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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA

PRÓ – REITORIA DE PESQUISA E PÓS – GRADUAÇÃO – PPPG


CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – CCSO

Disciplina: Práticas e espaços de Comunicação na Escola


Professor: Me. Hadryan Lima Rodrigues - PECE

Os processos de socialização nas variadas formas de educação.

Lucinéia Nunes Leal1


Mauthus Rogério Nunes Riphardo2

Introdução

Talvez você já tenha ouvido falar que “para comunicar, os canais precisam estar
abertos”, verdade. Isso é extremamente relevante em qualquer processo de socialização,
sobretudo no espaço escolar, quando se deseja desobstruir os caminhos para a apropriação
adequada de conhecimentos.

Não de pode negar que o aluno busca construir seu espaço dentro da escola. Para
alguns é o único espaço de maior relevância para a sociabilidade juvenil. O conflito e a
tensão se dão em decorrência de um confronto de interesses que, no momento, por uma
circunstância não são adequadas.

Já numa visão mais panorâmica pode-se dizer que o Brasil possui muito entraves
nas mais distintas áreas; parece discurso batido, mas a educação está longe de ser a
prioridade para maioria dos governantes, uma vez que os indicadores educacionais como
o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) andam bem abaixo da meta.
Na verdade, a última aferição feita tem mostrado um Ideb onde a qualidade da educação
básica no Brasil, não alcançou as suas metas e, talvez, não alcançará nos próximos anos.

Assim na escola é preciso sensibilidade para utilizar as ferramentas corretas para


transmitir aquilo que precisa ser entendido. Uma ideia boa utilizada inadequadamente não
produzirá os efeitos necessários e desejados.

2 Demarcação das diferenças de conceitos

1
Graduada em Letras. Pós-graduando em Coordenação Pedagógica.
2
Graduado em Filosofia. Pós-graduando em Coordenação Pedagógica.
Em toda a sua história, o homem vem formando processos de socialização, nem
sempre em espaços formais, aliás ao se trabalhar as nomenclaturas: formal, não-formal e
informal, não se deseja fazer aqui um juízo de valor, não interessa dizer qual modo é o
mais importante, no entanto, faz-se necessário estabelecer suas principais diferenças
como nos atesta Maria da Glória Gohn (2006, p. 28): “Consideramos que é necessário
distinguir e demarcar as diferenças entre estes conceitos”.

Precisamos desses vários meios de concepções educacionais, uma vez que o


homem é “um monte de complexidades”, ou seja, não pode ser visto unilateralmente, mas
com suas variantes e suas potencialidades.

Sobre uma prática de coordenação pedagógica, entende-se que esta tem um papel
que muitas vezes, vai além das suas reais atribuições. Observo isto olhando para uma
realidade bastante particular, a Escola Municipal José Miranda Brás, uma escola com
mais de 1230 alunos, distribuídos nos turnos matutino e vespertino, do 1º ao 9º ano,
localizada na praça do Comércio, no centro da cidade de Zé Doca – MA, com um quadro
de docentes bastante amplo com 60 professores; 01 Supervisora; 01 Gestor Geral e 01
Gestor Adjunto.

O turno matutino funciona com alunos do 1º ao 5º ano e o turno


vespertino, com alunos do 6º ao 9º ano. Pela manhã somente a Gestora Geral da escola
acompanhada da Adjunta assume a missão de organizar toda a vida da escola, pois a
Supervisão é omissa e não existe atuação do Coordenador Pedagógico fixo na mesma.
Este último atua em todo o município coordenando as ações pedagógicas de todas escolas
do município divididos por modalidades ficando assim 04 Coordenadores Pedagógicas
municipais: 01 responsável pela Educação Infantil; 01 responsável pela Ensino
Fundamental Menor; 01 responsável pelo Ensino Fundamental Maior e por último 01
responsável pela EJA.

Na Escola Municipal José Miranda Brás, não existe muita das organizações e
mecanismos que consolidam o alvorecer de uma verdadeira gestão democrática, como:
grêmio estudantil, associação de pais e mestres, no entanto, existe há muitos anos um
projeto sobre a consciência negra que resiste às diversas gestões que passaram pela escola.
Esse projeto funciona de alguma forma como uma política de conscientização da escola
e da comunidade local, bem como uma política de afirmação.
Pois como fala Cury em seu texto, intitulado: “Direito à educação – um campo de
atuação do gestor educacional na escola”( 2002, p.7): “A função social da educação
escolar pode ser vista no sentido de um instrumento de diminuição das
discriminações”. E isto a escola tem tentado fazer com a execução anual desse projeto.

Vale ressaltar, que nem sempre a educação formal traz consigo todas as garantias
para que haja uma humanização do indivíduo por inteiro; aonde a educação formal não
atinge, chega ali os costumes, as tradições, as crenças que vão dando suporte necessário
e essencial o pleno desenvolvimento de suas potencialidades humanísticas.

A escola por si só não é espaço privilegiado de projetos de conhecimentos, de


intervenção social e de vida. São os entes nela envolvidos que podem torná-la um espaço
de experimentações, onde o aluno sente-se desafiado a projetar o seu futuro, não como
uma “espera” imaginária e limítrofe, mas como algo integrado e possível, capaz de
desenvolver-se a partir de conteúdos e da vivência em outros espaços de aprendizagem.

3 Considerações Finais

Os projetos que acontecem nas escolas de algum modo estão na esfera da educação
não-formal, onde se aprende no mundo da vida. Não é a formalidade pura, mas também
não pode ser considerado como informal.

Em contrapartida, pode ser dito que as escolas de nossa região muito pouco tem
aproveitado de formas de educação não-formal para tornar interessante e dinâmica a vida
dos alunos.

Um projeto numa escola de rede pública não pode ser desconsiderado em seu
aspecto social, onde boa parte de sua clientela faz parte daqueles que são desprovidos de
capital econômico e capital cultural. Enfim, habitualmente tem-se utilizado o termo
educação não-formal e informal como sendo sinônimos, no entanto é possível perceber
que há uma diferença relevante.

Referências

CURY, Carlos Roberto Jamil. O direito à educação: Um campo de atuação educacional


do gestor da escola:_In: Legislação Educacional Brasileira. Rio de Janeiro: DP&A,
2002.
GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da sociedade civil e
estruturas colegiadas nas escolas:_In Ensaio:aval.pol. publ.Educ., Rio de Janeiro.
Jan/mar.2006.

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