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Recoletores Pré-Históricas.
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1- Introdução
A resposta a questões essenciais da humanidade tem afligido, pelo menos
desde o aparecimento dos primeiros membros da nossa espécie com
capacidade cognitiva para tal, a Humanidade. Uma das mais importantes é a
resposta à pergunta: “de onde viemos”. A ciência mais capaz para conseguir
chegar a uma resposta a esta inquietação intelectual é a Arqueologia, a ciência
dos princípios, principalmente quando se debruça sobre a Pré-história antiga.
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2.1.1 O Quaternário
O Pleistoceno e o Holoceno
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2.1.1.2 Variabilidade Climática do Quaternário
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3. Aspetos biológicos do processo de hominização.
Não é de estranhar que neste contexto mental, o bispo James Ussher (séc.
XVII) afirmou que a terra tinha sido criada no dia 23 de Oõutubro de 4004 a.C.
(domingo) recorrendo às genealogias apresentadas na Bíblia.
Esta crença de uma origem divina do Homem é, ainda nos nossos dias,
alimentada pelos seguidores do Desígnio inteligente (Intelligent design).
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Trata-se de uma teoria, o que em ciência corresponde a uma hipótese que se
pode comprovar ou refutar, porque que se baseia em factos científicos, em
observações empíricas e não metafísicas.
Charles Darwin-
A teoria da Evolução foi primeiro intuída por Charles Darwin e apresentada por
este naturalista em1859, no seu livro “A origem das Espécies por meio da
seleção natural”. O que despoletou esta teoria em Charles Darwin foi a sua
viagem a bordo do navio “Beagle”, que lhe permitiu conhecer as ilhas
Galápagos. Nestas ilhas verificou que existiam pássaros da mesma família com
alterações morfológicas distintas ao nível do bico. Tentou perceber porquê e
chegou a conclusão que era uma adaptação ao tipo de alimento que existia em
cada ilha. A partir deste exemplo verificou se as conclusões a que tinha
chegado poderiam ser aplicadas a outras espécies e seres vivos. Confirmou
que existe evolução em todos os seres vivos e que estes não são imutáveis.
Árvore da vida
3.2 A classificação
A taxonomia é a ciência que define e nomeia os grupos de organismos
biológicos com base em características partilhadas. Foi iniciada por Carl
Linnaeus, com a sua obra “Systema Naturae” (1735).
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A cladística é uma ciência que pretende classificar os animais e as plantas não
só com base nas características partilhadas que se podem identificar como
tendo sido originadas num antepassado ou grupos de espécies comuns e não
por convergência. Iniciou-se com Willi Hennig e o seu livro publicado em 1950.
O que somos
• Reino • Animalia
• Filo • Chordata
• Classe • Mammalia
• Ordem • Primates
• Subordem • Haplorhini
• Família • Hominadae
• Género • Homo
• Espécie • H. sapiens
3.3.1 A Origem
Até meados do século XX, considerava-se que a origem da nossa espécie
seria na Europa, ou na Asia. Esse ponto de vista assentava na descoberta de
espécimes fósseis humanos tanto na Europa (Neanderthal, Gibraltar, Spy)
como na Ásia (Java Man).
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sobre a criança de Taung não foi bem aceite e a sua teoria sobre a origem
africana da humanidade desvalorizada. Só em 1947, com a descoberta de mais
fósseis de Australopithecus africanus a comunidade científica começou a
aceitar esta teoria e os trabalhos de Raymond Dart foram reconhecidos. A
década de 1950 marca uma importante alteração de mentalidades.
7-6 Ma
Holótipo TM 266-01-0606-1.
~ 6 Ma
3.3.2.1.3 Os Ardipithecus
Ardipithecus ramidus
~ 4.4 Ma
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ouvido médio é significativamente mais pequeno do que no posterior afarensis.
A. ramidus tem também um braço forte para subir às àrvores.
3.3.2.1.4 Os Australopitecíneos
Australopithecus anamensis
~ 3.9 – 4.2 Ma
Características modernas
(semelhanças com A. afarensis)
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Diferem ainda na forma do osso timpânico, raízes dos caninos mais longos e
robustos (pelo menos nos machos). Ramos mandibulares mais paralelos.
Sínfise mandibular (queixo) mais vertical.
Anamensis difere menos dos afarensis mais antigos (Laetoli) do que dos mais
recentes (Hadar /Central Awash.).
Australopithecus afarensis
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- Diastema entre o I2 e C superior e C e P3 inferior
- Incisivos superiores relativamente largos, incisivos centrais mais largos que
os laterais.
- Forte dimorfismo sexual
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Australopithecus africanus
Características dentárias
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Em resumo, a maioria das diferenças craniais e dentárias entre A. afarensis e
A. africanus podem ser explicadas por uma redução da ênfase na dentição
anterior e um aumento da importância dos dentes jugais na mastigação,
coincidente com a reorganização dos músculos temporais e masseter que
controlam os movimentos dos maxilares.
Características pós-craniais
- P3 totalmente bicúspide
Australopithecus garhi
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Descrição do crânio
Esqueleto pos-craneano
Australopithecus aethiopicus
~2.6- 2.5 Ma
- Uma base craniana plana, apresentando uma crista composta na região nucal
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- Pneumatização extensiva das estruturas laterais do crânio
- Palato fino
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Norte indicam que apenas apôs 1 Ma estas áreas foram colonizadas por H.
erectus.
3.3.2.1.5 Os “outros”
Kenyanthropus platyops
- Esmalte espesso
- Osso temporal com côndilo mais cilíndrico
- E fossa mandibular maior
Paranthropus boisé
Espécie criada em 1959 por Luís Leakey, encontrada a este do Vale do Rift
Holótipo – OH 5
~ 1.8 -1.2 Ma
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Paranthropus robustus
~ 2.2 – 1.5 Ma
- Forte crista sagital e nucal que originam uma arquitetura craniofacial distinta
que sugere uma forte musculatura maxilar
Características pós-cranianas
O Homo habilis
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O Homo erectus (Homo ergaster)
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O Homo heidelbergensis
O Homo neanderthalensis
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Europa e Asia Central e Sudoeste
Idade: Cerca de 400,000 a 40,000 anos
O Homo sapiens
3.3.3.1 O bipedismo
- Melhor Visão
- Caça
Desvantagens do bipedismo:
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Energética do Bipedismo
Hipótese da Termoregulação
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3.3.3.2 A encefalização
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3.3.3.3. Alteração morfológica da mão
Esta última alteração morfológica deriva das duas anteriores. O bipedismo vai
permitir a libertação das mãos para outras tarefas. O desenvolvimento cerebral
vai transformar as mãos num apêndice multifacetado capaz de materializar as
ideias elaboradas pelo cérebro. O polegar passa de uma posição paralela aos
outros dedos nos chimpanzés para uma posição perpendicular. Esta alteração
morfológica vai permitir a oponibilidade deste dedo com os outros quatro,
alargando as possibilidades apreensoras da mão.
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3.3.4 A miscigenação Homo
neandertalhensis/Homo sapiens
“Menino do Lapedo”
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4. O Paleolítico
O que é o Paleolítico?
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• Estudo do conjunto dos processos utilizados pelo Homem para produzir
ferramentas líticas (Texier, 1980).
• Estas ferramentas são, muitas vezes, o único vestígio que chegou até
nós.
A Matéria-prima
O percutor
O conhecimento
A Origem?
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Evolução
© Noriko das indústrias líticas
Inoue-Nakamura
4.1.2.1 -Tipologia
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apresenta a teoria dos modos tecnológicos passando as indústrias
anteriormente referidas a ser entendidas como “modos”.
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(Paranthropus robustus, Australopithecus aethiopicus e Homo habilis) na área
onde aparecem estas indústrias.
Delagnes, 2005
3.2.2 O Paleolítico inferior arcaico fora de África
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Por volta de 1.8 milões de anos deverá ter tido lugar a primeira migração para
fora de África de populações de Homo erectus. Os vestígios mais antigos foram
identificados na Geórgia, mais precisamente na estação de Dmanisi. Estas
populações colonizaram rapidamente os continentes euroasiático.
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4.2.3 Paleolítico Inferior
O Acheulense
Melka Kunturé
Tufreau, 2004
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Konso, Etiópia,
Beyene et al, 2012
Por volta de 700 000 a 500 000 anos vamos verificar o aparecimento de
indústrias acheulenses na Europa e na Ásia.
Baseado em Tuffreau
et al, 2001 36
4.2.3.2 Acheulense na Asia
Norton, 2006
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4.2.3.3. Acheulense na Europa
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4.2.4 Economia, Sociedade e habitats
4.2.4.1 Economia
• Caçadores/recoletores
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No final do Paleolítico inferior temos já provas irrefutáveis da existência da caça
como forma de se adquirir alimento. Na jazida de Shoningen, na Alemanha,
foram descobertas lanças em madeira associadas a ossos de cavalos. Esta
estação foi datada em 300 000 anos.
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Na estação de Gesher Benot Ya’akov, em Israel, foram identificadas
bigornas para aproveitamento de frutos de casca rija e raízes, indiciando não
só a recolha de espécies vegetais mas, também, o seu tratamento para facilitar
a sua ingestão.
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Uso do Fogo
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Aproveitamento de recursos: A Fauna
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4.2.4.2 Sociedade
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Réplica das pegadas de
Laetoli, Africa.
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4.2.4.3 Habitats
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A grande maioria dos vestígios arqueológicos de que dispomos indiciam que as
populações do Paleolítico Inferior preferiam acampamentos de ar livre à
ocupação de grutas naturais.
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3.3 O Paleolítico Médio
Durante o Paleolítico médio vamos encontrar algumas variações culturais nas
áreas geográficas ocupadas por espécies diferentes do género Homo.
Enquanto na Europa a espécie presente quando nos referimos ao Paleolítico
médio é o Homem de Neandertal (Homo sapiens neanderthalensis), em África,
num período situado entre 300 000 e 200 000 anos aparece uma nova espécie:
o Homo sapiens, ainda arcaico, mas que irá dar origem ao homem moderno
(Homo sapiens sapiens). Em África o Paleolítico médio é conhecido como o
Middle Stone Age (MSA) na parte mais meridional e Ateriense na parte mais
setentrional. Em parte da Ásia, neste período existem ainda representantes de
Homo erectus. O que vamos apresentar de seguida é, portanto, apenas válido
para a zona que corresponde à Europa, Próximo Oriente e parte ocidental da
Ásia.
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Existem diferentes definições de talhe Levallois mas que evidenciam, de
um modo geral, um fundo comum. A definição que se impôs de forma unânime
foi apresentada por François Bordes em 1961, introduzindo a noção de
predeterminação de uma lasca através da preparação prévia de superfícies.
Este método de debitagem consiste num conjunto de vários esquemas
operatórios cujo objetivo é a consecução de lascas, lâminas e pontas cujo
formato seria predeterminado (Boëda, 1988).
Moustierense
O método Levallois
Boëda, 1988
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Texier, 1980.
50
Locht et al 2010
Locht et al 2010
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3.3.1.3 As indústrias líticas do Final do Paleolítico Médio~
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• Ulluziense- Caracteriza-se pela seleção de matérias-primas de forma
angulosa que permitam uma debitagem expeditiva. Esta debitagem é
unipolar ou bipolar originando suportes alongados, lâminas e lamelas.
Estas indústrias foram identificadas em Itália e Grécia.
3.3.2.1 Economia
• Caçadores/recoletores
• Caça e recoleção.
3.3.2.2. Sociedade
• -Populações nómadas
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3.3.2 3 Habitats
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La Folie, França, Bourguignon
et al, 2006
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3.3.4. O Paleolítico Médio Africano - Middle Stone Age (MSA)
Soriano,2007
Soriano,2007
57
Henshildwood e Lombard ,2014
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4.4 O Paleolítico Superior
Zilhão, 1997
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4.4.1 A globalização do Homo sapiens
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Transição Próximo-Oriente
4.4.2.1 Aurinhacense
Período que se inicia acerca de 37 000 anos terminando por volta de 28 000
anos. Caracteriza-se pela presença de láminas retocadas em toda o seu perfil
(lâminas aurinhacenses) , lamelas de dorso retocado (Lamelas Dufour) e o
desenvolvimento da indústria sobre osso. Neste período priviligia-se os
utensilios realizados sobre a extremidade de lâmina.
61
Gravina et al, 2005
Zilhão, 1997
62
4.4.2.2 Gravetense
Zilhão, 1997
63
Teyssandier, 2007
4.4.2.3 Solutrense
64
Folhas de Loureiro
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Zilhão, 1997
4.4.2.4. Madalenense
66
Zilhão, 1997
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Com o final do Madalenense entre 12000 e 10 000 vai terminar o período
conhecido como Paleolítico e iniciar-se um período de transição conhecido
como Epipaleolítico /Mesolítico.
4.4.2.5. Azilense
Adán Alvarez,2005
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Arpões e seixos pintados
4.4.3.1 Economia
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Vertebras de peixes e anzois
As presas caçadas não deixar de ser apenas fonte de proteína e vão passar a
ser exploradas também pela pele, tendões e osso.
Agulhas e furadores em
osso, fios feitos de tendões.
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Economia da matéria-prima
Aubry, 2005
4.4.3.2 Habitats
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Pincevent, França, Madalenense
4.4.3.3 Sociedade
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-Real? Aumento da mobilidade dos grupos de caçadores-recolectores?
4.4.4.1 Arte
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variar desde paredes de grutas a afloramentos ao ar livre. Nos acampamentos
verifica-se também a presença de arte móvel em vários tipos de suporte.
4.4.4.1.1 Em grutas
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Gruta Cosquer, França.
4.4.4.1.2Arte Rupestre
.
Vale do Côa,Portugal
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4.4.4.1.3 Arte móvel
4.4.4.1.4 As “Vénus
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4.4.4.2 A espiritualidade
4.4.4.2.2 Os “Xamanes”
4.4.4.2.3 Enterramentos
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“Menino do Lapedo”
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4.4.4.2.4 Música
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3.5 Dos caçadores-recoletores aos primeiros agricultores: o Mesolítico
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3.5.2 As indústrias líticas
Araújo 2005
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Estações do mesolítico em Portugal. Araújo, 2016
82
Estação da barca do Xerez Baixo.
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Araújo e Almeida, 2013.
3.5.3 Economia
3.5.3.1 Concheiros
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Localização dos principais concheiros do Tejo e do Sado
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Cabeço da Amoreira
Odake, Japão
Resumindo o Mesolítico:
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3.5.4. O fim do Mesolítico
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FIM
90