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CURSO DE PSICOLOGIA

AS POSSIBILIDADES E DESAFIOS PARA A ATUAÇÃO DO


PSICÓLOGO ESCOLAR NO ENSINO SUPERIORNA UNIVERSIDADE

DEZEMBRO
2023

Fernanda Rayssa Ferreira Da Silva


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Iure Marcelo Moreno Marques Da Silva

AS POSSIBILIDADES E DESAFIOS PARA A ATUAÇÃO DO


PSICÓLOGO ESCOLAR NA UNIVERSIDADE

Projeto apresentado à disciplina trabalho de


conclusão de colusão de curso, como requisito total
para a obtenção da nota da 3ª avaliação, sob
orientação da professor Carine Valeria Mendes dos
santos

DEZEMBRO
2023
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INTRODUÇÃO

A pergunta de pesquisa central é formulada para abranger uma variedade de


nuances: Como problematizar a atuação do psicólogo escolar no ensino superior no
Brasil e as intervenções do psicólogo escolar na universidade são influenciadas por
fatores culturais e de que maneira essas intervenções moldam o bem-estar
emocional, a inclusão e o desempenho acadêmico dos estudantes universitários?
Subperguntas específicas são desenvolvidas para orientar a revisão:

Quais são os desafios específicos enfrentados por estudantes de diferentes


origens culturais e como as intervenções do psicólogo escolar são adaptadas para
abordar essas questões?

Como a identidade cultural dos estudantes afeta a eficácia das intervenções


do psicólogo escolar?

De que forma a colaboração entre psicólogos escolares, estudantes e suas


comunidades pode melhorar o suporte emocional e acadêmico?

Ao analisarmos a história da psicologia escolar e educacional no Brasil,


compreendemos a dimensão histórico-político que permeia suas práticas e o quão
se faz necessário conhecer sua historicidade para ampliar nosso entendimento
sobre as possibilidades de atuação dentro das universidades brasileiras. De acordo
com Zanelatto e Courel (2019), a história da psicologia deu início a partir da área
escolar, que subsidiou por muito tempo o modo operante do psicólogo em relação as
suas práticas e no seu enfoque que eram estritamente relacionadas a medir a
capacidade do indivíduo, suas dificuldades de aprendizagem e, dessa forma,
minimizar as tensões entre a demanda e necessidade de muitas indústrias, que
necessitavam de mão de obra qualificada, no período do processo de urbanização,
crescimento industrial e o pós-guerras.

Ao longo do tempo a psicologia escolar se desenvolveu e a partir disso vemos


o crescente desenvolvimento da atuação do psicólogo escolar frente a novas
demandas, que crescem continuamente, como a necessidade do cuidado com os
estudantes universitários, como afirma Santana, Pereira e Rodrigues (2014, p.5):
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Neste sentido, defendemos que a Educação Superior é um espaço fértil


para a atuação do psicólogo escolar, com possibilidades e desafios que
devem ser compreendidos e enfrentados por meio do conhecimento e
desvelamento da realidade, bem como da construção conjunta de
alternativas que visem à potencialização do processo educativo.

Com o passar do tempo é possível compreender o quão a psicologia escolar


esteve atrelada à participação somente dentro das escolas, podendo ser
encontradas alguns tipos de práticas que se tornaram base para a atuação dentro da
escola, na qual:

A Psicologia Escolar, portanto, envolve o trabalho com estudantes,


professores, famílias, funcionários, equipes diretivas e comunidade de modo
participativo. Pode dar suporte à equipe pedagógica, participar da
construção do plano político pedagógico e do debate curricular da
Instituição, assim como promover ações individuais e/ou coletivas acerca de
várias temáticas como inclusão, gênero, sexualidade, diversidade, bullying,
saúde do educador, medicalização e qualquer outra que se mostre relevante
para a promoção de uma educação inclusiva e de qualidade para todos
(CRP-SP, 2008, p.5).

Tendo em vista esta lista de possibilidades de atuações, Bezerra (2015) nos


leva a entender que falta ao psicólogo um “Fio de Ariadne”, para conduzir e
especificar este imenso caminho que a psicologia percorre imerso na educação, e
que conduz o profissional à necessidade de estar revisitando e analisando suas
práticas no que concerne às possibilidades, dentro e fora do que legitima as políticas
públicas e o seu processo de análise e mensuração de suas intervenções.

Com o crescente número de adoecimentos e evasão dentro das instituições


de ensino superior, faz-se necessário compreender a importância e papel do
psicólogo e como esta atuação poderia minimizar as tensões dentro das instituições
brasileiras de ensino superior. É possível analisar que a atuação do psicólogo na
universidade pode parecer um caminho estritamente complexo pela falta de
notoriedade que este campo possui e, principalmente, pela falta de compreensão
sobre as possibilidades de atuação do psicólogo escolar no nível superior
(BISINOTO; MARINHO; ALMEIDA, 2011).

De acordo com Rodrigues e Dias (2016) pela falta de estudos acerca do


psicólogo escolar dentro das instituições de ensino superior podemos aderir a
percepção da atuação na escola para dentro da universidade, onde o psicólogo
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pode utilizar de sua maior ferramenta para contribuir em sua prática, que é a escuta
ativa. Logo, podemos afirmar, utilizando Dunker (2020), que a escuta é o melhor
instrumento para atuação do psicólogo e não qualquer tipo de escuta, mas sim,
aquela que tem paixão pela ignorância, pois ela nos permite ouvir além do nosso
conhecimento sem que haja julgamento ou a necessidade de estamos certos ou
errados, mediante ao que é dialogado. Esta forma de escuta nos leva a
compreender sobre a posição em que o psicólogo está e como o mesmo pode
conduzir o seu trabalho em um espaço que abrange múltiplas diversidades e
problemáticas, que vão além do espaço em que a instituição está situada e suas
dimensões.

Pensar nos desafios da psicologia escolar educacional é também pensar que


antes é imprescindível compreender o quão a universidade tem uma imensa
potencialidade de abrir um espaço que por tanto tempo foi deixado de lado, para,
então, o que atualmente vemos como uma mudança dialógica no modo de pensar a
aprendizagem através de olhar o sujeito inserido na instituição como um ser que é
histórico, político-social e que precisa antes de tudo ser ouvido e chamado pelo seu
próprio nome, antes mesmo de ser visto através de suas dificuldades. (JAGER,
PATIAS, 2020).

É pensando nisso que se fez necessário a inserção e participação do


psicólogo dentro das instituições de ensino como um profissional ativo dentro de
todas as possibilidades de atuação e condições provenientes das demandas do
aluno e de todos os gestores institucionais. Zanelatto e Courel (2019) nos promove
um olhar sobre o que chamamos local de atuação do psicólogo escolar que é o
chão-da-escola que podemos utilizar também dentro das instituições de ensino
superior, onde todo o trabalho de escuta é seguido de uma análise minuciosa sobre
as demandas e necessidades de projetos que sejam inseridos dentro do corpo
institucional onde “O esforço deveria estar na construção de competências para
diagnosticar necessidades, planejar condições e realizar procedimentos que
envolvam o processo de educação e de ensino-aprendizagem [...]”. (BEZERRA,
2015, p.19)

Em relação aos principais serviços prestados dentro da universidade,


podemos destacar programas de apoio emocional e serviços de aconselhamento
prestados por psicólogos universitários, onde contribui para a diminuição do fracasso
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escolar que se tornou um dos principais temas acerca da importância do cuidado


com o universitário, pois o mesmo sofre diversas mudanças dentro da instituição
necessitando de apoio no que concerne os longos anos de jornada para a sua
formação. (RODRIGUES DE MOURA; GONÇALVES; FACCI, [s.d.] 2016).

As atuações do psicólogo escolar se tornam essenciais também no meio do


corpo de gestores, pois um dos maiores desafios também está associado as
dificuldades de o corpo institucional entender o seu papel dentro da instituição como
um ator que muda toda a logística dentro do campo universitário. Bezerra (2015) nos
mostra que é importante que o psicólogo mude o seu modo de olhar as
problemáticas levantadas dentro da instituição, onde o autor faz alusão a trocar a
lupa pelo telescópio para que antes de focar todas as energias em resolver o
problema propriamente dito, consiga entender de onde vem tal problemática e assim
intervir na raiz do problema.

É neste aspecto que compreendemos o quão é fundamental ao psicólogo


conduzir o seu trabalho no que concerne uma parceria crítica que conduza todo o
trabalho envolvendo as possibilidades de atuação, pois entende-se que a melhor
maneira de se atuar em um campo tão diversificado é dialogando e planejando
parcerias com o corpo institucional, onde é essencial que o psicólogo não seja
apenas atuante na psicologia escolar, como também seja visto como alguém de
dentro, um participante assíduo da instituição. (OLIVEIRA, et al, 2020).

Compreendemos assim que a psicologia escolar educacional tem se


permitido dar pequenos passos na idealização de uma psicologia pautada no
compromisso dialógico entre uma teoria e prática construída com base em
intervenções feitas em solos brasileiros e que possam ser utilizadas como um
parâmetro para novas atuações frente as demandas que aumentam continuamente
no mundo educacional e que perpassa o desenvolvimento infantil até chegar no
processo de desenvolvimento do sujeito adulto e seu aprendizado. (ZANELATTO;
COUREL, 2019)

Com isso percebemos a singularidade do psicólogo frente ao ensino superior,


pois o mesmo se depara com situações que se diferem da qual está acostumado
com o ensino básico que podem estar relacionada a passagem dos estudantes da
juventude para a idade adulta, as esperanças e desesperanças com o mercado de
trabalho, a saúde mental comprometida com a necessidade de equilibrar o trabalho
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com estudos e o que concerne todo o processo de anos dentro de uma instituição
que constrói profissões, porém não os prepara para ser profissionais (SANTOS et al,
2015)

Em meio a todas as demandas e desafios que permeiam a atuação do


psicólogo vemos que o mesmo deve estar atendo ao que acreditam fazer parte da
sua atuação e o que não é. Neste aspecto podemos entender que a atuação do
psicólogo escolar educacional esteve por muito tempo associada ao modo clínico e
que hoje é parte do desafio deste profissional se posicionar dentro do que muitos
dos atores da instituição esperam dele e do que realmente é da sua prática, pois:

Por meio dessas descrições vemos que a Psicologia Escolar e Educacional


parece ter um papel bem definido socialmente, ao menos ideologicamente:
tratar e resolver problemas que se concentram nos indivíduos. Desse modo,
é difícil esperar que esse profissional atue de maneira crítica, buscando o
desenvolvimento humano e a apropriação do conhecimento científico por
parte dos alunos, pois a concepção presente nesses documentos é de um
profissional fechado em sua sala de atendimento, atendendo alunos que
não atingem os resultados esperados, o que está muito próximo de uma
concepção de clínica de atuação (RODRIGUES DE MOURA;
GONÇALVES; FACCI, [s.d.] 2016)

Neste aspecto Bezerra (2015) explica que a psicologia escolar esteve


associada a um modelo clínico e individualizante, onde era focalizado nas
dificuldades de aprendizagem e na culpabilização do indivíduo pelo seu fracasso.
Como Zanelatto e Courel (2019, p.9) afirmam:

A Psicologia passa a ser praticada nas escolas intensamente e esse


profissional passa a ser visto como o “solucionador” de problemas de
aprendizagem e de comportamento. Com a promulgação da Lei de
Diretrizes e Bases 5.692-71, o Sistema Educacional foi ampliado e o
Psicólogo foi chamado para compreender e intervir nas queixas escolares
principalmente relacionadas ao fracasso escolar, além de contribuir com a
formação técnica do Ensino de Segundo Grau. O foco do trabalho do
profissional de Psicologia na Educação, na época denominada somente
como Psicologia Escolar, eram os problemas de aprendizagem e
comportamento centrados no aluno, sem levar em conta a relação
professor-aluno, a situação familiar, social e econômica.

Mediante as dificuldades desse tipo de prática e as mudanças de


posicionamento do psicólogo escolar, foi-se ampliando o modo de fazer uma
psicologia pautada no compromisso com todos os envolvidos e dessa forma
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minimizando os impactos das dificuldades que permeiam a atuação do psicólogo em


frente as demandas institucionais. É imprescindível que a atuação seja conduzida
tendo em vista as demandas da universidade, mas principalmente considerando a
aplicabilidade das práticas psicológicas educacionais. (OLIVEIRA, et al, 2020).

A atuação do psicólogo é de grande relevância e por isso é importante que o


psicólogo exerça o seu papel dentro da instituição com todo o arcabouço teórico
possível e considerando que mesmo que as possibilidades pareçam acabadas,
sempre há algo que podemos fazer para melhorar a nossa prática. E neste ângulo
podemos afirmar que o foco de todas essas práticas é contribuir para uma educação
que não mais domestique os estudantes, mas que seja libertadora, onde devemos
resgatar o prazer em aprender que por tantos anos foi impedida por uma educação
pautada em um regime disciplinar que não se preocupava com o estudante (MIRIAM
FURLAN BRIGHENTE; PERI MESQUIDA, 2016). É preciso que a educação seja
transformadora e que conduza as pessoas a serem ousadas e altamente críticas e
assim conduzir a educação por um caminho de mentes pensantes e vozes ativas na
sociedade.

Justificativa

A presente pesquisa surge em meio a um cenário educacional no qual a


saúde mental dos estudantes universitários tornou-se uma preocupação premente. A
crescente pressão acadêmica, as expectativas socioemocionais e a transição para a
vida universitária podem impactar negativamente o bem-estar dos estudantes. A
pesquisa sobre o papel do psicólogo escolar na universidade é de suma importância
diante do cenário educacional contemporâneo. Com a crescente diversidade de
estudantes nas universidades, suas necessidades emocionais e acadêmicas
tornaram-se complexas, demandando intervenções especializadas e destacando as
possibilidades de atuação profissional do psicólogo escolar no contexto universitário.

Esta pesquisa é crucial para entendermos como a presença do psicólogo na


universidade pode influenciar positivamente o desenvolvimento emocional e
acadêmico dos estudantes, bem como promover um ambiente universitário mais
inclusivo e acolhedor. Nesse contexto, a atuação do psicólogo escolar no ensino
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superior se torna crucial. No entanto, apesar da importância inquestionável desse


profissional, há uma lacuna substancial no entendimento aprofundado de suas
estratégias, desafios enfrentados e o impacto real de suas intervenções na vida dos
estudantes.

A justificativa para esta pesquisa reside na necessidade imperativa de


preencher essa lacuna de conhecimento. Compreender as práticas e experiências
dos psicólogos escolares no contexto universitário não apenas enriquecerá o campo
da psicologia educacional, mas também contribuirá diretamente para a promoção do
bem-estar dos estudantes e o desenvolvimento de estratégias eficazes de apoio. Ao
lançar luz sobre as abordagens psicológicas, os obstáculos enfrentados e os
sucessos alcançados pelos psicólogos escolares, esta pesquisa visa fornecer
insights profundos que podem informar não apenas as práticas profissionais, mas
também contribuir com a elaboração de políticas educacionais mais empáticas e
adaptadas às necessidades dos estudantes universitários.

Além disso, esta pesquisa é motivada pela urgência de criar um ambiente


universitário inclusivo e acolhedor. Através da compreensão detalhada das
intervenções psicológicas, é possível desenvolver estratégias mais eficientes para
lidar com questões de saúde mental, reduzir as taxas de evasão e promover uma
cultura de apoio emocional. Ao pensar nessa possibilidade de pesquisa, estamos
buscando, não apenas preenchendo uma lacuna acadêmica, mas também agindo
em prol do bem-estar dos estudantes, da qualidade educacional e do
desenvolvimento pessoal, contribuindo, assim, para uma sociedade mais saudável e
resiliente.

OBJETIVO GERAL

Problematizar a atuação do psicólogo escolar no ensino superior no Brasil.

OBJETIVO ESPECÍFICO
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Pesquisar sobre o trabalho do psicólogo no ensino superior brasileiro,


considerando a área escolar como campo de atuação.

Acrescentar nos objetivos específicos:

Investigar, na produção acadêmica brasileira, como se dá o trabalho do psicólogo


escolar no ensino superior.

Conhecer as práticas em psicologia escolar no ensino superior, a partir das


pesquisas em âmbito nacional.

METODOLOGIA

A metodologia adotada para este estudo será uma revisão sistemática da


literatura. Para tanto, serão consideradas algumas bases de dados a serem
consultadas: o Portal de periódicos da CAPES, Scielo e Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações. Tal busca se dará usando como critérios de inclusão: pesquisas em
âmbito nacional, textos disponíveis na íntegra, pesquisas sobre a atuação do
psicólogo escolar no ensino superior. Como critério de exclusão, serão
desconsideradas as pesquisas sobre psicologia e ensino superior que não se
reportam à área da Psicologia escolar e educacional.

A revisão da literatura será uma revisão sistemática da literatura, envolvendo


a análise crítica de artigos acadêmicos e conduzida utilizando critérios específicos
de inclusão, explorando as obras mencionadas para identificar padrões e tendências
na atuação do psicólogo escolar no ensino superior.

Para atingir os objetivos propostos, este estudo adotará uma abordagem


qualitativa baseada em pesquisa bibliográfica, análise documental e estudos de
caso. Será realizado um extenso estudo bibliográfico utilizando bases de dados
acadêmicas, livros, artigos científicos e documentos oficiais de instituições de ensino
superior brasileiras relacionadas à psicologia escolar e educacional. O objetivo é
traçar a evolução histórica, paradigmas, políticas públicas e práticas emergentes da
área.
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A análise documental será utilizada para examinar documentos institucionais,


legislação educacional, programas de ensino político universitário, relatórios de
pesquisas e políticas públicas relacionadas ao ensino superior brasileiro. Esta
análise proporcionará uma compreensão mais profunda das diretrizes e desafios
que os psicólogos educacionais enfrentam em ambientes universitários.

Além disso, serão realizados estudos de caso em instituições de ensino


superior brasileiras, que serão selecionadas com base em critérios específicos como
diversidade geográfica e institucional, porte e abrangência acadêmica. A seleção
destes casos facilitará uma análise detalhada da prática dos psicólogos
educacionais, das suas estratégias de intervenção, dos desafios enfrentados e do
impacto no bem-estar e desempenho dos alunos. Serão realizadas entrevistas
semiestruturadas com psicólogos educacionais, professores, administradores e
estudantes para obter diversas perspectivas sobre o papel dos psicólogos no ensino
superior.

A análise dos dados recolhidos seguirá uma abordagem interpretativa,


recorrendo a técnicas de análise de conteúdo. Será realizada triangulação de dados,
comparando informações obtidas de diferentes fontes para validar conclusões. A
análise dos estudos de caso será orientada por categorias predefinidas, mas
também estará aberta ao surgimento de novas categorias durante a análise.

Com essa abordagem, este estudo não visa apenas compreender o papel dos
psicólogos educacionais no ensino superior brasileiro, mas também fornecer insights
valiosos para futuras pesquisas, políticas públicas e prática profissional que visem a
melhoria contínua da qualidade da educação e do bem-estar. do povo. -Presença de
alunos. estudantes de instituições de ensino superior brasileiras.

PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS

Foi realizada uma revisão sistemática com 6 artigos publicados em periódicos


brasileiros entre 2010 e 2023. Os artigos foram selecionados por meio de busca nas
seguintes bases de dados: SciELO, PePSIC, Psicologia: Reflexão e Crítica, onde os
critérios para seleção dos artigos foram artigos que abordaram a atuação do
psicólogo escolar na universidade e artigos que trouxeram informações sobre as
possibilidades e desafios da atuação do psicólogo escolar na universidade. Os
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artigos selecionados foram analisados qualitativamente, por meio de análise de


conteúdo temática. A análise de conteúdo temática é uma técnica de análise
qualitativa de dados que permite identificar e classificar temas ou categorias
presentes em um texto.

PROCEDIMENTOS

Os artigos foram analisados por dois pesquisadores de forma independente.


Primeiramente, realizaram uma leitura exploratória dos artigos para identificar os
principais temas e categorias. Em seguida, realizaram uma leitura mais atenta dos
artigos para aprofundar a análise dos temas e categorias identificados. Reunimo-nos
para discutir os resultados da análise e chegar a um consenso sobre as categorias e
temas identificados. A análise dos artigos identificou as seguintes oportunidades de
trabalho para psicólogos escolares na universidade: Atendimento psicológico
individual e em grupo, voltado para alunos que apresentam dificuldades acadêmicas,
emocionais ou comportamentais, aconselhamento vocacional, dirigido a estudantes
que procuram apoio na escolha de uma carreira e promoção da saúde mental e do
bem-estar, dirigido a toda a comunidade académica com ações preventivas e
interventivas em problemas psicológicos. Quanto aos desafios de atuar como
psicólogo escolar em uma universidade, os artigos destacaram a falta de
reconhecimento da profissão, o psicólogo escolar ainda é por vezes visto como um
profissional de apoio, não valorizado como um profissional que pode contribuir para
a melhoria da qualidade do ensino superior.

Burocratização do trabalho, onde os psicólogos escolares podem ser


limitados pela burocracia institucional, o que pode dificultar o acesso dos alunos aos
serviços psicológicos. E recursos inadequados, onde as universidades geralmente
não dispõem de recursos suficientes para garantir a qualidade do trabalho do
psicólogo escolar. Uma visão sistemática contribui para o conhecimento das
possibilidades e desafios da atuação do psicólogo escolar nas universidades. Os
resultados sugerem que os psicólogos escolares podem desempenhar um papel
importante na promoção da saúde mental e do bem-estar dos alunos, bem como na
melhoria da qualidade do ensino superior. Contudo, é importante que a profissão
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seja reconhecida e valorizada e que as universidades disponibilizem recursos


suficientes para garantir a qualidade do trabalho do psicólogo escolar.

FORMA DE ANÁLISE DOS RESULTADOS


A análise e a discussão dos dados foram construídas a partir da
sistematização dos materiais oriundos da pesquisa bibliográfica, abrangendo os
estudos mais pertinentes para o embasamento teórico relacionados com as
possibilidades da atuação do psicólogo dentro da universidade. A análise dos
resultados será baseada nas pesquisas e nos resultados oferecidos, destacando as
pesquisas relacionadas com o contexto deste trabalho, contextualizando a diferença
da psicologia escolar dentro da escola e no contexto universitário.

A primeira categoria de nossa análise, de acordo com Albertina Mitjáns


Martínez (2009) que afirma que a psicologia escolar e educacional foi inserida dentro
do contexto escolar a partir de uma perspectiva clínica, onde tinha um foco
relacionado a classificação, segregação, diagnóstico e culpabilização das crianças
consideradas problemas. Contudo, foi-se necessário um novo redirecionamento no
que concerne à prática do psicólogo escolar no intuito de promover uma atenção
ampliada as questões vinculadas ao ensino-aprendizagem, tanto de crianças como
de adultos. A partir desta perspectiva foi possível redirecionar o trabalho psicológico
dentro da escola, objetivando o papel do psicólogo e principalmente as
possibilidades de atuação dentro deste espaço. É comum observar que mesmo com
tantos embaçamentos e fundamentação para a prática do psicólogo escolar, ainda
nos deparamos com certas instituições que esperam do psicólogo escolar uma
prática clínica dentro da escola e que conduza o seu trabalho no enfoque
individualizante, em uma sala específica, focando em problemas individuais do
aluno, do mesmo modo em que a prática era estabelecida nos primórdios da
psicologia na escola, onde hoje é parte do desafio deste profissional se posicionar
dentro do que muitos dos atores escolares esperam dele e do que realmente é da
sua prática.

Contudo, em consoante ao que é descrito pelo CRP-SP (2008) podemos


afirmar que dentro das possibilidades de atuação do psicólogo escolar encontramos
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a participação ativa dentro da instituição, podendo o seu trabalho contribuir com os


funcionários, estudantes e responsáveis, gestão escolar, professores de modo a
prestar um serviço pautado no compromisso com a escola na totalidade. Também
observamos que o psicólogo escolar pode se fazer presente em ações
desenvolvidas pela instituição e produzir suas intervenções com base na
necessidade e do contexto ali inserido.

Esse trabalho pode ser desenvolvido através de oficinas, escultas pontuais,


intervenções com base em uma queixa específica como bullying, sexualidade,
empatia, entre outros. Zanelatto e Courel (2019) destaca também que parte do
processo de condução do trabalho do psicólogo escolar é estar inserido dentro do
campo de modo que seja visto como um ator escolar e não um profissional de fora.
Por isso se faz necessário a participação no que chamamos de chão da escola que
se refere a inserção do psicólogo em todos os espaços da instituição, a fim de
observar, analisar e propor ações que permita um espaço de cuidado e escuta para
os atores escolares, sendo este trabalho alinhado com a prevenção e promoção.

A segunda categoria que trata sobre as possibilidades de atuação do


psicólogo escolar no ensino superior é observada que este campo ainda é algo
considerado recente como oportunidade de inserção do psicólogo escolar, porém se
tem crescido a necessidade dentro dos espaços universitários de um cuidado e
principalmente da intervenção deste profissional. Segundo Bisinoto et. al (2011), a
psicologia escolar no ensino superior tem como responsabilidade trabalhar questões
vinculadas a prevenção e promoção do cuidado e parceria com atores da
universidade, entretanto como afirma Bisinoto e Marinho-Araujo, (2015) a educação
superior sempre pareceu um campo inexistente para a psicologia escolar
educacional, onde se houve a necessidade de emergir este campo à compressão e
estudo no que concerne acompanhar e promover um cuidado neste espaço que tem
um número alarmante de adoecimento mental em nossa sociedade.

Em relação ao trabalho ofertado, podemos destacar com base no Bisinoto et


al. (2011) que são promovidas ações de acolhimentos com os egressos que pode
ser de maneira individual e grupal, onde “estes serviços baseiam-se na atenção a
dificuldades vivenciadas pelos alunos e na promoção do desenvolvimento
acadêmico e humano; realizam atividades coletivas e individuais, tanto de natureza
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tradicional quanto emergente” (BISINOTO; MARINHO-ARAÚJO, CLAISY MARIA, p.


01, 2011). Contudo, Bisinoto e Marinho-Araujo (2015) ainda apresenta que
assessoria ao trabalho coletivo e acompanhamento de ações ligadas a projetos
científicos, auxílio aos docentes no que concerne as avaliações e trabalho ofertado,
planejamento e desenvolvimento de intervenções voltadas a construir um espaço
que possibilite a participação crítica e reflexiva dos atores envolvidos também faz
parte das possibilidades de atuação do psicólogo escolar dentro do contexto
acadêmico.

Por fim, podemos observar que a psicologia escolar e educacional tende a


crescer nesses espaços educacionais no objetivo de promover uma escuta e
participação ativa nesses contextos, mediante ao crescente número de
adoecimentos mentais encontramos dentro dos espaços educativos. A psicologia
ofertada dentro das escolas e universidades caminham a passos lentos para a sua
efetiva participação no que concerne uma atuação que não seja contextualizada
com parâmetros clínicos, porém ainda é visto com frequência atenção e escultas
clínicas que devem ser pontuais nesses espaços.

Podemos mensurar a partir das informações coletadas que a psicologia no


contexto universitário ainda se encontra em processo de desenvolvimento, onde é
possível estabelecer alguns vínculos com a prática construída dentro da escola.
Ações voltadas para a promoção e prevenção e o trabalho com contextos que
emergem dentro dos espaços educacionais são os princípios básicos da atuação do
psicólogo escolar que podemos categorizar como sendo as principais semelhanças
de sua atuação dentro da escola, quanto da universidade.

PLANO DE TRABALHO/CRONOGRAMA

Cronograma de Atividades
Período: agosto de 2023 a dezembro de 2023.

ATIVIDADES AGO SET OUT NOV DEZ

1 Levantamento bibliográfico x x

2 Catalogação de bibliografia x
16

atualizada sobre a temática


Análise e categorização dos
3 X x
dados de pesquisa

Cronograma de Atividades
Período: fevereiro de 2024 a julho de 2024.

ATIVIDADES FEV MAR ABR MAI JUN JUL

1 Análise e categorização dos X X


dados de pesquisa

2 Elaboração e submissão de X X X
artigo
X
3
Defesa de TCC

REFERÊNCIAS

ALBERTINA MITJÁNS MARTÍNEZ. Psicologia Escolar e Educacional: compromissos


com a educação brasileira. Psicologia Escolar e Educacional, v. 13, n. 1, p. 169–
177, 1 jun. 2009.

ALBA CRISTHIANE SANTANA; BARBOSA, A.; LARISSA GOULART RODRIGUES.


Psicologia Escolar e educação superior: possibilidades de atuação
17

profissional. Psicologia Escolar e Educacional, v. 18, n. 2, p. 229–237, 1 ago.


2014.

‌BISINOTO, C.; MARINHO-ARAÚJO, CLAISY MARIA. Psicologia escolar na


educação superior: atuação no distrito federal. Psicologia em Estudo, v. 16, p.
111–122, mar. 2011.

‌BISINOTO, C.; MARINHO-ARAUJO, C. Psicologia Escolar na Educação Superior:


panorama da atuação no Brasil. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 67, n. 2, p.
33–46, 2015.

BISINOTO, C.; MARINHO, C.; ALMEIDA, L. S. A atuação da psicologia escolar na


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BEZERRA, H.J. Contribuições da Psicologia para a Gestão Escolar Democrática. In:


Psicologia Escolar e Educacional: Reflexões no Contexto da Educação Básica.
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Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (Org.). (2008). Psicologia e


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DUNKER, Christian. O trabalho político da escuta. In: Paixão da ignorância: a escuta


entre Psicanálise e Educação - Coleção Educação e Psicanálise, vol. 1 | Christian
Dunker - São Paulo: Editora Contracorrente, 2020

JAGER, M. E; PATIAS; N. D. Identidade Do Psicólogo Escolar e Educacional:


Reflexões com base na supervisão de estágio. In: Práticas exitosas em psicologia
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‌RODRIGUES, F.; DIAS, G. A atuação do psicólogo escolar no ensino superior:
configurações, desafios e proposições sobre o fracasso escolar. Psicologia Escolar
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MIRIAM FURLAN BRIGHENTE; PERI MESQUIDA. Paulo Freire: da denúncia da


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