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A Evolução é uma teoria científica ou um fato científico?

Diógenes Henrique
11/02/2017 - Atualizado em 13/08/2019
https://socientifica.com.br/evolucao-e-uma-teoria-ou-um-fato/

Há 160 anos, o naturalista britânico Charles Darwin publicava o livro “A origem das
espécies'” (1859) e mudava radicalmente a biologia com sua Teoria da Evolução.
A explicação dele sobre a origem do ser humano representou uma verdadeira revolução
— uma vez que, até meados do século 19, a maioria dos cientistas ocidentais
compartilhava a ideia de que Deus tinha concebido todas as criaturas do planeta.
Alguns pesquisadores já falavam sobre uma possível evolução das espécies, mas Darwin
foi o primeiro a oferecer provas científicas e explicar o mecanismo que a torna possível: a
seleção natural.
Por causa disso, ele se tornou um dos pensadores e cientistas mais importantes da
história. Mas, antes, precisou embarcar em uma viagem extraordinária por cinco
continentes, fazer centenas de experimentos e refinar suas ideias ao longo de 20 anos.
Tudo começou em 1831, quando o então estudante de 22 anos da Universidade de
Cambridge, no Reino Unido, foi convidado a participar de uma grande expedição como
naturalista.
Ele passou quase cinco anos a bordo do navio HMS Beagle, percorrendo vários
continentes, a começar pela América do Sul. De lá, ele voltou com dezenas de
exemplares de espécies vivos, ilustrações e fósseis.
Os fósseis deram a ele uma das primeiras pistas sobre a evolução — quando se deparou
com os restos de um milodonte, um animal gigante já extinto, parecido com a preguiça,
ele deduziu que a semelhança não poderia ser mera coincidência.
Ao passar pelo arquipélago de Galápagos, no Oceano Pacífico, o naturalista observou
que em cada ilha existiam espécies distintas de tartarugas, que se diferenciavam pelo
tamanho do pescoço e pelo formato dos casos.
Após anos de estudo, ele chegou à conclusão de que as diferenças nas tartarugas que
viu em Galápagos eram produto da evolução.
De acordo com sua teoria, há uma luta pela sobrevivência na natureza, mas aquele que
sobrevive não é necessariamente o mais forte e, sim, o que melhor se adapta às
condições do ambiente em que vive.
No ambiente árido, as tartarugas de pescoço longo alcançavam os arbustos para se
alimentar. Enquanto aquelas que viviam em local úmido, podiam comer grama e se
proteger dos predadores graças ao pescoço curto e à carapaça arredondada.
Avanços científicos vieram a comprovar a teoria de Darwin, e até a Igreja Católica a
acabou aceitando décadas mais tarde, com as devidas ressalvas de que a evolução era
compatível com a fé.
É ambos. Mas essa resposta requer uma análise mais profunda sobre o significado das palavras “Teoria” e “Fato”.
No uso cotidiano, a palavra “teoria” muitas vezes se refere a um palpite ou uma especulação. Quando as pessoas
dizem: “Eu tenho uma teoria sobre o porquê isso aconteceu”, elas muitas vezes estão tirando uma conclusão
baseada em evidências fragmentárias ou inconclusivas.
A definição científica formal de teoria é bastante diferente do significado cotidiano da palavra. Essa definição formal
refere-se a uma explicação abrangente de algum aspecto da natureza que é apoiado por um vasto conjunto de
evidências.
Muitas teorias científicas estão tão bem estabelecidas que é provável que nenhuma nova evidência vá alterá-las
substancialmente. Por exemplo, nenhuma evidência nova irá demonstrar que a Terra não orbita ao redor do Sol
(teoria heliocêntrica), ou que os seres vivos não são feitos de células (teoria celular), que a matéria não é composta
de átomos ou que a superfície da Terra não é dividida em placas sólidas que se movem ao longo do tempo em
escalas geológicas (teoria das placas tectônicas). Como essas outras teorias científicas fundamentais, a teoria da
evolução é suportada por tantas observações e por experimentos confirmatórios que os cientistas são confiantes
que os componentes básicos da teoria não serão derrubados por novas evidências.
Contudo, como em todas teorias científicas, a teoria da evolução está sujeita a um processo contínuo de refinação à
medida que novas áreas da ciência emergem ou novas tecnologias possibilitam observações e experimentos que não
eram possíveis anteriormente.
Um das propriedades mais úteis das teorias científicas é que elas podem ser usadas para fazer previsões sobre
eventos naturais ou fenômenos que não foram ainda observados.
Por exemplo, a Teoria da Gravitação Universal previu o comportamento de objetos na Lua e em outros planetas
antes mesmo das atividades de sondas espaciais ou astronautas poderem confirmá-las.

Os biólogos evolutivos que descobriram o Tiktaalik previram que eles encontrariam fósseis de animais intermediários
entre peixes e animais terrestres com pernas nos sedimentos com idade em torno de 375 milhões de anos. A
descoberta deles confirmou a previsão feita com base na teoria evolutiva. Em contrapartida, a confirmação de uma
previsão por uma teoria aumenta a confiança nesta teoria.
Em ciência, um “fato” normalmente se refere a uma observação, uma medição ou outra forma de evidência que é
esperada que ocorra do mesmo jeito sob circunstâncias semelhantes. No entanto, os cientistas também usam o
termo “fato” para se referirem a uma explicação científica que foi testada e confirmada tantas vezes que não há mais
razão convincente para continuar a testá-la ou à procura de exemplos adicionais. Nesse sentido, a evolução é um
fato científico por sua ocorrência passada e contínua. Como as evidências que a sustentam são tão fortes, os
cientistas não questionam se a evolução biológica ocorreu e continua a ocorrer. Em vez disso, investigam os
mecanismos da evolução, a rapidez da evolução e outras questões relacionadas.
Traduzido e adaptado de The National Academies of Sciences: Evolution Resources

Na ciência espírita, o fato é a comunicação com os mortos. Desde antes de Kardec os homens já observavam esse
fenômeno, mas foi Kardec que sistematizou as observações. Há muitas pesquisas sobre evidências da reencarnação,
disponíveis na literatura espírita e fora dela. Sugiro aos alunos que pesquisem, leiam sobre esse assunto. Bel Besse

LUCA - Last Universal Common Ancestor


A vida na Terra teve origem há cerca de 4 bilhões de anos
E se pudéssemos fazer a árvore genealógica de toda a vida na Terra?
Imagine que essa árvore seja grande o suficiente para que consigamos identificar o momento em que todas as
espécies que hoje habitam o planeta - animais, plantas, bactérias - se originaram.
Essa viagem de retrospectiva teria quase 4 bilhões de anos.
Na primeira linha, ela mostraria LUCA, o "parente" mais distante de todos os seres que hoje encontramos na Terra.
Todos os seres vivos compartilham o mesmo ancestral
Quando a Terra se formou, há cerca de 4,6 bilhões, de anos não havia vida - ela apareceu alguns milhões de anos
depois, na água.
LUCA não foi a primeira forma de vida que surgiu no planeta, mas aquela a partir da qual se desenvolveram os
organismos que hoje conhecemos.
O nome vem da sigla em inglês Last Universal Common Ancestor, que se traduz como Último Ancestral Comum
Universal e vem de um conceito que aparecia já na teoria da evolução de Darwin.
Água quente
LUCA não faz referência a um exemplar específico, mas a um tipo de organismo unicelular que evoluiu por milhões
de anos.
Todos os seres vivos compartilham um código que traduz a informação contida no material genético - no DNA e no
RNA - para viabilizar a produção dos aminoácidos que vão dar origem às proteínas - e, em última instância, à vida.
O mesmo aminoácido será formado pela mesma sequência de bases nitrogenadas, ainda que ele esteja presente em
animais diferentes.
É assim que, de alguma forma, todos compartilhamos um pouco de LUCA.

LUCA é o antepassado de toda forma de vida que hoje habita o planeta


Ainda que não haja evidências físicas - como fósseis - desses organismos, estima-se, pelas características do planeta
naquela etapa primitiva de desenvolvimento, que eles viviam em lagos geotérmicos nos quais a temperatura podia
superar os 90ºC.
O habitat seria similar às fontes hidrotermais que existem no fundo dos oceanos, que são fissuras na crosta a partir
das quais emerge fluido geotermal do interior da Terra. Ou não tão quente.
Um estudo recente, contudo, aponta que o ambiente em que LUCA vivia não seria aquele que os cientistas
pensavam até então - mas um local bem mais "fresco".
Um grupo do Instituto Pasteur, na França, realizou análises genéticas e evolutivas que os levaram a concluir que
nosso antepassado possivelmente não vivia em águas tão quentes.
O código genético é praticamente o mesmo para todos os serres vivos - por isso, diz-se que ele é 'universal'.
Os pesquisadores avaliaram sequências de uma proteína chamada girase reversa, que está presente nos organismos
capazes de suportar altas temperaturas. As análises dos cientistas apontam que essa proteína não estava presente
no LUCA e, por isso, dificilmente ele seria capaz de viver em ambientes extremamente quentes.
"A mera ausência (desta proteína) nos permite deduzir informações acerca da temperatura ótima para o
crescimento de organismos extintos há muito tempo, tão antigos quanto o LUCA", diz um dos pesquisadores no
estudo.
A Ciência continua buscando evidências concretas do LUCA no planeta - mas, se essa pesquisa estiver correta, há
décadas estivemos procurando no lugar errado.

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