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RESUMO
De acordo com as palavras do físico teórico alemão, Albert Einstein (1879 – 1955):
“Tudo aquilo que o homem ignora, não existe para ele. Por isso o universo de cada um se
resume no tamanho de seu saber”, podemos perceber que somos seres inquietos e
incompletos, mas só temos consciência disso, quando aprendemos e assimilamos
continuamente o conhecimento. Neste artigo, dissertamos sobre o modelo humanista na
educação, abordamos a finalidade e identificação de suas características, vantagens e,
principalmente, o papel do educador nesse processo de aprendizagem e orientação do aluno
na jornada de aprender. Também o impasse e as dificuldades encontradas pela escola, a partir
da forma errônea de proceder que muitas famílias têm, acreditando que é papel da escola dar a
educação e impor limites a seus filhos, além de oferecer a atenção que a mesma renega e, o
incentivo a serem cada vez mais educandos individualistas e competitivos.
Palavras chave: Ensino humanista, papel da escola e família, papel educador e educando.
A educação com ideais humanistas é baseada na máxima em que são livres a crítica e
o pensamento. “O único homem que se educa é aquele que aprendeu como aprender: que
aprendeu como se adaptar e mudar; que se capacitou de que nenhum conhecimento é seguro,
que nenhum processo de buscar conhecimento oferece uma base de segurança”. (ROGERS
apud COELHO e JOSÉ, 1993 p.9).
Acreditamos em conformidade com os ideais humanistas, que não são os dogmas e
informações que vem de fora, mas sim o despertar para si mesmo à vontade de aprender,
fazendo parte do nosso pensamento, buscando ensinar as crianças e adolescentes a pensarem,
criticarem e refletirem, isso é aprendizagem, valorizando cada ser como único, com
experiências e necessidades individuais que vão influenciar o desenvolvimento integral do
educando e o processo educativo.
De acordo com o Professor Pierluiggi, a parte mais importante do método educacional,
é quando deixamos de ser meros alunos, assistindo às aulas onde nos encontramos em uma
atividade coletiva, porém passiva, apenas recebendo a informação. Estudar, conforme
Pierluiggi é uma atividade solitária e ativa, pois quem assiste à aula, apenas absorve já quem
estuda, produz. Estudar é a parte mais importante do processo de educação. Precisamos
desenvolver nos educandos a prática de saberem o que fazer com a informação que é ofertada.
Segundo Paulo Freire, em Carta de Paulo Freire aos Professores 2001, Estudar é
desocultar, é ganhar a compreensão mais exata do objeto, é perceber suas relações com outros
objetos. Implica que o estudioso, sujeito do estudo, se arrisque, se aventure, sem o que não
cria nem recria.
Conforme o que explana o blog bulevoador, a educação humanista é uma ferramenta,
que baseia a moral na própria humanidade, nos indivíduos e não em algo sobrenatural como
Deus ou fé, que tende a tornar as crianças seres que tem seus atos julgados por preceitos
religiosos que não podem ser discutidos, moldados ou substituídos. Fé é um sentimento
inerente ao ser humano; cada pessoa deve, se quiser, acreditar no que lhe faz bem e no que
julga necessário para a sua crença, porém todos devem ser capazes de - respeitando pessoas e
comunidades mediante seus credos e religiões - refletirem e criticarem todos os assuntos, até
mesmo a respectiva filosofia humanista, praticando assim o desbloqueio de barreiras à
aprendizagem de um modo mais amplo.
Não existe de uma forma geral, no ensino de convicções humanistas, o medo de errar,
por que as crianças não estão competindo e sim acrescentando sua forma e enfoque de ver as
coisas, experimentando e procurando respaldo para a aquisição deste conhecimento, cabendo
ao educador confiar na capacidade de seus educandos e atender às necessidades da busca
deste conhecimento e os guiando neste processo educativo.
Dessa forma, a educação humanista enxerga o modo mais tradicional de ensinar como
uma forma de robótica em que é fácil doutrinar as crianças, pois se espera que elas
automaticamente relembrem das palavras de seus professores e as repitam de forma assertiva
nas provas, sem ao menos raciocinar, pensar ou deduzir. Assim como as novas tecnologias o
fazem: apenas levam ao modo indutivo e não intuitivo em que para efetuar algo, antes
pensamos, e logo após aprendemos.
Devemos criar e incentivar a descoberta e a valorização da curiosidade e da
criatividade nas crianças, cultivando nelas o gosto pelo aprender. Manter as crianças em um
ambiente em que o educador está sempre disposto a dar a assistência necessária na procura
das suas próprias soluções aos problemas de aprendizagem, ajudando a identificar as próprias
necessidades e interesses educativos, torna-os capazes de ocuparem efetivamente seu próprio
processo de evolução e crescimento.
A educação, de uma forma geral, tem como objetivo ser decisiva e corrobora na
criação da sensibilidade social, com bases plausíveis para reorientar a humanidade. Por meio
de um grande desenvolvimento tecnológico que acontece na atualidade, percebeu-se uma
vasta necessidade de produtos de qualidade com serviços eficazes para satisfação de poucos,
no entanto ainda há mais possibilidades do que eficiência, pois percebemos que a
modernidade avançou muito, porém deixou pelo caminho expectativas desguarnecidas de suas
promessas.
Na época atual a educação é percebida como uma necessidade de transformação para
se criar possibilidades que gerem a liberdade humana, uma educação de qualidade pode ser
vista como utopia, segundo Freitag: ‘O homem somente pode vir a ser homem através da
educação. Ele não é outra coisa senão o produto de sua educação. E cabe mencionar que o
homem só pode ser educado por homens, que por sua vez foram educados. Por isso a ausência
de disciplina e instrução em certas pessoas faz delas maus educadores de seus educandos.’
(FREITAG 1994, p.22).
A educação desponta como uma nova perspectiva para o avanço do ser humano, que é
capaz de integralizá-lo em sua completude, permitindo a ele a realização pessoal e
aperfeiçoamento de qualidade de vida.
O método humanista cria um ambiente favorável e por assim dizer protetor para o
educando; pois oferece ferramentas para o desbloqueio de dificuldades ao processo de
aprendizagem, auxiliando e amparando à procura de próprias soluções para os problemas.
Para os educadores humanistas, é próprio do ser humano ser bom e sermos pessoas
permanentemente sedentas por conhecimento.
Por consequência a esta alienação injustificada da família, nos parece evidente que
essa ausência de educação, cordialidade, colaboração e respeito não somente ao seu bem
estar, mas também ao bem estar do outro, se reflete no grande e nocivo vilão presente em
salas de aula: a desaparição ou a falta de limites nos alunos. Entendamos como limites, a
liberdade com responsabilidade, isto é, as regras sociais de convivência, aquilo que podemos
ou não fazer para efeitos de desenvolvimento, respeito mútuo e solidariedade na coexistência
estabelecida entre diversos grupos heterogêneos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para uma prática pedagógica que norteie os métodos de ensino humanista, percebemos
que além de o educador nortear-se de amplos conhecimentos humanistas e das perspectivas
que este modelo traz para a escola e o ensino em si, e o professor deve saber encaminhar as
essas questões que surgirão com este método libertador, pois, como sinaliza Luckesi (1994),
“a Pedagogia não pode ser bem entendida e praticada na escola sem que se tenha alguma
clareza do seu significado. Isso nada mais é do que buscar o sentido da prática docente”
(LUCKESI, 1994, p. 7). Ainda assim é necessário ter educandos aptos a este método. Estes
indivíduos precisam ter noções básicas de civilidade e bom convívio, para que todos possam
sair ganhando e ampliando os conhecimentos. Isto é de extrema relevância para o bom
andamento do processo do aprender, fazer com que a escola se torne significativa,
esclarecedora, interessante e, principalmente, essencial aos educandos, motivando os com
encanto, alegria e a encontrarem satisfação de pertencerem a este meio, tendo como
paradigma seus os professores.
Pela sua conduta, o professor deve ser um exemplo, para que possa exercer, sem
autoritarismo, a sua função educativa. Deve proporcionar, na sala de aula, um clima
de participação e de respeito, sem esquecer que o aluno é um indivíduo com direito a
ter dúvidas, a ter dificuldades, a ter opiniões, a colaborar e a ser criança (PIRES,
2002, p. 71).
A escola é um espaço genuíno com condições favoráveis ao entendimento e de
consideração dos apelos do mundo e da vida. (PRESTES, 1996, p. 121-122).
Acreditamos também que um bom aluno vem de uma boa base familiar; da criação
que possui, de seus costumes e da participação da permanente da família no ambiente escolar.
Se cada um, que é parte importante neste contrato, família – escola, se tornar elo fundamental
e indissociável agindo de acordo com a sua responsabilidade, sendo pontual às necessidades
apresentadas pelo educando, consideramos que existirá assim uma melhor possibilidade de
simbiose entre o educador e o educando tornando-os cooperantes entre si e atingindo o
objetivo de abundar o aluno de conhecimento, elevando sua participação e indicando o
caminho para o seu contínuo desenvolvimento como ser humano pensante, analista na forma
de agir e contribuinte ativo no avanço e aperfeiçoamento de uma sociedade melhor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. 10ª ed. São Paulo,
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo:
UNESP, 2000.
www.michaelis.uol.com.br. 2015.
Tese (Doutorado em Serviço Social) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São
Paulo, 2003.