A expectativa da inserção do psicólogo

em uma escola municipal da rede pública

Autores: Agatha Souza Marques da Silva,Elaine Cristina Maciel Duarte,
Gabriela Hermida Campeão,Samuel Felipe Guilherme,Wanessa Ap. Nunes
Cipriani

Universidade Anhembi Morumbi - Campus Piracicaba

wanessa.cipriani@gmail.com

INTRODUÇÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO

Torna-se cada vez mais evidente a importância de uma compreensão
abrangente e contextualizada dos aspectos emocionais, sociais e
comportamentais de crianças e adolescentes em idade escolar. É
necessário ir além de uma visão simplista e classificatória dos
comportamentos, considerando os diversos fatores que influenciam o
desenvolvimento dos alunos. Isso significa levar em conta o contexto
em que esses comportamentos ocorrem, os aspectos individuais de
cada estudante, bem como os aspectos sociais, familiares e
educacionais que podem estar envolvidos.
O psicólogo escolar desempenha um papel crucial na promoção de
um ambiente escolar saudável, na prevenção da violência, e no apoio
ao desenvolvimento socioemocional dos alunos, entretanto percebe-se
que os profissionais da Educação e familiares não compreendem ou
ainda desconhecem a atuação e as responsabilidades do psicólogo no
âmbito escolar (Cassins e cols., 2007; Gaspar & Costa, 2011 citado por
Dias, 2014).
OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo trazer reflexões sobre o papel
do psicólogo escolar, estabelecendo uma correlação entre a teoria que
define sua atuação e a percepção da atuação esperada pelos
profissionais que trabalham em uma escola pública. Além disso, busca
refletir sobre os desafios e as possibilidades do trabalho do psicólogo
escolar na contemporaneidade.
MÉTODO
A primeira etapa consistiu em visitas técnicas realizadas em uma
Escola Municipal localizada no município de Piracicaba, em São Paulo. O
objetivo dessas visitas foi observar a rotina dos alunos e professores em
sala de aula. O grupo de pesquisa acompanhou três turmas diferentes,
sendo elas do 1°, 3° e 5° ano, durante um período de quatro horas em
cada dia de visita, que ocorreram em dias distintos.
Na segunda etapa do estudo, foi realizada uma entrevista não
estruturada com uma psicóloga clínica que atende crianças e
adolescentes, foi abordado as demandas relacionadas ao ambiente
escolar que chegam à clínica.
Na terceira etapa, o grupo realizou pesquisa bibliográfica com o
objetivo de definir uma visão panorâmica da atuação do psicólogo
escolar, conforme definido pela teoria.
PATTO, M. H. S. (2002). A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. 5° ed. São Paulo, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, 2022. PEREIRA, M. D. & SILVA, Psicóloga(o)
Escolar na Educação Inclusiva: Contribuições e Perspectivas da Profissão no Brasil. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 42, 2022.
PRUDÊNCIO, L. E. V., et al. Expectativas de educadores sobre a atuação do psicólogo escolar: relato de pesquisa. Psicologia Escolar e Educacional, v. 19, p. 143-152, 2015. SOUZA, A. C. Interfaces entre Psicologia,
Educação e Saúde - um relato de prática profissional. Psicologia Escolar e Educacional. São Paulo, v. 24, 2020.
A necessidade da escola em contar com a atuação do psicólogo é real e percebida
ao longo das visitas. Os professores frequentemente se sentem frustrados por não
conseguir envolver todos estudantes no conteúdo ensinado, dado a aspectos sócio
emocionais e de aprendizagem particulares. Notou-se também a tendência em
atribuir ao psicólogo escolar a responsabilidade exclusiva de resolver problemas e
dificuldades individuais presentes no ambiente escolar.
Para a psicóloga clínica entrevistada as principais queixas estão relacionadas às
dificuldades de aprendizagem, questões comportamentais e quadros de ansiedade.
Portanto, é necessário um trabalho em conjunto, no qual a escola possa contar com
o apoio de profissionais capacitados para lidar com as demandas psicossociais dos
alunos, além de recursos e condições para que os professores possam atuar de
forma condizente com demanda existente.
De acordo com a pesquisa realizada por Silva & Aquino (2023) a atuação do
psicólogo nos últimos 10 (dez) anos está mais voltado para o âmbito institucional, e
as ações buscam estabelecer vínculos e parcerias com os atores institucionais
(15,4%) e realizar encontros com tais sujeitos (11,5%), além de manterem a prática
de construção de diários de campo para registro das atividades desenvolvidas nos
espaços educacionais (11,5%).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A falta de compreensão sobre as atribuições do psicólogo na escola pode levar a
uma subutilização de suas habilidades e conhecimentos. É fundamental que se
estabeleça um diálogo entre os profissionais da educação e os psicólogos, com o
intuito de alinhar as expectativas e ampliar a compreensão mútua sobre o trabalho
desse profissional. Dessa forma, será possível promover uma abordagem mais
inclusiva e centrada no aluno, considerando tanto as questões individuais quanto os
aspectos sistêmicos e socioambientais que influenciam o processo de aprendizagem.
REFERÊNCIAS