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IMPLEMENTAÇÃO DA LEI 13935/2019: (IM)POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO


DAS/OS PSICÓLOGAS/OS NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

Ana Maria Ponce Freitas1


Anderson da Silveira2

Resumo: Com a aprovação da Lei 13935/2019, refletiu-se sobre a necessidade investigar


sobre a formação das/dos profissionais de psicologia para a atuação na educação básica. Esta
pesquisa teve como objetivo analisar o conteúdo do arranjo curricular de um curso de
bacharelado em psicologia afim de verificar se os seus conteúdos contemplavam as
atribuições do Conselho Federal de Psicologia para regulamentação da Lei 13.935, de 2019.
Trata-se de um estudo de natureza qualitativa e delineamento documental. O arranjo
curricular analisado contém cento e noventa disciplinas, aos quais foram lidas e analisadas
sob a ótica das atribuições da(o) Psicóloga(o) para atuação no contexto da educação básica, de
acordo com o manual Psicólogas(os) e assistentes Sociais na Rede Pública de Educação
Básica: orientações para regulamentação da Lei 13.935, de 2019. Identificou-se que o
currículo analisado contém conteúdos teóricos que correspondem a estas atribuições. Os
dados coletados foram suficientes para uma breve análise da discussão sobre a formação e
capacitação da/o profissional de psicologia. Conclui-se que a presente pesquisa pode fomentar
novas discussões sobre as proposições feitas nos currículos, além de auxiliar na reflexão sobre
a importância do papel da educanda/o na sua formação e dos demais envolvidas/os no
contexto escolar e universitário.

Palavras-chave: Educação Básica. Psicologia Escolar. Lei 13935/2019.

1 INTRODUÇÃO

Diante da aprovação da Lei 13.935, no dia 11 dezembro do ano de 2019, questiona-se


a formação das/dos profissionais da psicologia, que terão futura atuação no contexto
educacional e na prestação de serviços de psicologia nas redes públicas de educação básica,
visto que o prazo estipulado é de um ano para cumprimento das disposições previstas na Lei.
Dentro desse vasto campo nas redes públicas de educação básica e das possíveis formas de
atuação dessas/es profissionais de psicologia, quais seriam as atribuições esperadas, se as
expectativas corresponderiam às atribuições já descritas para essas/es profissionais de
psicologia nesse campo da educação básica; e quais seriam as possibilidades de atuação
orientadas pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) no Brasil nesses espaços (BRASIL,
2019, p. 1).

1
Acadêmica do curso de Psicologia da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul. E-mail: endereço de e-mail do Autor do Artigo.
2
Mestre em Psicologia (PPGP/UFSC). Professor do Curso de Psicologia na Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.
2

Contudo, sobre o que orienta o Conselho Federal de Psicologia (CFP) no Brasil, se faz
necessário discorrer sobre alguns conceitos da Psicologia Educacional e Escolar, antes de
entrar mais sobre essas inquietações que me levaram a escolha do tema para esse trabalho de
conclusão de curso da graduação de psicologia. Afinal, essa/e profissional atuará a partir de
qual enfoque na área da educação? Seria na Psicologia Educacional ou na Psicologia da
Educação, ou na Psicologia Escolar? Quais as diferenças dessas nomenclaturas e conceitos
dentro desse campo de estudos?
De acordo com Antunes (2008), a Psicologia Educacional é entendida como a área que
organiza os saberes já produzidos relativos aos fenômenos psicológicos e desenvolve novos
saberes dentro do processo educativo, sendo essa também chamada de Psicologia da
Educação. Distintamente, a Psicologia Escolar está no campo de atuação, essa que faz uso da
Psicologia da Educação em espaços socioeducacionais, através de intervenções. Ambas são
necessárias para a atuação da/o psicóloga/o na escola, como discorre Freire (1996) “[...] a
teoria sem a prática vira "verbalismo", assim como a prática sem teoria vira ativismo. No
entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora
da realidade” (p. s/nº).
O Conselho Federal de Psicologia (2019e) norteia algumas atribuições necessárias
para caracterizar a atuação da/o psicóloga/o educacional/escolar. Essa/e profissional da
psicologia inicialmente instrui-se e apropria-se de um saber específico dentro da psicologia
para educação, esse saber deve possibilitar a essas/es psicólogas/os uma visão crítica e
humanizada para as singularidades dos sujeitos que integram esses espaços e de alguma forma
estão envolvidos nos processos de escolarização. Assim, atuando de forma humanizada sem
que deixe de questionar e problematizar todas ou as possíveis dimensões que constituem a
sociedade a qual fazem parte, ampliando o olhar para além das estruturas físicas que
compõem a escola, acessando os espaços que cercam a mesma, e atravessam as micros e
macros relações dos sujeitos que pertencem a essa sociedade (CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA, 2019).
As proposições atuais do Conselho Federal de Psicologia, a partir dos debates em
torno da prática da/o psicóloga/o escolar/educacional concentram-se na escolha de uma
prática comprometida com o social. Essas propostas encontram eco em Freire (1967, p. 35)
quando indica “[...] não há educação fora das sociedades humanas e não há homem no vazio.”
A educação é resultado de experiências compartilhadas, onde as/os educadoras/os e
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educandas/os compõem juntas/os, na interação com o mundo. Freire (1977), educador tão
combatido na atualidade, nos lembra que a educação deve ser libertadora e humanizadora,
onde as pessoas não são apenas plateia nas salas de aulas, mas atuam fazendo parte da
reconstrução do mundo e na construção de novos saberes. A educação libertadora deve ser
capaz de promover consciência crítica, que impulsiona a pessoa a participar no mundo. Porém
nem sempre a/o educadora/o consegue ser coerente com seus discursos, muitas vezes se veem
impedidas/os de atuar e reproduzem violências a serviço da desumanização, desmotivando a
criatividade, a participação tratando vidas como lixeiras depositando conteúdos que não
serviram de nada.
Visto que as pessoas são inseridas numa sociedade que já tem suas bases e pilares pré-
estabelecidos, como a/o psicóloga/o escolar/educacional pode atuar de forma libertadora e
humanizadora? Como não replicar e compactuar com processos educacionais reproduzem
uma educação bancária? Como a/o psicóloga/o pode atuar no contexto educacional de modo a
atenuar as desigualdades sociais? Segundo Freire (1977), para não reproduzir uma educação
“bancária”, que contribui para uma atuação a serviço da reprodução das desigualdades,
teremos que atuar contra a alienação e a manutenção da mesma lógica, para uma libertação
autêntica que se dá num processo de humanização, necessita de práxis essa “[...] que implica
na ação e na reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo” (FREIRE,1977, p.38).
Na direção do que foi posto até o momento, o Conselho Federal de Psicologia (2019e)
orienta que a/o psicóloga/o escolar atue na elaboração de projetos e trabalhos que visem a
manutenção e a transformação da sociedade, que integre todas/todos envolvidas/os no
processo educativo, como as/os educadoras/es, alunas/os, família e comunidade. Ainda sobre
a prática da/o psicóloga/o escolar, entende-se que devem atuar junto a equipe interdisciplinar
nas questões que envolvem os processos de aprendizagem, participando do cotidiano escolar,
assim como no projeto político pedagógico, compreendendo e respeitando as singularidades
dos sujeitos, buscando conhecer os aspectos externos e internos, a fim de refletir e mediar
sobre as questões que atravessam as subjetividades dos sujeitos, no intuito de contribuir para
uma prática pedagógica humanizadora, numa educação crítica frente a questões como:
fracasso escolar, evasão e abandono, violências e violações de direitos, racismo, sexismo, etc.
A/O psicóloga/o deve atuar no propósito de uma educação inclusiva, que crie
condições para o enfrentamento de deficiências, com olhar crítico que a/o motive como
profissional a conhecer e compreender as verdadeiras deficiências presentes nos processos
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educacionais. Essas que podem vir a ser estruturais e estar presente nos projetos, na
instituição, não se limitando aos sujeitos e suas dificuldades, atuando com sensibilidade para
uma possível práxis humanizadas na defesa dos direitos humanos, ao acesso e permanência a
uma educação comprometida com a realidade dos sujeitos.
Compreende-se que, com a aprovação da Lei 13.935 (2019), que prevê em seu
cumprimento a contratação dessas/es profissionais em todo território nacional brasileiro,
surjam expectativas por parte das pessoas envolvidas no campo da educação, sendo elas
ligadas diretamente às instituições de ensino, e como a comunidade escolar, familiares, entre
outros. Porém, o ponto central da pesquisa se restringe à análise dos conteúdos presentes no
currículo de formação da/o psicóloga/o de uma Instituição de Ensino Superior (IES),
localizada no Sul do Brasil, e como os conteúdos desse currículo estão aderentes para a
atuação desta/e profissional no contexto escolar, mais especificamente na educação básica da
rede pública.
A discussão sobre o currículo de formação do Psicólogo deve ser realizada de forma
crítica. Nesse sentido deve-se questionar não apenas “o que” deve ser ensinado, mas o “para
que” ensinar determinados assuntos. Segundo Silva (1998, p.8) “o currículo não é constituído
de conhecimentos válidos, mas de conhecimentos considerados socialmente válidos”. Ao
pensar na elaboração de uma grade curricular, se faz necessário compreender, conhecer,
considerar elementos culturais que transcendem e atravessam a cultura como um todo e
relevam as culturas que constitui a identidade e a subjetividade dos sujeitos que compõem a
sociedade (SILVA, 1999).

Breve histórico da Lei 13935/2019: dos desafios e (im)possibilidades da implementação da


Lei.

Para tentar acolher os objetivos propostos, se faz necessário contextualizar um pouco


da trajetória da Lei 13935/2019, nesses quase vinte anos, desde sua concepção até sua
aprovação e publicação.
No ano 2000, no dia 31 de outubro, o ex-deputado José Carlos Elias3 deu início a

3
Deputado(a) Federal - 1999-2003, ES, PTB, Dt. Posse: 01/02/1999; Deputado(a) Federal - 2003-2007, ES, PTB, Dt. Posse: 01/02/2003.
Autor da PL 3688/2000 disponível em: <https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=20050>.
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história do projeto de lei 3688, o qual se tornou a Lei 13935 (2019). Nestes quase vinte anos
de tramitação, ganhou, ao longo de sua trajetória, novas emendas e novas/os apoiadoras/es
(BRASIL,2000). O projeto de lei 3688 (2000) do ex-deputado José Carlos Elias, junto às
equipes de profissionais da psicologia e de serviço social, propôs atender as/os educandas/os
dos ensinos fundamental e médio, com o intuito de colaborar com melhorias no processo de
aprendizagem, nas relações entre educandas/os, educadoras/es e a comunidade escolar, além
de estabelecer uma parceria com as/os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), caso
houvesse necessidade de demanda de atendimentos nesses espaços (BRASIL, 2019).
Nesses quase vinte anos de luta dos conselhos federais de Serviço Social e Psicologia,
além da sociedade civil, movimentos sociais e das/os profissionais da educação, até sua
aprovação como lei ordinária, houve muitas discussões para sustentar a importância dessas/es
profissionais na educação básica dentro da rede pública em todo território nacional brasileiro.
Dentre essas discussões, em participações em reuniões, audiências e votações no
Congresso Nacional, o conselho federal de Psicologia produziu, além de notas e documentos,
o livro “Violência e Preconceito na Escola”4 publicado em 2015, resultado de pesquisas e
parcerias que demonstram as contribuições da Psicologia no contexto escolar e a relevância
das/os psicólogas/os em equipes multidisciplinares na educação básica da rede pública no
Brasil (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2019a). A luta que resultou na aprovação
do projeto de lei 3688/2000 no Senado e na Câmara dos Deputados não se encerrava com as
argumentações apresentadas pelos Ministérios da Educação e da Saúde, pois no dia 12 de
setembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro decidiu vetar o projeto de lei com a
justificativa:
[...]A propositura legislativa, ao estabelecer a obrigatoriedade de que as redes
públicas de educação básica disponham de serviços de psicologia e de serviço social,
por meio de equipes multiprofissionais, cria despesas obrigatórias ao Poder
Executivo, sem que se tenha indicado a respectiva fonte de custeio, ausentes ainda
os demonstrativos dos respectivos impactos orçamentários e financeiros, violando
assim as regras do artigo 113 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
bem como dos artigos 16 e 17 da Lei de Responsabilidade Fiscal e ainda do artigo
114 da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2019 (Lei 13.707, de 2018) (BRASIL,
2019).

4
Violência e preconceitos na escola: contribuições da Psicologia /V792 Organizadores: Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e
Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (Fenpb) ; Autores: Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)...[et al.]. –Brasília,
DF : Conselho Federal de Psicologia, 2018.402 p. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/publicacao/pesquisa-violencia-e-preconceitos-na-
escola/>.
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Diante do veto, houve novas articulações e as mobilizações continuaram em todo


território brasileiro, entre os meses de setembro a novembro do ano de 2019, junto às/aos
profissionais de psicologia, assistência social, comunidade escolar e apoiadores, numa luta
histórica. Toda sociedade brasileira se beneficiará da colaboração dessas/es profissionais e da
atuação delas/es na educação básica nas escolas públicas no país nos próximos anos, e as
mobilizações cessam quando felizmente o veto é derrubado. Contudo, nota-se que há lacunas
que a Lei 13935(2019) não aborda em seu texto. Neste sentido, me proponho a discorrer sobre
algumas delas, partindo da leitura do projeto lei 3688(2000), no ano de 2007 o texto aprovado
pela câmara dos deputados continha no Art. 1° § 2º a seguinte solicitação;

[...] Os sistemas de ensino, em articulação com os sistemas públicos de saúde e de


assistência social, deverão prever a atuação de psicólogos e assistentes sociais nos
estabelecimentos públicos de educação básica ou o atendimento preferencial nos
serviços de saúde e assistência social a alunos das escolas públicas de educação
básica, fixando, em qualquer caso, número de vezes por semana e horários mínimos
para esse atendimento (BRASIL,2000).

No Art. 1º da Lei 13935 (2019) o texto se apresenta da seguinte maneira;

[...] As redes públicas de educação básica contarão com serviços de psicologia e de


serviço social para atender às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de
educação, por meio de equipes multiprofissionais.
§ 1º As equipes multiprofissionais deverão desenvolver ações para a melhoria da
qualidade do processo de ensino-aprendizagem, com a participação da comunidade
escolar, atuando na mediação das relações sociais e institucionais.
§ 2º O trabalho da equipe multiprofissional deverá considerar o projeto político-
pedagógico das redes públicas de educação básica e dos seus estabelecimentos de
ensino.

O projeto inicial propunha dois espaços de atuação dessas/es profissionais, sendo um


deles os estabelecimentos públicos de educação básica, no qual entende-se que a cada
estabelecimento haveria uma/um profissional de psicologia, e uma/um de serviço social para o
atendimento das/os educandas/os em qualquer caso, com horário agendado. No segundo
espaço sugerido pelo projeto, os atendimentos seriam preferenciais nos serviços de saúde, o
qual não especifica como seriam realizados os encaminhamentos e quais locais dentro da rede
de saúde as profissionais atuariam para atender as/os educandas/os (BRASIL,2000).
Entretanto na Lei 13935 (2019), percebe-se que ela não estabelece os locais de atuação
das/os profissionais de psicologia e de serviço social, mas somente prevê, no Art. 1º, as ações
que deverão ser desenvolvidas para atender as demandas definidas como prioridades pelas
políticas da educação descritas nos § 1º e § 2º, ações essas que serão realizadas em equipes
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multiprofissionais. Questiona-se: de que modo o Estado Brasileiro pretende garantir o


cumprimento da lei, visto que a lei não aborda penalidade para o não cumprimento, quais
espaços que disponibilizará para que essas/es profissionais atuem e como irá garantir que a
sociedade brasileira usufrua dos serviços em lei? Lugares físicos para atendimentos clínicos?
Pensasse no progresso ou no retrocesso? O que fará essas/es profissionais em equipe
multidisciplinares?
Em nota, o Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2020) discorreu sobre o
compromisso firmado pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e
de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e as entidades da Psicologia e do
Serviço Social, no início de março deste ano de 2020, no qual um percentual de 10% irá
permitir as contratações para o cumprimento da Lei 13935 (2019). Porém, ressalta-se que
apesar das conquistas e das lutas travadas até o presente momento, ainda se faz necessário
manter-se na batalha, pois ainda há muitos desafios para cumprimento da lei, tais como o
apoio de gestoras/es e parlamentares (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA,2020).
Para os próximos passos, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Conselho
Federal de Serviço Social (CFESS), solicitaram aos Conselhos Regionais de Psicologia e de
Serviço Social que promovam diálogos junto aos parlamentares dos seus respectivos estados
para que apoiem a implementação do financiamento da Lei 13935 (2019) para a contratação
das/os profissionais de psicologia e serviço social (CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA, 2020). Diante do quadro atual da pandemia do covid-19, os planos foram
adiados e muitos estavam sem datas e previsões, visto que ainda não se tem uma cura ou
solução efetiva para o fim da pandemia. Contudo, a Organização Mundial de Saúde
(OMS,2020a) tem elaborado planos de ação para assistir os países em situações emergenciais.
Perante o exposto, ao pensar na efetivação da Lei 13935 (2019), subsidiada pelo FUNDEB, o
qual, de acordo com a Proposta de Emenda Constitucional n. 15/2015, no ano de 2020
“deixará de ter suporte jurídico, hipoteticamente havendo retorno à situação anterior ao
FUNDEB e ao próprio Fundef – deixaria de haver o mecanismo redistributivo dos fundos
contábeis”, questionou-se como os Conselhos Federais de Psicologia e Serviço Social têm
planejado lidar com esse desafio aliado ao quadro de pandemia (BRASIL, 2015,p.5).
Os Conselhos Federais e os Conselhos Regionais de ambas as categorias atuaram e
articularam junto às autoridades competentes apoiando a permanência do FUNDEB. No dia
25 de agosto deste ano de 2020, a PEC 26/2020 (Proposta de Emenda Constitucional) foi
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aprovada pelo Senado em dois turnos (FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO


DA EDUCAÇÃO, 2020). De fato, a aprovação da emenda é uma grande vitória para a
Educação Brasileira e significa a garantia de orçamento para equipes multidisciplinares,
incluindo as/os profissionais de psicologia e serviço social. No entanto, ainda se espera que os
deputados e senadores, até o dia 31 de dezembro deste ano de 2020, aprovem as leis e
decretos que regulamentem a implementação do Fundeb permanente nos estados e municípios
(FUNDAÇÃO SM, 2020). No entanto, para além das questões de ordem estrutural da lei,
questiona-se: as universidades do Brasil possuem requisitos suficientes em sua grade
curricular para capacitar as/os profissionais de psicologia e suprir as atribuições descritas pelo
Conselho Federal de Psicologia (CFP) neste campo de atuação? Em especial como foco a dos
Sul do país?

1.1 JUSTIFICATIVA: CIENTÍFICA E SOCIAL

Frente às futuras contratações de psicólogas/os nas redes públicas de educação básica


no cumprimento da Lei 13.935/2019, essas que deverão ser organizadas, programadas e
executadas pós-pandemia da COVID-19, de acordo com prazo descrito no Art. 2º.
Esse trabalho de conclusão de curso possui o enfoque na atuação dessas/es
profissionais de psicologia e na capacitação dessas por meio das instituições de formação
visto que se espera os recursos mínimos para suprir os atributos para atuação de psicólogas/os
escolares/educacionais para as competências descritas pelo Conselho Federal de Psicologia
para serem contratadas/os e inseridas na rede básica de ensino.
Na busca de referências bibliográficas, foram realizadas pesquisas nas bases de dados
SCIELO, PEPSIC, ABRAPEE (Associação Brasileira de Psicologia Educacional e Escolar)
com os seguintes descritores: “psicologia”, “escola pública”, “educação” (pesquisa de títulos);
“educação básica”, “psicologia escolar”, “orientação educacional” (pesquisa de títulos). As
pesquisas foram realizadas nos períodos entre os dias 16 de março à 6 de abril do ano de
2020.
Na base de dados SCIELO, com a pesquisa de título psicologia, escola pública,
educação, foram encontrados 63 artigos. Delimitando os marcadores de busca a procura 24
daqueles que realmente faziam referência ao tema da pesquisa. Selecionando os escritos na
língua portuguesa 58 artigos dos anos 1998 ao 2020. Nota-se que referente à aprovação da Lei
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13.935/2019 o tema foi abordado em artigos desde o ano de 1998 até o ano de 2020, por essa
razão o corte foi realizado pelo o que mais se aproxima da temática principal deste trabalho e
não restrito a pesquisa de artigos dentro do período de até 10 anos antes da aprovação da lei,
entre esses elencou-se 18 artigos.
A relevância desses artigos se deu por tratar de assuntos que estão relacionados a
atuação da/o psicóloga/o na escola pública, na educação básica, na inclusão, no projeto
político pedagógico, nas queixas escolares, nas violências no âmbito escolar, na educação de
saúde, fracasso escolar e patologização. Com os descritores educação básica, psicologia
escolar, orientação educacional, foram encontrados 2 artigos, dos quais 2 foram selecionados.
A relevância desses artigos se deu por tratar de aspectos que permeiam a prática da
profissional de psicologia na escola e na educação.
Por longos anos a Psicologia tem atuado na Educação junto a produção de
conhecimento de ensino- aprendizagem, na participação nas instituições de ensino na
formação de educadores, nas questões escolares, no entanto não se pode deixar de lembrar
que durante esses anos ela como ciência e profissão também colaborou com práticas
excludentes, de patologização que resultou em fracasso escolar (YAMAMOTO, 2013;
BULHÕES, 2018; SOUZA,2020).
Contudo a psicologia voltou o olhar às suas práticas de uma maneira crítica, na
tentativa ressignificar o papel da psicologia na educação, esta que está longe de ser
atendimentos clínicos as/os “desajustadas/os” , assim fazendo uso de novas lentes para
acolher as queixas escolares, buscando compreender os fatores que estão além dos intramuros,
esses que fazem parte da vivência na macro política, atuando como mediadoras/es desses
espaços e sujeitos que transitam além dos muros das instituições de ensino YAMAMOTO,
2013; BULHÕES, 2018; SOUZA,2020).
Ainda sobre a prática profissional da/o psicóloga/o na educação e na escola é de
conhecimento que essas/es profissionais de psicologia enfrentam muitos desafios para realizar
seu trabalho com autonomia, muitas vezes sendo frustrada/o pela burocratização, por não
serem reconhecidas/os no campo da educação, por ainda sua imagem profissional ser muito
25 relacionada à saúde e a avaliação psicológica (YAMAMOTO, 2013; BULHÕES, 2018;
SOUZA,2020). No entanto, ainda não se tinha uma lei aprovada que se estendesse há todo
território nacional da obrigatoriedade e do reconhecimento dessas/es profissionais de
psicologia na educação básica da educação nas escolas públicas.
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Na base de dados PEPSIC, utilizando as palavras como descritores psicologia, escola


pública, educação foram encontradas 3 artigos, visto que nenhum dos artigos contemplavam a
atuação da/o psicóloga/o escolar. Com os descritores educação básica, psicologia escolar,
orientação educacional, não foram encontrados nenhum artigo na base de dados. Seguindo nas
bases de dados pesquisadas, na ABRAPEE com os seguintes descritores psicologia, escola
pública, educação, foram encontrados 2 artigos, esses sendo os mesmos encontrados com os
descritores educação básica, psicologia escolar, orientação educacional e encontrados na base
de dados SCIELO.
Diante do conteúdo dos artigos coletados, a partir dos descritores indicados
anteriormente, verificou-se uma escassez de trabalhos sobre o tema desta pesquisa. Tal lacuna
na literatura justifica a relevância da presente discussão. Para a discussão dos resultados do
estudo, as obras de Paulo Freire (1921-1997) irão compor o campo teórico/bibliográfico deste
trabalho de conclusão de curso, reconhecendo a sua importante atuação e colaboração na área
da Educação no Brasil que se estendeu a outros territórios através de suas obras (INSTITUTO
PAULO FREIRE, 2020).
A partir dos questionamentos e das informações obtidas até o presente data, essa
pesquisa busca contribuir para a área profissional da Psicologia no âmbito ocupacional da
psicologia escolar, com a intenção de oferecer subsídios para as/os futuras/os profissionais da
psicologia escolar contratadas/os, essas que podem vir atuar na educação básica das escolas
públicas no território nacional em cumprimento da Lei 13935(2019), com intuito de
apresentar uma compreensão do que se entende até o presente momento sobre psicologia
escolar e quais os sentidos atribuem a essas/es profissionais de psicologia as/os estudantes da
26 graduação de cursos de Psicologia que futuramente podem atuar nesses espaços junto às
equipes multidisciplinares nas escolas públicas, visto que dentre as produções de
conhecimento científico da base de dados a qual tomei conhecimento, não contemplaram
esses questionamentos, por essa ressalto a importância científica desta pesquisa.
Esse estudo buscou trazer novas contribuições para o âmbito da psicologia escolar,
com a intenção de oferecer subsídios para as/os atuais e futuras/os profissionais que atuam/rão
nessa área, com o intuito de discutir o conteúdo disposto na Lei 13935 (2019) e as orientações
do Conselho Federal de Psicologia sobre ela. Além disso, o estudo buscou relacionar os
conteúdos previstos em um currículo do curso de Psicologia de uma IES do Sul do Brasil,
com a finalidade de verificar se a formação atual oferecida na Universidade Federal de Santa
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Cataria (UFSC,2020) contempla os requisitos necessárias para a atuação do/a psicólogo/a no


contexto escolar.
Espera-se que os dados coletados possam fomentar outros estudos, servindo de base
para o desenvolvimento do pensamento crítico das/os estudantes de psicologia, das/os
profissionais integrantes de equipes multidisciplinares que atuam junto as/os profissionais de
psicologia na escola pública e na educação básica, entre outras/os interessadas/os no assunto.
Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivo analisar o conteúdo da grade curricular
de um curso de bacharelado em psicologia afim de verificar se os seus conteúdos
contemplavam as atribuições do Conselho Federal de Psicologia para regulamentação da Lei
13.935, de 2019.

2 MÉTODO

Segundo Marconi (2004), é através do método que se traça o caminho para alcançar
um ou mais objetivos, que se constroem por meio de procedimentos, no intuito de obter-se as
bases para a realização da investigação. Essa pesquisa possui natureza qualitativa (MINAYO;
DESLANDES; GOMES, 2009), focada em problematizar a formação das/dos profissionais de
psicologia para atuar na educação básica segundo as atribuições descritas pelo Conselho
federal de Psicologia através da análise de uma grade curricular.
Caracteriza-se como uma pesquisa documental, na qual buscou apreender informações
dos dados contido em documento, sendo este um arranjo curricular. No contexto da proposta
desta pesquisa, o interessante é a relevância desse documento para análise documental, pois
a/o pesquisador/a, após extrair os dados significativos para pesquisa, terá uma a tarefa de
compreender as informações contidas no documento, em vista de atender a proposta dos
objetivos que norteiam essa pesquisa (KRIPKA, 2015).
O documento, para a pesquisa documental, é o retrato de um tempo, esse que pode ser
marcado por séculos, décadas, anos ou meses. No caso do currículo, é um documento que
poderá ter o tempo entre meia década, no mínimo, na qual se estipula o prazo da formação de
uma/um profissional de psicologia, contendo informações e conteúdos escritos que mostram a
base e as atribuições dessas/es profissionais de psicologia e das futuras/os graduandas em
formação ainda nesse ano de 2020 (KRIPKA, 2015). É fato que o arranjo curricular poderá
sofrer alterações no ano de 2021, porém a análise se limita a formação das/dos psicólogas/os
7

até o presente ano de 2020.

Um documento como um arranjo curricular do curso em psicologia, habilita a/o


graduanda/o e é fruto de escolhas, debates, e embates no quais têm grande influência sobre o
futuro dessas/desses como profissionais de psicologia. Por essa razão utilizou-se desta fonte
de análise, por possuir informação de extrema relevância, na qual estão incluídas as ementas,
que descrevem o conteúdo teórico abordado e atividades práticas. Essas são de interesse não
somente das/os profissionais de psicologia, mas de todas/os que se interessam pela proposta
apresentada na aprovação da Lei 13935/2019, incluindo em especial a comunidade escolar e
as/os representantes munícipes. O documento é de domínio publico da Universidade Federal
de Santa Catarina vigente até o ano de 2020, a análise ocorreu em todas as ementas citadas.
Porém, se limitou na escolha de bacharelado por uma questão de estética do documento ao ver
que essa discussão ultrapassaria o limite de tempo e páginas.

A análise documental na pesquisa qualitativa é o método que constitui etapas nas quais
caracteriza, codifica e categoriza as informações, a fim de obter material para a análise crítica.
Para categorização dos dados, utilizou-se o manual Psicólogas(os) e Assistentes Sociais na
Rede Pública de Educação Básica: orientações para regulamentação da Lei 13.935, de 2019”,
norteando a seleção dos dados relevantes, como já citado anteriormente nos objetivos. A
análise de dados iniciou com a leitura das ementas, que descrevem os conteúdos das
disciplinas. Em seguida foi realizada a seleção das disciplinas que apresentaram as atribuições
mínimas para a formação da/do profissional de psicologia na atuação área escolar e
educacional, segundo as orientações do Conselho federal de Psicologia para regulamentação
da Lei 13.935, de 2019.

O currículo analisado é dividido em três etapas: 1) da primeira a sexta fases são


disciplinas base para a formação em unidade de aprendizagem teóricas; 2) na segunda etapa,
estão a sétima e a oitava fases, nas quais as/os educandas/os deverão cursar seis disciplinas e
poderão escolher dentre quatro ênfases, uma delas, sendo essas: saúde, trabalho, psicologia
escolar/ educacional e processos comunitários e ações coletivas. Ao optar pela ênfase,
seminários serão apresentados dos estudos teóricos e intervenções no campo da ênfase
escolhida, nos dois semestres; e, 3) na terceira etapa, sendo essa a nona e a décima fases, as/os
educandas/os cursam as disciplinas de fundamentação, estágio profissionalizante e projeto
orientado optando dentre as quatro ênfases citadas acima. Fica evidente que essa é a diferença
8

desse currículo e indaga-se estará apta/o a/o educanda/o que escolher outras ênfases sendo não
dentre 2 uma delas a psicologia escolar/educacional?

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA:
ARRANJO CURRICULAR DE BACHARELADO

1ª a 6ª fases 7ª e 8ª fases 9ª e 10ª fases


O estudante deve cursar seis Cursar as disciplinas de
disciplinas e poderá escolher fundamentação, estágio
Conteúdo teórico: dentre quatro ênfases, uma profissionalizante e
disciplinas base para a delas, sendo essas: saúde, projeto(s) orientado
formação em unidade de trabalho, psicologia escolar/ optando dentre as quatro
aprendizagem teóricas. educacional e processos ênfases; saúde, trabalho,
comunitários e ações psicologia
coletivas. Ao optar pela escolar/educacional;
ênfase, seminários serão processos comunitários e
apresentados dos estudos ações coletivas.
teóricos e intervenções no
campo da ênfase escolhida,
nos dois semestres

O Quadro 1 traz as descrições das atribuições das/os psicólogas/os escolar e


educacional segundo o manual “Psicólogas(os) e Assistentes Sociais na Rede Pública de
Educação Básica: orientações para regulamentação da Lei 13.935, de 2019”. Essas atribuições
serviram de base para a discussão para atender a proposta da pesquisa e seu objetivo, e foram
utilizadas para compor o roteiro de coleta de dados deste estudo.

Quadro 1 – Roteiro de coleta de dados.


Atribuições da(o) Psicóloga(o) para atuação no contexto da educação básica, de acordo Disciplinas que possuem relação
com o manual Psicólogas(os) e assistentes Sociais na Rede Pública de Educação Básica: com as atribuições da(o)
orientações para regulamentação da Lei 13.935, de 2019. Psicóloga(o) para atuação no
contexto da educação básica.
1. Participar da elaboração dos projetos pedagógicos, planos e estratégias, a partir de
conhecimentos em psicologia do desenvolvimento e aprendizagem, na perspectiva da promoção
da aprendizagem de todos os alunos, com suas características peculiares;
9

2. Participar da elaboração de políticas públicas;

3. Contribuir com a promoção dos processos de aprendizagem, buscando, juntamente com as


equipes pedagógicas, garantir o direito a inclusão de todas as crianças e adolescentes;

4. Orientar nos casos de dificuldades nos processos de escolarização;

5. Realizar avaliação psicológica a partir das necessidades específicas identificadas no processo


educativo;

6. Orientar as equipes educacionais na promoção de ações que auxiliem na integração família,


educando, escola e nas ações necessárias à superação de estigmas que comprometam o
desempenho escolar dos educandos;

7. Propor e contribuir na formação continuada de professores e profissionais da educação, que


se realiza nas atividades coletivas de cada escola, na perspectiva de constante reflexão sobre as
práticas docentes;

8. Contribuir com programas e projetos desenvolvidos na escola;

9. Atuar nas ações e projetos de enfrentamento dos preconceitos e da violência na escola;

10. Propor articulação intersetorial no território, visando à integralidade de atendimento ao


município, o apoio às unidades educacionais e o fortalecimento da Rede de Proteção Social;

11. Promover ações voltadas à escolarização do público-alvo da educação especial;

12. Propor e participar de atividades formativas destinadas à comunidade escolar sobre temas
relevantes da sua área de atuação;

13. Participar da elaboração de projetos de educação e orientação profissional;

14. Promover ações de acessibilidade;

15. Propor ações, juntamente com os professores, pedagogos, alunos e pais, funcionários
técnico-administrativos e serviços gerais, e a sociedade de forma ampla, visando melhorias nas
condições de ensino, considerando a estrutura física das escolas, o desenvolvimento da prática
docente, a qualidade do ensino, entre outras condições objetivas que permeiam o ensinar e o
aprender.
Fonte: Conselho Federal de Psicologia, 2020.

A análise dos documentos buscou relacionar os conteúdos descritos nas ementas com
as atribuições descrita no quadro 1, problematizando a formação e a atuação dessas/es
profissionais de psicologia na educação básica. As disciplinas selecionadas foram combinadas
com as quinze atribuições descritas no manual “Psicólogas(os) e Assistentes Sociais na Rede
Pública de Educação Básica: orientações para regulamentação da Lei 13.935, de 2019” sendo
distribuídas referente ao conteúdo equiparado com a atribuição.

3 DISCURSOS E DISCUSSÕES DAS (IM)POSSIBILIDADES DA FORMÇÃO DA/O


PSICÓLOGA ESCOLAR/EDUCACIONAL.

[...] Sua “disciplina” é a disciplina para a ingenuidade em face do texto, não para a
indispensável criticidade (FREIRE, 1981, p.8).
10

A partir da análise do currículo selecionado para formação de psicóloga/o, foram lidas


as ementas de cento e noventa disciplinas, as quais compõem o currículo das chamadas
disciplinas do curso, disciplinas complementares núcleo comum e núcleo profissionalizante,
do curso em questão, apesar da descrição ser separada, não há distinção sua obrigatoriedade
entre as disciplinas em sua essencialidade para formação e obtenção de título de psicóloga/o.
As disciplinas também são divididas em obrigatórias, optativas e equivalentes. A
análise limitou-se ao conteúdo da ementa, identificando as disciplinas que contemplaram as
questões da psicologia escolar/educacional, considerando as atribuições sinalizadas no manual
pelos representantes e órgãos legais, não descartando as demais para a formação da/o
psicóloga/o. Numa primeira análise, foi realizada a seleção apenas das disciplinas que tinham
relação com a psicologia escolar/educacional. Deste modo, das centro e noventa disciplinas
presentes no currículo, apenas setenta e oito foram selecionadas. Perante o exposto, a fim de
acolher a proposta da pesquisa, analisou-se o currículo como todo, atendo-se às opções para
discussão na formação e atribuições na psicologia escolar/ educacional.
Ao pensar na primeira atribuição descrita, da participação e elaboração dos projetos
pedagógicos, planos, estratégias, dentro da sua área de conhecimentos de psicologia sobre o
desenvolvimento e aprendizagem, na perspectiva da promoção da aprendizagem de todos
as/os educandas/os, torna-se importante pontuar que a/o Psicóloga/o passa a adentrar o
ambiente escolar, não apenas como um mero executor de ações que visam resolver os
problemas individuais. Ao ter a possibilidade de auxiliar na elaboração dos projetos
pedagógicos, os psicólogos podem trabalhar na proposição de soluções a partir de um olhar
mais ampliado. Pondera-se no Projeto Político Pedagógico e sua abrangência nas dimensões
que orientam a organização da escola como aspectos socioinstitucionais, recursos da práxis
social, de como a sociedade se organiza para compreensão e inserção das diretrizes gerais e
suas configurações no interior da instituição. Inclui pensar na história na identidade dos
sujeitos que estão envolvidos nas práticas, seus saberes, experiencias, diferentes formações e
valores.
A/O psicóloga/o escolar/educacional deve buscar conhecer e compreender as práticas
pedagógicas na sua abrangência desde a organização de currículos, programa de ensino,
práticas em sala de aula, métodos e procedimentos entre outras atribuições da equipe para
contribuir com seus conhecimentos num processo de troca continua com a equipe
(LUCK,1981). Assim colaborando com conhecimentos básico do desenvolvimento humano,
11

processos biológicos, de aprendizagem, neurociência, de subjetividade, de cultura macro


sendo essa transcultural, porém o olhar para micro da cultura da comunidade local de atuação,
cultura do distrito, estado ou município os quais adquire na sua formação junto a equipe
podendo (re)significar esses processos de acordo com a demanda.
Disciplinas com base na história da Psicologia e Educação, história em geral, incluído
estudo de gênero, etnias, arte, saúde, comunicação, psicologia jurídica, todas voltadas a
ampliar os olhares numa psicologia biopsicossocial. Evidenciando uma prática que tem um
olhar não só no sujeito, este que é singular, contudo, é preciso se ater características
peculiares com intuito de incluir e de alguma forma de proporcionar equidade e seus direitos,
pois é dever da comunidade escolar proporcionar junto à sociedade lentes que levem a análise
crítica do ambiente físico, natural e institucional.
Quadro 2 – Disciplinas relacionadas a atribuição de nº1, participação e elaboração dos projetos pedagógicos,
planos, estratégias, dentro da sua área de conhecimentos de psicologia sobre o desenvolvimento e aprendizagem,
na perspectiva da promoção da aprendizagem de todos as/os educandas/os.
Disciplinas Trechos das ementas
Educação e Sociedade, Teorias da Educação. O pensamento sociológico contemporâneo e a educação. Processos de socialização e
educação escolar. Educação escolar e estrutura socioeconômica da sociedade brasileira
contemporânea. Conceito de educação: elaborações e práticas em torno da formação
moral, intelectual e estética do homem. Conceito de pedagogia: pedagogia da essência e
pedagogia da existência - referências clássicas, modernas e contemporâneas. Pensamento
pedagógico brasileiro.
Estudos de Gênero e Psicologia Estudo da emergência do conceito de gênero, relacionando movimentos sociais
feministas e reflexões acadêmicas. A interdisciplinaridade dos estudos de gênero e seus
desdobramentos em alguns paradigmas da psicologia. A historicidade da construção de
masculinidade e feminilidade e a questão da constituição do sujeito no campo da
psicologia.
Cotidiano e Práticas Psicossociais Cultura, Política e cotidiano. Cotidiano, cidade, instituições e constituição do sujeito. As
práticas psicossociais e os modos de subjetivação. Pesquisa e intervenção sobre as
práticas psicossociais em contextos comunitários e institucionais
Psicologia Intercultural A relação entre cultura, saúde e psicopatologia. Psicoterapia e cultura. Sofrimento
psíquico do migrante e imigrante. Transtornos clínicos decorrentes de situações de
violência institucional, conflitos e desastres.
Psicologia Transcultural Aspectos conceituais e metodológicos da Psicologia Transcultural. Relação natureza e
cultura. Comparar e refletir sobre semelhanças e diferenças com relação a temas tais
como: cuidados parentais e desenvolvimento infantil; gênero, agressão, emoções e
sexualidade. Implicações éticas e de atuação profissional com relação às diferenças
culturais.
Psicologia e Arte, Relações Estéticas e Arte e estética. Psicologia e Arte. Relações arte e vida. A/O espectador/a e a obra de arte.
Processos de Criação. Pesquisas e intervenções psicológicas no diálogo com linguagens artísticas em diferentes
contextos e condições. Estética, relações estéticas e educação estética. Arte, imaginação e
realidade. Processos de criação. Oficinas estéticas
Psicologia da Saúde Psicologia da Saúde: antecedentes históricos, conceito. Saúde e doença: análise
conceitual e representações sociais. Políticas públicas de saúde. Estudo da relação entre
comportamento e saúde. Instituições de saúde e comunidade. A atuação da/o psicóloga/o
nas equipes de saúde: interdisciplinaridade. Principais tópicos e relações estudadas na
pesquisa em saúde. A ética na pesquisa e intervenção. Questões contemporâneas.
Psicologia Jurídica Aspectos históricos, objeto e domínio de intervenção. Estado da arte do conhecimento
psicológico na relação com a justiça. Noções de direito necessários a/o psicóloga/o
inserido no campo jurídico. O papel da/o psicóloga/o nas organizações de justiça.
Psicologia Jurídica e Direito Civil. Psicologia Jurídica no âmbito da Infância e Juventude.
Psicologia Jurídica e Direito de Família. Psicologia Jurídica e o Direito Penal. Métodos
não-adversariais de resolução de conflitos. A perícia psicológica no contexto judiciário.
Aspectos éticos e documentos legais em Psicologia Jurídica.
Organização Escolar O papel social da escola. O direito à educação. A democratização da educação. Currículo
12

e organização da escola. LDB: a organização da educação nacional e níveis e


modalidades de ensino. Projeto Político Pedagógico: a gestão democrática da escola.
Parâmetros Curriculares Nacionais. Propostas Curriculares estadual e municipal.
Psicologia e Processos Educacionais História da Psicologia Escolar e Educacional. Formação da/o Psicóloga/o Escolar. Evasão
e Fracasso escolar. Políticas Públicas de Educação e Atuação da/o Psicóloga/o.
Problemáticas Educacionais e Cotidiano da/na Escola. As Relações Interpessoais em
Contextos de Ensinar e Aprender. Algumas Temáticas Características do Universo
Educacional e Atuação do Psicólogo: Diferentes Focos e Possibilidades.
Desenvolvimento Humano e Aprendizagem Psicologia do desenvolvimento: definição, história, objeto e métodos. Dimensões
biológicas, históricos, sociais e culturais do desenvolvimento psicológico. Principais
abordagens do desenvolvimento humano e suas contribuições principais. Periodização do
desenvolvimento. A relação desenvolvimento e aprendizagem. Desenvolvimento
psicológico e contemporaneidade.
Psicologia e Pessoas com Deficiência O significado histórico-cultural da deficiência. Terminologia e conceituação da
deficiência. Políticas Públicas e pessoas com deficiência. Principais deficiências e seus
aspectos etiológicos, funcionais e sociais. Intervenção da/o psicóloga/o junto a pessoas
com deficiência, suas famílias e comunidade.
Fonte: elaborado pela autora, 2020.

As/Os Psicólogas/os têm suas práticas norteadas pela ética e pelo órgão que
regulamenta a profissão no território brasileiro, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), que
fundamenta os princípios da profissão na Declaração Universal dos Direitos Humanos,
visando a integralidade e a equidade, desenvolvendo melhorias para que as práticas promoção
da liberdade e dignidade (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2020).
Segundo Conselho Federal de Psicologia, as práticas das/os psicólogas/os na educação
está na participação e atuação que podem auxiliar na solução de problemas cotidianos e
favorecer a autonomia na busca de novas estratégias e ferramentas no enfrentamento de
dificuldades na rotina diária da escola, além de favorecer a relação escola-família-comunidade
como parte da equipe multidisciplinar apoiando e valorizando o trabalho das/os educadoras/es
e pensando no bem estar de toda comunidade escolar (CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA, 2019b).
Além das disciplinas que compõem conteúdos citados acima, ao pensar em uma
equipe multidisciplinar e em instituição, não se pode ignorar que a/o psicóloga/o esteja
preparada/o para atuar em equipe, que esteja apta/o a distinguir uma consultaria interna e
externa de uma organização, instituição, da gestão, do comportamento organizacional, assim
podendo ter ciência dos processos básicos de um diagnóstico organizacional, como obter
dados para realizar planejamentos, estratégias e intervenções. De acordo com Freire (1981),
atuar com os outros, exercendo o papel de trabalhador/a social na busca da compreensão na
complexidade dentro da estrutura social num exercício contínuo, desafiando a si como parte
da engrenagem e aos outros a pensar criticamente, para não se envolver na prática do
assistencialismo, que está longe de transcender o exercício social e causar mudanças social.
Ao refletir sobre mudança social, a segunda atribuição, propõe a participação na
13

elaboração de políticas públicas. Neste sentido, ponderou-se que muitas disciplinas podem
auxiliar, todavia as disciplinas que compõem conteúdos de cultura, política e cotidiano,
construção dos sujeitos nos espaços da sociedade como todo e instituições, saúde e
constituição social do sujeito, modo de subjetivação, marcadores sociais, econômicos e
geopolíticos. As Políticas públicas é um dos recursos para garantia de direitos de assegurá-los
e de promovê-los, sendo um dos grandes desafios da Psicologia.
Nesse sentido, a importância de localizar de que política pública está no micro e nas
macros formas de busca da resolução pacífica de conflitos, um conceito demasiadamente
amplo, restringe pouco, porém é possível delimitar e estabelecer que a política consiste em:

[...] um conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de


poder e que se destinam à resolução pacífica dos conflitos quanto aos bens públicos.
Essa atividade política, com as suas devidas saídas, geram toda uma história que
compreende o conjunto das decisões e ações relativas à alocação imperativa de
valores. Vou repetir, compreendem o conjunto das decisões e ações relativa à
alocação imperativa de valores (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010,
p.76).

O caráter estatal das políticas públicas, por um lado envolve uma ampla equipe e por
outro lado, compreendem um conjunto de decisões e ações relativas a recursos, que são
materiais, técnicos, financeiros, logísticos, envolvendo mais pessoas e representantes para
decisão e a obtenção desses recursos, com proposito de resultados, esse que requer das/dos
envolvidas/os as diversas ações estrategicamente selecionadas para implementar nas decisões
tomadas. Decisões essas, que possui uma hierarquia política, se faz necessário a distinção
entre política pública e decisão pública, para pensar a serviço de quem essa política pública
está ou pretende estar, ao falar de uma participação cidadã, da garantia de direitos, dos
direitos de todas/os, do enfrentamento às violações e da exclusão social, essa política pública
se colocar à disposição de populações ordenadas, promovendo a inclusão e a construção do
empoderamento e da emancipação das/os cidadã/os (CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA, 2010).
O foco da atuação da/o psicóloga/o escolar/educacional nos trabalhos de políticas
públicas, “é na emancipação do cidadão e, para essa emancipação ocorrer, é fundamental que
o cidadão seja empoderado”. Para atuar no empoderamento, a/o profissional deve saber o que
fazer independente da área de atuação e seus limites por essa razão a troca de conhecimentos
e a união de uma equipe multidisciplinar ganha e da força na produção de melhores
14

resultados. Nesse processo os sujeitos, as comunidades, as organizações segundo o Conselho


Federal de Psicologia (2010, p.77);

[...] obtêm controle sobre as decisões e as ações relacionadas às políticas públicas


por meio da mobilização e da expressão de suas necessidades, portanto, espaço para
expressão de interesses e visões diferentes de negociações e construção de
consensos, assim como o fortalecimento do protagonismo dos setores excluídos.

Esse empoderamento requer ações pautadas na legislação, na ética e nas cartas da


ONU como a partir da carta de Ottawa, assim como em outros tantos documentos que podem
fomentar e fundamentar as discussões e articulações no foco da inclusão social, “a serviço de
um modelo de sociedade, de uma sociedade inclusiva que é, acima de tudo, voltada para a
diversidade humana” (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010, p.77).

Quadro 3 – Disciplinas relacionadas a atribuição de nº2, participar da elaboração de políticas públicas.


Disciplinas Trechos das ementas
Consultoria em Psicologia Organizacional e Definição de consultoria. Distinção entre consultoria e outras formas de prestação de
serviços. Distinção entre consultoria interna e consultoria externa. Diagnóstico
do Trabalho
organizacional para consultoria. Distinção entre demandas e necessidades da organização.
Distinção entre enfoque em problemas específicos ou no sistema organizacional.
Componentes básicos de um diagnóstico organizacional usando modelo da análise de
sistemas comportamentais. Relações entre planejamento estratégico, gestão de processos
e gestão do comportamento organizacional. Elaboração de projetos de intervenção
organizacional. Procedimentos para avaliar resultados produzidos por meio de serviço de
consultoria.
Equipes de Trabalho Definição e características de equipes de trabalho. Intervenções para o aumento da
efetividade de equipes de trabalho em diferentes contextos. Equipes de trabalho
interdisciplinares e multiprofissionais. O papel da/o psicóloga/o em equipes de trabalho.
Avaliação Psicológica nas Organizações Histórico da área de avaliação nas organizações e no trabalho. Questões éticas envolvidas
na avaliação psicológica nas organizações. Avaliação no contexto de desenvolvimento de
carreira. Instrumentos e técnicas disponíveis para avaliação na área. Elaboração de
documentos escritos decorrentes da avaliação na área.
Direito da Criança e do Adolescente Princípios do Direito da Criança e do Adolescente - Proteção integral - Direito
Fundamental - Menoridade e Responsabilidade Penal - Política de Atendimento -
Medidas socioeducativas - Justiça da infância e da juventude - Ministério Público e
Advogado - Procedimentos - Crimes e infrações administrativas – Prevenção.
Psicologia Jurídica O significado histórico-cultural da deficiência. Políticas públicas e pessoas com
deficiência. Terminologia e conceituação da deficiência. Noções básicas sobre as
barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência e as práticas, recursos e tecnologias
utilizadas para a remoção destas. Legislação atual da área nos campos da saúde,
educação, trabalho e assistência social.
Desenvolvimento Humano e Aprendizagem Psicologia do desenvolvimento: definição, história, objeto e métodos. Dimensões
biológicas, históricos, sociais e culturais do desenvolvimento psicológico. Principais
abordagens do desenvolvimento humano e suas contribuições principais. Periodização do
desenvolvimento. A relação desenvolvimento e aprendizagem. Desenvolvimento
psicológico e contemporaneidade.
Ética e Legislação Profissional em Psicologia Ética como campo de conhecimento e de relações sociais. Ética, moral e conduta. Código
de Ética Profissional e Resoluções Normativas do Conselho Federal de Psicologia.
Orientações e dilemas éticos na conduta profissional. A/O psicóloga/o como profissional:
responsabilidades, direitos e deveres.
Psicologia e Pessoas com Deficiência O significado histórico-cultural da deficiência. Terminologia e conceituação da
deficiência. Políticas Públicas e pessoas com deficiência. Principais deficiências e seus
aspectos etiológicos, funcionais e sociais. Intervenção da/o psicóloga/o junto a pessoas
com deficiência, suas famílias e comunidade.
Psicologia Transcultural Aspectos conceituais e metodológicos da Psicologia Transcultural. Relação natureza e
cultura. Comparar e refletir sobre semelhanças e diferenças com relação a temas tais
como: cuidados parentais e desenvolvimento infantil; gênero, agressão, emoções e
15

sexualidade. Implicações éticas e de atuação profissional com relação às diferenças


culturais.
Educação e Mídias Sociedade, educação e tecnologia. A cultura mediática e as mediações na escola e nos
processos educacionais. Formação de professoras/es para uso e estudo das mídias no
cotidiano escolar. Descrição das mídias, da linguagem audiovisual e hiper midiática e
narrativas híbridas a partir de suas características, limitações e possibilidades no apoio ao
ensino e aprendizagem. Processos de produção das mídias na educação presencial e a
distância.
Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Disciplinas que propõe discussões interdisciplinares, problematizações que emerjam


reflexões sobre o conceito de sujeito e mídia, mídia e psicologia na educação, entre outras que
abordam a interação entre pessoa e ambiente, bem estar, qualidade de vida, saúde e trabalho,
direitos da criança e do adolescente, acessibilidade, direitos como todo e deveres sendo esse
de pessoa, profissional ou coletivo, ampliando o pensar do papel social da escola na educação.
Destacando práticas democratizadoras dessas/es profissionais de psicologia quais
ajudam nos acessos à educação de qualidade e gratuita, amparadas/os por uma Psicologia que
dispõe de conhecimentos científicos críticos e auxiliam no enfrentamento às violências, tais
como, a exclusão social, a discriminação, a intolerância, a desigualdade, a medicalização, a
patologização e judicialização das vidas de educadoras/es e educandas/os. Profissionais essas
que buscam o fortalecimento e a construção de políticas públicas quais possibilitam o
desenvolvimento de todas/os com equidade, atuando na para a superação dos processos de
exclusão e estigmatização social (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2020b).
No entanto percebe-se que há muitas outras disciplinas que poderiam estar listas por
contemplarem as atribuições, primeira e segunda, porém nota-se que em ambas não se
demarca as culturas e violências étnicas raciais no Brasil, recebendo uma descrição na
emenda foi como “sofrimento psíquico do migrante e imigrante”, sem ao menos tocar no
nome escravidão essa que é muito diferente de migrar. É fato que ainda há resistência em
abordar e revisitar a verdadeira História do país essa que ainda tens colonizadores como
heróis.
A terceira atribuição sinaliza que a/o psicóloga/o escolar/educacional deve contribuir
com a promoção dos processos de aprendizagem, ao refletir sobre o currículo e as disciplinas
que atualmente contribui para práxis se faz necessário recordar que no Brasil durante “longos”
anos a Psicologia auxiliou a Educação na formação de professores com foco nos problemas de
desenvolvimento de aprendizagem, visando à padronização e a normatização, influenciada
pela medicina com um olhar clínico no qual buscava classificar para intervir. Para isso foi
criados laboratórios onde eram feitas as testagens e através dos resultados eram estabelecidas
16

as medidas, assim identificando causas ou possíveis causas das crianças- problema. Com a
coleta de dados era possível saber o quadro e intervir diante do apresentado, por algum tempo
esse modelo atendeu, de alguma forma, os objetivos inicialmente propostos, porém o contexto
mudou e as antigas intervenções não conseguiam mais suprir as novas demandas
(CONSELHO FEDERAL DE PSIICOLOGIA,2018).
Demandas essas que solicitaram olhares mais humanizados e críticos, sendo esses
olhares das/os psicólogas/os, das/os professoras/es, de todas/os as/os profissionais que
atuavam no contexto escolar, de toda a sociedade diante de tanta segregação e marginalização.
Diante desse contexto apareceram pessoas dispostas a contribuir para melhorias, porém no
que se refere à educação Paulo Freire (1921-1997) foi um dos maiores destaque se tornando
referência no Brasil e no mundo. O autor muitas vezes, em sua trajetória hasteou a bandeira
da educação como um direito de todas/os, em defesa dos excluídos provocou educadoras/es a
se questionar, conquistando muitos adeptos. Para ele o ato de formar era muito mais do que
simplesmente treinar, era preciso ter um olhar mais amplo em relação as/os educandas/os,
pois não se tratava de páginas em branco, nem tão pouco folhas iguais. Essas pessoas vinham
de e viviam em contextos sociais diferentes, muito deles de escassez de recursos para
sobreviver, realidades essas que afetam muito no desenvolvimento e consequentemente no
aprendizado (FREIRE, 1977).
Na obra “Pedagogia do oprimido” o autor discorre sobre a importância da luta pela
humanização e desalienação, onde o educador não deve se contentar em ser um narrador, o
qual deposita nas/os educandas/os conteúdos a fim de preencher espaços. Nem se deve ficar
confortável no status de superioridade, mas sim pode se permitir ouvir, compartilhar e
reconhecer que as/os educandas/os podem colaborar nessa relação e fazer dela uma troca.
Possibilitando que essas relações sejam um caminho de mão dupla, transformando a escola
num espaço de trocas de saberes, promovendo o pensar, o refletir, dando espaço para
discussões e pontos de vista diferentes, gerando novos conhecimentos, inclusive incentivando
o respeito às diferenças e os diferentes saberes (FREIRE, 1977).
Atuando com intuito de uma educação libertadora e inclusiva que incorpora, íntegra e
está a serviço da humanização, da vida, da participação ativa dos sujeitos e não mais a
desserviço da vida com uma concepção “bancária”, a qual tem como ideal a opressão, essa
que se alimenta “do amor à morte e não do amor à vida”, que dificulta o conhecimento e a
busca pelo mesmo, produzindo marionetes quais reproduzem o conteúdo sem reflexão crítica,
17

pois as/os alunas/os não são desafiadas/os a serem investigadoras/es críticas/os (FREIRE,
1977, p.36).
A terceira atribuição também propõe que essa busca esteja juntamente com as equipes
pedagógicas, garantir o direito a inclusão de todas as crianças e adolescentes. Como citado
anteriormente, a atuação dessa/e profissional requer bases de conhecimentos e práticas com
intuito de compartilhar e auxiliar na saúde, no sofrimento psíquico, nas situações de
violências institucional, nos conflitos internos e externos, até mesmo em situações de
desastres. Relações família-escola, escola-educanda/o, questões que compõem a subjetividade
da pessoa desmistificando pré-conceitos dentre elas de cultura, gênero, corporalidade,
relações interétnicas, loucura, psicopatologia, farmacologia, avaliação psicológica.
Quadro 4 – Disciplinas relacionadas a atribuição de nº 3, contribuir com a promoção dos processos de
aprendizagem, buscando, juntamente com as equipes pedagógicas, garantir o direito a inclusão de todas as
crianças e adolescentes.
Disciplinas Trechos das ementas
Sociedade e Loucura A história da loucura, dos gregos aos dias de hoje. Os anormais. O poder psiquiátrico.
Antipsiquiatria e movimento antimanicomial. Capitalismo e esquizofrenia. Biopoder e
biopotência A loucura na (da) sociedade moderna contemporânea.
Mídia e Subjetividade Teorias da comunicação: discussões interdisciplinares. Problematizações acerca do
conceito de subjetividade. Mídia e educação. Diálogos entre mídia e psicologia. A mídia
como objeto de estudo: aspectos metodológicos. A interface gênero e mídia. Ações
políticas no campo da mídia.
Educação Popular Raízes históricas da educação popular no Brasil. As diferentes concepções e perspectivas
da Educação Popular no Brasil. As principais experiências na década de 60. A redefinição
dos movimentos populares pós-78. Os novos desafios da Educação Popular.
Estudos da Juventude Contemporânea Cultura Juvenil: subjetividade, identidade, sociabilidade; Grupos juvenis e processo de
mudança; Juventude e mundo do trabalho; Escolarização ensino fundamental, médio,
educação de jovens e adultos; cultura escolar e a transgressão, indisciplina e violência;
Formas associativas juvenis e temas emergentes juvenis.
Processos Psicológicos na Adolescência e Adolescência e Juventude como Categorias Sociais numa Perspectiva Histórica e
Cultural. A Adolescência no Mundo Contemporâneo. Teorias Psicológicas sobre a
Juventude
Adolescência.
Educação, Sociedade e Processos de Educação, cidadania e modernidade. Identidade e características da profissão docente.
Relações históricas entre Psicologia, processos de escolarização e políticas em Educação.
Escolarização
Questões contemporâneas da formação e atuação docente.
Gênero, Corpos e Sexualidades Problematizações acerca dos conceitos gênero, corpo e sexualidade. A questão da norma
e das normalizações/normatizações. Sexo/gênero e sua produção histórica. Movimentos
sociais e sexualidades
Ética e Legislação Profissional em Psicologia Ética como campo de conhecimento e de relações sociais. Ética, moral e conduta. Código
de Ética Profissional e Resoluções Normativas do Conselho Federal de Psicologia.
Orientações e dilemas éticos na conduta profissional. A/O psicóloga/o como profissional:
responsabilidades, direitos e deveres.
Fonte: elaborado pela autora, 2020.

A fim de não retroceder em práticas que ainda assombram as/os profissionais de


psicologia, dificultando seus acessos no contexto escolar, com uma visão limitada que associa
a atuação das/os psicólogas/os ao diagnóstico de crianças problemas, assim restringindo as
capacidades dessas profissionais no atendimento dessas crianças, na orientação das/os
cuidadoras/es e educadoras/es com a tarefa de trabalhar as dificuldades emocionais e de
comportamento (MARTINEZ, 2010).
18

Essa atribuição requer disciplinas que auxiliem a promoção da aprendizagem das/dos


futuras/os psicólogas/os como habilidades interpessoais para auxiliar equipe e saber trabalhar
em equipe, ética profissional, conhecimento de família e suas construções dentro da
modernidade, os espaços da comunidade e comunidade em contexto escolar, entre outras. De
acordo com Freire (1977, p.41) a práxis na educação da/o profissional da psicologia é de um
olhar mais humanizado;
[...] A concepção e a prática “bancárias”, imobilistas, “fixistas”, terminam por
desconhecer os homens como seres históricos, enquanto a problematizadora parte
exatamente do caráter histórico e da historicidade dos homens. Por isto mesmo é que
os reconhece como seres que estão sendo, como seres inacabados, inconclusos, em e
com uma realidade, que sendo histórica também, é igualmente inacabada [...].

Perante o que foi exposto refletir, ponderar e (re)pensar de forma criteriosa nas
atribuições; quarta orientar nos casos de dificuldades nos processos de escolarização e na
quinta realizar avaliação psicológica a partir das necessidades específicas identificadas no
processo educativo, e nas disciplinas que contemplam o conhecimento para saber aplica-lo de
forma a não retroceder, entende-se que as matérias que contemplam esta atribuição são
aquelas que abrangem modos de assegurar a inclusão e a equidade dentro dos contextos
escolares na construção social do sujeito, socialização, garantir condições a todas e todos
educandas/os compartilhando conhecimento e construindo projetos em equipe, numa
constante troca e avaliação de todo contexto a qual se insere, desvencilhando das armadilhas
que submergem e cegam ignorando que pessoa nasce dentro de uma sociedade e experencia
vários ou alguns contextos e um deles é a escola. Ao orientar as/os educandas/os deve-se
questionar que esses projetos devem ter o envolvimento da equipe no contexto escolar a qual
pretende-se trabalhar, ao se pensar num projeto na qual se avalia e analisa dificuldade essa
deverá se expandir para as dificuldades dos contextos dessas/es educandas/os além de
educadoras/es, gestoras/es e o núcleo familiar e comunidade.
A análise deve-se partir do todo não negando a singularidade, mas cabe ressaltar que
que quando se cita avaliação psicologia cabe sim a/o psicóloga/a identificar com muita
responsabilidade para articular com a rede a melhor forma de acolhimento a questões
dessas/es educandas/os
Considerando a história do sujeito que é inserido numa cultura e que vive em
constante movimento, não podendo se fazer diferente a educação, esta precisa estar em
movimento, problematizando e promovendo mudanças que projetam adiante e não limitam as
19

escolhas e sim viabilizam um modo melhor de construir o futuro. Incentivando a autonomia


do sujeito que deve sim questionar, não se conter com as respostas, continuar fazendo
múltiplas perguntas sempre se alimentando da curiosidade fazendo uso de todas as
ferramentas e fontes disponíveis de obter conhecimentos (FREIRE,1996).
Ao pensar em Educação e na sua abrangência, que a/o profissional de psicologia possa
buscar um posicionamento e ação que não se limite em discursos, ditos ou escritos. Contribuir
é trazer elementos desses aprendizados nas disciplinas vivenciados dentro e fora da sala de
aula, atuando para a mudança de uma sociedade, ultrapassando as cercas, os muros, as
fronteiras do seu país fazendo a diferença na história de muitos cidadã/os de diversas regiões,
de diferentes culturas e realidades, num movimento de inclusão e de busca da equidade
étnicas, acessíveis, sensíveis e humanas.
Segundo Foucault (2002) a repressão e o controle são práticas que são usadas e
aprimoradas desde os tempos primórdios. O ser humano tentar nomear, controlar, conter,
diferenciar, discriminar, fragmentar e cuidar. Cuidar esse na maioria das vezes sem refletir
como sinônimo de adoecer, como se não pudesse pensar em saúde sem pensar em doença. É
válido lembrar que a escola é uma instituição mediadora entre indivíduos e sociedade, essa
mediação ocorre na transmissão de cultura onde permite que aos indivíduos se humanizem e
socializem através da apropriação de valores e crenças próprias dessa cultura (SILVA, 2011).
As disciplinas selecionadas são com base de conhecimento, porém cabe a educanda/o
pensar de forma crítica a atender a demanda sem estigmatizar os sujeitos, pensando nas suas
potencialidades e não incapacidades.
Quadro 5 – Disciplinas relacionadas a atribuição de nº 3, orientar nos casos de dificuldades nos processos de
escolarização e nº 5, realizar avaliação psicológica a partir das necessidades específicas identificadas no processo
educativo, realizar avaliação psicológica a partir das necessidades específicas identificadas no processo
educativo.
Disciplinas Trechos das ementas
Psicologia e Pessoas com Deficiência O significado histórico-cultural da deficiência. Terminologia e conceituação da
deficiência. Políticas Públicas e pessoas com deficiência. Principais deficiências e seus
aspectos etiológicos, funcionais e sociais. Intervenção do psicólogo junto a pessoas
com deficiência, suas famílias e comunidade.
Intervenções em Urgências Psicológicas Aspectos históricos e conceituais da atenção à crise e urgências em saúde mental.
Atenção à crise no contexto da Reforma Psiquiátrica. Cronologia da crise. Conceitos de
diferentes situações de urgência psicológica em variados contextos: clínicos; laborais;
em situações de desastre. Modelos de intervenções psicológica; ações interdisciplinares
e intervenções em rede.
Psicopatologia I/Psicopatologia II Conceitos de psicopatologia. História da psicopatologia. Normal e patológico.
Transtornos de ansiedade, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Transtorno de Estresse
Pós-traumático, Transtornos depressivos, Transtornos de sintomas somáticos e
Transtornos de personalidade.
Transtornos mentais graves. Psicoses. As psicoses em uma perspectiva sócio histórica,
clínica e institucional.
Avaliação Psicológica/Avaliação Psicológica II Fundamentos da avaliação psicológica: objetivos, etapas e competências. Exigências
técnicas na escolha de instrumentos psicológicos. Integração de informações
20

provenientes de diferentes fontes em um processo de avaliação psicológica. Aspectos


éticos relacionados à avaliação psicológica.
Questões atuais em avaliação psicológica. Aspectos técnicos necessários para a escolha
e utilização de técnicas modernas para avaliação psicológica. Estudo de instrumentos
atuais aprovados para uso profissional no Brasil. Integração de informação
provenientes de diferentes fontes em um processo de avaliação psicológica. Aspectos
éticos relacionados à avaliação psicológica
Língua Brasileira de Sinais Desmistificação de idéias recebidas relativamente às línguas de sinais. A língua de
sinais enquanto língua utilizada pela comunidade surda brasileira. Introdução à língua
brasileira de sinais: usar a língua em contextos que exigem comunicação básica, como
se apresentar, realizar perguntas, responder perguntas e dar informações sobre alguns
aspectos pessoais (nome, endereço, telefone). Conhecer aspectos culturais específicos
da comunidade surda brasileira.
Fonte: elaborado pela autora, 2020.

À medida que se analisa o currículo e em conjunto as atribuições, compreende-se que


se deve a/o educanda/o não tomar as disciplinas como uma fragmentação para não se perder
na alienação do conjunto e de como as disciplinas dependem uma das outras na mesma
medida de importância para a graduação. Segundo Freire (1981, p8), “estudar é, realmente,
um trabalho difícil. Exige de quem o faz uma postura crítica, sistemática. Exige uma
disciplina intelectual que não se ganha a não ser praticando-a”. Como separar o ser humano
do meio, da sua cultura, da sua singularidade em sua totalidade biopsicossocial, assim ao
pensar no sujeito, pessoa, equipe, grupos, comunidade escolar, contexto escolar exige crítica,
pois se completam.
As atribuições e disciplinas são fragmentos para a construção da formação em preparo
com a atuação assim como as disciplinas. As disciplinas complementam e contemplam a fim
de que as/os profissionais formadas/os atuem para desenvolver todas as atribuições, pois elas
se complementam entre si, sendo que saber trabalhar em equipe e ter conhecimento de grupos
em psicologia é base para orientar as equipes educacionais na promoção de ações que
auxiliem na integração família, educanda/o, escola e nas ações necessárias à superação de
estigmas que comprometam o desempenho escolar das/os educandas/os. Assim como as
disciplinas citadas anteriormente ressaltando a “práxis”, segundo Freire (1996) é por essa
razão que, para o ato de estudar, é preciso se posicionar, assumir um papel que é de não
acumular conteúdo e sim refletir, problematizar sobre teoria e prática.
A sexta atribuição visa, orientar as equipes educacionais na promoção de ações que
auxiliem na integração família, educanda/o, escola e nas ações necessárias à superação de
estigmas que comprometam o desempenho escolar das/os educandas/os, a Psicologia busca
compreender o indivíduo este que está inserido em uma sociedade, essa que possui seus
signos e significados, os quais fazem parte da cultura e da história de uma humanidade. Assim
como, já referenciado anteriormente a Educação e a Escola tem um papel relevante na
21

disseminação desses conhecimentos.


O desenvolvimento e a aprendizagem são processos que auxiliam na compreensão de
como constitui-se indivíduo, a maneira que se apropria e compreender o mundo. Ao longo dos
séculos esses estudos auxiliam para o desenvolvimento do ser humano e progresso da
sociedade cada vez mais se fazendo necessário a adaptação dos novos indivíduos ao meio.

[...] Essencialmente, o psicólogo escolar é um profissional que utiliza os


conhecimentos produzidos sobre o funcionamento psicológico humano para
colaborar com os processos de aprendizagem e desenvolvimento que têm lugar no
contexto escolar, tendo em conta a complexa teia de elementos e dimensões que nos
caracterizam e que, de alguma forma, nos determinam (MARTINEZ, 2010, p. 42).

Com a Educação como direito, o acesso às instituições de ensino amplia, a


compreensão da inteligência, da aprendizagem e das individualidades dos sujeitos, tornando
os estudos desses fenômenos de grande importância para a psicologia.

A psicologia educacional é um fundamento científico da educação e da prática


pedagógica. Já a psicologia escolar sendo uma atuação profissional que tem no
processo da escolarização seu campo de ação, ou seja, um campo de ação/ políticas
Educacionais. (...) Deve-se, pois, sublinhar que psicologia educacional e psicologia
escolar são intrinsecamente relacionadas, mas não são idênticas, nem podem
reduzir-se uma a outra, guardando cada qual sua autonomia relativa (ANTUNES,
2008, p. 470).

A/O profissional de psicologia pode auxiliar na educação tanto através de


pesquisas que podem fornecer dados que facilitem o planejamento de ferramentas para a
atuação dos profissionais de educação como pode atuar em equipe multidisciplinar no campo
de ação. Talvez a formação das/dos futuras/os psicólogas/os devessem questionar a opção por
fornecer o curso de licenciatura como optativo, assim essa/e educanda/o pode ter a
oportunidade de diferenciar e se apropriar ainda mais dos campos etimológicos da Educação.
Quadro 6 – Disciplinas relacionadas a atribuição de nº 6, orientar as equipes educacionais na promoção de ações
que auxiliem na integração família, educanda/o, escola e nas ações necessárias à superação de estigmas que
comprometam o desempenho escolar das/os educandas/os.
Disciplinas Trechos das ementas
Psicologia Social e Saúde Saúde e constituição social do sujeito. Modos de subjetivação, saúde coletiva, saúde
mental e psicossomática. Adoecimento/saúde e suas relações com os marcadores
sociais, econômicos e geopolíticos
Cotidiano e Práticas Psicossociais Cultura, Política e cotidiano. Cotidiano, cidade, instituições e constituição do sujeito.
As práticas psicossociais e os modos de subjetivação. Pesquisa e intervenção sobre as
práticas psicossociais em contextos comunitários e institucionais
Desenvolvimento Humano e Aprendizagem Psicologia do desenvolvimento: definição, história, objeto e métodos. Dimensões
biológicas, históricos, sociais e culturais do desenvolvimento psicológico. Principais
abordagens do desenvolvimento humano e suas contribuições principais. Periodização
do desenvolvimento. A relação desenvolvimento e aprendizagem. Desenvolvimento
psicológico e contemporaneidade.
22

Língua Brasileira de Sinais Desmistificação de idéias recebidas relativamente às línguas de sinais. A língua de
sinais enquanto língua utilizada pela comunidade surda brasileira. Introdução à língua
brasileira de sinais: usar a língua em contextos que exigem comunicação básica, como
se apresentar, realizar perguntas, responder perguntas e dar informações sobre alguns
aspectos pessoais (nome, endereço, telefone). Conhecer aspectos culturais específicos
da comunidade surda brasileira.
Psicologia e Pessoas com Deficiência O significado histórico-cultural da deficiência. Terminologia e conceituação da
deficiência. Políticas Públicas e pessoas com deficiência. Principais deficiências e seus
aspectos etiológicos, funcionais e sociais. Intervenção da/o psicóloga/o junto a pessoas
com deficiência, suas famílias e comunidade.
Transtorno do Espectro do Autismo Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)/ Autismo: definição e classificação.
Políticas Públicas e TEA. Diferentes Abordagens do TEA /Autismo para Promoção do
Desenvolvimento e da Inclusão na Escola, na Saúde, no Trabalho e na Comunidade.
Dinâmica Familiar. O trabalho multidisciplinar junto à Pessoas com Autismo.
Gênero, Corpos e Sexualidades Problematizações acerca dos conceitos gênero, corpo e sexualidade. A questão da
norma e das normalizações/normatizações. Sexo/gênero e sua produção histórica.
Movimentos sociais e sexualidades
Psicologia e Educação Ambiental Características, funções e objetivos da Educação Ambiental. Aspectos da legislação e
implementação nos diferentes segmentos sociais formais/não formais. Abordagens da
interação entre a pessoa e o ambiente relacionando comportamento e/ou estados
subjetivos e algum aspecto do ambiente físico, natural e/ou construído. Relações entre
problemas ambientais, qualidade de vida, bem-estar e educação ambiental. Pesquisa e
atuação na interface entre psicologia e educação ambiental.
Mídia e Subjetividade Teorias da comunicação: discussões interdisciplinares. Problematizações acerca do
conceito de subjetividade. Mídia e educação. Diálogos entre mídia e psicologia. A
mídia como objeto de estudo: aspectos metodológicos. A interface gênero e mídia.
Ações políticas no campo da mídia.
Equipes de Trabalho Definição e características de equipes de trabalho. Intervenções para o aumento da
efetividade de equipes de trabalho em diferentes contextos. Equipes de trabalho
interdisciplinares e multiprofissionais. O papel da/o psicóloga/o em equipes de
trabalho.
Prática e Pesquisa Orientada: Prática Clínica e Inserção, acompanhamento e compreensão das práticas profissionais da psicologia em
diferentes campos de atuação. Planejamento, execução e avaliação de intervenções
de Saúde
individuais e grupais
Educação, Sociedade e Processos de Educação, cidadania e modernidade. Identidade e características da profissão docente.
Relações históricas entre Psicologia, processos de escolarização e políticas em
Escolarização
Educação. Questões contemporâneas da formação e atuação docente.
Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Ainda se há a lacuna onde essas/es profissionais irão atuar quais espaços irão estar,
visto que se planeja colaborar como a medição de equipes multidisciplinares, com a
elaboração e participação em ações nos contextos escolares. Mas como colaborar com
contextos específicos sem conhecer as particularidades dessas comunidades? Como construir
um vínculo com a rede básica de saúde sem ao menos estar presente para mediar? Como
trabalhar em equipe visto que essa deve ser única e não fragmentada, criara-se mediações e
estratégias que fortaleça essas relações ou repetições aconteceram sem que tragam nessas
mediações pensamentos e ações críticas do passado mal elaborado do fracasso que não se
deve esquecer, assim como muitos outros atrasos na história no país.
Para atender a atribuição sétima, propor e contribuir na formação continuada de
professores e profissionais da educação, que se realiza nas atividades coletivas de cada
escola, na perspectiva de constante reflexão sobre as práticas docentes, a experiência e
prática no contexto escolar, deve se ater em exercitar a escuta ativa, contribuir com a praticar
do acolhimento, proporciona a observação, planejamento e intervenção no ambiente
23

educacional. Esse ambiente que não é totalmente estranho pois todos em algum momento já
passarão por ele, e ter a oportunidade de (re)pensar em estratégias de ser agente de algum tipo
de transformação é motivador e ao mesmo tempo desafiador (FREIRE,1977).
A/O psicóloga/o que desejar atuar na educação terá que se aprofundar na realidade
como alguém que faz parte dela, que detém um saber que pode contribuir com os processos
socioinstitucionais da escola. Desejando contribuir para o melhoramento das relações e
fazendo uso de seus recursos como as ferramentas como o conhecimento, prática
experenciadas durante o processo de formação além de buscar novos recursos assim como se
propõe a realizar nas relações e na mediação entre as/os educandas/os e docentes atendendo as
demandas do contexto escolar, ampliando essa melhoria das relações para outros contextos
dentro da comunidade escolar e na educação como um todo. As disciplinas são como
ferramentas para construção de janelas e portas que aproximem da realidade e do contexto a
qual se propõe mediar, aprender e colaborar seja qual for o campo de atuação, porém na
educação essas ferramentas são singulares e possuem suas particularidades e suas
subjetividades é necessário ter delicadeza para atender a demanda e não ignorar as potencias
das/dos que fazem parte desse contexto.
Quadro 7 – Disciplinas relacionadas a atribuição de nº 7, propor e contribuir na formação continuada de
professores e profissionais da educação, que se realiza nas atividades coletivas de cada escola, na perspectiva de
constante reflexão sobre as práticas docentes.
Disciplinas Trechos das ementas
Educação, Sociedade e Processos de Educação, cidadania e modernidade. Identidade e características da profissão docente.
Relações históricas entre Psicologia, processos de escolarização e políticas em
Escolarização
Educação. Questões contemporâneas da formação e atuação docente.
Equipes de Trabalho Definição e características de equipes de trabalho. Intervenções para o aumento da
efetividade de equipes de trabalho em diferentes contextos. Equipes de trabalho
interdisciplinares e multiprofissionais. O papel da/o psicóloga/o em equipes de
trabalho.
Gênero, Corpos e Sexualidades Problematizações acerca dos conceitos gênero, corpo e sexualidade. A questão da
norma e das normalizações/normatizações. Sexo/gênero e sua produção histórica.
Movimentos sociais e sexualidades
Intervenções em Urgências Psicológicas Aspectos históricos e conceituais da atenção à crise e urgências em saúde mental.
Atenção à crise no contexto da Reforma Psiquiátrica. Cronologia da crise. Conceitos de
diferentes situações de urgência psicológica em variados contextos: clínicos; laborais;
em situações de desastre. Modelos de intervenções psicológica; ações interdisciplinares
e intervenções em rede.
Processos Psicológicos na Adolescência e Adolescência e Juventude como Categorias Sociais numa Perspectiva Histórica e
Cultural. A Adolescência no Mundo Contemporâneo. Teorias Psicológicas sobre a
Juventude
Adolescência.
Sociedade e Loucura A história da loucura, dos gregos aos dias de hoje. Os anormais. O poder psiquiátrico.
Antipsiquiatria e movimento antimanicomial. Capitalismo e esquizofrenia. Biopoder e
biopotência A loucura na (da) sociedade moderna contemporânea.
Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Assim como a sétima a oitava atribuição busca, contribuir com programas e projetos
desenvolvidos na escola, pensando numa educação que possibilita as pessoas a discussão
corajosa de sua problemática existencial, essa que deve advertir as pessoas dos perigos de seu
24

tempo, para que, consciente deles, ao invés de ser submetido às prescrições alheias. A
educação do diálogo constante com o outro e com a realidade concreta do cotidiano da vida.
Como atividade dialógica, que busca a aquisição crítica de conhecimentos, revela uma prática
de respeito para com os educandos, a sua identidade cultural, considerando-os desde cedo
como seres humanos que podem pensar livremente e encaminhando-os, através da
conscientização, para uma verdadeira autonomia (FREIRE,1986). As disciplinas descritas
abaixam buscam contemplar parte dessa contribuição da/o psicóloga/o escolar/educacional:
Quadro 8 – Disciplinas relacionadas a atribuição de nº 8, contribuir com programas e projetos desenvolvidos na
escola.
Disciplinas Trechos das ementas
Sociedade e Loucura A história da loucura, dos gregos aos dias de hoje. Os anormais. O poder psiquiátrico.
Antipsiquiatria e movimento antimanicomial. Capitalismo e esquizofrenia. Biopoder e
biopotência A loucura na (da) sociedade moderna contemporânea.
Estudos de Gênero e Psicologia Estudo da emergência do conceito de gênero, relacionando movimentos sociais
feministas e reflexões acadêmicas. A interdisciplinaridade dos estudos de gênero e seus
desdobramentos em alguns paradigmas da psicologia. A historicidade da construção de
masculinidade e feminilidade e a questão da constituição do sujeito no campo da
psicologia.
Direito da Criança e do Adolescente Princípios do Direito da Criança e do Adolescente - Proteção integral - Direito
Fundamental - Menoridade e Responsabilidade Penal - Política de Atendimento - Atos
infracionais - Medidas socioeducativas - Justiça da infância e da juventude - Ministério
Público e Advogado - Procedimentos - Crimes e infrações administrativas - Prevenção e
Prevenção Especial – Adoção.
Educação Popular Raízes históricas da educação popular no Brasil. As diferentes concepções e perspectivas
da Educação Popular no Brasil. As principais experiências na década de 60. A redefinição
dos movimentos populares pós-78. Os novos desafios da Educação Popular.
Teoria e Técnica dos Processos Grupais Processos intragrupos e intergrupais; Dinâmica de Grupos; Histórico epistemológico das
teorias e técnicas grupais; Observação sistemática de grupos; Análise teórico-prática do
trabalho da/o psicóloga/o com grupos; Metodologia do trabalho grupal.
Relações Estéticas e Processos de Criação Estética, relações estéticas e educação estética. Arte, imaginação e realidade. Processos
de criação. Oficinas estéticas
Psicologia e Pessoas com Deficiência O significado histórico-cultural da deficiência. Terminologia e conceituação da
deficiência. Políticas Públicas e pessoas com deficiência. Principais deficiências e seus
aspectos etiológicos, funcionais e sociais. Intervenção do psicólogo junto a pessoas com
deficiência, suas famílias e comunidade.
Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Na nona atribuição trata-se de unir a teoria e as experiencias praticas com intuito de


atuar nas ações e projetos de enfrentamento dos preconceitos e da violência na escola,
considerando assegurar os diretos de acesso e de permanência na escola, na busca de garantir
condições de desenvolvimento da/o educanda/o nos processos de ingresso, regresso,
permanência e fortalecimento junto a equipe, familiares, comunidade escolar na elaboração e
participação de projetos que viabilizam o direito a educação básica de todas/os. Visando suas
singularidades e particularidades das/os educandas/os com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento, jovens e adultos, pessoas em privação de liberdade, entre outas formas de
inclusão e equidade no ensino e na inserção ao contexto escolar. Assim promovendo a
valorização do trabalho em equipe multidisciplinar na rede pública de educação básica na
criação de estratégias nas dificuldades escolares relacionadas a situação de violência,
25

bullying5, vulnerabilidade social, uso e abuso de drogas, infecções sexualmente transmissíveis


(IST), gravidez na adolescência, situação de rua, vítimas de violência doméstica, em geral
violações de direitos humanos e sociais (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2020).
O currículo é um percurso numa trajetória na qual a/o educanda/o buscar a mediação
da/o educador/a, a fim de sinalizar e traçar seu trajeto de forma ativa no processo de formação
almejando a melhor maneira de fazer uso dos instrumentos adquiridos no processo de
graduação para a atuação. As disciplinas são parte desses instrumentos fundamentais para
construção do trajeto profissional, porém cabe a/o educando saber usá-los (LEITE, 2001).
Questionar junto aos educadores tradições e trazer a questionamentos como a História
do Brasil, em arte, em projetos como exposições, dança, vocabulário, origem de alimentos,
abordando temas como parte de uma construção histórica que colore nosso país e faz dele
diverso em todos seus estados. Por que o “racismo” é pouco discutido? Por que a um tabu na
sexualidade? Porque ainda temos história que reproduzem piratas como heróis em busca de
tesouro como quadrinhos infantis. Infelizmente essa pesquisa não conseguirá acolher todas as
questões que abarcam a Lei 13935/2019.
Pondera se a formação das/dos futuras/os psicólogas/os trará esse conteúdo e
questionamento crítico e como acolher essas questões no contexto escolar descrito na sétima,
oitava e nona atribuições visto que não poderá acolher ressignificar, mediar, contribuir as
educadoras/os quanto mais a comunidade e todo o contexto escolar.
Quadro 9 – Disciplinas relacionadas a atribuição de nº 9, atuar nas ações e projetos de enfrentamento dos
preconceitos e da violência na escola.
Disciplinas Trechos das ementas
Psicologia Jurídica O significado histórico-cultural da deficiência. Políticas públicas e pessoas com
deficiência. Terminologia e conceituação da deficiência. Noções básicas sobre as
barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência e as práticas, recursos e tecnologias
utilizadas para a remoção destas. Legislação atual da área nos campos da saúde,
educação, trabalho e assistência social.
Psicologia e Pessoas com Deficiência O significado histórico-cultural da deficiência. Terminologia e conceituação da
deficiência. Políticas Públicas e pessoas com deficiência. Principais deficiências e seus
aspectos etiológicos, funcionais e sociais. Intervenção da/o psicóloga/o junto a pessoas
com deficiência, suas famílias e comunidade.
Processos Psicológicos na Adolescência e Adolescência e Juventude como Categorias Sociais numa Perspectiva Histórica e
Cultural. A Adolescência no Mundo Contemporâneo. Teorias Psicológicas sobre a
Juventude
Adolescência.
Educação, Sociedade e Processos de Educação, cidadania e modernidade. Identidade e características da profissão docente.
Relações históricas entre Psicologia, processos de escolarização e políticas em Educação.
Escolarização
Questões contemporâneas da formação e atuação docente.
Gênero, Corpos e Sexualidades Problematizações acerca dos conceitos gênero, corpo e sexualidade. A questão da norma
e das normalizações/normatizações. Sexo/gênero e sua produção histórica. Movimentos
sociais e sexualidades

5
Bullying: palavra de origem inglesa que quer dizer formas de violência que, sendo verbal ou física, acontece de modo repetitivo e
persistente, sendo direcionada contra um ou mais colegas, caracterizando-se por atingir os mais fracos de modo a intimidar, humilhar ou
maltratar os que são alvos dessas agressões. Fonte: Dicionário Online de Português. Disponível em:< https://www.dicio.com.br/bullying/>.
26

Educação Popular Raízes históricas da educação popular no Brasil. As diferentes concepções e perspectivas
da Educação Popular no Brasil. As principais experiências na década de 60. A redefinição
dos movimentos populares pós-78. Os novos desafios da Educação Popular.
Direito da Criança e do Adolescente Princípios do Direito da Criança e do Adolescente - Proteção integral - Direito
Fundamental - Menoridade e Responsabilidade Penal - Política de Atendimento - Atos
infracionais - Medidas socioeducativas - Justiça da infância e da juventude - Ministério
Público e Advogado - Procedimentos - Crimes e infrações administrativas - Prevenção e
Prevenção Especial - Adoção
Fonte: elaborado pela autora, 2020.

A décima atribuição, propor articulação intersetorial no território, visando à


integralidade de atendimento ao município, o apoio às unidades educacionais e o
fortalecimento da Rede de Proteção Social, e decima quinta atribuição, propor ações,
juntamente com os professores, pedagogos, alunos e pais, funcionários técnico-
administrativos e serviços gerais, e a sociedade de forma ampla, visando melhorias nas
condições de ensino, considerando a estrutura física das escolas, o desenvolvimento da
prática docente, a qualidade do ensino, entre outras condições objetivas que permeiam o
ensinar e o aprender, considera-se necessário estar no contexto escolar, escutar as
profissionais, ser humilde para partilhar e receber conhecimentos. Segundo Freire (1981),
sobre o processo de orientação da pessoa, seja ela como profissional, educanda/o, tem que se
propor inicialmente estar disposta a ensinar e aprender através da comunicação, que se
configuras de diversas formas sendo ela escrita, fala, ato, ação, sinais, símbolos entre outras
formas:
[...] processo de orientação dos seres humanos no mundo envolve não apenas a
associação de imagens sensoriais, como entre os animais, mas. sobretudo,
pensamento-linguagem; envolve desejo, trabalho-ação transformadora sobre o
mundo, de que resulta o conhecimento do mundo transformado. Este processo de
orientação dos seres humanos no mundo não pode ser compreendido, de um lado, de
um ponto de vista puramente subjetivista; de outro, de um ângulo objetivista
mecanicista. Na verdade, esta orientação no mundo só pode ser realmente
compreendida na unidade dialética entre subjetividade e objetividade. Assim
entendida, a orientação no mundo põe a questão das finalidades da ação ao nível da
percepção crítica da realidade (FREIRE,1981, p.35).

As disciplinas que propõe a inserção, acompanhamento e compreensão das práticas


profissionais da psicologia em diferentes campos de atuação, planejamento, execução e
avaliação de intervenções individuais e grupais, além da história das organizações, definições
de ação humana nas organizações e suas estruturas, disciplinas que ajudem na reflexão das
organizações como fenômenos socialmente construídos e da ação humana caracterizada nas
teorias organizacionais e processos organizacionais que compartilham as competências de
atuação das/os psicólogas/os também na escola acolhendo grande parte das atribuições. De
acordo com Freire (1995) é preciso (re)pensar e (re)visitar os conceitos de classes sociais de
27

maneira que atue com compreensão crítica das expressões culturais;

[...]Essas expressões culturais que falam da maneira como lêem elas sua realidade e
de como se defendem devem estar no ponto de partida daqueles planos. A
mobilização popular que, em si, implica o processo de organização se faz com mais
facilidade quando se levam em consideração essas formas de resistência popular
que, de modo geral, constituem o que venho chamando de “manhas” dos oprimidos.
Com elas, se defendem das arrancadas agressivas das classes dominantes e até
também da situação ambiental insatisfatória em que vivem e às vezes apenas
sobrevivem em decorrência da exploração de classe (p.29).

No entanto, compreende-se que as atribuições de orientar as equipes educacionais na


promoção de ações que auxiliem na integração família, educando, escola e nas ações
necessárias à superação de estigmas que comprometam o desempenho escolar dos educandos,
contribuir na formação continuada de professores e profissionais da educação, que se realiza
nas atividades coletivas de cada escola, na perspectiva de constante reflexão sobre as práticas
docentes e Contribuir com programas e projetos desenvolvidos na escola. De forma a
propiciar o melhor desenvolvimento e aprendizagem na rede de ensino de acordo com Art. 4º
da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), também como colaborar oferecimento de diferentes
alternativas de acesso ao ensino, em diferentes níveis de escolarização, conforme § 5º, Art. 5º
da LDB (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2019d). Segue abaixo o quadro das
disciplinas que contemplam de alguma forma a formação para atuação e contribuição nas
atribuições citadas acima.

Quadro 10 – Disciplinas relacionadas a atribuição de nº 10, propor articulação intersetorial no território, visando
à integralidade de atendimento ao município, o apoio às unidades educacionais e o fortalecimento da Rede de
Proteção Social, e nº 15, propor ações, juntamente com os professores, pedagogos, alunos e pais, funcionários
técnico-administrativos e serviços gerais, e a sociedade de forma ampla, visando melhorias nas condições de
ensino, considerando a estrutura física das escolas, o desenvolvimento da prática docente, a qualidade do ensino,
entre outras condições objetivas que permeiam o ensinar e o aprender,
Disciplinas Trechos das ementas
Psicologia Jurídica Aspectos históricos, objeto e domínio de intervenção. Estado da arte do conhecimento
psicológico na relação com a justiça. Noções de direito necessários ao psicólogo inserido no
campo jurídico. O papel da/o psicóloga/o nas organizações de justiça. Psicologia Jurídica e
Direito Civil. Psicologia Jurídica no âmbito da Infância e Juventude. Psicologia Jurídica e
Direito de Família. Psicologia Jurídica e o Direito Penal. Métodos não-adversariais de
resolução de conflitos. A perícia psicológica no contexto judiciário. Aspectos éticos e
documentos legais em Psicologia Jurídica.
Psicologia da Saúde Psicologia da Saúde: antecedentes históricos, conceito. Saúde e doença: análise conceitual e
representações sociais. Políticas públicas de saúde. Estudo da relação entre comportamento
e saúde. Instituições de saúde e comunidade. A atuação da/o psicóloga/o nas equipes de
saúde: interdisciplinaridade. Principais tópicos e relações estudadas na pesquisa em saúde.
A ética na pesquisa e intervenção. Questões contemporâneas.
Psicologia Social e Saúde Saúde e constituição social do sujeito. Modos de subjetivação, saúde coletiva, saúde mental
e psicossomática. Adoecimento/saúde e suas relações com os marcadores sociais,
econômicos e geopolíticos
Psicologia, Saúde e Trabalho Contribuições teórico-metodológicas da Psicologia do Trabalho e das Organizações acerca
das relações entre saúde e trabalho. Pesquisa e intervenção da/o psicóloga/o no âmbito da
saúde e trabalho
28

Consultoria em Psicologia Organizacional e Definição de consultoria. Distinção entre consultoria e outras formas de prestação de
serviços. Distinção entre consultoria interna e consultoria externa. Diagnóstico
do Trabalho
organizacional para consultoria. Distinção entre demandas e necessidades da organização.
Distinção entre enfoque em problemas específicos ou no sistema organizacional.
Componentes básicos de um diagnóstico organizacional usando modelo da análise de
sistemas comportamentais. Relações entre planejamento estratégico, gestão de processos e
gestão do comportamento organizacional. Elaboração de projetos de intervenção
organizacional. Procedimentos para avaliar resultados produzidos por meio de serviço de
consultoria.
Prática e Pesquisa Orientada: Prática Clínica Inserção, acompanhamento e compreensão das práticas profissionais da psicologia em
diferentes campos de atuação. Planejamento, execução e avaliação de intervenções
e de Saúde
individuais e grupais
Intervenções em Urgências Psicológicas Aspectos históricos e conceituais da atenção à crise e urgências em saúde mental. Atenção à
crise no contexto da Reforma Psiquiátrica. Cronologia da crise. Conceitos de diferentes
situações de urgência psicológica em variados contextos: clínicos; laborais; em situações de
desastre. Modelos de intervenções psicológica; ações interdisciplinares e intervenções em
rede.
Equipes de Trabalho Definição e características de equipes de trabalho. Intervenções para o aumento da
efetividade de equipes de trabalho em diferentes contextos. Equipes de trabalho
interdisciplinares e multiprofissionais. A/O papel da/o psicóloga/o em equipes de trabalho.
Fonte: elaborado pela autora, 2020.

As/Os psicólogas/os escolar/educacional ao se instruir pode contribuir e melhor


auxiliar para a efetivação dos direitos das/os educandas/os previstos no Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA) nos Art.18-A e Art. 53, tendo em vista a compreensão de que as/os
educandas/os necessitam de cuidados e proteção integral (CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA, 2019d). Segundo Freire (1985) é preciso se ater a essencial;

[...]A cultura não é apenas a manifestação artística ou intelectual que se expressa


através do pensamento; a cultura se manifesta acima de tudo nos gestos mais simples
da vida cotidiana. Cultura é comer de maneira diferente, é dar a mão de maneira
diferente, é relacionar-se com o outro de maneira diferente. De forma que a mim me
parece que o emprego desses três conceitos, cultura, diferenças e tolerância, são
utilizações novas de velhos conceitos. Cultura para nós, insisto, são todas as
manifestações humanas, inclusive a cotidianidade, e fundamentalmente na
cotidianidade está a descoberta do diferente, que é essencial. Esta é uma concepção
do essencial que é distinta da tradicional, que considera o essencial como o comum,
os traços comuns (p.17).

Conhecimentos esses que agregam para atuação na oferta de programas de orientação


e apoio na comunidade escolar, visando promoção, prevenção e manutenção de saúde, direitos
e articulações que asseguram os serviços já postos, vislumbrando o incentivo, o
reconhecimento e a organização de novos programas e projetos e suas permanências.
A décima primeira atribuição propõe, promover ações voltadas à escolarização do
público-alvo da educação especial e a décima quarta atribuição, promover ações de
acessibilidade , a/o psicóloga/o em articulação com equipe e comunidade escolar, gestoras/es
e representantes promover a equidade dentro e fora dos muros da escola buscando a inclusão
escolar e inserção social dessas pessoas, proporcionando a todos o direito independente de
29

suas diferenças, assegurando o direito a vida de liberdade, expressão e segurança social, o


direito de ir e vir e de pensar por si só, em respeito as Leis para todas/os, visando suas
capacidades e potencialidades.
A/O profissional de psicologia não deve se ater somente ao sujeito, pois isso não é
suficiente para inclusão. As estruturas físicas devem promover esses acessos e contribuir com
inserção e efetivação dos direitos dessas pessoas sendo educandas/os, educadoras/es, entre
outras/os que compõe a comunidade escolar, com intuito de deslocar o olhar somente para o
sujeito, sendo essa parte de contextos, cultura e de uma sociedade essa que precisa colaborar
com a não discriminação e com o respeito as diferenças e singularidades. As disciplinas
selecionadas pensam no desenvolvimento e aprendizagem como um marco, porém não
limitando-se, incluindo as lentes ao social, a saúde, questionando conceitos de normalidade,
buscando recursos para equidade na acessibilidade, baseando se nos direitos com a
colaboração da equipe profissional.

Quadro 11 – Disciplinas relacionadas a atribuição de nº 11, promover ações voltadas à escolarização do público-
alvo da educação especial e a nº 14, promover ações de acessibilidade.
Disciplinas Trechos das ementas
Desenvolvimento Humano e Aprendizagem Psicologia do desenvolvimento: definição, história, objeto e métodos. Dimensões
biológicas, históricos, sociais e culturais do desenvolvimento psicológico. Principais
abordagens do desenvolvimento humano e suas contribuições principais. Periodização do
desenvolvimento. A relação desenvolvimento e aprendizagem. Desenvolvimento
psicológico e contemporaneidade.
Psicologia Social e Saúde Saúde e constituição social do sujeito. Modos de subjetivação, saúde coletiva, saúde mental
e psicossomática. Adoecimento/saúde e suas relações com os marcadores sociais,
econômicos e geopolíticos
Língua Brasileira de Sinais I Desmistificação de idéias recebidas relativamente às línguas de sinais. A língua de sinais
enquanto língua utilizada pela comunidade surda brasileira. Introdução à língua brasileira
de sinais: usar a língua em contextos que exigem comunicação básica, como se apresentar,
realizar perguntas, responder perguntas e dar informações sobre alguns aspectos pessoais
(nome, endereço, telefone). Conhecer aspectos culturais específicos da comunidade surda
brasileira.
Educação e Mídias Sociedade, educação e tecnologia. A cultura mediática e as mediações na escola e nos
processos educacionais. Formação da/e professoras/es para uso e estudo das mídias no
cotidiano escolar. Descrição das mídias, da linguagem audiovisual e hiper midiática e
narrativas híbridas a partir de suas características, limitações e possibilidades no apoio ao
ensino e aprendizagem. Processos de produção das mídias na educação presencial e a
distância.
Psicopatologia I/Psicopatologia II Conceitos de psicopatologia. História da psicopatologia. Normal e patológico. Transtornos
de ansiedade, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Transtorno de Estresse Pós-traumático,
Transtornos depressivos, Transtornos de sintomas somáticos e Transtornos de
personalidade.
Transtornos mentais graves. Psicoses. As psicoses em uma perspectiva sócio histórica,
clínica e institucional.
Psicologia e Pessoas com Deficiência O significado histórico-cultural da deficiência. Terminologia e conceituação da deficiência.
Políticas Públicas e pessoas com deficiência. Principais deficiências e seus aspectos
etiológicos, funcionais e sociais. Intervenção do psicólogo junto a pessoas com deficiência,
suas famílias e comunidade.
Psicologia Jurídica O significado histórico-cultural da deficiência. Políticas públicas e pessoas com deficiência.
Terminologia e conceituação da deficiência. Noções básicas sobre as barreiras enfrentadas
pelas pessoas com deficiência e as práticas, recursos e tecnologias utilizadas para a remoção
destas. Legislação atual da área nos campos da saúde, educação, trabalho e assistência
social.
Equipes de Trabalho Definição e características de equipes de trabalho. Intervenções para o aumento da
30

efetividade de equipes de trabalho em diferentes contextos. Equipes de trabalho


interdisciplinares e multiprofissionais. A/O papel da/o psicóloga/o em equipes de trabalho.
Fonte: elaborado pela autora, 2020.

De fato, a mobilidade assume um papel relevante na qualidade de vida das pessoas.


Talvez seja difícil (re)pensar num modo de (re)fazer, porém, pode se adaptar as cidades já
construídas, as estruturas e instituições. Compreende-se que é possível aprender lições
importantes, as quais podem ser usadas em maior escala, “conceitos convergem para a visão
de uma cidade viva, orgânica e inclusiva, ambientalmente sustentável, onde o espaço público
é o lugar do encontro”, mudando a visão de espaço público, ampliando do contexto escolar
para comunidade escolar e sociedade (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010,
p.57).

Existem tendências e novas maneiras de pensar, entre elas, a ideia de que qualquer
mudança que traga resultados significativos no sistema em uma instituição, comunidade e
cidade, deve ter investimento das políticas públicas, para que utilizem os escassos recursos
financeiros para promover um espaço urbano que promova qualidade de vida. Espaços esses
de convivência, que geram inúmeras representações nas pessoas que nele transitam, seja de
convívio harmonioso, seja de conflito no uso desse espaço. Determinados grupos mais
vulneráveis, como as crianças, os jovens, os idosos, as pessoas com mobilidade reduzida,
podem ter sua mobilidade consideravelmente afetada por essas representações, pois o nível de
segurança e acessibilidade influenciará a percepção do uso desse espaço, do convívio social e,
consequentemente, da qualidade de vida (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010).
As/Os psicólogas/os podem contribuir para que os espaços públicos sejam de fato um direito
de todos, sendo esse é mais um desafio para essas/es profissionais de psicologia e equipe. A/O
educanda/o ao estudar clínica tradicional e clínica ampliada, poderá na práxis da atuação no
campo escolar/educacional como psicóloga/o auxiliando no desenvolvimento da atribuição na
qual propõe a articulação intersetorial no território, visando à integralidade de atendimento ao
município, o apoio às unidades educacionais e o fortalecimento da Rede de Proteção Social. A
perspectiva interdisciplinar na clínica psicológica auxiliará nas atribuições de orientar nos
casos de dificuldades nos processos de escolarização e realizar avaliação psicológica a partir
das necessidades específicas identificadas no processo educativo sempre pensando
criticamente sobre o contexto para não fazer do contexto escolar uma clínica, e sim que esse
conteúdo sirva de potência para instruir as equipes multidisciplinares e acolher o sujeito em
31

sua singularidade para inclusão e equidade em seus direitos.


Assim refletindo sobre práticas e conceitos que compõem disciplinas que traz
conceitos de psicopatologia com ênfase na psicologia escolar/educacional, trazendo na teoria
a história da psicopatologia, a história da loucura, questionamentos do que é considerado
normal e patológico, entendimento de transtornos, de sintomas, de personalidade, psicoses em
uma perspectiva sócio-histórica, clínica e institucional crítica, amparada da análise das
intervenções e das práticas de estágio através da discussão transversais críticas e
sistematização nas/das ações planejadas e desenvolvidas ao longo do estágio que evidencie os
limites e avanços da intervenção e de forma a completar-se com seminários. Crê-se que
melhor contemple as atribuições de orientação as profissionais e comunidade escolar, a
contribuição nos projetos, enfrentamento de pré-conceitos e violências, inclusão, na
acessibilidade e no planejamento como um todo.
Na décima segunda atribuição visa, propor e participar de atividades formativas
destinadas à comunidade escolar sobre temas relevantes da sua área de atuação, sobre a
atuação das/os psicólogas/os na escola, as disciplinas selecionadas compõem a base para o
conhecimento que pode auxiliar na despatologização dentre as violências, na orientação da
equipe profissional, família, comunidade escolar e sujeitos.

Quadro 12 – Disciplinas relacionadas a atribuição de nº 12, propor e participar de atividades formativas


destinadas à comunidade escolar sobre temas relevantes da sua área de atuação.
Disciplinas Trechos das ementas
Psicologia e Processos Educacionais História da Psicologia Escolar e Educacional. Formação da/o Psicóloga/o Escolar. Evasão e
Fracasso escolar. Políticas Públicas de Educação e Atuação da/o Psicóloga/o. Problemáticas
Educacionais e Cotidiano da/na Escola. As Relações Interpessoais em Contextos de Ensinar e
Aprender. Algumas Temáticas Características do Universo Educacional e Atuação do Psicólogo:
Diferentes Focos e Possibilidades.
Estudos de Gênero e Psicologia Estudo da emergência do conceito de gênero, relacionando movimentos sociais feministas e
reflexões acadêmicas. A interdisciplinaridade dos estudos de gênero e seus desdobramentos em
alguns paradigmas da psicologia. A historicidade da construção de masculinidade e feminilidade e
a questão da constituição do sujeito no campo da psicologia.
Psicologia e Arte Arte e estética. Psicologia e Arte. Relações arte e vida. A/O espectador/a e a obra de arte.
Pesquisas e intervenções psicológicas no diálogo com linguagens artísticas em diferentes
contextos e condições.
Relações Estéticas e Processos de Estética, relações estéticas e educação estética. Arte, imaginação e realidade. Processos de criação.
Criação Oficinas estéticas
Sociedade e Loucura A história da loucura, dos gregos aos dias de hoje. Os anormais. O poder psiquiátrico.
Antipsiquiatria e movimento antimanicomial. Capitalismo e esquizofrenia. Biopoder e biopotência
A loucura na (da) sociedade moderna contemporânea.
Cotidiano e Práticas Psicossociais Cultura, Política e cotidiano. Cotidiano, cidade, instituições e constituição do sujeito. As práticas
psicossociais e os modos de subjetivação. Pesquisa e intervenção sobre as práticas psicossociais
em contextos comunitários e institucionais
Mídia e Subjetividade Teorias da comunicação: discussões interdisciplinares. Problematizações acerca do conceito de
subjetividade. Mídia e educação. Diálogos entre mídia e psicologia. A mídia como objeto de
estudo: aspectos metodológicos. A interface gênero e mídia. Ações políticas no campo da mídia.
Psicologia e Educação Ambiental Características, funções e objetivos da Educação Ambiental. Aspectos da legislação e
implementação nos diferentes segmentos sociais formais/não formais. Abordagens da interação
entre a pessoa e o ambiente relacionando comportamento e/ou estados subjetivos e algum aspecto
do ambiente físico, natural e/ou construído. Relações entre problemas ambientais, qualidade de
vida, bem-estar e educação ambiental. Pesquisa e atuação na interface entre psicologia e educação
32

ambiental.
Psicologia Transcultural Aspectos conceituais e metodológicos da Psicologia Transcultural. Relação natureza e cultura.
Comparar e refletir sobre semelhanças e diferenças com relação a temas tais como: cuidados
parentais e desenvolvimento infantil; gênero, agressão, emoções e sexualidade. Implicações éticas
e de atuação profissional com relação às diferenças culturais.
Estudos da Juventude Contemporânea Cultura Juvenil: subjetividade, identidade, sociabilidade; Grupos juvenis e processo de mudança;
Juventude e mundo do trabalho; Escolarização ensino fundamental, médio, educação de jovens e
adultos; cultura escolar e a transgressão, indisciplina e violência; Formas associativas juvenis e
temas emergentes juvenis.
Psicologia Social e Saúde Saúde e constituição social do sujeito. Modos de subjetivação, saúde coletiva, saúde mental e
psicossomática. Adoecimento/saúde e suas relações com os marcadores sociais, econômicos e
geopolíticos
Teoria e Técnica dos Processos Processos intragrupos e intergrupais; Dinâmica de Grupos; Histórico epistemológico das teorias e
Grupais técnicas grupais; Observação sistemática de grupos; Análise teórico-prática do trabalho da/o
psicóloga/o com grupos; Metodologia do trabalho grupal.
Psicologia e Pessoas com Deficiência O significado histórico-cultural da deficiência. Terminologia e conceituação da deficiência.
Políticas Públicas e pessoas com deficiência. Principais deficiências e seus aspectos etiológicos,
funcionais e sociais. Intervenção do psicólogo junto a pessoas com deficiência, suas famílias e
comunidade.
Fonte: elaborado pela autora, 2020.

As disciplinas que abarcam o significado histórico-cultural da deficiência na


psicologia escolar/educacional, políticas públicas e pessoas com deficiência, principais
deficiências e seus aspectos etiológicos, funcionais e sociais. Contribuem para as atribuições
de planejar, elaborar, atuar nas políticas públicas, nos programas e projetos em geral dentro da
macro e micro política no contexto escolar em intervenção e interação junto a pessoas com
deficiência, suas famílias, comunidade e escola. Deseja-se que casos isolados sejam acolhidos
e, se necessário, encaminhados para a avaliação e diagnóstico. Que as/os cuidadoras/es e
educandas/os recebam orientações em relação a dificuldades escolares e outros assuntos, que
práticas como orientação profissional continuem auxiliando as/os jovens educandas/os na
escolha profissional de maneira saudável e autônoma, que a orientação sexual e discussões
sobre gênero e sexualidade promovam conhecimento dos cuidados com a saúde do corpo
auxiliando na prevenção e informação de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e na
identificação e combate às violências e abusos como a pedofilia e violência de gênero
(MARTINEZ, 2010).
As disciplinas de que trazem a Psicologia e história, objeto e métodos, as dimensões
biológicas, históricas, sociais e culturais do desenvolvimento psicológico. Estes conteúdos
servem de base para se (re)pensar as principais abordagens do desenvolvimento humano e
suas contribuições principais, a periodização do desenvolvimento, a relação desenvolvimento
e aprendizagem e desenvolvimento psicológico da/na contemporaneidade. Demonstra-se, na
teoria adotada, a preocupação de assumir um papel crítico de atuação, auxiliando nas práticas
descritas no Art.1 da Lei 13935 e nas atribuições do manual “Psicólogas(os) e Assistentes
33

Sociais na Rede Pública de Educação Básica: orientações para regulamentação da Lei 13.935,
de 2019” em participação de construção de projetos, promoção de saúde ressignificando a
psicologia escolar/educacional num sentido humanizador buscando diminuir as marcas do
fracasso escolar.
Na décima terceira atribuição trata-se de participar da elaboração de projetos de
educação e orientação profissional, alguns já citados anteriormente como Projeto Político
Pedagógico, Políticas Públicas, Projetos e Programas de inclusão, cidadania, combate as
violências, mediação entre escola e comunidade escolar. Mas ao buscar uma educação
libertadora deve incluir uma contribuição na formação continuada, com programas que
oferecem orientação profissional, relações colaborativas e na saúde do trabalhador no
trabalho.

Quadro 13 – Disciplinas relacionadas a atribuição de nº 13, participar da elaboração de projetos de educação e


orientação profissional.
Disciplinas Trechos das ementas
Psicologia Transcultural Aspectos conceituais e metodológicos da Psicologia Transcultural. Relação natureza e
cultura. Comparar e refletir sobre semelhanças e diferenças com relação a temas tais como:
cuidados parentais e desenvolvimento infantil; gênero, agressão, emoções e sexualidade.
Implicações éticas e de atuação profissional com relação às diferenças culturais.
Comportamento Humano nas Organizações Mundo do Trabalho. Processos humanos nas organizações. Interação indivíduo x
organização. Organização como contexto social. Planejamento. Recrutamento. Seleção.
Integração de Pessoas. Rotatividade de Pessoal. Treinamento e Desenvolvimento de
Pessoas em Organizações. Avaliação de Desempenho. Tópicos avançados em Gestão de
Pessoas.
Psicologia, Saúde e Trabalho Contribuições teórico-metodológicas da Psicologia do Trabalho e das Organizações acerca
das relações entre saúde e trabalho. Pesquisa e intervenção da/o psicóloga/o no âmbito da
saúde e trabalho
Teoria e Técnica dos Processos Grupais Processos intragrupos e intergrupais; Dinâmica de Grupos; Histórico epistemológico das
teorias e técnicas grupais; Observação sistemática de grupos; Análise teórico-prática do
trabalho da/o psicóloga/o com grupos; Metodologia do trabalho grupal.
Equipes de Trabalho Definição e características de equipes de trabalho. Intervenções para o aumento da
efetividade de equipes de trabalho em diferentes contextos. Equipes de trabalho
interdisciplinares e multiprofissionais. O papel da/o psicóloga/o em equipes de trabalho.
Organização Escolar O papel social da escola. O direito à educação. A democratização da educação. Currículo e
organização da escola. LDB: a organização da educação nacional e níveis e modalidades de
ensino. Projeto Político Pedagógico: a gestão democrática da escola. Parâmetros
Curriculares Nacionais. Propostas Curriculares estadual e municipal.
Prática e Pesquisa Orientada: Prática Clínica Inserção, acompanhamento e compreensão das práticas profissionais da psicologia em
e de Saúde diferentes campos de atuação. Planejamento, execução e avaliação de intervenções
individuais e grupais
Mídia e Subjetividade Teorias da comunicação: discussões interdisciplinares. Problematizações acerca do conceito
de subjetividade. Mídia e educação. Diálogos entre mídia e psicologia. A mídia como
objeto de estudo: aspectos metodológicos. A interface gênero e mídia. Ações políticas no
campo da mídia.
Avaliação Psicológica/Avaliação Fundamentos da avaliação psicológica: objetivos, etapas e competências. Exigências
Psicológica II técnicas na escolha de instrumentos psicológicos. Integração de informações provenientes
de diferentes fontes em um processo de avaliação psicológica. Aspectos éticos relacionados
à avaliação psicológica.
Questões atuais em avaliação psicológica. Aspectos técnicos necessários para a escolha e
utilização de técnicas modernas para avaliação psicológica. Estudo de instrumentos atuais
aprovados para uso profissional no Brasil. Integração de informação provenientes de
diferentes fontes em um processo de avaliação psicológica. Aspectos éticos relacionados à
avaliação psicológica
Psicopatologia I/Psicopatologia II Conceitos de psicopatologia. História da psicopatologia. Normal e patológico. Transtornos
de ansiedade, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Transtorno de Estresse Pós-traumático,
34

Transtornos depressivos, Transtornos de sintomas somáticos e Transtornos de


personalidade. Transtornos mentais graves. Psicoses. As psicoses em uma perspectiva sócio
histórica, clínica e institucional.
Psicologia e Pessoas com Deficiência O significado histórico-cultural da deficiência. Terminologia e conceituação da deficiência.
Políticas Públicas e pessoas com deficiência. Principais deficiências e seus aspectos
etiológicos, funcionais e sociais. Intervenção do psicólogo junto a pessoas com deficiência,
suas famílias e comunidade.
Intervenções em Urgências Psicológicas Aspectos históricos e conceituais da atenção à crise e urgências em saúde mental. Atenção à
crise no contexto da Reforma Psiquiátrica. Cronologia da crise. Conceitos de diferentes
situações de urgência psicológica em variados contextos: clínicos; laborais; em situações de
desastre. Modelos de intervenções psicológica; ações interdisciplinares e intervenções em
rede.
Psicologia Social e Saúde Saúde e constituição social do sujeito. Modos de subjetivação, saúde coletiva, saúde mental
e psicossomática. Adoecimento/saúde e suas relações com os marcadores sociais,
econômicos e geopolíticos
Sociedade e Loucura A história da loucura, dos gregos aos dias de hoje. Os anormais. O poder psiquiátrico.
Antipsiquiatria e movimento antimanicomial. Capitalismo e esquizofrenia. Biopoder e
biopotência A loucura na (da) sociedade moderna contemporânea.
Psicologia da Saúde Psicologia da Saúde: antecedentes históricos, conceito. Saúde e doença: análise conceitual e
representações sociais. Políticas públicas de saúde. Estudo da relação entre comportamento
e saúde. Instituições de saúde e comunidade. A atuação do psicólogo nas equipes de saúde:
interdisciplinaridade. Principais tópicos e relações estudadas na pesquisa em saúde. A ética
na pesquisa e intervenção. Questões contemporâneas.
Ética e Legislação Profissional em Ética como campo de conhecimento e de relações sociais. Ética, moral e conduta. Código
Psicologia de Ética Profissional e Resoluções Normativas do Conselho Federal de Psicologia.
Orientações e dilemas éticos na conduta profissional. A/O psicóloga/o como profissional:
responsabilidades, direitos e deveres.
Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Sobre a atuação das/os psicólogas/os na escola, encontra-se muitos limites quando se


pensa no que pode fazer a/o psicóloga/o na Educação, contudo indaga-se: as atribuições
pensadas para a atuação das/os psicólogas/os no ensino básico nas redes públicas foram
apresentadas em setembro desse ano de 2020, baseada nas discussões e articulações pelos
órgãos representantes no período de vinte anos as educandas em formação do curso de
psicologia sabem o que é necessário para atuar como psicóloga/o escolar/educacional?
Visto que antes da aprovação da Lei 13935 (2019) existia projetos em execução em
alguns municípios de diferentes Estados brasileiros, compreende-se que muitos desses
projetos serão acolhidos pelos municípios e terão sua continuidade com a vigência da Lei.
Imagina-se que sim, pois o currículo contempla as atribuições no quesito da primeira
etapa: 1ª fase à 6ª fase – Introdução e instruções teóricas, ao refletir sobre a segunda e terceira
etapa deste currículo em particular não se pode ignorar que as/os educandas/os que optarem
pela ênfase em psicologia escolar/educacional obterão a junção da prática e da teoria,
podendo apropriar-se de conhecimentos além daqueles das disciplinas bases e experienciar o
campo no contexto escolar. Na segunda etapa: 7ª fase e 8ª fase -Teoria e Intervenções, como
citado acima, na sétima e a oitava fases, as disciplinas pré-requisitos para estágio
profissionalizante são as mesmas, independente da área escolhida. Os assuntos abordados nas
disciplinas são: a História da Psicologia Escolar e Educacional, a formação do psicólogo
35

escolar/educacional, a evasão e fracasso escolar, políticas públicas de educação e atuação da/o


psicóloga/o. Seminários e atividades supervisionadas que abordam as problemáticas
educacionais e cotidiano da/na escola, as relações interpessoais em contextos de ensinar e
aprender.
Diante dos trabalhos que a Psicologia, enquanto ciência e profissão, tem realizado ao
longo dos anos em prol de melhorias para a sociedade, tendo em vista a participação em
políticas públicas, almeja-se que as/os envolvidas/os como projeto na rede pública da Grande
Florianópolis de a continuidade nos programas já instalados com a colaboração das/os
profissionais de psicologia escolar/educacional na manutenção e na implementação de novas
políticas públicas para o ensino básico na rede pública (MARTINEZ, 2010). Questiona-se se
o currículo, por mais complexo que seja e tente atender amplamente os quesitos da/o
profissional de psicologia, prepara efetivamente as/os profissionais para atuar nas políticas
públicas?
Visto que muitas das ações, que por vezes tomam nome de políticas públicas, são
projetos que, na sua maioria encerrados pela falta de manutenção. Criar políticas públicas, se
faz necessário saber do que pretende abordar e qual será seu público, ter um objetivo e
delineá-lo com estratégias e para isso é preciso saber que não se faz nada sozinha/o e sem a
práxis.Ao ponderar sobre precisa planejar, defender ideias, articulara-las, reajustar, conquistar
aliadas/os, ajustar o que se requer perante a proposta, ultrapassar os impedimentos, justificar,
resistir, persistir. Porém pressionar para que não se espere vinte anos como a PL 3688 (2000),
que ainda na luta permanece as articulações para a implementação da Lei 13935 (2019).
Como assegurar os direitos dessas/es educandas/os, garantir condições de
desenvolvimento, de regresso, ingresso, permanência no sistema de ensino. Além de
proporcionar meios à educação básica das/os estudantes com transtornos globais e
deficiências, além dos jovens adultos, reeducando, estudantes que sofreram violências,
educandas na gravidez na adolescência, educandas/os que necessitam de auxílio devido ao uso
e abuso de drogas e álcool, vulnerabilidade social e todos que de alguma forma pertencem ao
contexto escolar sem conhecer suas particularidades e contexto? Sem estar em equipe atuando
junto ao que trabalham para a educação nesses espaços físicos e virtuais que requer presença e
conhecimento?
Perante as reflexões e os questionamentos apresentados ao longo desse texto, diante
do conteúdo do currículo analisado, constata-se o quão importante é a atuação das/os
36

profissionais de psicologia junto às equipes multidisciplinares, assim correspondendo às


atribuições descritas para a/o psicóloga/o escolar/educacional.
Novamente ressalta-se a importância do ato de estudar, de pensar criticamente e da
práxis, sendo importante na manutenção das articulações das/os profissionais de psicologia e
assistência social em parceria com as/os gestoras/es e representantes das secretarias na rede
pública, igualmente com governantes e representantes dos estados e municípios no contexto
escolar. Mais uma vez questiona-se: as universidades possuem requisitos em sua grade
curricular suficiente para capacitar os profissionais de psicologia e suprir as atribuições
descrita pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) no campo de atuação?
No contexto do caso estudado, pode-se afirmar que sim, sendo esse currículo com
permanência até o ano de 2020, vale refletir que esse currículo foi elaborado e tem seu viés de
contribuir para uma sociedade de produção “normalista” de ajustar o sujeito, e culpabiliza ló
pelo teu fracasso, focado em uma abordagem onde o sujeito é responsável pelo teu sucesso e
fracasso. A/O psicóloga/o muitas vezes ao tentar suprir as demandas pode se sentir
confortável no modelo “clínico-terapêutica” e não investir buscar no contexto escolar os
inúmeros fatores que agregam uma análise. Na terceira etapa, as disciplinas complementam
conteúdos vistos em teoria, seminários e estágios supervisionados ressaltando o processo de
colaborar na construção de conhecimento científico, atuar de forma a intervir no campo
relacionando teoria e prática essas que compõem as atribuições descritas no manual
“Psicólogas(os) e Assistentes Sociais na Rede Pública de Educação Básica: orientações para
regulamentação da Lei 13.935, de 2019”.
O currículo inclui também disciplinas base, como conteúdo que abordam aspectos
históricos e conceituais da atenção à crise e urgências em saúde mental, atenção à crise no
contexto da Reforma Psiquiátrica, além de conceitos de diferentes situações de urgência
psicológica em variados contextos em situações de desastre, formas de intervenções
psicológica e ações interdisciplinares e intervenções em rede. As experiências proporcionadas
por estas disciplinas podem contribuir com promoção, prevenção e preparo das equipes em
emergências, além de auxiliar nos projetos e planos para e com a comunidade escolar,
educadoras/es, gestoras/es e representantes do município, estado ou distrito como sinaliza as
atribuições no manual e estão além das atribuições descritas na Lei 13935 (2019).
As disciplinas de que trazem a Psicologia do desenvolvimento são: definição, história,
objeto e métodos, as dimensões biológicas, históricas, sociais e culturais do desenvolvimento
37

psicológico. Estes conteúdos servem de base para se (re)pensar as principais abordagens do


desenvolvimento humano e suas contribuições principais, a periodização do desenvolvimento,
a relação desenvolvimento e aprendizagem e desenvolvimento psicológico da/na
contemporaneidade. Demonstra-se, na teoria adotada, a preocupação de assumir um papel
crítico de atuação, auxiliando nas práticas descritas no Art.1 da Lei 13935 e nas atribuições do
manual “Psicólogas(os) e Assistentes Sociais na Rede Pública de Educação Básica:
orientações para regulamentação da Lei 13.935, de 2019”.
O currículo alinha pensamentos e práticas, como demonstrado nas disciplinas que
buscam refletir a Educação, cidadania e modernidade, a identidade e características da
profissão docente, relações históricas entre psicologia, processos de escolarização e políticas
em Educação, questões contemporâneas da formação e atuação docente. Estes conhecimentos
preparam para práticas de trabalho em equipes. Fica evidente que, como as atribuições se
complementam, o currículo busca essa integralidade, propondo disciplinas que trazem nas
intervenções de atuação prática e teoria. Porém o currículo realmente disponibiliza o que
propõe? Visto que as ênfases não são parte de todos os currículos das universidades do Sul,
como a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Neste sentido, apresentam também a definição e características de equipes de trabalho
em diferentes contextos, até mesmo para questionar e (re)pensar dentro do contexto escolar há
muitas particularidades de um espaço a outro, de um município, estado, gestão, regionalidade,
entre outras diversidades e potencias. Diferenciar, conhecer e compreender equipes de
trabalho interdisciplinares e multiprofissionais auxilia a/o educanda/o a refletir sobre a
atuação e no papel da/o psicóloga/o em equipes de trabalho como um todo. Uma questão
levantada ao longo do texto foi sobre a acessibilidade, as disciplinas que abordam o
significado histórico-cultural da deficiência, políticas públicas e pessoas com deficiência,
terminologia e conceituação da deficiência, noções básicas sobre as barreiras enfrentadas
pelas pessoas com deficiência.
Todo esse conhecimento deve ser proposto nas práticas, na solicitação de recursos,
esses que podem a vir ser tecnologias utilizadas para a acessibilidade aproximando mais
essas/es educandas/os, profissionais da educação, entre outras pessoas que pertencem a
comunidade escolar de equidade e inclusão nesses espaços nos contextos escolares,
proporcionando um lugar de pertencimento. Com o conhecimento das legislações atuais da
área nos campos da saúde, educação, trabalho e assistência social, as ideias podem sair do
38

papel em articulação com as esquipes ganharem lugares de visibilidade e de atuação.


Sobre as disciplinas que abordam a Ética como campo de conhecimento e de relações
sociais, moral e conduta, a base das relações está na ética, essa que acima de tudo presa o ser
humano e seus direitos como membro da sociedade a qual se constitui sujeito. Porém, para
nortear os profissionais de psicologia, é preciso respeitar a ética da profissão descrita no
Código de Ética Profissional e Resoluções Normativas do Conselho Federal de Psicologia. É
fundamental (re)conhecer, refletir, revisitar num processo de aprendizagem contínua,
problematizando e acolhendo as orientações e dilemas éticos na conduta profissional
independente do contexto, cargo ou espaço de atuação.
Mas em especial no contexto escolar, área na qual a Psicologia deixou um marco de
estigmas, que ora ou outra são revisitados e requisitados em práticas, a quais a psicologia não
atua mais, é preciso ter uma atuação crítica maior. Não se pode apagar o que já foi feito, no
entanto, tem-se o compromisso de fazer desse histórico mais um motivo para não colaborar
para práticas que ferem os direitos humanos e contribuem para o retrocesso.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens. (PITÁGORAS apud


CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010, p. 93)

A modernidade trouxe o sonho de liberdade, as expectativas de autonomia, essa que


serve de suplemento de locomoção para a introdução de modelos de transformação em relação
ao tempo e ao espaço.
É comum ouvir dizer que se vive em um Estado Democrático de Direito, que visa
garantir descrita no artigo 1º da Constituição Federal, confirmada no artigo 5°, que diz:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...” (BRASIL, 1988, p.5).
De fato, não é isso que se tem como sociedade, sendo essa previsão da legislação uma utopia,
ou, pode-se dizer ainda, uma hipocrisia da idade moderna.
Com a aprovação da Lei 13935 (2019), depara-se com algumas lacunas que
levantaram questionamentos, dentre estes, nota-se que a lei cita, no Art. 1º, que as redes
públicas de educação básica contarão com serviços de psicologia e de serviço social, porém
não sinaliza a atuação dessas/es profissionais na escola. Questionou-se então onde atuarão
essas/es profissionais de psicologia e de serviço social e como elas/es desenvolverão ações
39

descritas nos incisos § 1º e § 2º sobre o processo de aprendizagem, participação da


comunidade escolar e nos projetos político-pedagógicos. Isto porque antes da aprovação da
Lei 13935 (2019) já existiam projetos em execução em alguns municípios de diferentes
estados brasileiros, com práticas diversas. Entende-se que as articulações são para padronizar
de alguma forma a implementação da lei e a inserção dessas/es profissionais.
O Conselho Federal de Serviço Social – CFESS e os Conselhos Regionais de Serviço
Social – CRESS, junto a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social –
ABEPSS e pelo Sistema Conselhos de Psicologia, composto pelo CFP e os Conselhos
Regionais de Psicologia – CRPs, a Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional
– ABRAPEE, a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia – ABEP e a Federação
Nacional de Psicólogos – FENAPSI, articularam a regulamentação e a implementação da Lei
13935 (2019), reunindo-se com os representantes e governantes em âmbito regional e
nacional. A conquista da aprovação deve ser comemorada, pois foram 20 (vinte) anos de luta
junto à comunidade escolar, entre outros envolvidos. As articulações iniciaram-se em janeiro
do ano de 2020 e não cessaram nem em março, com início da pandemia do Covid-19. Assim,
em setembro, as discussões resultaram no manual “Psicólogas(os) e Assistentes Sociais na
Rede Pública de Educação Básica: orientações para regulamentação da Lei 13.935, de 2019”,
no qual descreve-se o percurso das articulações e que é combustível para novas
movimentações, sendo o manual base das atribuições descritas e parte das discussões sobre o
papel das/os psicólogas/os escolar e educacional na educação básica.
No atual momento, não se tem ao certo uma definição de como esses projetos serão
alinhados para a implementação da lei e quais serão as maneiras de inclusão dessas/es
profissionais como parte das equipes multiprofissionais nas redes públicas de educação básica
e estabelecimentos de ensino. Porém espera-se que os processos a fim de atender a sociedade
capitalista contemporânea não se desvie a práticas de fracasso experenciadas anteriormente.
Frente ao exposto, recorda-se que, em sua pesquisa, Yamamoto (2013) realizou alguns
questionamentos em relação a atuação das/os psicólogas/os na educação básica na rede
pública nos anos de 2006 a 2010, entrevistando cento e oito psicólogas/os de sete Estados
brasileiros. Dentre os questionamentos, a autora discorre sobre a distribuição dessas/es
profissionais nas Secretarias Municipais de Educação, das quais as/os entrevistadas/os
trabalhavam. A autora Yamamoto (2013) relata perceber que não há um padrão de
contratação por percentual de população, nem um requisito pré-estabelecido para a
40

contratação dessas/es psicólogas/os, visto que, em alguns municípios, havia equipes de


psicólogas/os e outros apenas uma/um psicóloga/o para atender as demandas de todo o
município.
Outro questionamento, em relação a atuação dessas/es profissionais de psicologia,
referiu-se ao cargo e função nos quais foram contratados. Em resultado, a autora discorre que
muitas/os entrevistadas/os apontam diferenças entre cargo e função. Em relação ao cargo, a
maioria relatar atuar como psicólogas/os e um percentual muito menor como psicólogas/os
escolar. Em relação à função, o percentual maior, sendo que a maioria afirma atuar como
psicólogas/os, porém as demais apontam funções variadas como psicóloga/o escolar,
educacional ou da educação. O surpreendente foi que a maioria sinalizou desvio de função
para outros cargos como de professor/a, supervisor/a, coordenador/a e psicopedagoga/o
(YAMAMOTO,2013).
Ainda falando sobre o contexto de atuação, ressalta-se que nem sempre a Psicologia
trabalhou para promover a equidade, a liberdade e dignidade. Sabe-se que a Psicologia
contribuiu com conhecimentos que auxiliaram a compreensão dos processos de
aprendizagem, porém também é de conhecimento que ao contribuir para correção das
dificuldades no processo de escolarização formal, deu início a uma busca desenfreada que
ambicionava a padronização e normatização das/os educandas/os. Assim, a Psicologia marcou
a profissão historicamente pelas práticas de ajustamentos, regadas de avaliações e testes que
contribuíram para exclusão, classificação e medicalização de muitas crianças e adolescentes,
com a intenção de adaptá-las a uma visão de normalidade, cooperando para o fracasso escolar
(ZANELLA, 2007).
A legislação atual ressalta a importância da prática crítica. Segundo o manual
Psicólogas(os) e Assistentes Sociais na Rede Pública de Educação Básica: orientações para
regulamentação da Lei 13.935, de 2019, a minuta elaborada descreve, no artigo 1º, que as/os
profissionais de psicologia e assistente social irão compor as equipes multiprofissionais das
redes públicas de educação básica para atender necessidades e prioridades definidas pela
política de educação, além da colaboração dos projetos políticos pedagógicos dos
estabelecimentos de ensino atuante, serão integradas a rede pública de educação básica do
ensino da Secretaria de Educação do estado e município atuante.
Os questionamentos sobre a formação descrita nesses documentos podem servir de
base para novos documentos, que podem vir a emergir durante a implementação da Lei
41

13935/2019 e na atualização de grades curriculares para preencher lacunas e requisitos


identificados. Ao pensar no que se propõe essa pesquisa, os dados coletados são suficientes
para uma breve análise da discussão sobre a formação e capacitação da/o profissional de
psicologia, com o objetivo de atender os atributos da/o psicóloga/o escolar/educacional,
descritos pelo Conselho Federal de Psicologia.
Neste sentido, pode-se de alguma maneira dizer que parcialmente as ementas
analisadas no currículo estudado apresentam conteúdo teórico suficiente para atender às
demandas surgidas na nova legislação, bem como no manual. Isto porque possuem um
conteúdo teórico abrangente e crítico, alinhado às práticas que irão possibilitar o
desenvolvimento das atribuições necessárias para atuação da/o psicóloga/o no contexto
escolar. Aparentemente o currículo se encontra em reconstrução na página, não significa que
acate as atribuições descritas no manual do Conselho Federal Psicologia (CFP,2020), a partir
das novidades apresentadas na Lei 13935/2019. É de suma importância que as universidades
continuem aprimorando seus currículos para ampliar a formação destas/es futuras/os
profissionais.
A reflexão assume importância a partir do momento que vivencia o mundo, no qual a
pandemia COVID-19 tem contabilizado o número de mortes diárias e adoecido os que
permanecem isolados, trabalhando, porém todos na espera de uma resposta essa que não tem
previsão. Sobre a importância das/os profissionais de psicologia e serviço social durante a
pandemia no acolhimento da população e como serviço essencial, conclui-se que a atuação
dessas profissionais no futuro quadro pós-pandemia tornou-se indispensável para toda
população. Esta pesquisa teve a intenção de contribuir e incentivar estas reflexões e mudanças
nos currículos, visto que a formação de uma/um profissional de qualidade irá apresentar
significativas melhoras no campo de atuação da psicologia educacional/escolar. Para
Vygotsky (1984),

[...] o aprendizado se dá por intermédio da cultura com a mediação do professor, o


professor como representante da cultura, não como dono do conhecimento, mas
como promotor da aprendizagem, fornecendo instrumentos para a criança
trabalhando com a curiosidade e exploração de novos conteúdos. [...] o aprendizado
pressupõe uma natureza social específica e um processo através do qual as crianças
penetram na vida intelectual daqueles que as cercam, sendo assim um movimento
constante e dialético que tem como ponto de partida o nascimento e só termina com
a finitude (Vygotsky, 1984, p. 99).
42

Diante o exposto, imagina-se que muitas universidades tendem a adaptar o currículo


com novas ementas a fim de contemplar os requisitos das leis atuais e da nova realidade após
a pandemia. Nesse sentido, já se nota discussões sobre novos currículos de formação para
todas as universidades, com intuito de melhor capacitar profissionais de psicologia para o
cargo de psicóloga/o escolar. Sendo assim, há a esperança de que, a partir do ano de 2021,
tenham-se mudanças nos currículos dos cursos de psicologia de todo país. Mas o que será
cobrado das profissionais que já atuam ou se formaram nesse ano de 2020? Fica uma sugestão
para uma possível reciclagem e oferta de licenciatura como era em anos passados.
43

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