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Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Matheus Moura Amorim Andrade - 20210057720

Quando sinto que já sei

O documentário se concentra em explorar as diferentes práticas pedagógicas de escolas que se


propõem a fugir do tradicionalismo por dar aos alunos maior autonomia e responsabilidade em seus
próprios aprendizados. Ele apresenta entrevistas com pessoas de diferentes origens, incluindo
filósofos, cientistas, psicólogos e profissionais do ensino, que sustentam suas opiniões e
perspectivas sobre questões como o papel da escola na sociedade, a importância da motivação do
aluno no processo de aprendizagem, entre outros pontos.
O documentário destaca a importância de uma abordagem mais colaborativa e participativa na
educação, onde os alunos são encorajados a buscar seus próprios interesses e desenvolver
habilidades autodirigidas, as entrevistas são fascinantes, pois exibem várias visões sobre o tema
central, alguns oferecem insights interessantes sobre a educação de forma geral.
No entanto, embora o documentário apresente uma visão interessante e inspiradora de escolas
alternativas, ele pode ser um pouco tendencioso em sua apresentação, ele foca principalmente em
pessoas que estão entusiasmadas com seus devidos modelos de ensino, e não apresenta visões
críticas ou perspectivas alternativas que podem apresentar desafios ou limitações para a abordagem
educacional resultando também em uma impressão um pouco confuso e superficial, pois aborda
muitas ideias e perspectivas diferentes sem aprofundá-las o suficiente, algumas das entrevistas
também podem parecer um pouco repetitivas, abordando as mesmas ideias e conceitos várias vezes.
Além disso, o documentário não fornece informações suficientes sobre o contexto social e
cultural em que as escolas estão situadas, isso pode levar o espectador a acreditar que a abordagem
das escolas apresentadas é uma solução universal para o ensino, quando na verdade pode ser
limitada a um contexto específico, ele não oferece soluções práticas ou respostas claras para as
questões que abordam em vez disso, o documentário parece mais interessado em explorar as
diferentes perspectivas e vivências sobre o assunto.
È interessante perceber através das provocações do documentário, a atuação da escola como
muito além de um espaço de aprendizagem, ela molda o ser e muitas vezes poda suas habilidades
que não sejam desejáveis para o sistema capitalista, e entendendo saúde como muito além da
ausência de patologias, percebemos a importância do profissional em psicologia perante essa área
de atuação como um agente de mudanças e responsável por a promoção de um ambiente saudável e
acolhedor para essas crianças, bem como para os professores e demais funcionários da escola.
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Como vimos em sala a motivação do alunado é essencial para que a busca por conhecimento seja
genuína e eficaz, além de auxiliar o corpo docente a buscar meios para essa motivação, o psicólogo
também tem o papel de identificar as questões do alunado e ajudar os alunos a lidar com elas de
forma saudável e produtiva, para isso, ele realiza diversas atividades, como orientação individual e
em grupo, avaliação psicológica, intervenção em situações de crise e desenvolvimento de
programas de prevenção de problemas de saúde mental, além disso, o psicólogo escolar também é
responsável por trabalhar em conjunto com os professores e a equipe pedagógica para desenvolver
estratégias que possam ajudar a melhorar o desempenho acadêmico dos alunos, levando em
consideração as suas necessidades emocionais e psicológicas, outra importante função do psicólogo
escolar é promover a inclusão e a diversidade no ambiente escolar. Ele deve trabalhar para garantir
que todos os alunos tenham igualdade de oportunidades de aprendizagem e participação,
independentemente de suas características pessoais, culturais ou socioeconômicas, pautando sempre
sua atuação na ética e pelo respeito aos direitos humanos, de forma a garantir que todos os
envolvidos no processo educativo tenham acesso a uma educação de qualidade e inclusiva.

As reflexões acima citadas só foram possíveis através da análise tanto do documentário quanto
dos os textos que trazem provocações, como o "Psicologia Educacional ou Escolar? Eis a questão!"
que discute a diferença entre a psicologia educacional e a psicologia escolar, apresentando suas
características e objetivos, nos aponta o objetivo da psicologia educacional que é compreender o
processo de aprendizagem e desenvolvimento humano em diferentes contextos, e os da psicologia
escolar que se concentra em questões específicas do ambiente escolar, como dificuldades de
aprendizagem, orientação vocacional e prevenção de problemas de comportamento, e destacasse a
ênfase na importância de se compreender as diferenças entre essas duas áreas para uma atuação
mais efetiva e qualificada dos profissionais da psicologia no ambiente escolar. Já o artigo "O que
pode fazer o psicólogo na escola?" de Albertina Mitjáns Martinez discute o papel e as
possibilidades de atuação do psicólogo dentro do ambiente escolar, a autora aborda questões como
o diagnóstico e a intervenção em casos de dificuldades de aprendizagem, o acompanhamento de
alunos com transtornos de comportamento e a promoção de intervenções preventivas, também são
toleradas as relações entre o psicólogo escolar, os professores e os pais dos alunos, destacando a
importância da comunicação e do trabalho em equipe para um melhor atendimento aos alunos, a
autora conclui que o psicólogo pode desempenhar um papel fundamental na escola, confiante para o
desenvolvimento integral dos alunos e para a melhoria do ambiente educacional.
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Tais ideais expostos nos texto casam completamente com o documentário pois é possível ver
sua aplicabilidade na prática e os resultados disso a curto prazo (motivação e autonomia para
estudar) e a longo prazo (desenvolvimento de competências)
Em suma, contemplando as ideias de tudo que já vimos até aqui, temos que a crítica ao ensino
tradicional das escolas está presente em muitos estudos e discussões sobre a educação, essa forma
de ensino é caracterizada por um modelo de transmissão de conhecimento, em que o professor é o
detentor da informação e o aluno é o receptor passivo e é o mesmo modelo desde de o século XIX,
essa abordagem tem sido cada vez mais criticada por limitar a participação e o engajamento dos
alunos na aprendizagem, além de não considerar as diferenças individuais e as necessidades
específicas desses alunos, e estamos caminhando para um futuro com uma educação cada vez mais
flexível, pois com o advento da tecnologia o apenas ´´vomitar´´ informações não é suficiente para a
obtenção de conhecimento, pois a internet disponibiliza acesso a todas as informações até mais que
o docente possa saber, como a própria professora cita no documentário ´´a sala de aula dos tempos
atuais é o mundo inteiro´´ por isso mais uma vez o papel do psicólogo na motivação tanto de
professores quanto de alunos para que o conteúdo faça sentido para eles e seja aplicável em sua
prática, como a escola Campos Salles que me chamou muito a atenção no documentário pois para
muito além de conteudo da escola ela abre espaço para um protagonismo enorme que é fundamental
para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e democrática trabalhando à capacidade dos
jovens de serem protagonistas de suas próprias vidas e de participarem ativamente na construção de
suas comunidades, isso implica na capacidade de tomar decisões, buscar soluções para problemas,
expressar opiniões e contribuir para a transformação social estimulando a participação cidadã e o
engajamento político dos jovens, confiante para a formação de uma sociedade mais participativa e
crítica. Sem deixar de lado os pontos positivos do tradicionalismo mas aceitando seus pontos
negativos e buscando soluções para essas falhas contemplando as contribuições de outras
abordagens para assim chegar a um modelo de escola que contemple todo ser e seja capaz de
desenvolver as habilidades únicas de cada aluno. Como idealizado por o próprio Paulo Freire,
quando escreveu ´´Se na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas
transforma-lo; se não é possivel muda-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda
possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela
coerentes´´ as instituições educacionais estão andando rumo ao desenvolvimento integral dos
jovens, fortalecendo sua autoestima, confiança e autonomia. Dessa forma, é importante que o
psicólogo do ambiente escolar, a própria escola e organizações sociais criem espaços para a
participação ativa dos jovens, valorizando suas opiniões e permitindo que eles sejam protagonistas
de suas próprias histórias.
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Referencias:

BARBOSA, D. R.; SOUZA, M. P. R. DE. Psicologia Educacional ou Escolar? Eis a questão.


Psicologia Escolar e Educacional, v. 16, n. 1, p. 163–173, 2012.

CULTURA, V. E. E. Quando sinto que já sei. Brasilyoutube, , 2014. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=HX6P6P3x1Qg&t=5s>

MARTINEZ, A. M. Psicologia Escolar e Educacional: compromissos com a educação


brasileira. Psicologia Escolar e Educacional, v. 13, n. 1, p. 169–177, 2009.

NEVES DA ROCHA, P.; VIVEIRO, A. A. A APRENDIZAGEM COOPERATIVA COMO


PRÁTICA PEDAGÓGICA PROMOTORA DA EDUCAÇÃO LIBERTÁRIA. Paulo Freire, n.
18, p. 41–59, 2017.

Andaló, C. S. de A. (1984). O papel do psicólogo escolar. Psicologia: Ciência E

Profissão, 4(1), 43–46. https://doi.org/10.1590/s1414-98931984000100009


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