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Resumo: Após quase duas décadas em tramitação, a inserção de profissionais da psicologia nas
redes públicas de educação básica está prestes a se tornar realidade, visto a aprovação da Lei nº
13.935/2019. Porém, a profissão de psicóloga(o) não está associada aos processos de ensino
por muitos, inclusive profissionais das áreas da psicologia e de educação, o que resulta em
desconhecimentos e expectativas sobre o papel das(os) psicólogas(os) na educação. O presente
estudo tem como objetivo caracterizar, a partir da percepção de psicólogas escolares, os
desafios e os conhecimentos técnicos que permeiam a inserção da psicologia na rede pública de
educação, por meio da Lei nº 13.935/2019. Para coleta de dados, foram realizadas 4 entrevistas
com psicólogas escolares da Grande Florianópolis. Constatou-se que o conhecimento técnico
que embasa as práticas dessas profissionais é advindo em maior parte de suas formações
continuadas, que fundamentam a aplicação de práticas coletivas em conformidade com o
processo de escolarização. Verificou-se também uma rotina desafiadora, marcada pela cultura
e expectativa individualizante e patologizante das escolas e corpo escolar, o que se soma ainda
aos efeitos da precarização da educação. Observou-se expectativas negativas acerca da
implementação da Lei nº 13.935/2019, as quais as participantes chamam atenção para os riscos
decorrentes de sua falta de regulamentação. Considera-se necessário averiguar as formas de
ensino da Psicologia e Educação nas graduações em buscas de melhorias na formação de
futuras(os) psicólogas(os). Conclui-se que a formação continuada de psicólogos escolares é
essencial para efetivação de práticas adequadas e satisfatória.
1 INTRODUÇÃO
Após quase duas décadas em tramitação, a inserção da psicologia nas redes públicas de
educação básica está prestes a se tornar realidade, visto a aprovação do Projeto de Lei nº
3688/2000 (BRASIL, 2000), que culminou na Lei nº 13.935, de dezembro de 2019. A legislação
em questão dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas redes
públicas de educação básica, e busca através de equipes multiprofissionais, atender as
necessidades e enfrentar as adversidades que assolam hoje o sistema educacional brasileiro.
Assim, profissionais de ambas as áreas poderão desenvolver melhorias da qualidade do
processo de ensino-aprendizagem, e mediar os problemas socioinstitucionais que se fazem
1
Artigo apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Graduação em Psicologia da
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. 2021.
2
Acadêmico do curso Psicologia da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul. E-mail:
leonardotlohn@gmail.com. Artigo apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Graduação
em Psicologia da Unisul. Ano. Orientador: Profa. Viviane Bastos, Ma.
3
Mestra em Educação – UNISUL. Professora Titular na Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.
2
conhecimento da Psicologia Escolar e Educacional, visto que existem ainda hoje incertezas pela
nomenclatura correta, e a errada. Como afirmam Barbosa e Souza (2012, p. 165), a Psicologia
Educacional e a Psicologia Escolar se diferem “em termos de (a) objetos de interesse, (b)
finalidades, e (c) métodos de investigação e/ou intervenção”, entretanto, como ressalta Antunes
(2011, apud BARBOSA; SOUZA, 2012), essas diferenças devem ser observadas a partir do
contexto histórico no qual estavam inseridas, visto o desenvolvimento e transformação das
concepções da Psicologia Educacional e da Escolar ao longo de sua história.
Antunes (2008) classifica a Psicologia Educacional como uma subárea de conhecimento
da Psicologia, que tem como objeto de estudo os fenômenos psicológicos que constituem o
processo educativo, âmbito no qual busca essencialmente a produção de conhecimentos de
acordo com procedimentos definidos, fundamentados em concepções ontológicas,
epistemológicas, metodológicas e éticas.
Já a Psicologia Escolar, se caracteriza como um campo de atuação, no qual busca
trabalhar o contexto e funcionamento da educação, estando mais próxima do processo de
escolarização, o que a faz ter como objeto de estudo a escola e as relações que se estabelecem
nessas organizações. Constitui sua prática profissional através de intervenções no espaço
escolar, tendo como foco os fenômenos psicológicos fundamentados pela Psicologia
Educacional e outras subáreas da Psicologia e Educação (ANTUNES, 2008).
A diferenciação desses conceitos se faz importante visto a trajetória que a psicologia
desenvolveu no Brasil em sua relação com a educação, especialmente quando se denotam as
modificações ocorridas em seus saberes e práticas ao longo dos anos (BARBOSA; SOUZA,
2012). Entretanto, ao longo desse trabalho, será utilizado apenas o termo Psicologia Escolar e
Educacional, como algo único, visto que são áreas intrínsecas uma à outra e atualmente dizem
respeito a conhecimentos técnicos-científicos singulares, o que torna retrógrada a diferenciação
destas (ANTUNES, 2008; BARBOSA, 2011).
De acordo com Patto (1997, apud PATIAS; GABRIEL, 2012), a história da Psicologia
Escolar e Educacional no Brasil se divide em três períodos: (a) de 1906 a 1930, cujo enfoque
permanecia apenas nos estudos de laboratório, sem intervenção na realidade da época; (b) de
1930 a 1960, período marcado pela aplicação de testes psicológicos voltados para diagnóstico,
predição e controle; (c) e a partir de 1960, quando os profissionais da psicologia em conjunto
com da educação passaram a se preocupar com a solução/correção dos problemas de
aprendizagem e comportamento, se adaptando de acordo com a percepção de insuficiência de
uma prática resumida por diagnósticos. Esses diferentes momentos estão relacionados aos
paradigmas internacionais da Psicologia e Educação, entre eles o Europeu, e especialmente o
4
Americano, que a partir do segundo período se torna principal influência para os estudos e
intervenções no Brasil.
Barbosa e Souza (2012), ao estudarem os principais momentos e concepções da
Psicologia Escolar e Educacional, detalham ainda mais essa história, e demarcam novos
períodos desse campo de estudo. As autoras denotam o surgimento de um olhar crítico sobre as
práticas psicológicas aplicadas na educação a partir 1981, e a reconstrução desses
conhecimentos técnicos-científicos que se iniciou em 1990, momentos que marcam a superação
de uma psicologia normatizadora e patologizante.
Observa-se que a Psicologia Escolar e Educacional está presente no Brasil desde o início
do século XX, entretanto, Patto (2010, apud BARBOSA, 2011) denota que sua presença nas
escolas se iniciou apenas em meados de 1960. Principalmente a partir de 1971, com a
promulgação da Lei nº 5.692 (BRASIL, 1971), a qual promoveu a ampliação do sistema
educacional, garantindo escola obrigatória e gratuita, houve um aumento significativo de alunos
advindos de diversas realidades socioculturais, aumentando o número de demandas individuais
referentes ao processo de aprendizagem e comportamento. A atuação de profissionais da
psicologia com seu arcabouço de conhecimentos psicométricos e clínicos passou a se fazer
necessária nas escolas visto que as intervenções puramente pedagógicas não eram mais capazes
de suprir a diversidade de necessidades apresentadas (BARBOSA; MARINHO-ARAÚJO,
2010).
Barbosa e Marinho-Araújo (2010), observam que essas novas demandas no contexto
escolar trouxeram atenção aos psicólogos, que vinham desenvolvendo pesquisas psicométricas
em relação às questões que envolvem aprendizagem. Foram então requisitados pelas escolas,
onde tinham como principais funções a tarefa de avaliar e tratar os alunos, com fim de prevenir
comportamentos desajustados socialmente. Medir as capacidades dos alunos através de testes,
separá-los em aptos ou inaptos para aprendizagem, e buscar a readaptação destes para o
contexto escolar, eram as práticas dos psicólogos educacionais da época, que quando incapazes
de resolver as demandas dos alunos, formulavam laudos e diagnósticos, responsabilizando
unicamente o educando por seu fracasso escolar (ANDRADA, 2005; BARBOSA, MARINHO-
ARAÚJO, 2010; OLIVEIRA; MARINHO-ARAÚJO, 2010).
Essas práticas perduraram por mais de uma década, inicialmente fundamentadas por
pesquisas psicométricas que diferenciavam crianças como normais ou anormais, e que tinham
como foco a investigação das causas biológicas que envolviam as dificuldades de aprendizagem
das crianças e adolescentes. Em um segundo momento, influenciada pela teoria norte-
americana da carência cultural, a psicologia escolar passou a relacionar as dificuldades
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escolares às condições socioeconômicas e culturais das crianças, inferindo que o problema não
era biológico, mas decorrente de um ambiente pobre de estimulação da aprendizagem. Apesar
da mudança no enfoque individual para o social, a psicologia continuou segregando,
relacionando e resumindo a causa dos problemas às crianças ou suas raízes, desconsiderando
os determinantes de natureza pedagógica (ANTUNES, 2008; BARBOSA; MARINHO-
ARAÚJO, 2010; BARBOSA; SOUZA, 2012).
Esse cenário passou a ser questionado no fim da década de 1970, onde os profissionais
da psicologia em conjunto com outras áreas da educação passaram a refletir sobre os efeitos das
práticas aplicadas pelos psicólogos na educação. Nesse momento a nomenclatura de Psicologia
Escolar passou a ser utilizada com mais frequência, a fim de diferenciar as novas práticas das
tradicionais biologicistas e medicalizantes. Buscou-se criar uma modalidade de trabalho
efetivamente comprometida com o cotidiano da escola e sua função essencialmente pedagógica,
abandonando o caráter clínico da Psicologia Educacional (BARBOSA, 2011).
A partir disso, os psicólogos escolares buscaram analisar as origens e raízes dos
processos de escolarização, analisando os diferentes papéis da escola na vida dos sujeitos,
trabalhando em conjunto com as ciências sociais e pedagogia, a fim de compreender qual a real
função da psicologia na escola. Ao abranger este olhar para além do biológico e contexto
sociocultural dos sujeitos, chega-se à noção da importância que tem a atuação junto aos
discentes, aos docentes, à família, à escola, à Educação como um todo e à sociedade em que
está inserida (ANTUNES, 2008; BARBOSA, 2011).
Para uma contribuição efetiva da psicologia nas escolas, as práticas aplicadas nesse
contexto devem ser embasadas por um saber específico, para que a aplicação dos
conhecimentos técnico-científicos se relacione com a educação escolar, a fim de não se
desenvolver nesse campo, ações não adequadas ao processo educativo e que minimizem sua
complexidade (ANTUNES, 2008). Dessa forma, as práticas aplicadas no contexto educacional
pelas(os) Psicólogas(os) Escolares, devem estar em consonância com os aspectos que
desenvolvem a aprendizagem, a organização escolar e seus constituintes, ou seja, evitando
apenas transferir métodos clínicos ao contexto educacional, deve-se questionar o papel da
escola na sociedade e a partir disso, refletir como a psicologia pode ser inserida nele.
A escola tem como função a socialização de conhecimentos e experiências produzidas
pela humanidade, bem como, a problematização dos problemas que compõem a sociedade e a
afligem, como questões de classe, cultura, religião, relações de gênero e étnico-raciais (aspectos
presentes também nas instituições de ensino). Portanto, a atuação da psicologia nas escolas
assim como a educação, deve buscar a transformação e manutenção da sociedade, se atentando
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para além das questões pedagógicas, a todos os processos subjetivos que interferem nelas,
como: as relações afetivas, prazeres, sofrimentos, comportamentos, ideias, sentimentos,
motivações e interesses (ou falta destes), a aprendizagem e seus métodos, meios de socialização,
significados e sentidos atribuídos pelos sujeitos envolvidos nas relações escolares, entre outros.
(MARTINEZ, 2010; CFP; CREPOP, 2019).
Esses diferentes aspectos que atravessam o campo educacional caracterizam um
ambiente complexo e diferente em cada escola e região, impossibilitando que a prática do
psicólogo escolar e educacional possa ser resumida em um conjunto de técnicas, roteiros de
intervenção prontos para serem replicados em quaisquer instituições. Entretanto, pode-se
pensar o essencial para as intervenções, bem como, o que essas devem objetivar.
(RATUSNIAK; SILVA; SZNYCER, 2017).
As práticas da psicologia nesse contexto devem estar em consonância com as da escola
— socialização de conhecimento —, portanto, tem como principal função a de resolver as
questões que dificultam o processo de aprendizagem. Partindo disso, nos deparamos com a
complexidade desse objetivo, as infinitas adversidades que atrapalham os processos de
aprendizagem de cada estudante. Ainda assim, observando as necessidades de cada escola e do
coletivo de estudantes, é possível mediar e prevenir os problemas gerais e individuais do corpo
escolar (CFP; CREPOP, 2019; WITTER, 2009 apud BARBOSA, 2011).
Apesar de a Psicologia Escolar e Educacional ainda não estar consolidada como uma
política pública no país, especialmente na rede pública de educação, nos últimos anos algumas
práticas de psicólogas(os) na educação básica vêm sendo realizadas e replicadas de acordo com
percepção de efeitos positivos, fazendo com que muitas já possam ser consideradas tradicionais
(MARTINEZ, 2010). De acordo com a autora: orientação profissional, orientação sexual,
orientação de pais, formação e orientação de professores, avaliação e atendimento de alunos
com dificuldades escolares ou sociais, coordenação de projetos educativos, são algumas ações
pelas quais as(os) psicólogas(os) escolares vem em geral, se estabelecendo no meio educacional
(MARTINEZ, 2010).
Entretanto, essas práticas variam de acordo com o papel na qual a(o) psicóloga(o) se
insere no campo educacional. Dentre os papéis mais comuns que o profissional da psicologia
assume nesse meio, estão sua presença fixa do profissional no corpo escolar de uma instituição
(modelo onde as técnicas citadas anteriormente mais se reproduzem); a contratação como
terceirizado para uma ou mais intervenções específicas; fazendo parte de um grupo
multiprofissional de apoio técnico a diferentes instituições da região, entre outras formas de
contratação (MARTINEZ, 2010; TONDIN; DEDONATTI; BONAMIGO, 2010). O papel que
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será desenvolvido por psicólogas(os) atuantes na rede pública de educação por meio da Lei nº
13.935/2019, ocorrerá através de equipe multidisciplinares trabalhando em conjunto com as
secretarias de educação, possuindo um enfoque na assessoria e gestão aos profissionais de
ensino.
Na referida situação, alguns limites técnicos são postos quanto às práticas dos
profissionais responsáveis, especialmente no que diz respeito às intervenções da Psicologia
Escolar e Educacional caracterizadas por atuações com enfoque coletivo dos sujeitos nas
escolas. Porém, a forma como a psicologia se insere na educação básica através da Lei nº
13.935/2019 pode ser ainda proveitosa, visto que não impede os profissionais de desenvolverem
o que Martinez (2010) chama de “formas de atuação emergentes” da psicologia.
Essas práticas configuram modos de atuação mais recentes, pouco difundidos, mas
muito efetivos e complexos, na qual a(o) psicóloga(a) escolar e educacional busca promover
mudanças significativas nas organizações a nível sistêmico, auxiliando no reconhecimento dos
problemas institucionais e sociais, para posterior desenvolvimento de propostas pedagógicas
marcadas não só pelo caráter de solução, mas principalmente de prevenção (CFP; CREPOP,
2019; MARINHO-ARAÚJO, 2007; MARTINEZ, 2010).
Assim se faz uma das atribuições das(os) psicólogas(os) escolares, a participação na
elaboração, avaliação e reformulação do projeto político-pedagógico das instituições escolares,
que podem ser aprimorados quando confrontados com aspectos da dimensão psicológica e
subjetiva que atravessam a escola. Entretanto, para que tais ações sejam feitas, é necessário
antes se fazer um diagnóstico da escola, observando a nível institucional, os dados que remetem
aos seus problemas psicoeducativos e psicossociais. Pode-se considerar então, que um primeiro
passo é o reconhecimento do local a ser trabalhado, traçando dados estatísticos sobre os
estudantes e trabalhadores da instituição, como índices de aprovação, reprovação, evasão, perfis
socioeconômicos, carga-horária, formações, e questões externas a escola, como os sentidos
atribuídos à educação na comunidade, e até mesmo a história da escola e da região onde está
localizada (ANDRADA, 2005; CFP; CREPOP, 2019; MARTINEZ, 2010).
A partir dessas ações, se torna possível pensar os processos de ensino-aprendizagem que
se dispõem na escola, pois ao se levantar questões que atravessam esse processo, podemos
intervir para superar as adversidades, ou reforçar os pontos positivos descobertos. É essencial
não direcionar atenção apenas às dificuldades dos alunos, pois isso pode minimizar suas
aprendizagens, ou acidentalmente culpabilizá-los e aferir apenas a eles a responsabilidade pelo
fracasso escolar, o que é feito ainda com frequência. Orientando a comunidade de pais, alunos
e professores sobre esses comportamentos naturalizados em muitas escolas, se faz possível o
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a precariedade das organizações escolares. Dessa forma, este estudo pretende contribuir para o
desenvolvimento das práticas psicológicas no contexto educacional, embasando
cientificamente as ações de psicólogas(os) nas escolas, superando e prevenindo o retorno de
práticas psicológicas individualizadoras, reproduzidas nos primeiros contatos entre psicologia
e processos educacionais.
A partir do exposto acerca da importância da compreensão dos desafios e
conhecimentos técnicos que permeiam as práticas de psicólogas(os) escolares, o presente
estudo tem como objetivo geral, caracterizar a partir da percepção de psicólogas(os) escolares,
os desafios e os conhecimentos técnicos que permeiam a inserção da psicologia na rede pública
de educação, por meio da Lei nº 13.935/2019. Sendo os objetivos específicos: Descrever o
percurso histórico da Psicologia Escolar e Educacional até a promulgação da Lei nº
13.935/2019; Identificar pela percepção de psicólogas(os) escolares, os conhecimentos técnicos
que embasam a atuação da Psicologia Escolar; Identificar pela percepção de psicólogas(os)
escolares, os desafios que permeiam a inserção de profissionais da psicologia na rede pública
de educação por meio da Lei nº 13.935/2019.
2 MÉTODO
possíveis participantes, as mesmas foram convidadas por meio de telefonemas, mensagens pelo
WhatsApp, ou até mesmo presencialmente, conforme a necessidade de conseguir estabelecer o
primeiro contato. Todas as participantes solicitadas que se encontraram de acordo com os
critérios de inclusão, foram então esclarecidas sobre a pesquisa, seus objetivos, e procedimentos
de coleta de dados, com fim de assegurar a compreensão e aspectos do estudo, bem como,
confirmar o interesse em participar.
A coleta de dados se deu através de entrevistas semiestruturadas, as quais foram
realizadas virtualmente através da plataforma Google Meet e, tiveram duração média de 1 (uma)
hora. O roteiro de perguntas foi produzido objetivando a coleta de informações sobre todos os
objetivos específico, resultando em perguntas abertas e fechadas sobre as perspectivas das
participantes acerca da história da psicologia escolar, seus conhecimentos técnicos e desafios.
Foram elaboradas ao todo 23 perguntas, entretanto, durante as entrevistas, algumas perguntas
previamente elaboradas se mostraram redundantes ou desnecessárias, portanto, ao longo das
entrevistas foram adaptadas ou excluídas de acordo com a percepção do pesquisador. Vale
destacar que, visando não prejudicar ou interromper a linha de raciocínio das participantes, cada
entrevista seguiu um rumo diferente, focando nos aspectos que as entrevistadas tinham mais a
relatar, como os desafios para uma, e conhecimentos técnicos para outra. Apesar do enfoque
diferente nos diálogos, o pesquisador garantiu que as entrevistas abordassem todos os tópicos
necessários, de forma que a divergência nos discursos das participantes pudesse captar de forma
integral, os conhecimentos técnicos e desafios da inserção da psicologia na rede pública de
educação.
Após realizadas as entrevistas, passou-se para a seguinte etapa, o tratamento e análise
de dados. Nesta etapa, foram transcritas as entrevistas, o que possibilitou a organização dos
dados coletados, e facilitou a realização de correlações entre as falas das participantes e teóricos
referenciados. Os dados obtidos foram separados em categorias e subcategorias de acordo com
os objetivos específicos.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Optou-se por entrevistar a participante D, pois apesar de não estar inserida diretamente
em uma escola, esta deve ser considerada uma Psicóloga Escolar e Educacional, visto seu
enfoque nas demandas escolares. Destaca-se ainda que a forma com que esta participante se
insere no contexto educacional, se assemelha aos meios de inserção previstos na implementação
da Lei nº 13.935/2019, ao menos no estado de Santa Catarina, possibilitando comparações e
reflexões sobre este meio de inserção.
Então, daí vai depender do que eles ensinam e em qual faculdade. É que vai
mudando, e não só de faculdade para faculdade [...] Existe uma diversidade
gigantesca (de currículos), então depende do que cada um curso ensina, e na
maneira que ensina. [...] Pesquisas recentes têm apontado que ainda que esse
conhecimento em termos de produção científica seja bastante significativo
hoje no Brasil, ele não tem o mesmo alcance na formação inicial, ou seja nos
cursos de graduação, e menos ainda nos profissionais que estão de fato
atuando nos contextos educativos. Então eu por exemplo, me considero
privilegiada, porque minhas duas professoras da graduação são
pesquisadoras da área da psicologia escolar que já tinham essa perspectiva
crítica, e já tinham uma preocupação e uma intenção de formar psicólogas e
psicólogos para atuar na área na área da educação a partir de perspectiva
crítica. Então eu tive uma formação na graduação na área de psicologia
escolar que a grande maioria dos cursos hoje ainda não oferece, e isso foi um
grande diferencial para mim inclusive e pra carreira que eu decidi seguir
depois. (Participante A)
Esses relatos corroboram o que Martinez (2010) afirma sobre a formação acadêmica,
quando indica que as graduações em psicologia se atêm as demandas clínicas, o que direciona
toda a formação ao contexto clínico e não preparam os estudantes para atuarem no contexto
educacional, visto que deixam de associar a psicologia aos processos de ensino. Diogo (2020)
complementa ao indicar que a formação inicial não propicia subsídios que levem os estudantes
a compreender a relação entre o ensino e a aprendizagem de forma dialética, contextualizada e
crítica, se instaura o risco de no futuro, estes estudantes aplicarem lógicas deterministas,
reducionistas, que minimizam a complexidade das demandas educacionais, ao desconsiderarem
os aspectos subjetivos que envolvem o corpo docente.
Esse risco mencionado por Diogo (2020), de psicólogos e psicólogas escolares atuarem
de forma “equivocada”, como se refere Antunes (2008) às práticas que reduzem os desafios dos
processos pedagógicos a fatores de natureza psicológica, foi enfrentado e superado pelas
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O papel das(os) psicólogas(os) escolares varia de acordo com a forma com que esta(e)
profissional está inserida no contexto educacional, o qual se dá em diferentes âmbitos e níveis,
e faz com que o papel das(os) psicólogas(os) escolares variem de acordo com sua proximidade
com as instituições de ensino, e as demandas educacionais recebidas em seu local de trabalho
(MARTINEZ, 2010). Dessa forma, se faz compreensível que a participante D, que está inserida
na área da Saúde, não apresente respostas semelhantes as demais participantes. Ao discorrer
sobre seu papel como psicóloga escolar, a participante trouxe em seu discurso, que seus
principais focos atuando de fora das escolas são a prevenção de problemas de saúde mental que
atravessam o processo de ensino aprendizagem, e a resolução de conflitos que a equipe da
escola não se sente preparada para lidar.
Através de projetos localizados, a participante busca prevenir as dificuldades que são
mencionadas e encaminhadas pelas escolas, as quais, de acordo com os exemplos práticos
relatados, envolvem comportamentos dos alunos que impactam tanto nos seus processos de
aprendizagem, como em suas relações sociais. Seus projetos visam também a observação de
queixas individuais dos alunos que podem passar despercebidas pelo corpo escolar,
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principalmente no que diz respeito ao sofrimento psíquico dos alunos. Outro de seus papéis
como psicóloga escolar da saúde, está na resolução de demandas encaminhadas pelas escolas,
as quais são majoritariamente, a avaliação e acompanhamento de alunos com transtornos
comportamentais e de aprendizagem. Nesses casos, a participante relatou que faz a aplicação
de testes psicológicos com fins de obter possíveis diagnósticos - em um trabalho conjunto com
psiquiatras e neuropediatras – para auxiliarem no processo de acompanhamento da criança, e
possibilitar o recebimento de um professor de apoio, e também do Benefício De Prestação
Continuada (BPC), auxílio para a criança com deficiência e sua família:
Diagnosticar a criança é uma coisa que dá medo na gente, mas eu acho que
o diagnóstico quando vem para auxiliar no desenvolvimento ele tem que ser
feito, tem que ser dado o laudo, e como tem essa lei que exige esse laudo pra
que eles tenham esse auxílio, às vezes a gente faz. [...] Tem outra criança que
tem sete anos, não tem diagnóstico, e foi a professora que veio me pedir
auxílio, porque ele não parava em sala de aula e ela estava apavorada,
porque ele não estava sabendo ler e escrever. Nesse caso só conversa com a
professora e com a família já tirou a carga das costas da professora, que
estava se achando incompetente porque não estava conseguindo alfabetizar
aquela criança. Neste caso, eu estou procurando um profissional para dar o
laudo, para ele ter um segundo professor para auxiliar essa professora.
(Participante D)
Percebe-se através do relato da participante D, um enfoque nos fatores que estão levando
o aluno em questão a apresentar um desempenho insuficiente na sala de aula, observado pela
psicóloga e professora, como possível causa de algum transtorno. Diferentemente das outras
três participantes, esta busca a resolução do caso através de um laudo diagnóstico, direcionando
sua atenção primariamente sobre o indivíduo. De acordo com o CFP (2019), é necessário que
as psicólogas(os) escolares, estejam estas inseridas em escolas ou em áreas que trabalham em
conjunto com a educação, não atuem em torno da patologização e medicalização, visto que os
diagnósticos propiciam a exclusão da criança na escola, que passa a ser vista e tratada
integralmente como a portadora de uma deficiência ou transtorno, tendo sua subjetividade
resumida ao diagnóstico (BARBOSA, 2011; CFP; CREPOP, 2019).
O papel que cada participante busca assumir em seu contexto de inserção, seja nas
escolas ou na saúde, está diretamente ligado aos conhecimentos técnicos que embasam suas
práticas, o que evidencia um dos principais motivos pelo qual o papel assumido pelas
participantes A, B e C se diferenciam tanto do papel da participante D, a única que não deu
continuidade a sua formação como psicóloga escolar e educacional, contando apenas com os
aprendizados da graduação. A presença psicólogas(os) priorizando diagnósticos e outras
práticas clínicas mesmo no contexto educacional se faz comum, especialmente quando estes
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professores e diretores(as) por exemplo, surgissem conflitos nas equipes. Vectore e Maimoni
(2007) afirmam que ao se inserirem nas escolas, as(os) profissionais da psicologia podem fazer
um levantamento não apenas dos fenômenos a serem trabalhados na instituição, mas também
das expectativas dos profissionais que ali atuam, com fim de pensar e dialogar com o grupo
suas dúvidas, preconceitos referentes as práticas da psicologia escolar, e consequentemente
construir uma relação saudável de trabalho com toda a equipe. As participantes A e B foram as
primeiras psicólogas escolares de suas instituições, e apesar de vivenciarem isso fortemente no
começo de seus trabalhos, enfrentam as dificuldades relacionadas aos estigmas da psicologia
clínica na escola ainda hoje. Ambas relataram que frequentemente devem trabalhar tais aspectos
novamente, sempre que ocorrem substituições e entrada de novos profissionais na equipe,
marcando a necessidade de repassar e clarificar novamente seus papéis como psicólogas
escolares. Destaca-se ainda, que esse foi um dos principais exemplos tragos pelas profissionais
quando questionadas sobre os maiores desafios já vivenciados por elas como psicólogas
escolares:
Muitas e muitas vezes eu tive que explicar que eu não sou psicóloga clínica,
que eu não vou fazer psicoterapia. Isso é cotidiano, porque sempre sai e
entram professores e professoras novas que não entendem, ou muda a gestão
com nova diretora ou diretor. Então até quebrar isso (estigmas), é contínuo,
com a própria equipe, como com os alunos.
(Fala da participante B, quando questionada sobre os principais desafios que
enfrentou como psicóloga escolar).
necessitam de uma certa disponibilidade de cada profissional para reavaliar suas crenças e
práticas, entretanto, cabem as(aos) psicólogas(os) escolares a estimular a troca de saberes e a
participação coletiva entre as equipes, deixando de apenas criticar, mas sim buscar pensar e pôr
em prática a Psicologia Escolar e Educacional crítica (BARBOSA, 2011; CFP; CREPOP,
2019).
Por fim, as participantes foram questionadas sobre as qualidades necessárias para que
as(os) profissionais da psicologia exercessem boas práticas no contexto educacional em geral.
As participantes destacaram como principal requisito, a busca pela formação continuada, visto
as complexidades e diversidades de demandas na educação. Diante desse cenário, salientaram
a necessidade de buscar conhecimentos de outras áreas que permeiam a educação, com fim de
compreender fenômenos que aparecem como demandas nas escolas. Se faz necessária então a
aproximação dos saberes pedagógicos e institucionais, com fim de compreender as
metodologias de ensino e as dinâmicas institucionais respectivamente. A busca por esses
conhecimentos faz parte de um compromisso social e ético-político necessário para trabalhar
as demandas impostas no contexto escolar, sobretudo, na rede pública de educação, que
atendem as classes populares, onde aspectos como desigualdade social, exclusão, discriminação
de gênero e étnico-raciais aparecem com maior frequência como fatores que não podem ser
ignorados (CFP; CREPOP, 2019; CRUCES; MALUF, 2007).
A participante D foi a única que apresentou um alinhamento diferente, não se opondo a
formação continuada, mas também a priorizando de outra forma. A psicóloga em questão não
fez nenhuma capacitação referente ao contexto educacional, visto que têm escolhido suas
capacitações de acordo com suas principais demandas, advindas das escolas e da equipe
multiprofissional que compõe, a qual atualmente tem como foco subsidiar sua prática com
crianças autistas. A participante também coloca como requisitos para uma boa atuação da
psicologia escolar e educacional, a paixão pela prática exercida, afinal, a profissão é marcada,
de acordo com a participante, por diversos desafios e pela precariedade do cargo e locais
atendidos:
Tu tens que estar atento, e gostar de pessoas, porque tu vais pegar piolho, tu
vais ter contato com coisas que tu imaginas que existem [...] Então assim, é
ter consciência da realidade e saber o que tu queres, se tu não queres
trabalhar com gente pobre, se tu não tens essa veia social e tu não curte isso,
não adianta tu querer trabalhar nesse contexto. (Participante C)
Percebe-se que a atuação das(os) psicólogas(os) escolares tem como desafios não apenas
a complexidade e diversidade de demandas, mas também questões estruturais, visto que o
trabalho dessas profissionais é afetado pela precarização da educação pública. O impacto do
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considera-se que os objetivos traçados para esta pesquisa foram alcançados, uma vez
que a partir das entrevistas realizadas com as psicólogas escolares da Grande Florianópolis,
foram coletados os dados sobre suas práticas e formações, o que diz respeito aos conhecimentos
técnicos que subsidiam suas atuações como psicólogas(os) escolares, e também, os desafios que
as participantes enfrentaram/enfrentam em suas trajetórias profissionais, e que podem se
reproduzir de forma ainda mais preocupante no contexto de inserção da Lei nº 13.935/2019. A
legislação em questão, que prevê a inserção de psicólogas(os) através de equipes
multiprofissionais na rede pública de educação, não conta ainda com uma regulamentação que
previne práticas reducionistas, individualizantes e excludentes.
Em relação aos conhecimentos técnicos das psicólogas escolares, a maioria das
participantes apresentaram respostas similares entre si, e similares com as produções científicas
desenvolvidas pelas autoras e autores mais referenciados no Brasil no escopo da Psicologia
Escolar e Educacional. O conhecimento técnico que embasa as práticas dessas profissionais
possibilita uma atuação em consonância com a educação, ou seja, visam melhorias nos
processos de escolarização. Constatou-se a prevalência de práticas coletivas, ou seja, que além
de serem trabalhadas por equipes multiprofissionais, são realizadas em grupos, o que integra o
grupo e age na queixa principal sem aferir a um único indivíduo a culpa do problema, evitando
formas de exclusão, violências, e ainda os perigos da patologização e medicalização das
diferenças. Apenas uma das participantes apresentou conhecimentos técnicos divergentes da
Psicologia Escolar e Educacional crítica, o que apesar de preocupante, visto que se trata da
aplicação de práticas tidas como equivocadas por muitas autoras(es), evidência a presença de
diferentes conhecimentos técnicos subsidiando a psicologia aplicada no contexto escolar no
Brasil, o qual se dá por conta de deficiências nos cursos de formação de Psicologia.
Se torna interessante realizar um levantamento maior acerca das práticas que vêm sendo
realizadas pelas profissionais inseridas nos contextos educacionais na região da Grande
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Florianópolis, com fim de averiguar com mais precisão e em maior panorama, a presença de
psicólogas(os) realizando práticas pouco eficientes, e possivelmente danosas. Nesse sentido,
deve-se observar então, os conhecimentos técnicos dessas profissionais e suas capacitações, ou
falta delas.
Quanto aos desafios enfrentados pelas participantes em suas atuações como psicólogas
escolares, os dados coletados corroboram com as produções científicas, principalmente no que
diz respeito a, por vezes, conflituosa relação entre as(os) psicólogas(os) escolares e os demais
profissionais da educação, sobretudo professores(as) e coordenadores(as). Tais conflitos se dão
geralmente por conta da cultura individualizante enraizada na sociedade e escolas, o que cria
expectativas nos profissionais das instituições sobre as práticas da psicologia na educação, que
quando não praticadas, criam discordância entre as psicólogas(os) e educadores. Além das
complexidades e variadas demandas que se desenham nas escolas, as psicólogas citaram como
desafiadora a precarização das instituições e das formas de contrato, que por vezes
impossibilitam a realização de trabalhos coletivos. A inserção das profissionais no contexto
escolar também se mostrou desafiadora, visto que estas encontraram após contratadas, um
cenário com demandas e expectativas não estudados em suas graduações. Exceto por uma
participante, que fez sua formação em psicologia em outro estado, a qual lhe possibilitou desde
a inserção, a segurança sobre suas práticas e seu papel na escola.
Diante desse cenário, torna-se evidente a necessidade de fazer pesquisas acerca da
formação acadêmica em Psicologia no estado de Santa Catarina, nas quais podem ser
observadas as formas como que o ensino de Psicologia e Educação vem sendo trabalhados.
Uma pesquisa quali-quantitativa pode se fazer interessante para avaliar e comparar práticas e
desafios da psicologia escolar em Santa Catarina, com a de outros estados.
Em relação as adversidades que se apresentaram neste estudo, destaca-se a dificuldade
em localizar participantes, visto a escassez de profissionais da psicologia inseridos na rede
pública de educação, e consequentemente, o pouco tempo hábil para coleta e análise dos dados,
que foi adiada diversas por conta dos problemas em encontrar e realizar a coleta de dados com
as participantes. Quanto as limitações da pesquisa, seria interessante ter ampliado o tempo para
coleta de dados, visto que em todas entrevistas, alguns temas não puderam ser devidamente
aprofundados, por conta do tempo de entrevista estipulado e combinado com as participantes.
Espera-se que este estudo tenha contribuído com elementos que enriqueçam o debate e
o estudo sobre os conhecimentos técnicos da psicologia escolar, e seus desafios, especialmente
num cenário marcado pela inserção do psicólogo na rede pública de Educação, através da Lei
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REFERÊNCIAS
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