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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA.

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS.


CURSO: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA, II SEMESTRE.
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO.
DOCENTE: LUANDA NAIADE OLIVEIRA DA SILVA.
DISCENTE: MARIANNA DE OLIVEIRA LIMA.

RESENHA

A vida do ser humano é marcada por experiências de aprendizado, e isso se


dá através de troca de conhecimentos e saberes que tornam a pessoa cada vez
mais humana e social. A educação tem como papel fundamental, proporcionar tais
tipos de interação e crescimento. A escola, portanto é um espaço onde o indivíduo
passa grande parte de sua vida para aprender, por isso a mesma deve oferecer
possibilidades em que os discentes aprendam, não só conteúdos, mas tenham a
oportunidade de crescerem como seres humanos de forma integral. Infelizmente, a
maioria dos profissionais envolvidos com a prática educativa não leva este
compromisso como principal pilar de sua prática.

Por outro lado, vale a pena destacar que também existem aqueles que
procuram ser a diferença em meio a uma realidade hostil. Educadores que se
preocupam em potencializar a autonomia de seus educandos, quebrando
paradigmas e optando por uma educação livre de autoritarismo, fazendo com que os
estudantes sejam protagonistas do seu processo educacional.

No documentário intitulado: Quando Sinto Que Já Sei (2014), é possível


conhecer 10 projetos audaciosos, que buscam colocar em prática, como o
pensamento de Paulo Freire (1996), enfatiza a respeito da Pedagogia da
Autonomia, quando ele critica a educação “bancária” e propõe a educação
“problematizadora”, uma prática baseada na ética e na valorização de todas as
dimensões inerentes ao ser humano.

Rompendo as barreiras de um modelo educacional tradicional, alguns destes


projetos não classificam os estudantes por série e idade, nem impõem que os
mesmos fiquem todo o tempo dentro da sala de aula, mas construam conhecimento
através da relação com os demais colegas e também com a natureza, descobrindo a
melhor forma de aprender, de acordo com suas necessidades.
O ato de ensinar não existe separado do ato de aprender. Portanto, vemos no
documentário, projetos em diversas escolas brasileiras, onde professores interagem
com os alunos de maneira saudável, numa experiência de profunda troca, em que
todos ensinam e todos aprendem, não tirando a autoridade dos professores, mas ao
contrário, caracterizando-os como profissionais comprometidos com a formação de
seus educandos, a fim de transformar o censo comum em pensamentos científicos a
respeito das questões sociais e políticas.

A “boniteza” almejada por Paulo Freire é visivelmente praticada pelos


educadores destes projetos inovadores, pois os mesmos utilizam de ética, respeito,
cuidado e reverência diante da riqueza que cada estudante traz, que é a sua própria
história. Para exercer uma postura como essas, é preciso que o educador comece a
pensar nestas questões desde o início de sua formação. Ele deve ter sempre em
vista, qual o seu papel enquanto agente educativo, e a certeza de que nunca está
completamente formado, sempre tem o que aprender e transformar em sua vida
profissional.

Além disso, o professor precisa dar “testemunho” daquilo que ensina, como
diz Freire: “Pensar certo é fazer certo.” . De nada adianta ser um professor moralista,
que dão ótimos discursos de como se deve viver, mas em sua vida cotidiana, age de
forma incoerente com o que diz. Desta forma, o profissional perde a credibilidade e
influencia negativamente na sociedade e consequentemente, na vida dos
educandos.

Ao analisar o documentário à luz da obra de Paulo Freire, entende-se que a


escola precisa cada vez mais, passar por mudanças, pois aqueles 10 projetos ainda
é muito pouco diante da urgência em “humanizar” as pessoas. No Brasil, ainda
persiste o modelo tradicional de educação, tendo a escola apenas como um
ambiente “preparatório” para o mercado de trabalho, e não uma constante formação
para a vida, como deve ser.

Diante de exemplos práticos de educadores que internalizaram bem os seus


papéis no campo educacional como mediadores, observa-se que, diferentemente
De muitos críticos do pensamento do autor Paulo Freire, que o consideram como
utópico e fora da realidade, mostram na prática a capacidade da escola ser um
ambiente onde os estudantes podem se sentir como agentes ativos do processo
educacional, podendo atuar na sociedade com autonomia, responsabilidade e
compromisso, sem precisarem ser submetidos à transmissão de conteúdos vazios e
enfadonhos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Documentário: Quando Sinto Que Já Sei, disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=HX6P6P3x1Qg, acessado em 15 de novembro
de 2017.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática


Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

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