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RESUMO
A psicologia escolar e educacional tem como um de seus objetivos contribuir para o processo
de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, atuando dentro do processo multidisciplinar
junto a comunidade escolar. Nessa comunidade algumas escolas contam com a participação dos
chamados auxiliares de sala, os quais, em sua maioria, ainda estão em processo formativo em
algum curso de licenciatura. O objetivo deste artigo é apresentar uma experiência de estágio
supervisionado do curso de Psicologia de uma universidade privada, no âmbito da educação
inclusiva e discutir o papel do auxiliar de sala. O estágio supervisionado ocorreu em uma escola
da rede pública de Natal/RN e teve como lente teórica a teoria histórico-cultural em articulação
com a discussão sobre a educação especial em uma perspectiva inclusiva. O levantamento de
dados foi realizado com 9 auxiliares de sala por meio de entrevistas semi-estruturadas e
observação de campo. Ao final do estágio, percebeu-se a fragilidade referente à prática do
auxiliar de sala assim como a necessidade de maior apropriação, por parte da comunidade
escolar, acerca do papel desse profissional no espaço educacional.
ABSTRACT
One of the objectives of school and educational psychology is to contribute to the learning and
development process of students as well as working within the multidisciplinary process with
the school community. In this community, some schools have the participation of so-called
classroom assistants, who, for the most part, are still in the training process in some course
degrees. The aim of this article is to present a supervised internship experience in a Psychology
course at a private university, within the scope of inclusive education, and to discuss the role of
the classroom assistant. The supervised internship took place in a public school in Natal/RN
and had the historical-cultural theory as a theoretical lens in articulation with the discussion on
special education in an inclusive perspective. Data collection was carried out with 9 classroom
1
Psicologia, Universidade Potiguar, karlacunha2021@gmail.com
2
Psicologia, Universidade Potiguar, lorennxb@gmail.com
3
Psicologia, Universidade Potiguar, mariahysmenia27@gmail.com
4
Mestre em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, alexiathamy.gomes@gmail.com
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assistants through semi-structured interviews and field observation. At the end of the internship,
the fragility related to the practice of the classroom assistant was perceived, as well as the need
for greater appropriation, by the school community, about the role of this professional in the
educational space.
Keywords: Inclusive education. Classroom assistant. Internship in School Psychology.
INTRODUÇÃO
O psicólogo escolar deve ter como objetivo junto aos professores encorajá-los
a desenvolver cada vez mais um papel ativo no processo educacional. Nesse
processo, é imprescindível a estimulação do pensamento crítico, a fim de uma
melhor compreensão da sua atuação profissional. (Pedroza, 2004, p. 97)
Uma vez que a atuação do psicólogo no contexto escolar também é foco deste trabalho
e que a psicologia e educação são áreas que podem estar relacionadas, é importante realçar que
a escola se encontra presente na mediação entre o indivíduo e a sociedade, por ser uma das mais
tradicionais instituições sociais. (Bock, Furtado e Teixeira 2002 apud Coutinho, Oliveira e
Barreto 2015, p.114). De acordo com Soares e Marinho- Araújo, conforme citado por Coutinho,
Oliveira e Barreto (2015, p.105):
Desde meados dos anos 1980 a psicologia escolar no Brasil vem ampliando
suas perspectivas de atuação. Novas estratégias têm sido articuladas, e nelas
busca-se uma visão mais abrangente ou multicausal das questões, bem como
são consideradas as relações intersubjetivas.
Caro e Guzzo (2004), citado novamente por Coutinho, Oliveira e Barreto (2015, p.105),
afirmam que o psicólogo que atua no campo da educação, vem se defrontando com desafios,
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pois está convocado a agir de forma inovadora, onde é necessário que se amplie sua formação
e desenvolvimento de habilidade para trabalhar em equipe com outros profissionais.
As escolas que integram em seu projeto político pedagógico uma educação inclusiva,
nem sempre existiram. E são essas escolas as responsáveis pela inclusão em sala de aula
(Rogalski, 2010). A Declaração Salamanca de 1994, é o primeiro documento que traz a
educação inclusiva como a possibilidade de realizar uma educação para todos. O documento se
caracteriza por ser uma resolução das Nações Unidas, onde trata da realização de políticas e
princípios da educação especial.
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O papel do auxiliar, apesar de estar correlacionado a assistência para o aluno, vai muito
mais além disso. O auxiliar possibilita que o aluno se sinta acolhido e protegido, onde as suas
necessidades vão ser atendidas dentro da escola. Os auxiliares, na maioria das vezes,
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desenvolvem vínculos e relações muito próximas com os alunos e familiares, contudo, esses
profissionais também passam a receber uma remuneração baixa e trabalham em situações
precárias, em algumas ocasiões, chegam a trabalhar bem mais que os professores regentes na
instituição de ensino (Lima, 2018).
Este profissional também cria uma relação direta com o docente e com a criança e por
isso, se faz necessário demarcar a sua identidade profissional e os papéis que os mesmos
desempenham sob cada circunstância, para que não ocorram equívocos e questionamentos
negativos sobre a sua presença e função na instituição de ensino, por parte da comunidade
escolar, dos professores e também, dos familiares.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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A atuação do auxiliar de sala, deve considerar todo o contexto escolar composto por um
trabalho multidisciplinar, através da equipe pedagógica, professores, alunos e outros
profissionais envolvidos nesse meio. O auxiliar de sala é um profissional que promove suporte
diante das especificidades de cada criança acompanhada, podendo trabalhar junto aos docentes,
onde executa as atividades em conjunto com a criança, que são programadas em sala de aula.
A efetivação dessas atividades é construída de forma operacional e também dentro das
condições dos alunos, onde devem ser efetuadas com segurança, promovendo o bem-estar do
aluno.
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o professor, é algo fundamental para essa profissão. Contudo, percebe-se que o trabalho do
auxiliar de sala, na maioria das vezes, é desenvolvido por profissionais que não possuem a
devida capacitação para o desempenho dessas atividades, como aponta Lima (2018):
Cada vez mais as redes públicas estão dispondo de profissionais sem formação
pedagógica nas classes comuns de ensino. Algumas prefeituras e escolas
aceitam estudantes de cursos de licenciatura da 4° fase em diante para atuar
com crianças da modalidade E.E. Muitas das estudantes não possuem a
formação concluída para atuar com alunos da modalidade E.E, mas algumas
instituições acabam contratando essas profissionais como estagiárias, pagando
pouco e tendo um trabalho precarizado e sem formação suficiente.
A realidade vivenciada na experiência de estágio foco deste artigo em muito se aproxima
das colocações de Lima (2018) e Bashiyo (2019). Foi possível perceber grande empenho por
parte da instituição ao que se refere a presença de auxiliares de sala, contudo, a equipe de
profissionais era composta, majoritariamente, por alunos de licenciaturas nas mais diversas
áreas. Além disso, a falta de clareza em relação às atividades que deveriam ser desenvolvidas
por estes ou mesmo em relação ao trabalho na Educação Inclusiva colocava em cheque o que
deveria ser o principal objetivo de trabalho dos auxiliares de sala. Outras reflexões sobre essa
problemática serão apresentadas mais adiante no texto que se segue.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi observado que a maioria dos projetos existentes na escola são desenvolvidos por
estagiários auxiliares de sala, projetos esses que deixam de existir após o término do contrato
de estágio, o que demonstra falta de continuidade em relação às propostas pedagógicas. Tal fato
se agravou no durante o período da pandemia da COVID-19, devido a impossibilidade do
desenvolvimento de ações presenciais.
CONCLUSÕES
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PEGO, Vanda Oliveira Rodrigues; DIAS, Arlinia Maria da Silva; MORAIS, Rafaella
Roberta da Silva; PEIXOTO, Sandra. O psicólogo escolar como mediador no processo
educacional. Cadernos de Graduação: Ciências Humanas e Sociais - UNIT-,
Alagoas, v. 2, n. 2, p. 185-198, 2014. Disponível em:
https://periodicos.set.edu.br/fitshumanas/article/view/1865. Acesso em: 17 fev. 2023.
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