças o controle emocional. Estratégias de
ensino ativo aliado à atividade física com o método de aprendizagem são
fundamentais. As tarefas propostas não devem ser excessivamente longas e
necessitam ser explicadas passo a passo.
O TDAH não tem cura, mesmo com medicação, o que se espera é que com
acompanhamento de profissionais especializados as dificuldades reduzam e deixem
de atrapalhar a qualidade de vida da pessoa.
22

2. CRIANÇA HIPERATIVA E A FAMÍLIA.

Taylor, apud Borges (1997), observa que crianças hiperativas podem


provocar a falência emocional de uma família. Algumas vezes, os pais ficam sem
saber como agir, porém, outras vezes, adaptam-se bem ao estilo da criança.
Geralmente, o que se observa comumente é se instalam entre os membros da
família tensões, tornando conflituosas todas as atividades da vida cotidiana.
No entanto, é imprescindível a aceitação dos pais diante das dificuldades do
seu filho, de modo que eles possam assumir e cumprir o desafiante papel no
progresso da criança. Assim, eles devem propiciar de forma ativa situações que
favoreçam desenvolver a autonomia da criança, alicerçando através do amor, do
bom relacionamento familiar, da aceitação dos colegas, dos professores, do sucesso
escolar, social dentre outros.
Os pais desempenham um papel fundamental durante o tratamento. Devem
saber as limitações da criança para ajudá-la, deverão encontrar situações
prazerosas para seu filho, seja em esportes, artes, e deverão enxergar além das
suas limitações e perceber seus esforços, empenhos e talentos, ao invés de frustrá-
la, pois, as crianças hiperativas necessitam de muito apoio, compreensão, carinho e,
sobretudo, muita paciência para, pouco a pouco, desenvolverem seu dia a dia com
normalidade.

Nem sempre as famílias conseguem perceber as diferenças


comportamentais, especialmente quando não tem outros filhos. Muitas
vezes acreditam tratar-se de uma fase transitória, e, com isso, tornam-se
mais tolerantes. A acomodação, por parte dos pais, a este tipo de
comportamento faz com que não percebam o quanto estes se desviam do
padrão tolerável. (TOPCZEWSKI, 1999, p. 37).

Barros (2002) ressalta que o aconselhamento educativo para os pais de


crianças hiperativas inicia-se com o esclarecimento do transtorno e suas
implicações. Para tanto, o autor menciona Goldstein (2001) quando indica uma lista
de estratégias que podem auxiliar esses pais:

 Aprender o que é TDAH;


 Distinção entre problemas decorrentes da incapacidade de compreensão
e problemas que resultam de recusa ativa em obedecer ordens;
 Dar instruções positivas;
 Recompensa ao comportamento adequado;
23

 Usar técnicas de custo de resposta;


 Planejar adequadamente;
 Punir adequadamente;
 Reforço nas habilidades fortes. (GOLDSTEIN, 2001 apud BARROS 2002,
p.114).

Conforme revela Moura (1999) apud BARROS (2002, p.82), “aconselhar a


família pode ser benéfico para auxiliar os pais a compreenderem as fontes de
ansiedade e assistirem às crianças, fornecendo apoio emocional em situações
desagradáveis”.
Uma das dificuldades que o aluno portador do TDAH e sua família possuem é
a realização da tarefa de casa. O propósito da lição é revisar o aprendizado que a
criança obteve e não usar desse artifício como forma de punição por comportamento
inadequado ou castigo. Os professores devem lembrar que o aluno com TDAH (e/ou
com problemas de aprendizagem) leva 3 a 4 vezes mais tempo para fazer uma lição
do que os demais, por esta razão, são necessárias adaptações para que a quantia
de tarefas não ultrapasse o limite de cada criança.
Quando não tratado, o TDAH pode gerar sofrimentos e prejuízos na vida
social e afetiva. Os pais e professores precisam manter um diálogo frequente para
obter um resultado com eficácia.
Procurar informações e esclarecimento sobre o Déficit de Atenção e
Hiperatividade é de extrema importância para os cuidados de um filho hiperativo e é
preciso os pais estarem conscientes que eles não causam a hiperatividade, mas os
modos de interagir podem progredir ou regredir o comportamento da criança com
TDAH.
A neuropsiquiatra Tânia Almeida, especializada no atendimento a famílias que
têm membros com TDAH, ressalta o quanto pode ser lucrativo o resultado de uma
maior compreensão do TDAH.

Pais e parentes esclarecidos, professores e cuidadores esclarecidos,


portadores e amigos esclarecidos sobre o funcionamento da disfunção
podem com ela lidar de maneira mais favorável, ajudando a sobressair às
competências que esses indivíduos também têm – muitas vezes, especiais
competências – e não as suas incompetências (ALMEIDA, 2007).

É importante que uma rotina estável seja estabelecida em casa. Para diminuir
a agitação e a quantidade de estímulos diários, devem-se definir horários
específicos para comer e dormir. Falar um pouco mais alto destacando as palavras
24

mais importantes, que indiquem tempo, espaço e modo, como por exemplo: "A lição
é para amanhã", é uma forma de a criança assimilar os deveres a serem cumpridos.
É sempre viável preparar um local de estudos adequado, com horários
estabelecidos para fazer as tarefas escolares. Ser breve e evitar dar várias ordens
ao mesmo tempo ou atribuir uma pequena e rápida tarefa e insistir delicadamente
para que seja concluída, não se esquecendo de agradecer e elogiar, é um estimulo
para a criança participar de projetos e buscar concluí-lo sem que isso se transforme
em tortura. É importante que se concluam as tarefas, pois, a criança se sentirá
capaz de realizar as atividades e isso oferecerá maior autoestima.
Segundo Silva (2003), mais importante que o medicamento é essa criança,
desde pequena e conforme ela for crescendo, entender como ela funciona, pois a
partir do momento que compreende isso, ela saberá o que ela deverá evitar, quais
os perigos, o que ela pode se permitir e esbanjar com mais prazer, para tirar do
autoconhecimento o melhor proveito.
É importante para os pais perceberem que as crianças hiperativas entendem as
regras, instruções e expectativas sociais. O problema é que elas têm dificuldade em
obedecê-las. Esses comportamentos são acidentais e não propositais.
25

3. A CRIANÇA COM TDAH NO CONTEXTO ESCOLAR.

Crianças com TDAH podem parecer ter o potencial de aprendizagem parecido


ao das outras crianças. No entanto, eles encaram seus maiores problemas na
escola, já que é na Educação Infantil, que a criança aprende a lidar melhor com as
regras e os limites de uma educação organizada. É importante que os pais e
professores compreendam as causas que levam esse aluno a não corresponder ao
que se espera dele.
Às vezes faltam profissionais qualificados para que possa trabalhar com
esses alunos interferindo no seu procedimento de aprendizagem de forma correta, é
de extrema importância que haja um psicopedagogo na escola para que se possa
trabalhar com essas crianças, ao modo em que elas acabem se desenvolvendo e
criando um certo vinculo diante dessa pessoa, para que consiga haver um processo
de aprendizado, não fora da escola, mas que passa a atender esse aluno de acordo
com a sua necessidade, que nos dias de hoje fica difícil tratar.
Dentro do contexto escolar, por meio de comportamentos que incluem a
desatenção, hiperatividade e impulsividade associada ao desempenho menor do
que o esperado, o professor precisa estar preparado para receber uma criança com
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e procurar conhecer melhor o
quadro do distúrbio, para saber como lidar com ela.
A hiperatividade ultimamente esta sendo bastante discutida em virtude de
causar sérios problemas de convívio social. Hoje em dia esse distúrbio é
considerado alterador do comportamento sendo, frequentemente, diagnosticada na
escola.
O passo inicial é avaliação deve ser feita por um grupo interno; depois, os
resultados são repassado aos pais, revelando alternativas para um diagnóstico
correto, que requer a avaliação de profissionais de outras áreas. Uma vez
diagnosticado o problema, professores, terapeutas e os pais planejam juntos as
estratégias e intervenções a serem implantadas (modificação do ambiente,
adaptação do currículo, adequação do tempo de para cada atividade proposta,
acompanhamento de medicação etc.).

Na escola, não conseguem ficar quietos durante as aulas além de se


apresentarem dispersos e desatenciosos, o que interfere num bom
aprendizado. Por conta disso, o rendimento escolar fica muito aquém da
26

capacidade intelectual do aluno. A hiperatividade interfere no


relacionamento com professores e com os colegas, que muitas vezes se
sentem incomodados, pois o aluno hiperativo os atrapalha na feitura da
matéria. (TOPCZEWSKI, 2011, p.7).

Geralmente são os professores que frequentemente percebem quando o


aluno apresenta problemas de aprendizagem, comportamento, atenção ou
emocionais, afetivos e sociais e é o dever da escola buscar esclarecer as causas
dos problemas.
A origem do TDAH no ambiente escolar parte-se do raciocínio de que não são
todos os sinais deste distúrbio que os alunos demonstram em sala de aula. Não se
devem confundir os comportamentos de crianças indisciplinadas, com indícios do
TDAH, a fim de evitar problemas por “falsos diagnósticos”.
Existem fatores que afetam o desempenho da criança com TDAH; entre elas
está a estruturação na sala de aula e o estudo em casa.
O ambiente escolar deve conter o mínimo de estímulos possíveis. Uma sala
de aula estruturada não significa um ambiente rígido, tradicional, ao contrário, pode
ser criativo e colorido. A estrutura se constitui por meio de uma comunicação clara e
precisa, regras bem determinadas, expectativas bem explicadas, mas sem
exageros.
É frequente os pais mudarem seus filhos de escola, tentando assim evitar as
possíveis repetências, porém é uma tentativa inviável, pois a criança não tem
concentração, não consegue parar quieta, não consegue aprender, e com isso, a
reprovação na escola torna-se inevitável.
Crianças com TDAH estão sujeitas ao fracasso escolar, a dificuldades
emocionais e a um desempenho significativamente negativo quando comparadas a
seus colegas. No entanto, o diagnóstico prematuro do problema, seguido de
tratamento apropriado, tem demonstrado que essas crianças podem vencer
barreiras.

Na idade escolar, a criança hiperativa começa a se aventurar no mundo e já


não tem a família para agir como um amortecedor. O comportamento, antes
aceito como engraçadinho ou imaturo, já não é mais tolerado. A criança
hiperativa que está no jardim da infância precisa agora aprender a lidar com
as regras, a estrutura e os limites de uma educação organizada, e seu
temperamento simplesmente não se ajusta muito bem com as perspectivas
da escola. Rapidamente seu comportamento ocupa uma porcentagem
desproporcionalmente grande ao tempo do professor. Infelizmente, essa
atenção por parte do professor é negativa e dirigida à criança por ela não
estar fazendo o que dela se espera. Isto desintegra ainda mais a classe,
27

pois existem muitas outras crianças que prefeririam assistir a uma batalha
entre o professor e a criança hiperativa do que completar seu próprio
trabalho. O professor deve ter consciência de que o TDAH limita a
capacidade de aquisição da criança e sua atenção é menor frente aos
estímulos. (GOLDSTEIN & GOLDSTEIN, 1996, p. 106).

As crianças com o transtorno têm dificuldade em prestar atenção nos detalhes


ou erram por descuido nas atividades em casa ou atividades na escola. Por
exemplo, num determinado exercício com o enunciado “assinale a alternativa que
não é verdadeira”, com frequência ela não lê o ‘não’ e marca a alternativa correta.
Segundo BORGES (1997, p.88) quanto mais o professor exigir a atenção,
mais aumenta a tensão emocional e diminui sua capacidade de prestar atenção.
As intervenções psicopedagógicas, na maioria das vezes, são necessárias
devido ao diagnóstico ser muito tardio e com isso a criança / adolescente acaba
trazendo consigo lacunas de aprendizagem por não conseguir se concentrar durante
as aulas e estas lacunas precisam ser trabalhadas e recuperadas.
Outra característica é a falta de memória; no TDAH isso é muito claro.

Os hiperativos apresentam alterações na chamada memória de curto


período, e isto se deve à baixa capacidade de atenção e a pouca
concentração. As mães referem que, quando solicitam algo à criança, esta
retorna após alguns minutos perguntando qual foi a solicitação, pois
esqueceu-se do pedido que lhe fora feito. Esta falta de memória já é por si
só, um fator de baixo rendimento escolar que quando associado à
hiperatividade agrava o quadro. (TOPCZEWSKI, 1999, p. 57).

Na escola, é preciso evitar instruções muito longas e parágrafos muito


extensos. Isso certamente facilitará o aprendizado de todos os alunos sem exceção.
As tarefas precisam ser variadas, mas não podem deixar ser interessantes
para os alunos, os intervalos e reuniões especiais devem ser observados e os
professores devem estar atentos aos comportamentos dos alunos.

O professor deve criar facilidades para que a criança com TDAH adquira
novas amizades, pois os amigos são essenciais para o desenvolvimento
dessa criança. A instabilidade comportamental, a ansiedade e a falta de
concentração em algumas crianças hiperativas fazem com que as outras
crianças se afastem delas, pois por não compreenderem a sua forma de
relacionamento, acabam as considerando inconvenientes. Assim sendo,
algumas vezes, as crianças hiperativas acabam sendo excluídas pelos
amigos, o que poderá provocar alguns transtornos emocionais, pois a falta
de companheirismo poderá trazer para algumas delas sentimentos de
solidão e ansiedade (LOPES, 2000).
28

Geralmente as crianças hiperativas se desenvolvem melhor durante a aula de


educação física, respeita os professores, fazem os exercícios de forma correta, às
vezes, até ajudam os amigos que não estão conseguindo fazer a atividade.
Por meio da educação física, a criança desenvolve suas habilidades
perspectivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Para a
criança desenvolver o controle de sua expressão motora, deverá realizar atividades
considerando seus níveis de maturação da biologia.
Conforme a didática utilizada é possível proporcionar a aprendizagem e
recrear ao mesmo tempo, atividades envolvendo o esporte ajudam na conversação
da saúde mental, física e no equilíbrio sócio afetivo.
A educação não poderá ser completamente dissociada ao esporte, já que um
dos seus objetivos é em consistir em promover a socialização e a interação entre os
seus alunos, proporcionando o reconhecimento do esporte.
Com tudo isso fica difícil de trabalhar em sala de aula, pois na escola pode
ser aplicado como proposta de trabalho, exercida por uma psicopedagoga
institucional, que através de jogos e brincadeiras, e com isso fazendo a utilização da
aula de educação física, como recurso didático para o processo de aprendizagem
para as crianças com TDAH.

A concepção que esboçamos apresenta o material pedagógico,


como um objeto construído, durante o processo (ensino aprendizagem), que
se funda em três elementos articulados básicos: o objeto pedagógico, a
matéria-prima pedagógica e o substrato pedagógico. Com isso queremos
dizer que o material pedagógico tem uma concretude ou essência, uma
multiplicidade de imagens desta concretude e um símbolo representativo da
mesma (MRECH, 1989, p. 50).

Existe jeito que também faz a diferença na aprendizagem e assimilação da


criança hiperativa é através de oficinas criativas, que engloba o aluno por completo
em uma ação, pois, tudo o que é criativo e novo desperta o interesse da criança,
também pode trabalhar com a concentração, a atenção, a coordenação motora, e a
criatividade que é essencial para esses de alunos
Segundo ALLESANDRINI (1996) a flexibilidade e maleabilidade da argila
adaptam-na ás necessidades mais variadas. Promove a manifestação ativa de um
dos processos internos mais primitivos. Proporciona a ocasião de fluir bem entre
manipulador e o material como nenhum outro.
29

A argila mobiliza a tomada de decisão, trabalha a própria escolha do que se


vai fazer e de que maneira. A cada movimento, é preciso fazer inferências
na busca daquilo que foi uma escolha, exatamente para transformar em
objeto o que se criou e imaginou no nível da representação mental.
‘’Aqueles que estão inseguros e temerosos podem ser uma sensação de
controle e domínio através da argila. Ela constitui um meio que pode ser
desmanchado, e que não tem regras especificas definidas para os seus
usos. É bastante difícil, cometer erros ao trabalhar com argila. Crianças que
precisam fortalecer a sua autoestima experimentam um senso incomparável
de si próprias através do seu uso. (Oaklander 1980, p. 85)

Essa é uma excelente proposta na psicopedagogia, tendo o objetivo de criar e


inovar ações e os trabalhos com as crianças. As crianças com TDAH tem uma
enorme dificuldade em ter atenção nas coisas que acontece a sua volta, com a
oficina da argila, ela poderá relaxar e colocar em prática sua criatividade, pois isso
eles têm de melhor.
A utilização de jogos e brincadeiras é uma das maneiras para que possua um
processo continuo, ressaltando que a maior parte dessas crianças que têm o
transtorno, são crianças, por esta razão o uso de recursos envolvendo regras e
jogos livres servem de maior resultado positivo.

3.1 Atividades indicada para se trabalhar com crianças hiperativas

As crianças hiperativas dificilmente se interessam por atividades


pedagógicas tradicionais, sedentárias e têm muita dificuldade em se concentrar.
Nesse caso existem algumas atividades que, além de divertidas, exigem
concentração e atenção, jogos de competição que são motivadores e
socializadores. Os professores também podem utilizar recursos de multimídia
como TV, DVD, música e computador, pois em geral eles se interessam muito por
tudo isso, mas claro com conteúdos interligado nos temas a ser trabalhados, onde
eles possam se desenvolver cognitivamente brincando.

QUEBRA CABEÇA
Desperta o interesse e desafia a inteligência da criança. O quebra-cabeça
pode estar relacionado ao grau de atração e o de dificuldade que ele apresenta: se
for fácil demais, não constituirá desafios, mas também, se for difícil demais,
provocará desistência ao invés de motivação. “Essa atividade estimula o
30

pensamento lógico, composição e decomposição de figuras, discriminação visual,


atenção e concentração” (CUNHA, 1997, p. 45).

BRINQUEDOS E LIVROS
Brinquedos recomendados são os que prendem a atenção e, exercícios que
ajudam na coordenação motora, ajudam na memória e na hiperatividade. Para
incentivar a leitura, os pais e professores devem preferir livros com letras grandes,
frases curtas, muitas figuras, histórias curtas e interessantes.

O QUE SERÁ?
As brincadeiras de “adivinhar” são instigantes porque formam um desafio
explícito. Se forem bem conduzidas pelo mediador, neste caso o professor, levarão
as crianças a descobrirem que poderão alcançar melhores resultados se fizerem
perguntas mais objetivas. Esse jogo estimula pensamento lógico, dedução,
reconhecimento do todo através de uma parte, atenção e observação, nomeação e
discriminação visual.

MÚSICA.
A música pode ser um grande aliado para prender a concentração dos
portadores do TDAH, principalmente quando vem junto os gestos ou qualquer
movimento, por menor que seja. A melodia faz com que as crianças não se
dispersem e os movimentos contribuem para a concentração.

Estudos têm mostrado que a música pode ser um fator importante em


ajudar as crianças na aprendizagem, retendo informações, e capacidades
de comunicação. A música, portanto seria um facilitador da aprendizagem,
além de estimular a autoestima e ser um instrumento de socialização
(CAMPOS, 2006).

ESPORTES
Esportes que envolvem atividade física ajudam a desenvolver a concentração
em crianças hiperativas, visto que, esse transtorno é causado pela pouca produção
de Adrenalina e Noradrenalina, que são responsáveis pelo controle de diversos
31

sistemas neurais no cérebro, incluindo aqueles que governam a atenção, o


comportamento motor e motivação.

Todo tipo de esportes são bons para hiperativos, principalmente os


coletivos, que não só ajudam a gastar a energia, como ensinam a obedecer
regras. Não há necessidade de cortar atividades da agenda, pois eles
funcionam bem e com bastante adrenalina. (NEVES, 2005, p.53)

JOGO DA MEMÓRIA
Inteligência e pensamento são parecidos, pois o pensamento representa o
uso ativo da inteligência. A aprendizagem só é realizada se a criança tiver
mecanismos nos quais possa relacionar as informações. Todas as características
da inteligência humana vêm à tona através do processo de desenvolvimento.
Diante disso, Cunha (1997, p. 48) cita que: “O jogo da memória estimula o
pensamento, memorização, identificação de figuras, estabelecimento do conceito de
igual e diferente e orientação espacial”.

JOGO DE ASSOCIAÇÃO
Sendo a linguagem um sistema de símbolos, ela deve ser sempre associada
à experiência direta. O vocabulário e os conceitos devem ser introduzidos sempre
através de atividades concretas, desenvolvidas pelas crianças, para que tenham
real significado.
Estimula o pensamento, associação de ideias, linguagem verbal, criatividade,
atenção, concentração e percepção visual (CUNHA, 1997, p. 50).
32

4. A APRENDIZAGEM E O BRINCAR DE CRIANÇAS COM TDAH


As atividades lúdicas, atendem à algumas determinadas necessidades e
interesses sociais, além de ser um facilitador da aprendizagem, pois, favorecem a
cooperação e a socialização entre os alunos.
Podemos destacar também algumas terapias psicomotoras, que buscam uma
melhora da criança na escola e mesmo em casa, através de ‘receitas’ que buscam
moldar seu comportamento através de exercícios, muitas vezes condicionadores.
É papel da escola promover situações de aprendizagem, proporcionando
atividades desafiadoras que permitam a construção de conhecimentos, dando
oportunidades ao aluno de ser mais participativo, criativo e ativo, tornando-se uma
pessoa com autonomia e iniciativa, levando a adquirir atitudes de respeito mútuo,
dignidade e solidariedade.
Para que isso ocorra é necessário que o professor prepare as aulas deixando-
as mais interessantes e diversificadas, permitindo sair da rotina e explorando
diversas habilidades nos alunos, proporcionando benefícios significativos para suas
vidas.
Barros (2002) referindo-se ao lúdico, diz que o comportamento da criança
hiperativa, em relação as outras crianças, mostra-se muito precário devido à grande
dificuldade de atenção, concentração e impulsividade causada pelo o distúrbio.
Portanto ao utilizar métodos diversificados como jogos, deve-se levar em
consideração as características da criança com TDAH, como as condições sob as
quais deverá realizar as atividades, com o objetivo de auxiliar o aluno a desenvolver
as habilidades necessárias para um desempenho cognitivo, social e emocional.
Ainda segundo Barros (2002), a hiperatividade atrapalha o desenvolvimento
do comportamento social apropriado para uma criança e através dos jogos, ela pode
melhorar seu senso de respeito às normas grupais e sociais.
Na psicopedagoga clínica, os resultados positivos no tratamento de crianças
hiperativas aparecem através da aplicação dos jogos. Crianças que foram
encaminhadas pela escola com queixas de dificuldade em acompanhar o
desenvolvimento geral da classe e hiperatividade, comparado aos aspectos
comportamentais, estas apresentavam um nível de agitação muito elevado e
dificuldades na coordenação concentração e aceitação de regras.
O jogo é uma ferramenta interativa que ajudará o professor a minimizar os
problemas de comportamento social nas crianças hiperativas e desatenção,
33

melhorando assim a aprendizagem e o desenvolvimento da criança, pois, é por meio


desse ato que a criança reproduz as experiências vividas em seu cotidiano e, ainda,
que pode relacionar-se com outras crianças.

O brinquedo, o jogo, o aspecto lúdico e prazeroso que existem nos


processos de ensinar e aprender não se encaixar nas concepções
tradicionais de educação que priorizam a aquisição de conhecimentos, a
disciplina e a ordem como valores primordiais a serem cultivados nas
escola. Esta dificuldade em olhar de modo inovador aspectos fundamentais
e específicos da escola contribuir para limitar as ações que realmente
colaborem para a afetivação de mudanças significativas nas práticas
pedagógicas utilizadas hoje com crianças. (Kishimoto 2007, p. 134)

Vygotsky (2004) afirma que a aprendizagem é um processo social e é


permitida através das áreas de desenvolvimento proximal, isto é, a distância entre a
zona de desenvolvimento real, que determina através dos recursos independente de
problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, ou seja, aquilo que a criança
ainda não sabe, mas que pode aprender. A zona de desenvolvimento proximal é o
que a criança faz hoje com auxílio de adultos ou mesmo de crianças mais aptas,
mas que amanhã poderá fazer sozinha.

No sentido de que, no processo de aprendizagem e desenvolvimento, para


cada passo que a criança dá adiante no aprendizado, são dois passos que
ela avança no desenvolvimento, é inegável que cresce em importância a
atuação do professor nesse processo. De fato, cabe a ele estimular
constantemente a atenção da criança com TDAH, para que a mesma não se
perca a qualquer novo estímulo do ambiente. (Vygotsky, 2004)

Sendo assim, para obter a atenção desejada de uma criança em uma


brincadeira por um determinado tempo para total aproveitamento, e com uma melhor
interação com aquele objeto e mesmo com os colegas pode-se conseguir também
aproximação aos demais, relacionando com os colegas é estar em ambiente
proximal, aproveitando desde as orientações até a afetividade.
Vygotsky (1991) ressalta a importância do brincar para o desenvolvimento da
criança e para os processos de aprendizagem, pois, é através desse ato que a
criança reproduz experimentações e vivências. Ele também destacou que o brincar
nem sempre é considerada uma atividade que dá prazer à criança, já que outras
atividades dão experiências de prazer muito mais intensas do que o brincar como,
por exemplo, o chupar chupeta, mesmo que a criança não se sacie com a mesma.
34

No entanto, o ato de brincar é de suma importância no desenvolvimento e


aprendizado da criança.
35

5. INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA.

5.1 Breve Histórico da Psicopedagogia

Segundo Bossa (2000), Em 1946 foram fundados na Europa os primeiros


Centros Psicopedagógicos, por J. Boutonier e George Mauco, com direção médica e
pedagógica. Estes centros juntavam os conhecimentos da área de Psicanálise
Psicologia, e Pedagogia, onde buscavam conciliar crianças com comportamentos
impróprios em casa ou no ambiente escolar e também, ajudar as crianças mesmo
que inteligentes, possuíam dificuldades de aprendizagem.

Na literatura francesa que, como vimos influencia as ideias sobre


psicopedagogia na Argentina a qual por sua vez influencia a práxis
brasileira- encontra-se entre outros, os trabalhos de Janine Mery, a
psicopedagoga francesa que apresenta algumas considerações sobre o
termo sobre o termo psicopedagogia e sobre a origem dessas ideias na
Europa, e os trabalhos de George Mauco, fundador do primeiro centro
médico psicopedagógico na França, onde se percebeu as primeiras
tentativas de articulação entre Medicina, Psicologia, Psicanálise e
Pedagogia, na solução dos problemas de comportamento e de
aprendizagem (BOSSA, 2000, p. 37)

Buscava através desta união da Psicanálise, Psicologia e Pedagogia,


conhecer a criança e o seu meio, para que fosse possível compreender o caso para
determinar uma ação reeducadora. Esta corrente europeia influenciou
significativamente a Argentina.
Visca apud Bossa (2000, p. 21) nos diz:

A Psicopedagogia foi inicialmente uma ação subsidiada da Medicina e da


Psicologia, perfilando-se posteriormente como um conhecimento
independente e complementar, possuída de um objeto de estudo,
denominado de processo de aprendizagem, e de recursos diagnósticos,
corretores e preventivos próprios.

Com esta visão de uma independente formação, entretanto complementar,


dessas duas áreas, para o desenvolvimento da área psicopedagógica, o Brasil
recebeu contribuições de profissionais como Jacob Ferldmann, Jorge Visca, Alicia
Fernandes, Sara Paín, dentre outros. Sendo que um dos maiores colaboradores da
divulgação da psicopedagógica no Brasil a partir de 1970 foi Jorge Visca.
36

5.2 Reflexão Psicopedagógica Sobre Crianças com TDAH

A psicopedagogia analisa o conhecimento em sua complexidade e numa


dinâmica em que os aspectos cognitivos, sociais e afetivos se completam. Assim,
não interessa apenas o desenvolvimento escolar, mas todas as formas de
aprendizagem.
Ressaltando que, ao realizarmos uma avaliação diagnóstica, ela somente não
será suficiente para conhecer em que patologia a criança se encaixa, mas sim, as
atitudes, comportamento e desenvolvendo ao longo da vida, o significado desses
indícios em sua família, a postura da escola, se ela entende e acolhe as
manifestações da criança e, finalmente, se a família e a escola estão mobilizadas
para acabar ou amenizar as queixas.
O objetivo da psicopedagogia é auxiliar na adequação da realidade da criança
à sua possibilidade de aprendizagem, gerando uma ponte entre a criança e o
conhecimento. Averiguar como ela aprende, o que ela não aprende, investigando
também o seu prazer em aprender.
Alicia Fernández (2001, p.29) afirma que:

Entre ensinante e o aprendente abre-se um campo de diferenças onde se


situa o prazer de aprender. O ensinante entrega algo, mas para poder
apropria-se daquilo o aprendente necessita inventa-lo de novo. È uma
experiência de alegria, que facilita ou perturba, conforme se posiciona o
ensinante. Ensinantes são os pais, os irmãos, os tios, os avós e demais
integrantes da família, como também os professores e os companheiros na
escola. (Fernandez 2001, p.29)

É de extrema importância analisar qual a principal queixa da família quando


procura um psicopedagogo. Ela pode vir ao consultório, pois está cansada e
necessita de ajuda, ou porque a escola pediu uma avaliação, a psicóloga quer uma
visão psicopedagógica para esquematizar uma estratégia de abordagem junto a
escola, ou ainda porque o neurologista indicou. Para cada questão, entende que há
uma necessidade diferente e uma possibilidade de envolvimento afetada com a
criança e seu desenvolvimento. É diferente se a queixa se aplica na preocupação
dos pais frente ao futuro dos filhos, ou se queixa tem por importância o bom
desempenho nas avaliações escolares.
É comum os pais chegarem ao consultório de psicopedagogia queixando
estarem cansados com a estressante rotina dos seus filhos, após várias tentativas
37

de suprir as necessidades e agitação. Os pais ficam indignados diante da agitação


causada na família e à medida que se constitui a anamnese, é comum os pais
citarem ao distúrbio do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Acontece o mesmo com professores quando são procurados para saber o
real motivo pelo o qual encaminharam um determinado aluno a o diagnóstico
psicopedagógico, é comum revelarem que ficam na dúvida entre o perfil de
preguiçoso, agitado ou indisciplinado, pois, sabem todas as regras do futebol,
porém, falta interesse para os estudos e o distúrbio do TDAH.
Afirma Vasconcelos (2002) que a avaliação tende reorganizar a vida social e
escolar da criança portadora do TDAH, sendo assim, devemos ter muita cautela ao
avaliarmos uma criança.
Hoje em dia crianças agitadas são rotuladas de hiperativas, o que, na maior
parte das vezes, não é verdade. Faltam os pais e professores colocar limites,
podendo assim confundir e taxar, inadequadamente, crianças e adolescentes de
hiperativos, sendo que não necessitam de medicamentos.

Os professores devem ter conhecimento do conflito incompetência x


desobediência, e aprender a discriminar entre os dois tipos de problemas. É
preciso desenvolver um repertório de intervenções para poder atuar
eficientemente no ambiente de sala de aula de uma criança com TDAH.
Essas intervenções minimizam o impacto negativo do temperamento da
criança. Um segundo repertório de intervenções deve ser desenvolvido para
educar e melhorar as habilidades deficientes da criança com TDAH.
(Santos, 2004)

5.3 Proposta de Diagnóstico Psicopedagógico

O profissional deve saber claramente o que irá avaliar, portanto, saber que
diagnóstico irá formar, ou seja, o psicopedagogo avalia principalmente a
aprendizagem. Além disso, deve ter clareza quando é realmente recomendada a
realização e uma avaliação psicopedagógica.
Para Bossa (1996), o diagnóstico é de estrema importância para o profissional
que irá trabalhar com transtorno na aprendizagem, pois orienta os procedimentos de
intervenção apropriada a cada caso. Portanto, o psicopedagogo poderá por meio da
observação, entrevista, desenhos, testes brincadeiras, e até mesmo de uma
conversa informal diagnosticar o problema da aprendizagem.
38

Segundo WEISS (2007) o uso de situações lúdicas no processo de


diagnosticar é uma possibilidade de entender, como funcionam os processos afetivo,
cognitivos e sociais e suas influências dentro da aprendizagem do paciente.

Provas e Técnicas Projetivas. Através destes testes, o paciente projeta


conteúdos inconscientes em nível concreto. No trabalho psicopedagógico
estes testes buscam identificar a modalidade de aprendizagem do paciente.
Não se avalia apenas o produto final, mas a maneira como se deu a
produção do problema. Temos como testes projetivos: Desenho livre, Par
educativo, Família Cinética e outros. Diagnóstico Operatório. É preciso
analisar as estruturas do pensamento e relacionar esse funcionamento com
o modelo de aprendizagem do paciente comparando as exigências da
escola frequentada pelo mesmo. WEISS (2007, p.110).

Ainda, de acordo com os estudos feitos por Weiss (2007), para realizar a
intervenção com a criança que possui o TDAH, deve ser realizado um diagnóstico
clínico, contudo, é preciso entender o conceito de diagnóstico, que etimologicamente
em grego significa cama.
Esta nomenclatura está associada à doença, no caso da psicopedagogia,
diagnosticar o problema da aprendizagem. No entanto, esta sugestão de trabalho
vem proporcionar um significado no modo de diagnosticar, pois, buscará um método
dinâmico de analisar a aprendizagem de um individuo e a não aprendizagem,
buscando assim enxergar o outro como um todo nas suas diferentes ações e
relações.
Quando o profissional tiver finalizado o diagnóstico, deverá conversar e falar
sobre a conclusão para a família, escola e a própria criança, que chamamos de
devolutiva. Nela deverá conter como o problema foi detectado, quais os
encaminhamentos, isso se for realmente necessário, e as intervenções necessárias.
Esses procedimentos devem se estender à escola, aos pais e à criança como já foi
citado acima. É necessário também fazer um informe psicopedagógico, tanto para
preparar o comportamento durante a devolutiva, como para arquivar com a
finalidade de uma futura consulta.
A proposta de intervenção deve estar associada ao resultado avaliado do
diagnóstico. Diante do material o psicopedagógico coletado, é preciso elaborar a
devolutiva para ser apresentado as principais interessados. A família estando de
acordo será realizado um novo contrato terapêutico, apontando o tempo para
surgimento das mudanças comportamentais e atitudinais, e direcionamento para a
39

família como agir perante esses problemas, enfim, todas as condições para que a
intervenção psicopedagógica aconteça.

5.4 Fundamentos da Psicopedagogia Institucional

A psicopedagogia vem atuando nas diferentes instituições, sejam escolas,


hospitais e empresas. Seu papel é avaliar os fatores que favorecem, interferem ou
prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição, proporcionando e ajudando
o desenvolvimento dos projetos adequados.
"A psicopedagogia é uma nova área de atuação profissional que tem, ou
melhor, busca uma identidade e que requer uma formação de nível interdisciplinar, o
que já é sugerido no próprio termo psicopedagogia” (BOSSA, 1995, p. 31).
A psicopedagogia é a junção da pedagogia com a psicologia, com o objetivo
de desenvolver estratégias para serem trabalhadas em crianças com dificuldades de
aprendizagem, seja ela, na parte escolar, social e comportamental.
O objetivo do psicopedagogo é o de levar a criança, adolescente, o adulto ou
a instituição a se incluir numa escolaridade normal e saudável, de acordo com as
possibilidades e interesses da sociedade que está inserida.
O acompanhamento é uma das principais características dessa área, as
crianças que sofrem de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, por
exemplo, mesmo fazendo o tratamento com o médico, psicólogos, e outros
profissionais, não conseguem suprir as suas limitações que estão ligadas a área
escolar.
A psicopedagogia institucional busca refletir sobre a aprendizagem do aluno,
com a relação e os conceitos em diversas áreas do conhecimento, buscando os
diagnósticos e ampliação da prática em sala de aula, junto com os professores e
pedagogos.
O papel do psicopedagogo vai além de um diagnóstico psicopedagógico das
questões relacionadas à intervenção, é necessária uma leitura da totalidade, só
pode ser feito as intervenções, se tivermos um claro diagnóstico da situação. A
leitura da totalidade se refere desde a construção do projeto pedagógico, até a
intervenção.
A intervenção psicopedagógica é fundamental, pois é ela que irá interferir nas
dificuldades que já foram associadas pelo TDAH, especialmente na vida escolar,
40

tratando as barreiras existentes, tanto no processo social quanto no processo


escolar.
41

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As pesquisas revelam a importância do conhecimento do Transtorno do


Déficit de Atenção e Hiperatividade e o quanto o transtorno influencia no cotidiano
da criança portadora e das pessoas que convivem com ela.
A desatenção ou agressividade muitas vezes não representa falta de limite,
por isso é necessário um diagnóstico preciso, realizado apenas por profissionais da
área médica e psicológica para constatar se a criança possui mesmo o TDAH.
É de extrema importância que os professores sejam bem orientados sobre o
TDAH, do modo que a hiperatividade fica mais evidente no período escolar, pois é
quando a criança precisa de mais concentração para aprender. É preciso tratar o
transtorno assim que diagnosticado, porém, não são todos os casos que
necessariamente precisam de medicamentos, muitos deles podem ser tratados
somente com psicólogos ou terapias; sendo assim, a criança poderá levar uma vida
tranquila e normal.
A Hiperatividade não tem cura, porém com o tratamento e acompanhamento
do profissional especialista e até mesmo com o uso de medicamentos adequados, a
criança poderá conviver normalmente com esse transtorno que afeta em todos os
âmbitos de sua vida.
O papel do professor não é diagnosticar e sim orientar os pais da importância
do tratamento. Devem também orientar que, quando não tratado, ficam evidentes as
inúmeras complicações que acarretam na vida social da criança.
O aluno hiperativo não consegue conter sua ansiedade por esta razão,
necessita de um acompanhamento especial. Mediante o tratamento todos ao redor
dessa criança saem beneficiados; primeiramente a própria criança, que consegue
interagir socialmente e aprender, mesmo com toda a dificuldade; os pais que
conseguem perceber a integração do filho, sua aprendizagem e seus
relacionamentos interpessoais e, finalmente, professor e demais alunos, já que
conseguem ajudar esse aluno sem que haja tumultos nos momentos de
aprendizagem, proporcionando um ambiente educacional e social sadio para todos.
É necessário que esta criança tenha atividades diversificadas e práticas
pedagógicas direcionadas para estimular sua autoestima e concentração, já que é
muito importante incluir o hiperativo em todas as atividades propostas, sem jamais
rotular ou excluir, pois isso ajudará no desenvolvimento e contribuirá para m melhor
42

comportamento. A atividade física é um grande aliado para o portador do TDAH e os


professores podem conseguir resultados bastante eficazes com esse tipo de
atividade.
43

REFÊRENCIAS

ABDA.com. TDAH e Escola. Disponível em: <http://www.tdah.org.br/br/textos/tdah-


e-escolas.html>. Acesso em: 22/08/2011.

ALMEIDA, Tânia. TDAH: Quando Não Compreendido, um Transtorno. Disponível


em: <http://opiniaoenoticia.com.br/vida/saude/tdah-quando-nao-compreendido-um-
transtorno/>. Acesso em 17/01/2012.

ARAÚJO, P. Déficit de atenção. Revista Nova Escola. 2004, nº 172, p. 28 – 29.

ARRUDA, Marco Antonio. Neurobiologia: Funções Executivas do TDAH e suas


Consequências no Processo de Aprendizagem. Programa de Atualização em
TDAH para Professores - Palestras Técnicas. 26 de Março de 2009.

BARROS, J. M. Gramático: Jogo Infantil e Hiperatividade. Rio de Janeiro: Sprint,


2002.

BENCZIK, E. P. B. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade . Atualização


Diagnóstica e terapêutica. Um guia de orientação para profissionais. São Paulo:
Casa do Psicólogo. 2006.

BORGES, S.M.C. Há um Fogo Queimando em mim: as representações sociais


da criança hiperativa. UFC. Fortaleza, 1997.

BOSSA, Nádia A. A psicopedagogia no Brasil. Contribuições a partir da prática.


Porto Alegre, Artes Médicas, 2000.

______ Dificuldades de Aprendizagem: O que são? Como tratá-las? Porto


Alegre: Artmed, 2000.

CAMPOS, Daniel da C. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade


(TDAH): diálogo entre Arte e Saúde. XVI Congresso da ANPPOM. Anais. São
Paulo, 2006, p. 608 a 612.

CUNHA, Nilse Helena Silva. Brincar, pensar e conhecer – brinquedos, jogos e


atividades. São Paulo: Maltese, 1997. Disponível em: <http://www.hiperatividade.
com.br>. Acesso em 23/08/2011.
44

FERNÁNDEZ , Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica


clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

GUIAINFANTIL.com. Hiperatividade Infantil – O Transtorno do Déficit de


Atenção e Hiperatividade (TDAH). Disponível em: <http://br.guiainfantil.com/
hiperatividade-infantil/102-hiperatividade-infantil-tdah.html>. Acesso em: 05/09/2011.

GOLDSTEIN, Sam; GOLDSTEIN, Michael. Hiperatividade: como desenvolver a


capacidade de atenção da criança. 7. ed. Campinas: Papirus, 1994.

GOLDSTEIN, Sam. Hiperatividade: como desenvolver a capacidade de atenção


da criança. 2ª ed. Papirus. São Paulo, 1996.

______. Hiperatividade: Como desenvolver a capacidade de atenção da


criança. 4 ed. Campinas: Papirus, 1998. 246 p.

KISHIMOTO, T, M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo:


Cortez, 2007.

LEVIN, E. A clínica psicomotora: o corpo na linguagem. 5ª ed. Trad. Julieta


Jerusalinsky. Petrópolis: Vozes, 2003.

LEWIS, M.; WOLKMAR, F. Aspectos clínicos do desenvolvimento na infância e


adolescência. Artes Médicas. Porto Alegre, 1990.

LOPES, J.- Problemas de comportamento, Problemas de Aprendizagem e


Problemas de ‘Ensinagem’. Coimbra: Edições Quarteto, 2001.

MRECH, Leny M. O espelho partido e a questão da deficiência mental


moderada e severa em seu vínculo com as estruturas de alienação no
saber. São Paulo, Ipusp, 1989.

PARTEL, Cleide Heloisa. Tipos de TDAH. In Universotdah.com.br. Disponível em:


<http://www.universotdah.com.br>. Acesso em: 31/10/2011.

PENNINGTON, B.F. A Hiperatividade na Aprendizagem. São Paulo: Pioneira,


2004
45

ROHDE, L. A.; HALPERN, R. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade:


atualização. Jornal Pediatria, Vol. 80, N.2, 2004. Supl. Disponível em: <http://www.
scielo.br/pdf/jped/v80n2s0/v80n2Sa08.pdf>. Acesso em 03/10/2011.

SANTOS, Lucy. Compreensão, avaliação e atuação: uma visão geral sobre o


TDAH. Disponível em: http://www.autistas.org/tdah.html. Acesso em: 01/11/2014

SILVA, Ana Beatriz B. Mentes inquietas: entendendo Melhor o mundo das


pessoas distraídas, impulsivas e hiperativas. Rio de Janeiro: Napades, 2003.

______. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Programa Globo


Repórter, junho, 2004. Vídeo online. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=c9PXlqMNsgA>. Acesso em: 22/01/2012.

SCHWARTZMAN, José Salomão. Transtorno de Déficit de Atenção. São Paulo:


Editora Machenzie, 2001. 127 p.

TOPCZEWSKI,Abram. Hiperatividade: como lidar? São Paulo: Casa do Psicólogo,


2002. 89p.

______. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. In: Revista Ciranda


Da Inclusão. Ano II, n. 14. Fev. 2011.

VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica. Epistemologia Convergente. Porto


Alegre, Artes Médicas, 1987.

WEISS, Maria Lúcia Zemme. Psicopedagogia Clínica: Uma visão diagnóstica


dos problemas de aprendizagem escolar. 5. ed. Rio de Janeiro, 2007.

Você também pode gostar