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No seguimento das experiências de Meselson e Stahl, que revelaram o modo como ocorre a replicação do DNA, Arthur Kornberg
isolou a enzima responsável pela síntese de DNA - a DNA polimerase - e criou um sistema acelular capaz de replicar o DNA
(situação I). Para isso extraiu a DNA polimerase da bactéria Escherichia coli e em seguida adicionou-a a uma solução salina
contendo uma molécula de DNA e os quatro desoxirribonucleótidos (nucleótidos de DNA) diferentes. Utilizou timina radioativa
para poder identificar qualquer nova molécula de DNA sintetizada.
Depois de incubar estes componentes à temperatura corporal, verificou que a timina radioativa apareceu numa longa cadeia
polinucleotídica. Isto significa que a DNA polimerase incorporou a timina radioativa, juntamente com os outros nucleótidos,
durante a formação de uma nova cadeia de DNA, usando como molde a cadeia fornecida.
Num segundo conjunto de experiências (situação II), Kornberg demonstrou que a replicação de DNA só ocorre quando os quatro
nucleótidos estão presentes. Se omitir qualquer um deles, a cadeia polinucleotídica não é construída.
Numa terceira situação (situação III), Kornberg manteve as condições experimentais da situação I e adicionou a enzima DNA ase,
que quebra a molécula molde de DNA em pequenos fragmentos. Nestas condições não ocorreu replicação.
Condições experimentais
Na resposta a cada um dos itens 1 a 7, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1.No final da experiência I será de esperar que a quantidade de timina radioativa incorporada seja
(A) igual à quantidade de adenina. (C) igual à quantidade de timina não radioativa.
(B) igual à quantidade de adenina das cadeias-molde. (D) o dobro da quantidade de timina não radioativa.
8. Ordene as letras A a E, de modo a estabelecer a sequência cronológica de acontecimentos que ocorreram na experiência de
Kornberg, na situação 1.
(A) Nucleótidos livres estabelecem ligações de hidrogénio com nucleótidos complementares da cadeia original.
(B) Quebra de ligações de hidrogénio entre bases azotadas da molécula original por ação enzimática.
(C) Todas as moléculas de DNA apresentam radioatividade.
(D) Cadeias polinucleotídicas separam-se em determinados locais da molécula.
(E) Moléculas de DNA polimerase ligam-se a ambas as cadeias polinucleotídicas originais.
9. Em laboratório é possível, de forma relativamente simples, isolar e observar filamentos de DNA de alguns frutos.
Faça corresponder cada uma das descrições da coluna A ao termo da coluna B que identifica o respetivo
material/procedimento.
COLUNA A COLUNA B
(a) Promove a rutura das membranas biológicas que são constituídas por lípidos. (1)Sal de cozinha
(b) Rutura mecânica das paredes e membranas celulares. (2)Papel de filtro / filtração
(c) Cria um meio no qual o DNA não se dissolve e pode ser observado. (3)Detergente
(d) Neutraliza a carga negativa do DNA. (4)Álcool etílico a 95%
(e) Permite separar componentes de diferentes dimensões. (5)Fucsina
(6)Liquidificador / maceração
(7)Água destilada
(8)Funil
10. Explique de que modo os resultados obtidos por Kornberg, na situação 1, estão de acordo com o modelo de replicação de
DNA demonstrado pelas experiências de Meselson e Stahl.
11. Tendo como base a estrutura da molécula de DNA, explique a universalidade e variabilidade desta molécula.
Exercício 2 - A descoberta do código genético
Depois de comprovado que o mRNA serve como cópia do DNA cromossómico e especifica a sequência de aminoácidos numa
cadeia polipeptídica, coloca-se, naturalmente, a questão de saber como este processo ocorre. Há muito tempo que se sabia que
todas as proteínas são constituídas por uma sequência dos mesmos 20 aminoácidos. Sabia-se, também, que existem apenas
quatro nucleótidos de mRNA: adenina (A), uracilo (U), guanina (G) e citosina (C). Assim, os 20 aminoácidos são codificados por
apenas quatro bases de mRNA. Mas como é realizada essa codificação? Faltava, ainda, decifrar o código genético.
O primeiro passo para essa decifração deu-se, em 1961, com os trabalhos dos cientistas Marshal Nirenberg, americano, e
Heinrich Matthaei, alemão. A maneira mais simples seria começar com uma molécula de mRNA com uma sequência conhecida
e, de seguida, determinar a sequência de aminoácidos da proteína sintetizada. Assim, por comparação entre a molécula de
mRNA e a sequência de aminoácidos na cadeia polipeptídica, seria possível determinar o código genético.
Seguindo esse raciocínio, Nirenberg e Matthaei misturaram, num tubo de ensaio, um poliuracilo (filamento de mRNA constituído
apenas por nucleótidos de uracilo) com a maquinaria de síntese proteica da bactéria E. coli, tendo observado a formação de
uma proteína. A análise posterior da proteína revelou que ela era uma polifenilalanina, uma sequência de moléculas do
aminoácido fenilalanina. Estava, assim, descoberta a primeira "palavra" do código genético. De seguida, estes autores realizaram
o mesmo procedimento com outros dois filamentos de mRNA, um policitosina e o outro poliadenina, tendo obtido proteínas
constituídas apenas pelos aminoácidos prolina e lisina, respetivamente.
Na sequência das experiências de Nirenberg e no sentido de aprofundar a decifração do código genético, H. Gobind Khorana
sintetizou moléculas de mRNA mais complexas, constituídas por uma sequência de nucleótidos com dois tipos de bases
azotadas, em alternância, como, por exemplo, ACACACACA, tendo obtido, neste caso, uma proteína formada por dois tipos de
aminoácidos - treonina (Tre) e histidina (His).
(Baseado em: http://www.nature.comiscitable/topicpageinucleic-acids-to-amino-acids-dna-specifies-935 - consultado em junho de 2012)
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. O problema que conduziu à realização, por Nirenberg e Matthaei, das experiências referidas no texto foi
(A) determinar o processo de síntese de mRNA.
(B) conhecer as diferentes etapas da tradução do mRNA.
(C) estabelecer a correspondência entre os codões e os aminoácidos que determinam na cadeia polipeptídica.
(D) conhecer a importância da maquinaria de síntese proteica da E. coli na determinação da sequência de aminoácidos na
proteína sintetizada.
7. Ordene as letras A a E, de modo a estabelecer a sequência cronológica de acontecimentos que ocorrem durante a fase de
tradução da síntese proteica.
(A) As cadeias polipeptídicas separam-se do ribossoma.
(B) A subunidade menor do ribossoma liga-se à extremidade 5' da cadeia de mRNA.
(C) Estabelece-se uma primeira ligação peptídica entre a metionina e o aminoácido recém-chegado.
(D) Ligação do fator de libertação a um codão de terminação.
(E) O ribossoma avança para outro codão no sentido do extremo 3'.
8. Faça corresponder cada uma das descrições da coluna A ao termo da coluna B que identifica o respetivo conceito.
COLUNA A COLUNA B
(a) Tripleto de mRNA constituído pela sequência de nucleótidos AUG que codifica o aminoácido (1) tRNA
metionina. (2) pré-mRNA
(b) Molécula de RNA que inclui sequências de nucleótidos designadas intrões. (3) fator de terminação
(c) Sequência de três nucleótidos de DNA que possuem informação genética para um (4) codogene
determinado aminoácido. (5) anticodão
(d) Moléculas que servem de ponte entre os aminoácidos e o mRNA. (6) mRNA
(e) Principais moléculas constituintes dos ribossomas. (7) rRNA
(8) codão de iniciação
9. Tendo em conta a redundância do código genético, explique como uma mutação génica pode ser silenciosa, isto é, não ter
qualquer efeito sobre o fenótipo.
10. Apesar de a molécula de mRNA apresentar uma curta duração, a sua mensagem pode ser amplificada, resultando na
produção de um grande número de cópias da mesma proteína. Explique o papel dos polirribossomas nesta amplificação.
Exercício 3 - O taxol e o ciclo celular
O taxol é uma substância utilizada no tratamento de doentes oncológicos, isolada a partir da casca do teixo, uma árvore da
família Taxaceae, que já foi abundante na região da serra da Estrela, como o sugerem o nome das localidades de Teixeira e
Teixoso, localizadas nos concelhos de Seia e da Covilhã, respetivamente. Hoje ainda é possível encontrar alguns exemplares
desta árvore na região, por exemplo, no vale glaciar do Zêzere, na serra da Estrela.
Para se obter 1 kg de taxol, são necessárias, em média, 3000 árvores. Além disso, o tratamento de um único paciente requer o
corte e processamento de seis árvores de 100 anos. Este problema de suprimento, combinado com a ameaça a certas espécies
animais em extinção, levou os pesquisadores a desenvolver uma bactéria (Streptomyces coelicolor) que fermenta um
componente similar ao taxol.
O taxol é utilizado no tratamento de cancro da mama, do pulmão, do ovário, da garganta, do cérebro e de mais alguns tipos de
cancro. Uma das características mais comuns das células cancerígenas é o seu ritmo rápido de divisão celular. Para que este
ritmo acelerado de divisão possa ocorrer, o citoesqueleto da célula está em constante reestruturação, o que implica uma certa
flexibilidade.
O taxol atua no ciclo celular, impedindo a mitose (figura 3), devido à ligação permanente a uma subunidade da tubulina,
proteína que faz parte dos microtúbulos do fuso acromático. Esta ligação leva à formação de um composto estável que fixa os
microtúbulos no lugar, retirando-lhes flexibilidade e, assim, entre outros efeitos, pode impedir a separação dos cromatídios
durante a divisão celular.
A ação do taxol também induz à morte programada (apoptose) das células tumorais através da sua ligação com uma proteína
inibidora da apoptose, o que a impede de exercer a sua função.
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. O taxol pode impedir o ciclo celular atuando, na fase mitótica, essencialmente
(A) durante a prófase. (C) em metáfase.
(B) no final da anáfase. (D) durante a telófase.
5. Num ciclo celular normal, durante a fase 5, a estrutura dos cromossomas sofre alterações
(A) devido ao aumento da síntese proteica.
(B) devido ao aumento de condensação da cromatina.
(C) passando a ser constituídos por dois cromatídios resultantes da transcrição do DNA.
(D) passando a ser constituídos por dois cromatídios resultantes da replicação semiconservativa do DNA.
6. A divisão do citoplasma da célula que permite a individualização das células-filhas denomina-se
(A) citocinese e ocorre nos animais por estrangulamento do citoplasma.
(B) telófase e ocorre nas plantas a partir de vesículas golgianas alinhadas na zona equatorial.
(C) interfase e ocorre nas plantas por estrangulamento do citoplasma.
(D) fase mitótica e ocorre nos animais a partir de vesículas golgianas alinhadas na zona equatorial.
7. Ordene as letras A a E, de modo a estabelecer a sequência cronológica de acontecimentos que ocorrem durante o ciclo
celular a partir de uma célula em G0.
(A) A cromatina sofre compactação e enrolamento, tornando os cromossomas mais curtos e densos, e os centríolos começam a
movimentar-se no sentido dos poios da célula, com início da formação do fuso mitótico.
(B) Os cromossomas, unidos ao fuso acromático, deslocam-se em direção ao centro da célula, para a placa equatorial.
(C) O nucléolo desaparece, a membrana nuclear desintegra-se e os cromossomas ligam-se ao fuso acromático.
(D) A célula aumenta de volume, com síntese de biomoléculas (maioritariamente proteínas) e a formação de novos organitos
celulares.
(E) Ocorre rutura do centrómero, os cromatídios de cada cromossoma separam-se e os cromossomas ficam apenas com um
cromatídio.
8. Faça corresponder cada uma das descrições da coluna A ao termo da coluna B que identifica a respetiva fase do ciclo
celular.
COLUNA A COLUNA B
(a) Cada cromossoma passa a ser constituído por dois cromatídios ligados pelo (1) Prófase
centrómero. (2) Metáfase
(b) Caracteriza-se pela atividade de biossíntese de proteínas e outras biomoléculas e um (3) Anáfase
notório crescimento celular. (4) Telófase
(c) Clivagem dos centrómeros e cada cromatídio passa a constituir um cromossoma (5) Fase S
independente. (6) Citocinese
(d) Os centríolos afastam-se em sentidos opostos e forma-se entre eles o fuso mitótico. (7) Fase G1
(e) Os cromossomas atingem o seu máximo encurtamento. (8) Fase G2
9. Indique em que momento do ciclo celular ocorre uma redução da quantidade de DNA por lote de cromossomas.
10. Tendo em conta as características das células tumorais e os mecanismos de ação do taxol, explique a sua aplicação no
tratamento de doentes com cancro.
Exercido 4 - Células estaminais e clonagem terapêutica
O potencial terapêutico que resulta da utilização de células estaminais parece ser enorme. A sua utilização em terapias de
combate a doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, diabetes, acidentes vasculares cerebrais, doenças hematológicas,
traumas na medula espinal e nefropatias, tem vindo a ser incrementada com bons resultados, o que tem feito aumentar
grandemente o interesse por estas células.
As células estaminais podem ser obtidas por vários processos e, depois de isoladas, pode induzir-se a sua diferenciação em
diferentes tipos de células. Um desses processos é a clonagem terapêutica, que, ao contrário da clonagem reprodutiva, não
pretende obter indivíduos, mas apenas células para reparar tecidos lesados.
A figura seguinte ilustra, de modo simplificado, as principais etapas desta técnica.
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. Na clonagem terapêutica não existe risco de rejeição das células, porque estas
(A) são desenvolvidas a partir de um ovo.
(B) apresentam o DNA do paciente.
(C) são obtidas de um embrião no estádio de blastocisto.
(D) crescem em placas de Petri.
3. Tendo em conta os fundamentos desta técnica, podemos afirmar que o DNA das células adultas do paciente
(A) não foi alterado durante o processo que conduziu à especialização.
(B) foi alterado durante o processo que conduziu à especialização.
(C) é inativado por fatores químicos existentes no ovo.
(D) é misturado com o DNA retirado do ovo.
4. Na etapa 4 da figura podemos afirmar que o ovo possui todos os fatores químicos capazes de
(A) provocar a ativação de genes inativados no núcleo da célula somática utilizada.
(B) provocar a desdiferenciação da célula somática utilizada.
(C) programar o DNA para originar um indivíduo geneticamente diferente do dador da célula somática.
(D) alterar o DNA para que este seja igual ao do ovo utilizado.
8. Faça corresponder cada uma das descrições da coluna A ao termo da coluna B que identifica o respetivo conceito.
COLUNA A COLUNA B
(a) Permite obter indivíduos geneticamente iguais ao progenitor. (1) Totipotência
(b) Processo que permite às células somáticas adquirirem características (2) Desdiferenciação
semelhantes às células embrionárias. (3) Pluripotência
(c) Capacidade para originar indivíduos completos. (4) Clonagem
(d) Aquisição de especializações celulares que definem a estrutura e a função de (5) Diferenciação
uma célula. (6) Onipotência
(e) Capacidade de uma célula se desenvolver/diferenciar num só tipo de (7) Multipotência
célula/tecido. (8) Embriogénese
9. Explique como duas células idênticas e com o mesmo material genético, como as obtidas pelo processo de clonagem
indicado, se tornam morfológica e funcionalmente diferentes.
10. Explique de que forma a técnica de clonagem terapêutica descrita comprova que a diferenciação não implica a mudança
irreversível do genoma.
Exercício 5 - Fatores que afetam a regeneração em planárias
A planária é um pequeno animal que faz parte de um grupo de platelmintes chamado turbelários. Tem o corpo achatado,
semelhante a uma folha alongada. É um animal hermafrodita insuficiente que se reproduz sexuadamente e assexuadamente,
alternando estes processos de acordo com as condições do meio. O processo sexuado é mais comum e ocorre
preferencialmente na primavera e no verão.
A espécie Dugesia gonocephala é característica de ambientes de água doce e pode ser encontrada em pequenos cursos de água
límpida. Como é um animal fotófobo, tem tendência a esconder-se da luz, escolhendo as pedras que cobrem o leito de ribeiras
de montanha. A recolha pode ser realizada de forma simples com a ajuda de um pincel, para não as danificar.
Estes animais apresentam uma grande capacidade de regeneração, que se baseia na atividade de células indiferenciadas
designadas "neoblastos',' que migram para a zona lesada e se organizam numa estrutura não pigmentada, que recebe o nome
de blastema de regeneração.
Para estudar a influência de alguns fatores na velocidade de regeneração da planária, foram utilizados, em laboratório, vários
exemplares de planárias divididos por lotes e submetidos a diferentes condições experimentais, como indicado na tabela 1.
As planárias foram, depois, seccionadas com o auxílio de um bisturi e mantidas nas condições experimentais indicadas. Durante
15 dias foram observadas as diferentes secções e foi medido o seu tamanho. Os resultados obtidos foram os da tabela 2.
Lote Regeneração Tempo
1 Total 6-10 dias Tabela 2 Resultados.
2 Parcial 15 dias
3 Parcial 15 dias
4 Parcial 15 dias
5 Parcial 15 dias
6 Reduzida 15 dias Baseado em http://mit.edu/biology/www/outreach/highschool/pdfs/planarialab.pdf)
Na resposta a cada um dos itens 1 a 8, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. Tendo em conta os resultados da experiência, é possível afirmar que
(A) todos os fatores em estudo atrasam a migração dos neoblastos para a zona lesada.
(B) todos os fatores em estudo têm influência na velocidade de regeneração das planárias.
(C) o tempo de duração da experiência foi insuficiente para retirar qualquer conclusão.
(D) a presença de cafeína não tem qualquer influência na velocidade de regeneração.
2. As planárias do lote 1 constituem o grupo de controlo, porque
(A) se encontram nas condições semelhantes às do seu meio natural.
(B) as condições a que foram submetidas aceleraram o processo de regeneração normal das planárias.
(C) se regeneraram mais rápido do que as dos restantes lotes.
(D) a temperatura e o pH da água de cultura foram mantidos constantes ao longo de toda a experiência.
5. Para regenerar as partes em falta em cada um dos segmentos originados pelo corte, os neoblastos
(A) multiplicam-se por meiose e especializam-se em diferentes funções.
(B) diferenciam-se e, posteriormente, multiplicam-se por meioses sucessivas.
(C) dividem-se, originando células haploides que se fundem para originarem células diferenciadas.
(D) multiplicam-se por mitose e sofrem diferenciação.
6. Considerando uma população de planárias de uma determinada ribeira, será de esperar que
(A) a sua variabilidade genética aumente durante a primavera e o verão.
(B) a sua variabilidade genética diminua durante a primavera e o verão.
(C) a sua variabilidade genética se mantenha ao longo de todo o ano.
(D) o tamanho da população cresça exponencialmente durante a primavera e o verão.
9. O processo de esporulação é muito comum em fungos, como, por exemplo, o bolor do pão (Rhizopus sp.).
Ordene as letras A a E, de modo a estabelecer a sequência cronológica de acontecimentos relacionados com o processo de
esporulação neste fungo. Comece pela letra A.
(A) Na extremidade de algumas hifas aéreas (esporangióforos) diferencia-se uma estrutura globular.
(B) A germinação de células assexuadas origina hifas.
(C) Divisões mitóticas originam células reprodutoras assexuadas no interior da célula-mãe.
(D) Ocorre a dispersão dos endósporos.
(E) O amadurecimento do esporângio provoca o seu rompimento.
COLUNA A COLUNA B
10. Faça corresponder cada um dos processos de reprodução indicados na coluna A a (a) Partenogénese (1) Morangueiro
(b) Multiplicação (2) Zângãos (abelhas)
um dos seres vivos da coluna B que apresenta esse tipo de reprodução. vegetativa (3) Estrela-do-mar
(c) Bipartição (4) Paramécia
11. Considere duas espécies de planárias, a espécie A, que só se reproduz (d) Gemulação
(5) Tripanossoma
sexuadamente, e a espécie B, que apresenta processos sexuados e assexuados de (e) Esporulação
(6) Leveduras
reprodução. Indique, justificando, qual das duas espécies poderá ser mais (7) Penicillium
competitiva na colonização de um determinado habitat, quando as condições do (8) Caracol
meio são favoráveis.
12. Em floricultura recorre-se cada vez mais a técnicas de micropropagação, visando a manutenção de características
comercialmente importantes e a obtenção de um grande número de indivíduos, num curto espaço de tempo. Explique de que
modo as plantas obtidas por este processo poderão apresentar maior vulnerabilidade a pragas ou a alterações do meio
prejudiciais, quando comparadas com as culturas obtidas naturalmente.
Exercício 6 - Reprodução da minhoca terrestre
A minhoca é o representante mais conhecido do grupo dos Anelídeos. Apresenta o corpo mais ou menos cilíndrico e alongado,
subdividido em segmentos ou anéis, que se repetem no sentido do comprimento do animal.
As minhocas apresentam hábitos noturnos, pois são muito sensíveis à luz forte. Quando anoitece, saem para a superfície para se
alimentarem e acasalarem.
Lumbricus terrestris é a espécie mais comum no nosso país. Apresenta 36 cromossomas nas suas células somáticas.
O processo de reprodução é invulgar. Cada indivíduo possui os aparelhos reprodutores masculino e feminino. O aparelho
reprodutor feminino é constituído por um par de ovários e dois ovidutos curtos que comunicam com o exterior pelos orifícios
genitais. O aparelho reprodutor masculino é formado por quatro pares de vesículas seminais e dois pares de bolsas testiculares,
onde se encontram os testículos. Os testículos comunicam através de canais com as vesículas seminais e estas com o exterior,
para o qual abrem através de poros genitais. Apresentam, ainda, pequenos orifícios correspondentes às aberturas dos
recetáculos seminais.
O amadurecimento dos seus óvulos e dos seus espermatozoides não é simultâneo, necessitando de copular com outro
indivíduo. Para isso unem-se ventralmente com as extremidades anteriores opostas, permitindo que cada um elimine os seus
espermatozoides através dos orifícios genitais para os recetáculos seminais do outro, ficando aí armazenados. A cópula está
terminada. Em cada um dos organismos irão, agora, amadurecer os óvulos nos ovários que serão, então, libertados, através dos
poros genitais femininos, para um casulo segregado por uma estrutura designada clitelo. Esse casulo desloca-se em direção aos
orifícios dos recetáculos seminais onde são lançados sobre os óvulos os espermatozoides, ocorrendo a fecundação. O casulo vai
continuar a deslocar-se ao longo do corpo, até se libertar. Dos ovos deste casulo sairão as minhocas jovens.
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
Tendo em conta as características do seu sistema reprodutivo, a minhoca pode ser classificada como um animal
unissexuado, porque cada indivíduo possui os aparelhos reprodutores masculino e feminino.
unissexuado, porque em cada indivíduo os aparelhos reprodutores masculino e feminino encontram-se separados.
hermafrodita, porque cada indivíduo possui os aparelhos reprodutores masculino e feminino.
hermafrodita, porque em cada indivíduo os aparelhos reprodutores masculino e feminino encontram-se separados.
4. Ao estudar a cariologia de Lumbricus terrestris, um zoólogo observou células com 18 cromossomas. A recolha de células
para observação
(A) só pode ter sido feita nos ovários ou nos testículos da minhoca.
(B) só pode ter sido feita nos ovários, nos testículos ou no casulo da minhoca.
(C) pode ter sido feita no clitelo ou nos testículos da minhoca.
(D) pode ter sido feita nos ovários, nos testículos ou no interior dos recetáculos seminais da minhoca.
6. Considerando que na formação dos gâmetas de minhoca não ocorre separação dos homólogos do par 10, será de esperar,
no final da processo, relativamente a esse par, a formação de
(A) 3 gâmetas com 2 cromossomas e 1 sem nenhum.
(B) 4 gâmetas com 2 cromossomas.
(C) 2 gâmetas com 2 cromossomas e 2 sem nenhum.
(D) 2 gâmetas com 1 cromossoma, 1 sem nenhum e outro com 2.
7. Ordene as letras A a E, de modo a estabelecer a sequência cronológica de acontecimentos relacionados com o processo de
formação dos gâmetas masculinos em Lumbricus terrestris.
(A) A contração dos filamentos proteicos da zona equatorial individualiza 4 células haploides.
(B) Os bivalentes ligam-se aos microtúbulos do fuso acromático pelo centrómero, com os quiasmas no plano equatorial e os
centríolos voltados para os poios opostos.
(C) Formação de um invólucro nuclear a rodear conjuntos de 18 cromossomas com 2 cromatídios cada.
(D) A condensação dos cromossomas põe em evidência a existência de 36 cromossomas.
(E) A contração dos filamentos do fuso acromático provoca a separação de cromatídios.
8. Faça corresponder cada uma das descrições da coluna A relacionadas com a reprodução sexuada à respetiva designação
que consta da coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(a) Cada indivíduo possui os aparelhos reprodutores masculino e feminino, mas os (1) Fecundação externa
óvulos e os espermatozoides amadurecem em épocas diferentes. (2) Fecundação interna
(b) Fusão de gâmetas masculinos e femininos produzidos pelo mesmo indivíduo. (3) Hermafrodita insuficiente
(c) Maioria das espécies animais apresenta indivíduos do sexo masculino, o (4) Hermafrodita suficiente
macho, e indivíduos do sexo feminino, a fêmea. (5) Fecundação cruzada
(d) Na maioria dos anfíbios, o encontro de gâmetas femininos e masculinos ocorre (6) Unissexualismo
na água. (7) Autofecundação
(e) Em muitas espécies, o gâmeta masculino é pequeno e móvel e o feminino é (8) Heterogamia
grande e imóvel.
9. Um estudo recente realizado com peixes tropicais de água doce denominados "guppy", muito utilizados em aquariofilia,
revela que o comportamento poliândrico (reprodução com vários machos diferentes) das fêmeas enriquece a espécie,
tornando-a mais adaptável às condições ambientais. Procure explicar a conclusão do estudo referido.
10. A não disjunção de cromossomas pode ocorrer durante a primeira e/ou segunda divisões da meiose, quer na formação de
gâmetas masculinos quer na formação de gâmetas femininos.
Explique por que motivo a probabilidade de ocorrência de anomalias cromossómicas numéricas é maior na descendência dos
indivíduos em que a não disjunção dos cromossomas ocorre na primeira divisão meiótica.
Exercício 7 - Ciclos de vida das plantas
A evolução das plantas resultou em níveis crescentes de complexidade, desde as algas verdes suas antecessoras, passando pelas
plantas sem tecidos condutores, como as briófitas, pelas plantas vasculares sem sementes, como os fetos, até às complexas
plantas com flor da atualidade. Nesta evolução é possível identificar algumas tendências evolutivas, nomeadamente uma
independência crescente do processo reprodutivo relativamente à água e uma redução progressiva da geração gametófita.
A existência de gerações com estruturas multicelulares haploides e diploides é uma característica distintiva dos ciclos de vida de
plantas e animais. Nas plantas são produzidas células reprodutoras assexuadas - os esporos - que, por germinação, originam
entidades multicelulares produtoras de gâmetas.
Nas plantas vasculares, tipicamente, a planta adulta que nós vemos é o esporófito, enquanto o gametófito é uma estrutura
reduzida. Nas briófitas (por exemplo, no musgo) passa-se o oposto, sendo a planta visível o gametófito e o esporófito uma
pequena estrutura temporária que cresce sobre ele e dele depende do ponto de vista nutritivo.
A figura 7 (a) representa o ciclo de vida simplificado de uma planta, onde 1, 2 e 3 se referem a processos celulares, n e 2n se
referem à ploidia, A e B indicam percursos que poderão corresponder a ciclos de vida de outros seres vivos.
As figuras 7 (b) e 7 (c) são representações de plantas hipotéticas que correspondem a dois dos grandes grupos.
Fig. 7 (a) Ciclo de vida de uma planta (simplificado); (b) e (c) Estruturas do ciclo de vida de plantas hipotéticas de dois dos grandes grupos de plantas.
(Baseado em http://www.blackwellpublishing.com/paleobiology/figure.asp?chap=18&fig=Fig18-6&img=c18f006 e http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK9980 - consultado em
junho de 2012)
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. A alternância de fases nucleares é uma característica do ciclo de vida
(A) das plantas, mas não dos animais, porque estes não produzem esporos.
(B) apenas das plantas, resultante da ocorrência de meiose e fecundação.
(C) apenas dos animais, resultante da ocorrência de meiose e fecundação.
(D) dos seres que se reproduzem sexuadamente.
7. Ordene as afirmações seguintes, identificadas pelas letras A a E, relativas ao ciclo de vida da espirogira, de modo a
reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos. Inicie pela letra A.
(A) Os filamentos da alga dispõem-se lado a lado para as células dos diferentes filamentos contactarem.
(B) O ovo segrega uma parede espessa e impermeável para sobreviver em condições adversas.
(C) Por mitoses sucessivas origina-se um filamento de espirogira.
(D) Inicia-se a diplófase.
(E) Ao iniciar a germinação, o zigósporo origina quatro células haploides, três das quais degeneram.
8. Faça corresponder cada uma das descrições relacionadas com o ciclo de vida do polipódio, na coluna A, ao termo da coluna
B que identifica a respetiva designação.
COLUNA A COLUNA B
(a) Estrutura multicelular produtora de gâmetas masculinos. (1) Anterídio
(b) Entidade multicelular haploide autotrófica e de vida independente. (2) Arquegónio
(c) Célula que, por germinação, origina um gametófito. (3) Anterozoide
(d) Célula haploide flagelada e dotada de mobilidade. (4) Oosfera
(e) Grupo de estruturas onde ocorre divisão meiótica, originando células (5) Esporo
haploides. (6) Protalo
(7) Esporângio
(8) Soro
9. As plantas como a representada na figura 7 (b) apresentavam maior aptidão evolutiva, relativamente às plantas como a
representada na figura 7 (c).
Considerando o grau de desenvolvimento e a ploidia do esporófito e do gametófito, explique essa aptidão evolutiva.
10. Em muitos casos, a atividade humana, embora não tenha impacto direto nos organismos adultos, pode interferir na
conservação/evolução de uma determinada espécie. Explique esta interferência, considerando o ciclo de vida de um ser vivo.
Exercido 8 - Lynn Margulis - A cientista que mudou as regras da evolução da vida
Lynn Margulis, a bióloga norte-americana que mudou a forma de encarar a evolução das espécies vivas na Terra, morreu no dia
22 de novembro de 2011, na sequência de um acidente vascular cerebral.
Ficará na História sobretudo pela forma como explicava a evolução, desafiando a teoria neodarwinista da evolução.
Para Margulis, era necessário remontar a vários milhares de milhões de anos, até às bactérias, para perceber como tinha
evoluído a primeira célula dotada de núcleo. Este era o efeito fundador que a seguir tinha permitido o aparecimento de
organismos multicelulares cada vez mais complexos. Para ela, a história da evolução da vida na Terra teria começado através da
fusão de duas ou mais bactérias, num processo em que o organismo resultante era muito mais do que a soma das suas partes. A
seleção natural, essa, teria agido, assim, não sobre mutações espontâneas, como defendem os neodarwinistas, mas sobre as
variantes decorrentes dessas fusões de organismos mais simples, dessa "intimidade entre estranhos':
Um forte indício em favor desta teoria da origem das células eucarióticas é a presença, no seu interior, de estruturas chamadas
mitocôndrias, que funcionam como as baterias das células. As mitocôndrias possuem um DNA próprio, que para mais é
transmitido à descendência apenas pelas mães, enquanto o DNA do núcleo provém de ambos os progenitores. Para Margulis
isso significa que em cada célula eucariótica existem duas genealogias e que, a dada altura da evolução, estruturas intracelulares
como as mitocôndrias eram microrganismos autónomos.
Hoje em dia já ninguém nega a realidade do modelo proposto por Margulis. Mas, quando ela descreveu a sua teoria pela
primeira vez, em 1966, o seu artigo foi recusado por cerca de 15 revistas científicas. Foi muito crítica em relação aos principais
defensores do neodarwinismo, afirmando que estes "pegam num interessante, mas pequeno capítulo, do livro da evolução e
extrapolam-no para a enciclopédia toda: Foi também uma grande defensora da teoria de Gaia, da autoria do cientista britânico
James Lovelock, que estipula que a Terra é ela própria um sistema que se autorregula para se perpetuar.
(Adaptado do jornal Público, de 28 de novembro de 2011)
Na resposta a cada um dos itens 1 a 7, selecione a única opção que permite obter uma
afirmação correta.
1. As ideias de Lynn Margulis referidas no texto incluem-se na teoria
(A) autogenética, que pretende explicar a origem do núcleo dos eucariontes.
(B) autogenética, que pretende explicar a origem dos organismos eucariontes.
(C) endossimbiótica, que pretende explicar a origem do núcleo dos eucariontes.
(D) endossimbiótica, que pretende explicar a origem dos organismos eucariontes.
5. A organização em colónias poderá ter surgido como uma etapa intermédia na evolução para a multicelularidade,
(A) tendo permitido um aumento de dimensões dos organismos, conferindo-lhes vantagem competitiva.
(B) visto que se caracteriza pela agregação de indivíduos de espécies diferentes que passam a estabelecer relações funcionais
entre si.
(C) como é comprovado pela existência de fósseis como o da bactéria do género Volvox.
(D) como é comprovado pela existência de DNA nas mitocôndrias.
6. A multicelularidade poderá ter surgido para superar as dificuldades que o aumento de tamanho celular
(A) coloca na eficácia de trocas com o meio externo.
(B) implica ao nível da predação.
(C) implica devido ao aumento da razão entre a superfície e o volume.
(D) implica devido à diminuição da razão entre o volume e a superfície.
7. A multicelularidade gerou um grande impulso na evolução dos seres vivos, porque permitiu
(A) uma maior dependência em relação ao meio externo.
(B) o aparecimento de seres vivos de grandes dimensões.
(C) o aparecimento de uma grande diversidade de formas e funcionalidades.
(D) um aumento da taxa metabólica.
8. Ordene as letras A a E, de modo a estabelecer a sequência cronológica de acontecimentos relacionados com a evolução
para os eucariontes.
(A) A nova espécie resulta da fusão de genomas.
(B) A parede celular perde rigidez.
(C) Endocitose de procariontes com capacidade de produção de ATP.
(D) Por invaginação da membrana forma-se uma estrutura endomembranar dentro da qual se encontra encerrado o material
genético precursor do núcleo.
(E) Estabelecimento de relações de simbiose com a célula hospedeira.
9. Faça corresponder cada uma das descrições relacionadas com a origem da multicelularidade e dos seres eucariontes,
indicadas na coluna A, ao termo da coluna B que identifica o respetivo conceito.
COLUNA A COLUNA B
(a) Seres vivos com células nucleadas que surgiram por invaginações sucessivas de zonas (1) Unicelularidade
da membrana plasmática. (2) Multicelularidade
(b) Condição que permitiu o aumento do metabolismo celular dos seres vivos sem (3) Procariontes
comprometer a eficácia das trocas com o meio. (4) Eucariontes
(c) A alga do género Volvox é constituída por várias células estruturalmente (5) Modelo autogenético
interdependentes. (6) Modelo endossimbiótico
(d) A complexidade celular resultou da fusão de organismos simples. (7) Organização colonial
(e) Seres vivos com organização celular simples desprovida de sistema endomembranar. (8) Diferenciação celular
10. Explique por que motivo a existência de "duas genealogias" na célula eucariótica, como referido no texto, argumenta a
favor da teoria defendida por Lynn Margulis.
11. A alga Chlorella é um ser autotrófico que vive no interior do protozoário heterotrófico Vorticella, em vacúolos
estruturalmente semelhantes a vacúolos digestivos. O protozoário recebe da Chlorella a matéria orgânica que lhe é
imprescindível e que ela produz no processo fotossintético. Por sua vez, a Vorticella fornece proteção e nutrientes minerais à
alga.
Explique de que forma a relação entre estes dois seres vivos pode constituir um argumento a favor do modelo
endossimbiótico.
Exercício 9 - Os tentilhões de Darwin
Nas ilhas Galápagos, Darwin recolheu muitos dados que serviriam, mais tarde, para apoiar a sua teoria evolucionista. Este
arquipélago possuía uma fauna e uma flora muito particulares, tendo atraído a sua atenção um grupo de aves chamadas
tentilhões, que se encontravam distribuídos pelas diferentes ilhas. Darwin verificou que, embora os tentilhões existentes em
cada ilha diferissem no tamanho, na cor e na forma dos bicos, todos eles apresentavam uma notável semelhança entre si. Além
disso, eram bastante semelhantes aos que existiam na costa americana.
Muitos anos mais tarde, em 1973, os investigadores Peter e Rosemary Grant iniciaram um programa de observação que lhes
permitiu estudar modificações na população destas aves na minúscula ilha de Daphne Maior, nas Galápagos.
Nesta ilha existiam apenas duas espécies de tentilhões que se reproduziam com regularidade. Uma delas era o tentilhão
Geospiza fortis, que se alimentava de pequenas sementes. Quando a seca atingiu a ilha, em 1977, e as sementes pequenas se
tornaram raras, os tentilhões de tamanho médio foram forçados a comer sementes maiores e mais rijas.
Verificou-se uma outra alteração após a chegada de um rival, em 1982: a espécie Geospiza magnirostris, de grandes dimensões,
que também come sementes grandes e rijas. Durante muitos anos, as duas espécies coexistiram e, por volta do ano 2002,
tornaram-se invulgarmente abundantes. Mas depois chegou a seca e apenas 13 indivíduos da nova espécie e 83 da antiga
restavam em 2005. Extraordinariamente, em vez de se adaptarem à seca comendo sementes maiores, como tinham feito 28
anos antes, os Geospiza fortis sobreviventes sofreram uma redução assinalável no tamanho dos seus bicos: na competição com
os seus parentes de maior dimensão esforçaram-se por criar um nicho subsistindo à base de sementes muito pequenas.
O gráfico seguinte mostra a variação no tamanho do bico de Geospiza fortis ao longo do período em que durou o estudo dos
Grant.
Baseado em National Geographic Portugal, fevereiro de 2009
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. O aparecimento de tentilhões com bicos de diferentes tamanhos e formas poderia ser explicado, por
(A) Buffon, como resultante de uma criação divina.
(B) Lamarck, como resultante do esforço continuado para mudar o bico.
(C) Maupertius, pela lei do uso e do desuso.
(D) Lineu, pela atuação de um princípio ativo.
2. As semelhanças encontradas nos tentilhões das Galápagos levaram Darwin a pensar que todos
(A) evoluíram do mesmo modo em resposta às condições semelhantes encontradas nas diferentes ilhas.
(B) evoluíram de forma independente e as semelhanças resultaram de convergência evolutiva.
(C) poderiam ter uma origem comum e as diferenças resultariam das condições encontradas em cada uma das ilhas
colonizadas.
(D) poderiam ter uma origem comum e as diferenças resultariam de mutações ocorridas em alguns indivíduos da população
original.
3. Os bicos das espécies Geospiza fortis e Geospiza magnirostris podem ser considerados
(A) estruturas análogas resultantes de processos de evolução convergente.
(B) estruturas análogas resultantes de processos de evolução divergente.
(C) estruturas homólogas resultantes de processos de evolução convergente.
(D) estruturas homólogas resultantes de processos de evolução divergente.
6. Durante o tempo que durou o estudo dos Grant, as alterações ocorridas no tamanho do bico da população de Geospiza
fortis resultaram
(A) da atuação da seleção natural sobre as diferenças existentes na espécie, relativamente a este carácter.
(B) da ocorrência de mutações que originaram bicos de tamanho maior.
(C) de pressões seletivas semelhantes que favoreceram caracteres diferentes em momentos diferentes.
(D) da competição com a espécie Geospiza magnirostris pelo alimento disponível.
7. Os acontecimentos seguintes estão relacionados com a evolução das duas populações de tentilhões na ilha de Daphne
Maior. Coloque-os pela ordem cronológica. Inicie pela letra A.
(A) Alguns indivíduos da espécie Geospiza magnirostris colonizam a ilha de Daphne Maior.
(B) A disponibilidade de alimento constitui um fator limitante para as duas populações.
(C) A competição pelo alimento não é impeditiva do crescimento da população.
(D) A seleção atua de forma direcional na população de Geospiza fortis.
(E) A alteração ambiental reduz drasticamente o tamanho das populações de plantas.
8. Estabeleça a correspondência correta entre cada afirmação da coluna A e o termo da coluna B que identifica o respetivo
argumento da evolução.
COLUNA A COLUNA B
(a) A técnica de hibridação de DNA revela grandes semelhanças entre o DNA de chimpanzé e (1) Anatomia comparada
o humano. (2) Paleontologia
(b) O apêndice cecal é, no ser humano, um órgão vestigial. (3) Biologia molecular
(c) O Archaeopteryx é uma forma fóssil intermédia que apresenta características presentes (4) Citologia
nas aves e nos répteis. (5) Cariologia
(d) As espécies de tentilhões das diferentes ilhas das Galápagos apresentam grandes (6) Parasitologia
semelhanças com as do continente americano. (7) Biogeografia
(e) Apesar das diferenças quanto à forma e função, todos os seres vivos têm em comum o (8) Embriologia
facto de serem formados por células.
9. Explique, de um ponto de vista darwinista, a evolução da população de Geospiza fortis na ilha de Daphne Maior, depois da
seca de 2003.
10. Lamarck foi o primeiro a propor um mecanismo concreto para explicar a evolução dos seres vivos. No entanto, alguns dos
pressupostos do modelo lamarckista estavam errados. Explique os principais aspetos que estão errados no modelo evolutivo
de Lamarck.
Exercício 10 - O Beagle num tubo de ensaio
A utilização de populações de microrganismos de ciclo de vida curto permite estudar a evolução em "tempo real". Baseado
nesta premissa, Richard Lenski iniciou, em 1988, uma experiência de seleção que ainda dura até aos dias de hoje.
O desenho experimental é surpreendentemente simples: 12 populações da bactéria Escherichia coli, geneticamente iguais,
foram cultivadas em tubos idênticos, contendo um meio líquido com glicose como única fonte de alimento e suficiente para
alimentar a população de bactérias por 24 horas. Todos os dias, 1% de cada população foi transferida para um novo tubo com
glicose suficiente para alimentar a população das bactérias por mais 24 horas e assim sucessivamente, até à atualidade.
Em 1994, 10 000 gerações depois, Lenski pretendeu avaliar as alterações na capacidade de adaptação ao meio das populações
que "evoluíram" nos tubos de ensaio. Para isso, colocou amostras das populações que evoluíram com amostras das populações
ancestrais (iguais às utilizadas no início da experiência), na proporção de 1:1, nas mesmas condições experimentais utilizadas
anteriormente para os ciclos de crescimento de 24 horas. Dessa forma promoveu a competição entre as bactérias dos dois tipos
e, pela frequência de cada uma na população total, era possível avaliar a que apresentava maior aptidão (para identificar as duas
populações foi utilizado um marcador genético de cor). As amostras da mistura foram cultivadas em meios sólidos que
permitiam que as colónias derivadas das bactérias evoluídas e ancestrais pudessem ser distinguidas com base na sua cor. A
mudança na proporção dos dois tipos foi, então, usada para estimar a aptidão das linhas que evoluíram em relação ao ancestral.
Os resultados revelaram que a aptidão relativa das 12 populações experimentais tinha aumentado em cerca de 40%. E este
aumento refletiu-se de duas formas: as populações passaram a crescer mais rapidamente em sucessivos tubos e o tamanho
celular médio quase que duplicou.
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. Ao misturar os dois tipos de bactérias, Lenski usou as mesmas condições experimentais utilizadas anteriormente para os
ciclos de crescimento de 24 horas,
(A) para garantir que os resultados fossem apenas decorrentes da capacidade diferencial de adaptação das duas populações.
(B) para garantir que as bactérias da população evoluída fossem as mais aptas naquele meio.
(C) para que as bactérias da população que evoluiu nesse meio estivessem bem adaptadas a ele.
(D) porque a glicose se revelou essencial ao crescimento das bactérias.
7. Estabeleça a sequência correta dos acontecimentos seguintes relacionados com a evolução ocorrida na experiência de
Lenski.
(A) A população de bactérias não apresenta diferenças genéticas.
(B) A população é toda constituída por indivíduos que apresentam maior aptidão relativa para o meio.
(C) Durante a replicação do DNA associada à bipartição ocorrem erros.
(D) Em cada geração reproduzem-se mais os indivíduos maiores e com maior capacidade reprodutiva.
(E) Na população de bactérias surgem indivíduos de maior tamanho com maior capacidade reprodutiva.
8. Estabeleça a correspondência correta entre as afirmações da coluna A e o termo da coluna B que identifica o r espetivo
fator de evolução.
COLUNA A COLUNA B
(a) Alguns alelos tornam-se mais frequentes quando em determinado ambiente (1) Mutação
representam uma vantagem para as populações que os possuem. (2) Deriva genética
(b) A população de coelhos da ilha de Porto Santo descende de uma única fêmea grávida (3) Seleção natural
transportada no navio de Bartolomeu Perestrelo, em 1419. (4) Ausência de panmixia
(c) Ocorrem alterações do material genético introduzindo novas variações genéticas. (5) Efeito fundador
(d) Os membros da comunidade amish de Lancaster County apenas se cruzam entre si. (6) Migração
(e) De uma população podem entrar ou sair indivíduos, alterando a frequência dos genes (7) Efeito gargalo
dessa população. (8) Seleção artificial
9. Os avanços nas diferentes áreas das ciências biológicas e das tecnologias forneceu um conjunto de conhecimentos que
permitiram reformular a teoria darwinista da evolução, naquilo que ficou conhecido como teoria sintética da evolução ou
neodarwinismo.
Indique as principais limitações da teoria darwinista e explique como no neodarwinismo são esclarecidos esses aspetos.
10. Devido à caça predatória, no final do século XIX, a população de elefantes-marinhos do Norte estava reduzida a 20
indivíduos. Várias medidas permitiram inverter esta tendência e, na atualidade, a população destes animais cresceu para
cerca de 30 000 indivíduos.
Considerando o seu fundo genético, explique por que motivo esta população deverá ter uma aptidão evolutiva menor que a
população de elefantes-marinhos do Sul, cuja população não sofreu esta oscilação no número de indivíduos.
Exercício 11 - A classificação dos elefantes
Uma equipa de cientistas conseguiu sequenciar parte do código genético do mamute lanudo (Mammuthus primigenius), um
animal extinto há milhares de anos. A pesquisa descodificou as 5 mil "letras" do código genético da mitocôndria do animal. O
estudo permite uma visão mais profunda da filogenia da família dos elefantes e revela a relação filogenética do elefante asiático
(Elephas maximus) com o elefante africano (Loxodonta africana) e com o mastodonte americano (Mammut americanum).
Os mamutes viveram na África, na Europa, na Ásia e na América do Norte entre 1,6 milhões de anos e 10 mil anos atrás, durante
a era geológica plistocénica.
A equipa de pesquisadores extraiu e analisou o DNA do mamute usando uma nova técnica que funciona mesmo com pequenas
quantidades de osso fossilizado - neste caso, 200 miligramas. Cerca de 46 fragmentos de DNA foram combinados e colocados
em ordem, dando um registo completo do DNA mitocondrial do mamute.
Apesar de a parte principal da informação genética de um animal se encontrar no núcleo da célula, o DNA mitocondrial é
particularmente útil para estudar as relações evolutivas entre as diferentes espécies. O DNA mitocondrial é transmitido pela
linha materna com poucas, mas regulares, mudanças, dando aos cientistas uma visão sobre o passado da espécie em questão.
A figura seguinte revela a filogenia baseada nos resultados deste estudo.
Na resposta a cada um dos itens 1 a 7, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. A classificação representada na figura 11 pode ser considerada
(A) natural, por se basear num critério bioquímico, e vertical, por considerar as relações evolutivas.
(B) natural, por se basear num critério anatómico, e vertical, por recorrer à taxonomia numérica.
(C) racional, por se basear num critério anatómico, e vertical, por recorrer à taxonomia numérica.
(D) racional, por se basear num critério bioquímico, e vertical, por considerar as relações evolutivas.
6. A utilização do DNA mitocondrial para o estabelecimento de filogenias pode ser vantajosa relativamente à utilização de
DNA nuclear, porque
(A) no primeiro não ocorre recombinação.
(B) no primeiro não ocorrem mutações.
(C) é mais difícil de isolar em laboratório.
(D) o primeiro é transmitido pela linha materna e o segundo por linha paterna.
9. Faça corresponder cada uma das descrições relacionadas com a sistemática dos seres vivos da coluna A ao termo da coluna
B que identifica a respetiva designação.
COLUNA A COLUNA B
(a) Na evolução das plantas, os tecidos condutores surgem com as traqueófitas. (1) Chave dicotómica
(b) Os cogumelos podem ser classificados em venenosos ou comestíveis. (2) Cladograma
(c) Descrições sistemáticas que permitem identificar seres vivos. (3) Taxonomia numérica
(d) Representação gráfica que procura traduzir as relações de parentesco entre (4) Taxon
diferentes espécies. (5) Característica primitiva
(e) A espécie é a unidade básica de classificação e representa um grupo natural. (6) Característica derivada
(7) Classificação prática
(8) Classificação natural
11. A hibridação de DNA é uma técnica muito utilizada para a determinação de relações evolutivas entre seres vivos.
Explique em que consiste esta técnica e como ela permite estabelecer esse tipo de relações.
Exercício 12- O terceiro domínio da vida
Em 1977, o microbiólogo americano Carl Woese coloca em causa, pela primeira vez, a divisão clássica dos seres vivos em cinco
reinos. Através de análises de sequências de RNA ribossomal, Woese mostra que existem grandes diferenças dentro do grupo
dos organismos procariontes. Ele propõe a divisão dentro deste grupo em eubactérias (bactérias verdadeiras) e arqueobactérias
(bactérias que, normalmente, vivem em ambientes extremos). Em artigo publicado em 1990, o mesmo autor refina a sua
classificação, propondo o que conhecemos hoje como os três domínios da vida (Bacteria, Archaea e Eukarya), sendo Archaea o
chamado "Terceiro domínio da vida': Neste artigo, Woese ressalta que a diferença entre os domínios Bacteria e Archaea é maior
do que a diferença entre os clássicos reinos Animalia e Fungi. Desta forma, nós, humanos, somos mais parecidos geneticamente
com fungos do que microrganismos dos domínios Bacteria e Archaea entre si. Podemos perceber que o que Woese propôs em
1990 estava muito à frente do "consenso científico': Enquanto os taxonomistas passam a vida toda tentando organizar ordens
ou géneros, Woese propôs um taxon acima de "Reino',' alterando de forma marcante a nossa visão da vida no planeta.
(Adaptado de http://scienceblogs.com.br/discutindoecologia/2008/10/i-camaval-cientifico-o-terceiro-dominio-da-vida - consultado em junho de 2012)
(Baseado em http://pt.wikipedia.org/wild/Carl_Woese)
Figura 12 Árvore filogenética da vida baseada na configuração do rRNA.
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. A classificação dos seres vivos em três domínios proposta por Woese
(A) baseia-se em critérios de natureza bioquímica, mais concretamente na análise de ácidos nucleicos.
(B) baseia-se em critérios de natureza estrutural, mais concretamente na análise do DNA.
(C) é uma classificação fenética, porque não tem em conta os pressupostos evolutivos.
(D) é uma classificação artificial, porque se baseia num único critério de natureza estrutural.
6. A presença de cloroplastos num ser unicelular torna possível a sua inclusão no Reino
(A) Monera.
(B) Protista.
(C) Fungi.
(D) Plantae.
7. Ordene as letras A a E, de modo a estabelecer a sequência correspondente à evolução dos sistemas de classificação.
(A) Fungos flagelados e algas multicelulares são incluídos no Reino Protista.
(B) Haeckel propõe a existência de um novo reino para incluir fungos, protozoários e bactérias.
(C) As diferenças estruturais entre os seres eucariontes e os procariontes justificaram a criação de um novo reino.
(D) Fungos, seres unicelulares com cloroplastos e bactérias são classificados como plantas.
(E) Whittaker propôs um sistema de classificação em cinco reinos.
8. Faça corresponder cada um dos pares de reinos expressos na coluna A aos termos da coluna B que identificam os pares de
categorias antagónicas que poderiam ser utilizadas numa chave de identificação para os separar.
COLUNA A COLUNA B
(a) Monera/Protista (1) Autotrófico por absorção/heterotrófico por ingestão
(b) Fungi/Plantae (2) Heterotróficos multicelulares diferenciados/autotróficos multicelulares diferenciados
(c) Fungi/Animalia (3) Heterotróficos por absorção/heterotróficos por ingestão
(d) Protista/Plantae (4) Parede celular de natureza quitinosa/parede celular de natureza celulósica
(e) Animalia/Plantae (5) Procarionte/eucarionte
(6) Procarionte/eucarionte multicelular diferenciado
(7) Autotróficos ou heterotróficos/exclusivamente autotróficos
(8) Estrutura cenocítica/procarionte
9. Considerando os critérios que estão na base da classificação dos reinos de Whittaker (1979), explique porque se pode
afirmar que o Reino Protista é o que revela maior heterogeneidade de características dos organismos que o constituem.
10. Explique de que forma o sistema de classificação de Woese "altera de forma marcante a nossa visão da vida no planeta".
Soluções de Biologia
Exercício 1 - As experiências de Kornberg
Fig. 1 Bacia hidrográfica do rio Mondego. (Baseado em Silva, A. et al. (2004). Terra, Universo de Vida. Porto: Porto Editora.)
Na resposta a cada um dos itens 1 a 7, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. A bacia hidrográfica do rio Mondego corresponde
(A) à região da serra da Estrela e do Baixo Mondego.
(B) ao conjunto dos cursos de água ligados ao rio Mondego.
(C) ao rio Mondego e ao conjunto dos seus afluentes.
(D) à área drenada pelo rio Mondego e pelos seus tributários.
2. A baixa da cidade de Coimbra e o Baixo Mondego eram frequentemente submersos pelas águas do rio
(A) por se encontrarem a cotas muito baixas e situados no leito de estiagem do rio.
(B) por se situarem no seu leito de cheia, que no curso inferior apresenta um perfil transversal mais largo.
(C) por apresentarem cotas mais baixas que o leito do rio, que nessas zonas é estreito e profundo.
(D) por se situarem na margem do rio, muito próximas do leito de cheia.
6. Tendo em conta o perfil longitudinal do rio Mondego e as características da bacia hidrográfica, é de esperar que no Alto
Mondego predominem fenómenos de
(A) transporte e sedimentação.
(B) meteorização e erosão.
(C) transporte em suspensão.
(D) inundação marginal.
8. Ordene as letras A a E, de modo a sequenciar os principais fenómenos que caracterizam diferentes zonas do rio Mondego,
desde a nascente até 1 km a jusante da barragem da Aguieira.
(A) Reinicia-se forte ação erosiva vertical aprofundando o leito do rio.
(B) A velocidade da corrente do rio diminui.
(C) Predominam fenómenos de deposição da carga sólida.
(D) Redução brusca do caudal do rio.
(E) Transporte de carga sólida de grandes dimensões por rolamento e deslizamento.
9. Faça corresponder cada uma das descrições relacionadas com as bacias hidrográficas expressas na coluna A à respetiva
designação expressa na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Depósitos recentes de sedimento inconsolidado que se forma ao longo das margens dos rios. 1. Perfil transversal
(B) Revela as características do vale fluvial numa determinada secção do rio. 2. Perfil longitudinal
(C) Corresponde à zona ocupada por uma quantidade menor de água, como acontece, por exemplo, 3. Leito de cheia
durante o verão. 4. Leito de estiagem
(D) Conjunto formado pelo rio principal e por todos os seus tributários. 5. Leito normal
(E) Linha que une vários pontos do fundo do leito de um rio, partindo da nascente e indo até a foz. 6. Bacia hidrográfica
7. Rede hidrográfica
8. Aluviões
10. Explique a relação entre a construção de barragens, nos leitos dos rios, e o risco de queda de pilares das pontes a jusante
das barragens.
11. Explique de que forma a ocorrência de incêndios florestais numa determinada bacia hidrográfica e a impermeabilização
de solos resultante da construção e urbanização podem potenciar a ocorrência de cheias num rio.
Exercício 2 - A restinga de Ofir
Em Portugal, nas últimas décadas, tem-se vindo a assistir a um aumento progressivo do processo erosivo das zonas costeiras.
Um dos exemplos mais conhecidos desta ação erosiva situa-se na região de Esposende, no distrito de Braga.
O litoral de Esposende caracteriza-se por ter uma costa baixa e arenosa, marcada por um cordão dunar proeminente,
parcialmente recortado pela áreas de edificado de Mar, Cepães, Esposende, Ofir, Sr.ª da Bonança, Pedrinhas, Cedovém e Apúlia
e dividido pela embocadura do rio Cávado. Está ancorado a norte por um molhe e a sul por uma restinga arenosa que separa o
rio do mar e constitui um elemento fundamental de proteção da frente urbana de Esposende.
A sul do rio Cávado surgem alguns dos problemas mais complexos deste troço de costa: a restinga de Ofir, cuja fragilidade levou
já ao seu rompimento e à necessidade de alimentação mais ou menos sistemática, e a existência de ocupação edificada, que
levou à execução de obras de proteção, mais ou menos bem-sucedidas, mas que não evitam fenómenos de enxovalhamento e
galgamento. As obras de proteção incluem o esporão de fixação da foz do rio Cávado, na margem direita, os esporões de Ofir,
Pedrinhas e Apúlia e os enrocamentos e defesas frontais de proteção de edificações em Mar, Ofir e Pedrinhas. Existem outras
intervenções de tipo mais "ligeiro'; como as paliçadas e a recomposição de maciços dunares, a fixação dos troços terminais das
pequenas ribeiras e as periódicas deposições de areias na restinga de Ofir.
A mobilidade da restinga é bem evidente na representação esquemática patente na figura 2, em que se compara o nível
aproximado da maré alta em duas épocas distintas (1957 e agosto de 2001). Salienta-se a nítida aproximação da ponta da
restinga em relação à margem interior e o alargamento acentuado da entrada do rio.
(Adaptado de http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/2140/1/Sistemas%2520dunares%25202002.pdf) (Baseado em
http://www.icn.pt/portal/portal/cpublica/PO_PNLN/ordenamento/texto/63101_F3_Relat%C3%B3rio_a.pdf)
Fig. 2 Posição do nível de maré alta na zona costeira frente a Esposende, em agosto de 2001 (mancha clara); a linha tracejada representa a
posição da linha de costa em 1957 (posição inferida por fotointerpretação após correção e referenciação).
Na resposta a cada um dos itens 1 a 7, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. O processo erosivo das zonas costeiras pode ser favorecido por fatores como
(A) a alteração da quantidade de sedimentos fornecidos ao litoral.
(B) a urbanização de zonas dunares.
(C) as cheias centenárias nos rios.
(D) o ciclo diário de marés.
2. O Hotel e as Torres de Ofir estão mais protegidos do avanço do mar com a construção do esporão
(A) 1, visto que este promove a deposição de areias a sul.
(B) 1, visto que este promove a deposição de areias a norte.
(C) 2, visto que este promove a deposição de areias a sul.
(D) 2, visto que este promove a deposição de areias a norte.
5. As paliçadas são estruturas de madeira que imitam a ação da vegetação dunar e favorecem o crescimento das dunas
(A) ao promoverem a deposição de areias transportadas pelo vento.
(B) por alterarem a direção predominante dos ventos.
(C) ao impedirem o avanço do mar.
(D) ao facilitarem a criação de ecossistemas complexos.
6. A alteração da deriva sedimentar na região de Esposende, provocada pela construção dos esporões, sugere que esta se faz
de
(A) norte para sul, visto que a zona de acreção se situa a sul daqueles.
(B) norte para sul, visto que a zona de acreção se situa a norte daqueles.
(C) sul para norte, visto que a zona de acreção se situa a sul daqueles.
(D) sul para norte, visto que a zona de acreção se situa a norte daqueles.
7. A ação de desgaste provocada pelo impacte dos movimentos das águas do mar faz-se sentir, de modo mais significativo,
nas
(A) praias e origina plataformas de abrasão devido à acumulação de detritos.
(B) praias e designa-se abrasão marinha.
(C) arribas e origina praias devido à acumulação de areias.
(D) arribas e designa-se abrasão marinha.
8. Ordene as letras A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica relacionada com a evolução de arribas.
(A) Aumenta a dimensão da plataforma de abrasão.
(B) Predominância de fenómenos de abrasão marinha na base da arriba.
(C) Originam-se fendas paralelas à crista da arriba.
(D) O mar apresenta uma tendência transgressiva.
(E) O cone de detritos fornece proteção temporária à base da arriba.
9. Faça corresponder cada uma das descrições relacionadas com as zonas costeiras expressas na coluna A à respetiva
designação constante na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Estrutura rígida de engenharia, disposta transversalmente à linha de costa, utilizada na 1. praia
proteção contra a erosão costeira. 2. arriba
(B) Erosão provocada pela ação física das ondas e das partículas sólidas que transportam. 3. plataforma de abrasão
(C) Transporte de material sedimentar na faixa litoral, induzido pela ondulação oblíqua à linha 4. esporão
de costa. 5. paredão
(D) Superfície que resulta da abrasão intensa provocada pelas ondas e pelo material sólido 6. restinga
transportado. 7. abrasão marinha
(E) Linha de costa caracterizada por elevações abruptas. 8. deriva litoral
10. Explique de que forma a construção de barragens no curso dos rios pode estar relacionada com uma alteração da
dinâmica costeira, que se reflete no recuo da linha de costa em alguns locais.
11. Para proteger algumas áreas costeiras urbanizadas da ação erosiva do mar são construídos conjuntos de esporões pouco
espaçados entre si, designados campos de esporões. Explique a necessidade de construção desses campos de esporões.
Exercício 3 - Movimento de massa em Frades (Arcos de Valdevez)
No dia 7 de dezembro do chuvoso inverno de 2000, um movimento de massa na aldeia serrana de Frades, Arcos de Valdevez,
provocou a morte a quatro pessoas e destruiu por completo cinco moradias. Mais de uma década depois, é ainda visível a
cicatriz deixada pelo desprendimento e o percurso seguido pelos materiais até ao centro da localidade.
Este movimento de massa desenvolveu a cicatriz de arranque numa bacia hidrográfica de primeira ordem (sem tributários), com
um declive extremamente acentuado (superior a 300) e com pouca vegetação. Na vertente, os granitos encontram-se cobertos
por um depósito de cobertura (solo ou rególito) de fraca espessura, com cerca de dois metros, e com origem na alteração dos
granitos. A cicatriz coincide com a frente de alteração (contacto entre os depósitos de vertente e o granito subjacente), que
constituiu a superfície de deslizamento.
A fraca espessura dos depósitos de cobertura acima da aldeia de Frades permite uma boa capacidade de infiltração e de
circulação da água, dificultando a saturação dos materiais e a consequente instabilidade da vertente. No entanto, a cicatriz é
atravessada por uma falha de forte componente argilosa, com uma espessura de aproximadamente 60 cm, de direção N-S e de
inclinação inversa à forma da vertente, constituindo um obstáculo evidente à fácil circulação da água nos depósitos da vertente
e permitindo a saturação rápida do contacto entre o depósito e o substrato rochoso pouco permeável.
As características geomorfológicas da vertente deram origem a um movimento superficial de grande velocidade, iniciado por um
pequeno movimento translacional, que originou a formação da cicatriz e que continuou vertente abaixo mobilizando mais
material ao longo da vertente.
Na resposta a cada um dos itens 1 a 7, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
4. A grande velocidade do fluxo dos materiais deveu-se às características geomorfológicas da vertente, nomeadamente
(A) o declive elevado e a inclinação da falha.
(B) a natureza do substrato rochoso e o tamanho dos materiais mobilizados durante o movimento.
(C) o declive elevado, aliado à fraca espessura do depósito de cobertura.
(D) a natureza do substrato rochoso e a vegetação escassa.
8. Analise as formulações que se seguem, relativas a acontecimentos que deverão ter estado na origem, em fevereiro de
2010, da maior parte da destruição e mortes da "tragédia da ilha da Madeira".
Reconstitua a sequência temporal dos acontecimentos mencionados que deverão ter estado na origem desse processo
geológico.
(A) A hiperconcentração aumenta a capacidade de mobilização da água.
(B) Precipitação intensa e duradoura nas zonas montanhosas.
(C) Mobilização de materiais de grandes dimensões.
(D) Os escorregamentos superficiais transportam materiais finos para as ribeiras.
(E) Aumento de velocidade do agente de transporte.
9. Faça corresponder cada uma das descrições relacionadas com as zonas de vertente expressas na coluna A ao termo da
coluna B que identifica a respetiva designação.
COLUNA A COLUNA B
(A) Cabos ou barras de aço que são fixados a uma zona estável do maciço. 1. Pregagem
(B) Movimento de lamas e detritos que ocorrem em vertentes de vulcões. 2. Ancoragem
(C) Ocorre, geralmente, ao longo de um plano preexistente, como, por exemplo, um plano 3. Reptação
de estratificação ou diáclases. 4. Lahar
(D) As tensões tangenciais são suficientemente fortes para produzirem deformação 5. Fluxo detrítico
permanente, mas insuficientes para conduzirem a rutura brusca. 6. Deslizamento rotacional
(E) Movimentações bruscas de material geológico que ficou solto devido à meteorização ou 7. Deslizamento translacional
a outras causas. 8. Queda de blocos
10. Os movimentos de massa ao longo de vertentes são condicionados por vários fatores, sendo as características
geomorfológicas do local um dos mais importantes.
Explique de que forma a orientação e inclinação das camadas constituem fatores condicionantes desses movimentos.
11. Explique de que forma a elaboração de cartas de risco geológico e de ordenamento do território poderão constituir
medidas preventivas dos movimentos de massa e de minimização dos seus efeitos.
Exercício 4 - O "ouro dos tolos"
A pirite é um mineral conhecido como "ouro dos tolos" por, muitas vezes, ser confundida com o ouro. Apresenta um aspeto
amarelo-dourado e, sob determinado ângulo de incidência de luz, os cristais brilham como o ouro. No entanto, pirite e ouro
apresentam algumas propriedades físicas e químicas diferentes, que permitem uma fácil distinção. Ao esfregar uma amostra
sobre uma porcelana, a pirite deixa um traço preto, enquanto o traço deixado pelo ouro é amarelado. A pirite reage com ácidos,
originando sulfureto de hidrogénio, que tem um cheiro desagradável, semelhante a ovos podres (a maioria dos ácidos não reage
com o ouro). Uma densidade muito maior do ouro pode ser, também, uma propriedade utilizada para a distinção de amostras.
No Alentejo, mais concretamente na região de Aljustrel, existem importantes jazigos de pirite integrados na designada Faixa
Piritosa Ibérica (FPI), uma província metalogenética que se situa na zona SW da Península Ibérica e que constitui a principal
fonte de recursos metálicos do nosso país. Esta província forma um arco com uma extensão de 250 km de comprimento e 30 a
60 km de largura, que abrange parte do Alentejo, do Algarve e da Andaluzia. No centro mineiro de Aljustrel conhecem-se
reservas superiores a 250 milhões de toneladas de pirite, o que faz desta mina uma das maiores da FPI, a par de Neves-Corvo
(mina em atividade, localizada próximo de Almodôvar/Castro Verde) e de Rio Tinto, Los Frailes-Aznalcollar, Tharsis, La Zarza e
Sotiel-Migollas (áreas mineiras atualmente abandonadas e situadas em Espanha).
Os jazigos de sulfuretos da FPI encontram-se associados a uma formação geológica constituída por rochas vulcânicas e
sedimentares (Complexo Vulcanossedimentar), formada na Era Paleozoica, há cerca de 352 a 330 milhões de anos. A sua génese
está relacionada com a circulação de fluidos hidrotermais (água do mar modificada e fluidos magmáticos) entre as rochas, as
quais sofreram, por isso, intensos processos físico-químicos de lixiviação e troca iónica. Nos locais de descarga destes fluidos
formam-se, em ambiente marinho, massas de sulfuretos ricas em ferro, cobre, zinco, chumbo, prata e ouro.
A pirite aparece associada a vários metais, dentre esses, ironicamente, também ao ouro.
(Baseado em http://www.mun-aljustrel.pt/menu/188/geologia.aspx)
Fig. 4 Pirite.
Na resposta a cada um dos itens 1 a 7, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
2. A designação "ouro dos tolos" deve-se ao facto de a pirite e o ouro apresentarem propriedades
(A) óticas semelhantes, como a cor e o brilho metálico.
(B) óticas semelhantes, como a cor, o brilho e a risca.
(C) físicas semelhantes, como a cor, o brilho e a clivagem.
(D) físico-químicas semelhantes, como a composição química e a estrutura cristalina.
3. Em duas amostras não identificadas de pirite e de ouro que, ao serem mergulhadas em provetas com água, provocam o
mesmo deslocamento de água, corresponderá
(A) à pirite aquela que libertar um odor desagradável.
(B) ao ouro a que apresentar clivagem.
(C) à pirite aquela que numa balança indicar a menor massa.
(D) ao ouro a que apresentar fratura.
6. A clivagem é a tendência que alguns minerais apresentam para se quebrarem ao longo de superfícies
(A) irregulares, que correspondem ao arranjo dos átomos na estrutura cristalina.
(B) paralelas, que correspondem a superfícies de fraqueza da estrutura cristalina.
(C) paralelas, que correspondem à orientação dos átomos na estrutura cristalina.
(D) irregulares, que correspondem a superfícies de fraqueza da estrutura cristalina.
8. A dureza de um mineral pode ser determinada recorrendo à escala de Mohs. Ordene as letras A a E, de modo a estabelecer
uma sequência crescente de durezas.
(A) Diamante.
(B) Mineral que pode ser riscado por uma moeda de cobre mas que não é riscado pela unha do dedo.
(C) Mineral que não risca o vidro e é riscado por uma lima de aço.
(D) Mineral que é riscado pelo gesso.
(E) Mineral que risca o vidro e é riscado por este.
9. Faça corresponder cada uma das descrições relacionadas com as propriedades dos minerais expressas na coluna A ao
termo da coluna B que identifica a respetiva designação.
COLUNA A COLUNA B
(A) A pirite, quando esfregada sobre uma porcelana, deixa um traço preto. 1. Clivagem
(B) Dependente da forma como o mineral absorve a luz natural difusa. 2. Dureza
(C) A superfície do diamante, quando reflete a luz natural, apresenta um aspeto excecional e 3. Magnetismo
intenso. 4. Risca
(D) A olivina, quando sujeita a choque, quebra, formando superfícies curvas suaves, semelhantes a 5. Fratura
conchas. 6. Brilho submetálico
(E) Propriedade apresentada pela magnetite que se relaciona com a capacidade para provocar 7. Brilho não metálico
uma ligeira mudança na direção da agulha de uma bússola. 8. Cor
10. A grafite e o diamante são dois minerais com propriedades físicas distintas, mas com a mesma composição química -
ambos são formados exclusivamente por carbono. Na estrutura interna do diamante, os átomos de carbono estão unidos por
ligações covalentes (ligações químicas fortes), enquanto na grafite os átomos dispõem-se em camadas de anéis hexagonais,
ligados entre si por ligações químicas fracas, do tipo Van der Waals.
Relacione a estrutura cristalina destes dois minerais com a dureza dos mesmos e preveja as condições de pressão em que eles
se formam.
11. Muitas pinturas rupestres eram efetuadas com recurso a minerais, como a hematite e a pirolusite. Explique a utilização
dos minerais neste tipo de arte, referindo-se às propriedades em que se baseia.
Exercido 5 - Distribuição granulométrica dos sedimentos de superfície do estuário do rio Minho
Um estudo recente permitiu conhecer a distribuição granulométrica do estuário do rio Minho. Este estudo baseou-se na análise
de 49 amostras colhidas no troço do rio Minho entre Tui e Caminha.
O sedimento é essencialmente composto por areia e cascalho com diferentes percentagens de silte e argila. O sedimento com
granulometria mais grosseira (cascalho) encontra-se mais a montante, com uma diminuição gradual de granulometria (areia)
para jusante, estando a amostra com maior percentagem de cascalho (69%) localizada a norte de Valença (ver figura 5). A
jusante, perto de Seixas, Lanhelas e Caminha, foram encontradas algumas amostras mais grosseiras (sedimento cascalhento),
com percentagens de cascalho de aproximadamente 16%. A amostra com maior percentagem de areia está localizada perto de
Caminha, na boca do rio Coura.
A fração superior a 2000 µm é essencialmente composta por quartzo, feldspatos, fragmentos líticos e micas, com grau de
rolamento de angular a subangular, enquanto que a fração inferior a 2000 µm constitui uma areia grosseira, mal calibrada,
fortemente enviesada para o grosseiro e essencialmente composta por quartzo e micas, com grau de rolamento de angular a
subangular. A maturidade textural do sedimento, dada pelo diâmetro médio, pela calibração e pelo grau de rolamento,
determina um sedimento submaturo em toda a área estudada.
Tendo em conta estes resultados, o estuário do rio Minho pode dividir-se em dois setores distintos: da zona mais a montante
(Tui) até Vila Nova de Cerveira, onde o sedimento é composto por material mais grosseiro - cascalho e sedimento cascalhento -,
e de Vila Nova de Cerveira até à boca do estuário, onde o sedimento é composto essencialmente por areia, refletindo as
condições energéticas existentes no rio.
No diagrama da figura 6 (diagrama de Hjulstrom) estão representadas curvas experimentais que tentam explicar a influência da
velocidade da corrente de um rio e da dimensão dos materiais nos fenómenos de erosão, de transporte e de sedimentação.
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
2. Com base no diagrama de Hjulstrom, podemos considerar, que a jusante de Vila Nova da Cerveira, onde se encontra a
quase totalidade dos sedimentos inferiores a 2000 µm,
(A) a velocidade predominante da corrente é inferior a 10 cm/s.
(B) a velocidade predominante da corrente é superior a 10 cm/s.
(C) a velocidade da corrente nunca foi superior a 1 cm/s.
(D) predominam fenómenos de erosão e transporte.
3. A deposição dos materiais argilosos, transportados em suspensão,
(A) aumenta para jusante devido à salinização crescente da água do rio.
(B) diminui para jusante devido à influência crescente das águas do mar.
(C) é sempre igual ao longo de todo o curso do rio.
(D) aumenta para montante, porque a agitação da água é maior.
4. O grau de rolamento angular a subangular da maior parte dos sedimentos recolhidos sugere
(A) uma origem a partir de rochas de dureza superior.
(B) a ocorrência de uma meteorização de natureza química.
(C) a ocorrência de muitos choques entre eles e com as rochas da superfície.
(D) que foram sujeitos a um transporte de curta duração.
8. Faça corresponder cada uma das descrições de rochas sedimentares da coluna A ao termo da coluna B que identifica a
respetiva designação.
COLUNA A COLUNA B
(A) Rocha calcária formada pela precipitação lenta de carbonato de cálcio por ação da água doce, 1. Argilas
normalmente associada a grutas e constituinte de espeleoformas. 2. Argilitos
(B) Rocha detrítica, maciça e compacta, de granulação finíssima. 3. Conglomerados
(C) Variedade de carvão mais pura, sendo constituído quase só por carbono. 4. Travertino
(D) Rocha carbonatada formada pela acumulação de material de origem biogénica e posterior 5. Gesso
cimentação. 6. Calcário conquífero
(E) Rocha detrítica formada por consolidação de balastros que sofreram transporte de alta 7. Antracite
energia. 8. Lenhite
9. Os cascalhos recolhidos nas amostras da zona de Valença revelam a presença de feldspatos. Explique de que forma a
presença deste mineral é indicadora de proximidade à rocha-mãe.
10. Após a deposição, os sedimentos experimentam uma evolução mais ou menos complexa, em que intervêm processos
físicos e químicos, que no conjunto constituem a diagénese. Caracterize as fases diagenéticas, identificando os processos
físicos e químicos.
Exercício 6 - A geologia do Grand Canyon
O Grand Canyon é um acidente geográfico situado nos Estados Unidos da América. Corresponde a uma depressão que o rio
Colorado moldou durante milhares de anos à medida que as suas águas percorriam o seu leito, aprofundando-o ao longo de 446
km. Chega a medir 29 km de largura e atinge profundidades de 1600 metros. Cerca de 2 mil milhões de anos da história
geológica da Terra foram expostos pelo rio, à medida que este e os seus afluentes foram expondo camada após camada. Das
rochas expostas, as situadas mais abaixo são rochas ígneas e metamórficas, que formam um complexo Pré-Câmbrico, designado
"xistos de Vishnu': Como não há fósseis preservados nos xistos, não existe um método rápido para saber a sua idade geológica,
apenas se sabe que se formou por metamorfismo de rochas sedimentares e ígneas, há muito tempo.
Acima do grupo de Vishnu está a série do Grand Canyon, um grupo de arenitos, calcários e argilitos intercalados, depositados
originalmente como areias e argilas ao longo de rios, lagos e mares pouco profundos e separados do grupo de Vishnu por uma
discordância angular, indicadora da ocorrência de um período de deformação.
Existe uma outra discordância angular entre a série do Grand Canyon e as formações sobrejacentes do Câmbrico, que é
indicadora de um longo período de erosão. As formações seguintes, em direção ao topo do Grand Canyon, são as do Carbónico e
do Pérmico, as primeiras com abundantes fósseis de plantas terrestres e as segundas, correspondentes a estratos do Pérmico,
com pegadas de répteis terrestres primitivos. A estratificação entrecruzada e a presença destes icnofósseis sugere a deposição
de areias em ambiente terrestre, possivelmente por ação do vento, num ambiente árido. As duas últimas formações deste
período, constituídas principalmente por calcários, revelam deposição em ambiente marinho.
A figura 7 esquematiza um corte geológico, com algumas adaptações, da região do Grand Canyon. No lado direito da figura é
feita referência ao registo fóssil.
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. No decurso da formação do Grand Canyon, a sequência dos principais acontecimentos que explicam a sua história
geológica é
(A) - erosão fluvial causada pelo rio - formação da série do Grand Canyon - formações sedimentares do Paleozoico.
(B) - formação da série do Grand Canyon - erosão fluvial causada pelo rio - formações sedimentares do Paleozoico.
(C) - formação da série do Grand Canyon - formações sedimentares do Paleozoico - erosão fluvial causada pelo rio.
(D) - formações sedimentares do Paleozoico - erosão fluvial causada pelo rio - formação da série do Grand Canyon.
2. Tendo em conta o processo que levou à fossilização dos insetos nos primeiros estratos do Pérmico, podemos inferir que
(A) existiam árvores resiníferas na região, durante a formação do referido estrato.
(B) a região esteve coberta por um glaciar.
(C) existia muito material orgânico que conduziu a um processo de incarbonização dos insetos.
(D) o leito do rio seria lodoso, o que facilitou o processo de moldagem.
3. A ausência de fósseis nas rochas do grupo de Vishnu deve-se, provavelmente, à
(A) impossibilidade de existirem fósseis em rochas metamórficas.
(B) erosão, que apagou parte da história do Câmbrico.
(C) deformação sofrida pelas formações deste grupo.
(D) inexistência de animais com partes duras no Pré-Câmbrico.
5. A série estratigráfica do Pérmico permite-nos inferir que, durante este Período, ocorreu uma
(A) transgressão, seguida de uma regressão.
(B) regressão.
(C) transgressão.
(D) regressão, seguida de uma transgressão.
7. Nalguns locais do Grand Canyon é possível observar, à superfície, o estrato do Pérmico que contém os icnofósseis de
répteis primitivos.
Ordene as letras A a E, de modo a reconstituir a sequência de acontecimentos relacionados com a formação do referido
estrato e com essa exposição.
(A) A erosão retira os sedimentos que preenchem o molde.
(B) A alteração na direção predominante dos ventos deposita areias com uma orientação distinta da anterior.
(C) Formação de contramoldes por deposição rápida de sedimentos.
(D) São visíveis vestígios da atividade dos seres vivos preservados pela litogénese.
(E) Répteis primitivos deslocam-se sobre o solo lamacento.
8. Faça corresponder cada uma das descrições expressas na coluna A ao termo da coluna B que identifica o respetivo princípio
da estratigrafia ou conceito geológico.
COLUNA A COLUNA B
(A) O estrato do topo é o mais recente da série do Paleozoico. 1. Princípio da inclusão
(B) A ocorrência de areias graníticas no seio dos arenitos mostra que estes são 2. Princípio da sobreposição
posteriores à formação do granito. 3. Princípio do atualismo
(C) Torna possível a identificação das idades relativas entre os "xistos de Vishnu" 4. Princípio da identidade paleontológica
e a intrusão granítica. 5. Princípio da continuidade lateral
(D) Assume que as leis físicas são válidas independentemente do espaço e do 6. Princípio da discordância angular
tempo. 7. Princípio da horizontalidade inicial
(E) Permite fazer a correspondência entre os estratos dos dois lados do vale. 8. Princípio da interseção
9. Conhecer os climas do passado tornou-se fundamental nos tempos atuais, devido à preocupação crescente com o impacte
económico e social dessa alteração num futuro próximo.
Explique de que forma o estudo dos estratos rochosos permite compreender os paleoclimas.
10. A escala do tempo geológica corresponde a um calendário da idade relativa das formações geológicas da Terra, que inclui
várias divisões com amplitudes diferentes, ou seja, que equivalem a diferentes períodos absolutos de tempo.
Explique esta variação na amplitude das divisões (por exemplo, das Eras), referindo-se ao seu significado e ao modo como os
geólogos estabelecem os seus limites.
Exercício 7 - O maciço eruptivo de Sintra
O maciço eruptivo de Sintra (MES) é um corpo de rochas magmáticas que se instalou há cerca de 80 milhões de anos durante o
Cretácico Superior.
As condições geodinâmicas que controlaram a instalação do MES estão associadas à progressão da abertura do oceano Atlântico
para norte e a consequente abertura do golfo da Biscaia. A abertura do golfo da Biscaia leva à rotação da Península Ibérica, que,
conjugada com a expansão do fundo oceânico entre a América do Norte e a margem ocidental da Ibéria, induziu um complexo
campo de tensões responsável por fraturas profundas na crusta utilizadas como condutas para a ascensão de líquidos
magmáticos gerados no manto superior. A fração magmática mantélica ascendeu e instalou-se há cerca de 80 M.a., num nível
crostal relativamente superficial, a cerca de 5 km de profundidade, em formações sedimentares do Jurássico Superior - Cretácico
Superior, que metamorfizou térmica e quimicamente. Na câmara magmática sucederam-se os fenómenos que levaram à
cristalização do magma.
O MES é um maciço circunscrito, intrusivo, com uma estrutura anelar e concordante com as camadas sedimentares. As rochas
magmáticas que o constituem distribuem-se por um núcleo de natureza sienítica, envolvido por um largo anel granítico, e um
anel descontínuo de rochas gabro-dioríticas que separa, a sul, o sienito do granito e, a norte, o granito do encaixante
sedimentar. A este conjunto associam-se complexas brechas eruptivas, preenchendo fraturas do maciço e uma densa rede de
filões de orientação e de natureza variada.
O grupo de rochas do MES apresentam grãos de dimensões macroscopicamente analisáveis, estando as rochas de grão muito
fino, neste caso não analisáveis macroscopicamente, confinadas à rede de filões e a alguns locais da periferia do maciço.
Os sienitos ocupam o núcleo do maciço e, tal como os granitos, são interrompidos a ocidente pelo mar. São rochas em que,
macroscopicamente, identificamos quartzo em quantidade inferior a 20% do total da rocha em volume e feldspato alcalino em
percentagem superior ou igual à plagióclase sódico-cálcica. A este conjunto associa-se biotite e outros minerais só
diagnosticáveis ao microscópio petrográfico.
Na resposta a cada um dos itens 1 a 7, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
4. Ao caminhar de A para B, no MES (figura 8), encontramos rochas originadas a partir de magmas com teor de
(A) sílica crescente e viscosidade decrescente.
(B) sílica e viscosidade decrescentes.
(C) sílica decrescente e viscosidade crescente.
(D) sílica e viscosidade crescentes.
6. A sua origem mantélica sugere que o magma original que iniciou a formação do MES era do tipo
(A) riolítico, que, por diferenciação, originou os sienitos e os gabros.
(B) andesítico, formado devido à presença de água.
(C) basáltico, que sofreu diferenciação posterior.
(D) andesítico, relacionado com a presença de um ponto quente.
7. As estruturas magmáticas filoneanas como filões e diques são constituídas por rochas
(A) extrusivas, que resultaram da escorrência de lava para fraturas.
(B) extrusivas, que resultaram da reação de fluidos hidrotermais.
(C) intrusivas, que consolidaram em fraturas.
(D) intrusivas, que resultaram de fenómenos de contração da rocha encaixante.
8. Ordene as letras A a E, de modo a reconstituir uma possível sequência cronológica de acontecimentos relacionados com um
processo de diferenciação de um magma basáltico por cristalização fracionada.
(A) Os cristais de plagióclase sódica (albite) e biotite formam-se em simultâneo.
(B) No magma em arrefecimento formam-se cristais de olivina.
(C) Minerais com elevado teor de sílica formam uma camada mais superficial.
(D) Minerais ferromagnesianos depositam-se no fundo do reservatório magmático.
(E) O magma apresenta composição andesítica.
9. Faça corresponder cada uma das descrições de rochas magmáticas da coluna A ao termo da coluna B que identifica a
respetiva designação.
COLUNA A COLUNA B
(A) Rocha leucocrata, com textura granular e com composição mineralógica onde predominam o 1. Basalto
quartzo e os feldspatos e micas como minerais acessórios. 2. Granito
(B) Rocha extrusiva, com mais de 70% de SiO2 e composição equivalente à dos granitos. 3. Diorito
(C) Rocha com textura granular, com 50% a 85% de minerais máficos e sem quartzo. 4. Sienito
(D) Rocha da família do gabro, extrusiva, melanocrata. 5. Andesito
(E) Rocha vulcânica de composição intermédia e cor cinzenta, constituída essencialmente por 6. Riolito
feldspatos e minerais máficos e onde o quartzo e a ortóclase existem em menores quantidades. 7. Peridotito
8. Gabro
10. Explique em que circunstâncias uma rocha como o granito pode ser originada a partir de um magma primário de natureza
basáltica.
11. Em limites convergentes de placas, a formação de magmas por fusão dos materiais de uma placa oceânica subductada
pode ocorrer a temperaturas relativamente baixas, comparativamente ao normal.
Considerando as características dos materiais da placa oceânica em subducção, explique este abaixamento da temperatura de
fusão.
Exercício 8 - Génese e evolução da Rocha da Pena
A Rocha da Pena é um local de reconhecido interesse geológico dadas as suas características de monumentalidade e
particularidades ao nível da geologia. Situa-se no Algarve, no concelho de Loulé, a oeste da vila de Salir, encontrando-se na
transição entre a serra algarvia e o barrocal algarvio (zona entre a faixa litoral e a serra).
Constitui um relevo de forma tabular, cujo eixo maior tem orientação E-0. Este relevo representa uma mesa com cerca de 1850
m de comprimento, 455 m de largura máxima e uma altitude que varia entre os 440 m e os 480 m. O topo do relevo, no
essencial, é aplanado, inclinando geralmente para sul. As vertentes norte e sul são simétricas e bastante íngremes, sendo
constituídas por escarpas, que atingem os 50 m de altura no setor sul, talhadas nas rochas carbonatadas da formação de
Picavessa. Sendo formada por rochas carbonatadas, é um local propenso à instalação de fenómenos cársicos, apresentando,
consequentemente, estruturas como lapiaz, dolinas, algares e grutas.
A estrutura da Rocha da Pena corresponde a uma dobra recortada e deslocada por falhas. As falhas principais foram geradas
durante o Triásico e o Cretácico Inferior, tendo depois refogado durante a fase compressiva ocorrida durante o Cretácico
Superior e o Cenozoico. O dobramento que se vislumbra terá sido gerado durante a fase de tectónica compressiva do Cretácico
Superior. Durante um período erosivo, terá sido gerada uma superfície fundamental que nivelava os terrenos do Paleozoico e do
Meso-Cenozoico. Porém, a partir do Pliocénico Superior até à atualidade, a serra algarvia terá sofrido, relativamente à área de
sopé, um levantamento de cerca de 200 m, que promoveu o encaixe da rede hidrográfica e a erosão vertical que destacou a
Rocha da Pena do relevo adjacente, por erosão diferencial associada à diferente litologia e à estratigrafia das unidades
mesozoicas - os calcários e dolomitos da formação de Picavessa, mais resistentes, subsistiram aos processos erosivos, enquanto
as rochas subjacentes vulcano-argiloso-areníticas do Triásico-Sinemuriano, menos competentes, foram erodidas.
A figura 9 representa, em blocos-diagramas, a génese e evolução da Rocha da Pena.
Na resposta a cada um dos itens 1 a 7, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. As formações rochosas da Rocha da Pena alteraram o seu comportamento mecânico ao longo do tempo, passando de um
regime predominantemente
(A) dúctil, no Triásico-Cretácico Inferior, para frágil, no Cretácico Superior.
(B) frágil, no Triásico-Cretácico Inferior, para dúctil, no Cretácico Superior.
(C) elástico, no Triásico-Cretácico Inferior, para dúctil, no Cretácico Superior.
(D) dúctil, no Triásico-Cretácico Inferior, para elástico, no Cretácico Superior.
8. Ordene as letras A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos associados à formação da
Rocha da Pena.
(A) Os movimentos tectónicos originam ambiente de deformação distensivo.
(B) A erosão diferencial das unidades litológicas e estratigráficas destaca a Rocha da Pena do relevo adjacente.
(C) O material rochoso é sujeito a tensões que superam o seu limite de plasticidade.
(D) As tensões originam o encurvamento das formações rochosas.
(E) Deposição dos calcários e dolomitos da formação de Picavessa.
9. Faça corresponder cada uma das afirmações da coluna A ao termo da coluna B que identifica o respetivo conceito
relacionado com as estruturas de deformação das rochas.
COLUNA A COLUNA B
(A) Superfície da fratura onde se observa deslocamento entre blocos. 1. Charneira
(B) Deslocamento entre dois pontos originalmente contíguos num plano de falha. 2. Rejeito
(C) Linha de maior curvatura da dobra, onde os flancos convergem. 3. Atitude
(D) Plano que interseta todos os pontos de máximo dobramento. 4. Plano de falha
(E) É, normalmente, definida pela direção e inclinação. 5. Teto
6. Muro
7. Flancos
8. Superfície axial
10. A temperatura e a pressão são fatores que condicionam o comportamento mecânico do material rochoso e que variam
com a profundidade.
Explique a alteração de comportamento do material rochoso com a profundidade, relacionando-a com os fatores de
deformação que condicionam essa alteração.
11. Explique o motivo por que muitos rios se tendem a instalar ao longo de linhas definidas por falhas.
Exercício 9- O metamorfismo da serra da Freita
O planalto da serra da Freita situa-se no concelho de Arouca, a uma altitude entre os 1000 m e os 1100 m. Apresenta alguns
pontos de interesse geológico, como, por exemplo, a Frecha da Mizarela, no rio Caima, a maior queda d'água de Portugal, e as
"pedras parideiras',' nódulos de biotite que se libertam do afloramento granítico e que se acumulam no solo.
Na região da serra da Freita, o metamorfismo orogénico foi, todo ele, gerado durante três fases de deformação ocorridas
durante a orogenia que afetou a Europa no Paleozoico.
As rochas metamórficas que afloram na área são, de uma maneira geral, rochas metassedimentares. Trata-se de rochas que
resultaram do metamorfismo de rochas sedimentares, essencialmente rochas detríticas. O metamorfismo reparte-se do baixo
ao alto grau (com predominância do médio grau na metade sudoeste da serra da Freita, e do baixo grau na metade nordeste).
Os especialistas do metamorfismo da região não são unânimes quanto aos momentos em que se formaram os principais
minerais do metamorfismo da área (estaurolite e os aluminossilicatos andaluzite, distena e silimanite).
A ocorrência de distena, associada a andaluzite, em alinhamentos com a direção regional N120°E é interpretada como
resultante de um processo de sobrepressão, gerado por fluidos provenientes dos níveis inferiores da crusta, canalizados ao
longo de fraturas e zonas de cisalhamento. Este processo terá ocasionado, simultaneamente, abundantes filões de quartzo.
Há ainda a referir, quanto às formações metamórficas da serra da Freita, a presença de uma auréola metamórfica em torno dos
maciços graníticos existentes na região.
Na figura 10, o diagrama 1 relaciona as condições de pressão e temperatura para os diferentes graus de metamorfismo e o
diagrama 2 representa os domínios de estabilidade dos minerais andaluzite, distena e silimanite em função das condições de
temperatura-pressão-profundidade existentes na serra da Freita durante as fases de deformação.
Fig. 10 Condições de pressão e temperatura para os diferentes graus de metamorfismo da serra da Freita (diagrama 1) e
domínios de estabilidade de polimorfos de Al2SiO5 (diagrama 2).
(Adaptado de http://geologia.aroucanet.com - consultado em julho de 2012)
Na resposta a cada um dos itens 1 a 7, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
2. Na metade sudoeste da serra da Freita, tendo em conta o grau de metamorfismo, as rochas predominantes deverão ser
(A) ardósias, rochas originadas a partir de metamorfismo em argilitos.
(B) corneanas, rochas que, devido às baixas temperaturas de metamorfismo, apresentam dureza elevada.
(C) xistos, rochas que apresentam foliação.
(D) gnaisses, rochas não foliadas.
3. A composição mineralógica dos filitos presentes na zona nordeste da serra da Freita não deverá incluir
(A) silimanite, porque este mineral forma-se em condições de pressão e temperatura elevadas.
(B) distena, porque este mineral forma-se em condições de pressão baixa.
(C) andaluzite, porque este mineral forma-se em condições de temperatura baixa.
(D) andaluzite e silimanite, porque são minerais de baixo grau de metamorfismo.
4. Nos domínios onde ocorrem os três aluminossilicatos, os valores de pressão e temperatura
(A) devem ter-se situado à volta dos 4kb e 500 °C, respetivamente.
(B) são típicos de alto grau de metamorfismo.
(C) necessários para a sua formação devem ter sido atingidos a cerca de 25 km de profundidade.
(D) foram tão elevados que provocaram a fusão das formações originais.
5. As rochas constituintes da auréola de contacto com os maciços graníticos não devem conter distena, porque
(A) este é um mineral típico dos granitos.
(B) durante a sua formação a temperatura nunca foi muito elevada.
(C) este é um mineral típico de pressões elevadas e temperaturas baixas.
(D) o aumento de temperatura promove a transformação de distena em andaluzite.
8. O aumento da pressão e temperatura provoca a formação de rochas com associações minerais e texturas diferentes.
Coloque as rochas seguintes pela ordem crescente de intensidade de metamorfismo.
(A) gnaisse
(B) ardósia
(C) micaxisto
(D) migmatito
(E) filito
9. Faça corresponder cada uma das descrições das rochas metamórficas da coluna A ao termo da coluna B que identifica a
respetiva designação.
COLUNA A COLUNA B
(A) Rocha não foliada, monominerálica, cristalina, que faz efervescência com ácido clorídrico. 1. Ardósia
(B) Rocha compacta, com textura bandada, alternando leitos mineralógicos claros e escuros. 2. Mármore
(C) Rocha com textura não foliada, de granularidade fina e extremamente dura, que ocorre em 3. Micaxisto
auréolas de metamorfismo em contacto direto com o magma. 4. Filito
(D) Rocha de muito baixo grau de metamorfismo, de grão muito fino e apresentando fissibilidade 5. Corneana
fácil segundo superfícies planas e paralelas. 6. Quartzito
(E) Rocha de grão médio a grosseiro, com elevado teor de micas, e que apresenta xistosidade 7. Gnaisse
acentuada. 8. Migmatito
10. Relacione a inexistência de silimanite nas formações metassedimentares da metade nordeste da serra da Freita com as
condições que estiveram na origem dessas formações.
11. As isógradas são linhas que definem uma superfície de igual grau metamórfico das rochas representadas num mapa. Uma
isógrada limita duas zonas metamórficas distintas e é definida pelo aparecimento de um mineral que define o índice
metamórfico.
Explique de que forma se pode caracterizar uma determinada fácies metamórfica a partir de uma carta geológica com
isógradas.
Exercício 10 - Exploração de águas subterrâneas
As águas subterrâneas são um recurso natural imprescindível para a vida e para a integridade dos ecossistemas, que estão delas
dependentes, representando mais de 95% das reservas de água doce exploráveis do globo.
Do ponto de vista hidrogeológico, ocorrem em Portugal sistemas geológicos de vários tipos (poroso, fissurado e cársico) que
condicionam o armazenamento e a transmissão de água subterrânea. Portugal continental está dividido em quatro grandes
unidades hidrogeológicas: o Maciço Antigo, a Orla Ocidental, a Orla Meridional e a Bacia do Tejo-Sado. Nessas unidades estão
delimitados 62 sistemas aquíferos.
Apesar de se encontrarem mais bem protegidas contra a contaminação do que as águas superficiais, e não obstante o poder
filtrante e as características autodepuradoras reveladas pelos sistemas aquíferos, as águas subterrâneas, uma vez poluídas,
podem gerar processos praticamente irreversíveis sendo posteriormente a sua descontaminação muito difícil.
Entre as potenciais ameaças de poluição à água subterrânea estão o uso intensivo de adubos, fertilizantes e pesticidas em
atividades agrícolas e não agrícolas; a deposição de resíduos industriais sólidos e líquidos ou de produtos que podem ser
dissolvidos e arrastados por águas de infiltração em terrenos muito vulneráveis; a deposição de dejetos animais resultantes de
atividades agropecuárias; a construção incorreta de fossas séticas; a utilização de herbicidas e fungicidas; a sobre-exploração
dos aquíferos em zonas sensíveis, de que resultam a degradação dos ecossistemas, a intrusão marinha e a subsidência dos solos.
(Baseado em Ribeiro, L. et al. (s. d.) Ecossistemas e Bem-Estar Humano: Resultados da Avaliação para Portugal do Millennium Ecosystem Assessment - disponível em
http://ecossistemas.org/pt/relatorios.htm)
A figura 11 representa um corte esquemático de uma região litoral, com a representação dos três aquíferos.
Fig. 11 Corte esquemático de uma região litoral, com a representação de três aquíferos.
(Adaptado de http://snirh.pt/junior/)
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
5. O uso intensivo de adubos e fertilizantes agrícolas constitui uma ameaça de poluição de águas subterrâneas devido à
possibilidade de ocorrer
(A) contaminação por metais pesados.
(B) eutrofização por contaminação orgânica a partir da zona de aeração.
(C) eutrofização por lixiviação de compostos orgânicos pelas águas de percolação.
(D) lixiviação de nitratos pelas águas de percolação até à zona saturada.
7. A sobre-exploração dos aquíferos através da captação de água a partir de furos artesianos provoca algumas alterações nas
características dos aquíferos litorais, principalmente durante o verão e períodos de seca.
Ordene as letras A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos associados a essas alterações.
(A) Os furos artesianos mais superficiais deixam de ser produtivos.
(B) Deslocamento da interface água salgada/água doce.
(C) A velocidade de extração da água torna-se superior à velocidade de recarga.
(D) Diminuição dos índices de precipitação nas zonas de recarga.
(E) Algumas captações litorais apresentam água salobra.
8. Faça corresponder cada uma das afirmações da coluna A ao termo da coluna B que identifica o respetivo conceito
relacionado com recursos minerais.
COLUNA A COLUNA B
(A) Concentração média de um elemento químico na crusta terrestre e exprime-se em partes por milhão 1. escombreira
ou gramas por tonelada. 2. minério
(B) Local onde a concentração média de um determinado elemento químico é muito superior à 3. ganga
quantidade com que normalmente aparece na Natureza. 4. clarke
(C) Mineral ou agregado de minerais com interesse económico e a partir do qual se pode obter, após 5. jazigo mineral
beneficiação, um ou mais constituintes. 6. recursos
(D) É a parte não aproveitável que acompanha o minério extraído dos jazigos. 7. reserva
(E) Quantidade total de material geológico em todos os depósitos, descobertos ou por descobrir, cuja 8. mina
extração é economicamente rentável no presente e aqueles cuja extração poderá vir a ser rentável no
futuro.
9. Explique o impacte da existência de escombreiras de uma exploração mineira no local X para a qualidade da água extraída
a breve prazo nos furos 2 e 3.
10. A única central geotérmica de Portugal situa-se na Ribeira Grande, na ilha de São Miguel. Relacione esta localização com
as condições necessárias para a produção de eletricidade por aproveitamento geotérmico.
Exercício 1 - A bacia hidrográfica do rio Mondego
1. (D); 2. (B); 3. (C); 4. (A); 5. (A); 6. (B); 7. (D) 8. E, B, C, D, A
9. (a)-8; (b)-1; (c) - 4; (d) - 7; (e) - 2
10. A resposta deve apresentar os seguintes tópicos:
- relação entre a construção das barragens e a retenção de sedimentos;
- relação entre a falta de sedimentos a jusante e o descalçamento dos pilares;
- relação entre o descalçamento dos pilares da ponte e o risco acrescido de queda.
11. A resposta deve apresentar os seguintes tópicos:
- referência ao papel do coberto vegetal na retenção e infiltração da água;
- relação entre a destruição da vegetação pelos incêndios e a impermeabilização dos solos e a menor resistência ao escoamento;
- relação entre o maior escoamento e o risco acrescido de cheias.
O Kilauea é o mais recente e ativo dos vulcões que emergiram e criaram as ilhas do arquipélago havaiano, devido ao movimento
da Placa do Pacífico sobre um ponto quente.
O magma que alimenta o Kilauea parece provir de profundidades elevadas, como sugere a recorrência de atividade sísmica com
foco a 30-50 km de profundidade, relacionada, provavelmente, com a acumulação e subida do magma.
Antes da erupção, a maior parte do magma que entra no vulcão é armazenado, temporariamente, num reservatório de curta
espessura. Dados sísmicos e de deformação do solo sugerem que este reservatório está localizado entre 1 km e 6 km abaixo do
cone e consiste em bolsas magmáticas grosseiramente esféricas, com cerca de 5 km de comprimento.
O Kilauea é mais conhecido pelas suas frequentes erupções efusivas com formação de fluxos e fontes de lava, que são
suficientemente calmas para que possam ser observadas e apreciadas de perto. Este tipo de atividade é condicionado,
principalmente, pela composição do magma que ascende na pluma térmica do ponto quente havaiano, com elevado teor em
ferro, magnésio e cálcio e menos sílica, sódio e potássio, quando comparados com magmas que originam atividade explosiva.
Ocasionalmente, no entanto, o Kilauea entra em erupção explosiva, arremessando pedras e plumas de material pulverizado fino.
Várias pequenas explosões ocorreram em 2008 e 2011, mas, nos séculos passados, ocorreram erupções explosivas muito
maiores, por vezes com consequências mortais.
Na erupção de 1924, as cinzas caíram a 40 km de distância do cume do vulcão. Erupções muito mais poderosas ocorreram num
passado mais distante. Uma erupção muito explosiva ocorreu há cerca de 1000 a 1200 anos no cume do Kilauea e enviou
material vulcânico do tamanho de bolas de golfe para a costa sul, a 18 km de distância. Outras erupções enviaram cinzas para
altitudes de 4 km a 17 km, o que, a repetir-se na atualidade, pode colocar em perigo a aviação. Entre 1500 e 1790 várias
erupções incluíram a formação de nuvens ardentes.
As águas subterrâneas têm desempenhado um papel fundamental nas erupções explosivas do Kilauea. Se a água é aquecida
sobre pressão e, de seguida, a pressão é aliviada, ela pode ser expelida como vapor, expandindo-se rapidamente e fornecendo o
"propulsor" para a atividade explosiva.
Quando a caldeira se situa abaixo do nível freático, a água pode infiltrar-se na chaminé e originar uma erupção explosiva. O nível
freático situa-se, na atualidade, 500 m abaixo do chão da caldeira. Se ocorrer o colapso da caldeira para esse nível - como parece
ter acontecido por volta do ano 1500, provavelmente mantendo-se nessa posição até 1790 -, novas erupções explosivas podem
ocorrer.
Em 1924, o nível do lago de lava da cratera Halema'uma'u caiu abaixo do nível do lençol freático. As paredes da cratera
colapsaram e bloquearam a abertura, provocando um aumento da pressão do vapor de água, o que originou a atividade
explosiva violenta.
Nem todas as erupções explosivas do Kilauea podem ser relacionadas com as águas subterrâneas. Algumas parecem ter sido
desencadeadas por gases transportados e libertados pelo magma, sem origem no contacto com águas subterrâneas.
(adaptado de http://pubs.usgs.gov/gip/117/gip117.pdf)
(Adaptado de
http://pubs.usgs.gov/gip/117
/gip117.pdf)
Fig. 2 Corte do interior profundo do vulcão Kilauea mostrando o reservatório magmático superficial e a principal passagem para subida do magma.
Fig. 3 Possível origem da erupção explosiva de 1924. (adaptado de littp://pubs.usgs.govits/2011/3064/ts2011-3064.pdf)
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
5. A grande maioria das rochas originadas pela atividade vulcânica do Kilauea são rochas
(A) leucocratas, como o basalto, com textura granular.
(B) melanocratas, como o basalto, com textura agranular.
(C) leucocratas, como o gabro, com textura granular.
(D) mesocratas, como o gabro, com textura agranular.
8. Faça corresponder cada uma das afirmações relativas ao vulcanismo expressas na coluna A ao termo da coluna B que
identifica a respetiva designação.
COLUNA A COLUNA B
(A) Coluna de material quente e pouco denso que ascende a partir da fronteira manto-núcleo e 1. Piroclastos
que alimenta fenómenos de vulcanismo à superfície da Terra. 2. Pluma térmica
(B) A energia calorífica libertada pela câmara magmática origina a libertação de materiais 3. Ponto quente
líquidos e gasosos existentes nas rochas encaixantes. 4. Nuvem ardente
(C) Estrutura vulcânica de colapso localizada sobre uma câmara magmática. 5. Vulcanismo residual
(D) Material de natureza fragmentária produzido por um vulcão. 6. Corrente de lava
(E) Mistura de gases superaquecidos e de material sólido que, em consequência do seu peso e 7. Caldeira
da sua grande velocidade, desliza ao longo dos flancos do vulcão. 8. Cratera
9. Explique, com base na teoria da tectónica de placas, a formação da cadeia de ilhas do arquipélago havaiano.
10. Explique de que forma o processo de formação das rochas vulcânicas condiciona a textura típica que estas apresentam.
Exercício global 2 - Biologia sintética - desenho e construção de uma mosca sintética
A biologia sintética é uma área de investigação recente que consiste na aplicação dos princípios de engenharia à biologia, com o
objetivo de desenhar seres vivos que respondam a necessidades específicas e desejos do ser humano, como, por exemplo,
fabricar uma substância particular que não seja produzida naturalmente.
Recentemente, Eduardo Moreno, um investigador espanhol da Universidade de Berna, na Suíça, criou uma nova espécie animal,
a mosca Drosophila synthetica, que é uma derivação das espécies naturais de Drosophila melanogaster - a popular mosca da
fruta, muito utilizada em trabalhos de genética -, a partir da qual o investigador criou um circuito genético tecnicamente
complexo, com várias mutações e com a utilização de transgenes preexistentes. O circuito genético inclui um "módulo
assassino'; que foi implantado em Drosophila melanogaster, através de técnicas de engenharia genética. Este módulo é
constituído por dois transgenes independentes, cuja expressão está dependente da presença de um fator de transcrição
(proteína) designado "Glass; que resulta da expressão do gene com o mesmo nome. O resultado final do componente
"assassino" do módulo é a expressão do gene mutante "Ras" numa enzima muito ativa que promove a desregulação da divisão
celular e é, por isso, encontrada em muitos tumores.
Na presença de "Glass'; o módulo está ligado ("on") e controla a expressão do gene "Ras',' que resulta na morte da mosca pela
ação da referida enzima. Pelo contrário, na ausência de "Glass'; o módulo está no estado desligado ("off") e a mosca sobrevive.
As moscas sintéticas têm uma mutação no gene "Glass" que impede a sua expressão no fator de transcrição e, assim, o "módulo
assassino" está no estado "off" e elas são capazes de se cruzarem e originarem descendência fértil. Os híbridos morrem em
estádios iniciais de desenvolvimento, visto que apresentam um gene "Glass" original e, por conseguinte, um "módulo assassino"
no estado "on':
As moscas obtidas são os primeiros organismos transgénicos que não podem cruzar-se com os indivíduos da população original
do tipo selvagem (Drosophila melanogaster), mas que permanecem férteis quando cruzados com outros animais transgénicos
idênticos, obedecendo, assim, ao critério que permite classificá-las como uma nova espécie.
Para além das modificações a nível molecular, a nova espécie tem algumas alterações visíveis: é cega, tem olhos pequenos e cor-
de-rosa e só consegue sobreviver com temperaturas baixas (cerca de 17 0C), enquanto a original é um pouco maior e tem olhos
vermelhos. Também as asas são diferentes no seu padrão ou o que é conhecido como veias. Este padrão é característico para
diferenciar as diferentes espécies.
A experiência foi realizada com moscas por "razões práticas'; já que é uma espécie com características genéticas bem
conhecidas e, portanto, "fácil de manipular tecnicamente'; mas os resultados abrem novos caminhos para a biologia e novos
campos para a sua aplicação e levantam, também, questões de natureza ética.
(Texto baseado em http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0039054#pone-0039054-g001
http://cienciahoje.pt/index.php?oid=55002&op=all e http://www.labtimes.org/editorial/e_334.htm1- consultados em agosto de 2012)
Fig. 5 Imagens de microscopia eletrónica de varrimento de Drosophila synthetica, mostrando os olhos (A) e o aspeto geral (B).
As asas de Drosophila synthetica apresentam "veias" extra (D) comparativamente às de Drosophila melanogaster (C).
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
4. Moreno considerou que as moscas sintéticas constituiriam uma nova espécie, porque
(A) apresentam diferenças morfológicas acentuadas em relação à espécie natural.
(B) os genes inseridos as tornam estéreis.
(C) vivem a temperaturas diferentes.
(D) a constituição genética impede o sucesso reprodutivo com outras espécies.
7. Ordene as letras A a E, de modo a reconstituir a sequência correta dos acontecimentos envolvidos no funcionamento do
"módulo assassino" no estado "on".
(A) Ligação da unidade pequena do ribossoma ao codão AUG na sequência de mRNA que codifica a enzima hiperativa.
(B) Inicia-se a formação de uma sequência ribonucliotídica desencadeada pela ligação da proteína "Glass".
(C) Desregulação do ciclo celular pela atividade da enzima expressa a partir do gene "Ras".
(D) Ligação por complementaridade do anticodão ao codão de mRNA, incorporando mais um aminoácido na sequência
polipeptídica da proteína 1.
(E) Presença da proteína 1 ativa o gene "Ras".
8. Faça corresponder cada uma das descrições dos constituintes moleculares dos seres vivos expressas na coluna A ao termo
da coluna B que identifica a respetiva designação.
COLUNA A COLUNA B
(A) Molécula anfipática, com função estrutural particularmente importante ao nível das membranas 1. Aminoácido
biológicas. 2. Nucleótido
(B) Monómero constituído por um grupo carboxilo, um grupo amina, um átomo de hidrogénio e um 3. Polissacarídeo
grupo variável, ligados a um átomo de carbono central. 4. Monossacarídeo
(C) Polímero responsável pela transmissão da informação genética de geração em geração. 5. Fosfolípido
(D) O amido é um polímero de glicose que constitui a principal substância de reserva nas plantas. 6. Polipéptido
(E) Molécula constituída por três cadeias de ácidos gordos ligados a uma molécula de álcool. 7. Ácido nucleico
8. Triglicerídeo
9. Um dos maiores riscos da utilização de organismos geneticamente modificados relaciona-se com a possibilidade e
imprevisibilidade de contaminação de outros organismos com os genes modificados. Explique porque é mais segura a
utilização de "espécies sintéticas" como a Drosophila synthetica, em relação a este aspeto, do que a utilização de organismos
transgénicos.
10. A formação da espécie Drosophila synthetica foi realizada em laboratório com recurso a técnicas de engenharia genética,
não obedecendo, assim, aos princípios fundamentais do modelo neodarwinista para a origem das espécies em meio natural.
Explique de que forma os dois conceitos fundamentais do modelo neodarwinista são "substituídos" no processo "sintético"
de formação da espécie Drosophila synthetica.
Exercício global 3 - Cisão de placa tectónica aumenta magnitude de sismos
De acordo com a revista Nature, a placa tectónica que se encontra debaixo do oceano Índico está a dividir-se em duas,
fenómeno que provocará novos terramotos como os registados em Sumatra, em abril de 2012, e que alcançaram 8,7 e 8,2 graus
na escala de Richter.
Há quase 50 milhões de anos, a placa Indo-Australiana começou a dividir-se em dois ou mesmo três pedaços, um processo muito
lento que os sismólogos já conheciam. Esta rutura estará por detrás do terramoto de 9,2 graus, com epicentro em Banda Aceh,
em dezembro de 2004, e o posterior tsunami que provocou 228 mil vítimas no Sudeste asiático, bem como os sismos que em
abril passado se sentiram em Sumatra (Indonésia).
Não existe ainda uma fronteira clara que divida a placa, mas possivelmente surgirá entre o oeste de Sumatra e o sudeste da
Índia. O primeiro terramoto, de 8,7 graus, foi desencadeado pela ocorrência de pelo menos quatro fissuras na placa, em apenas
160 segundos. O terramoto foi sentido desde a Índia até à Austrália, incluindo o Sul e o Sudeste asiático. Duas horas depois
houve um segundo sismo, de 8,2 graus.
Os investigadores acreditam que estes dois terramotos estão relacionados com uma cisão desordenada da placa e que este
processo geológico é devido ao movimento diferencial da placa Indo-Australiana resultante do choque a norte com a placa Euro-
Asiática, que originou os Himalaias, e da subducção a nordeste, na região da Indonésia. Estes movimentos da placa, com
velocidades diferentes nestes limites, estão a criar tensões que poderão originar, ainda, milhares de terramotos de magnitudes
semelhantes aos de abril de 2012, antes de se formar uma nova fronteira, pela cisão da placa.
Ao contrário do sismo de Banda Aceh, os terramotos de abril de 2012 não deram lugar a tsunami, apesar da sua elevada
magnitude, já que foram provocados por movimentos horizontais ao longo de falhas. Nos dias seguintes a ambos os terramotos,
o número de sismos na região com magnitudes superiores a 5,5 graus multiplicou-se cinco vezes e estes chegaram a produzir-se
até 1500 quilómetros do epicentro dos dois primeiros.
Adaptado de http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=55713&op=all - consultado em dezembro de 2012
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
2. Os sismógrafos localizados no Equador, país localizado na região antipodal (diametralmente oposta) da zona de Sumatra,
onde se situaram os epicentros dos sismos de abril de 2012,
(A) registaram ondas P, mas não registaram ondas S.
(B) registaram ondas S, mas não registaram ondas P.
(C) não registaram ondas P nem S porque se encontram na zona de sombra.
(D) registaram as ondas profundas, mas não as superficiais
3. Os sismos de abril de 2012 na região de Sumatra não originaram tsunamis porque parecem ter resultado
(A) da formação de falhas inversas.
(B) da formação de falhas normais.
(C) de movimentos horizontais ao longo de falhas transformantes.
(D) de movimentos lentos ao longo de falhas neoformadas.
5. Tendo em conta a natureza oceânica da placa subductada na região da Indonésia será de esperar a formação de magmas
(A) dioríticos que, por consolidação em profundidade, poderão originar rochas como o andesito.
(B) andesíticos que, por consolidação à superfície, poderão originar rochas como o andesito.
(C) riolítico que, por consolidação em profundidade, poderão originar rochas como o riolito.
(D) basáltico que, por consolidação à superfície, poderão originar rochas como o basalto.
6. O basalto, rocha característica dos fundo oceânicos, caracteriza-se, geoquimicamente, por ser uma rocha
(A) ácida, com abundância de minerais félsicos como o quartzo e os feldspatos.
(B) ácida, com abundância de minerais máficos como o quartzo e a olivina.
(C) básica, com abundância de minerais máficos como a piroxena e as plagióclases cálcicas.
(D) intermédia, sem predominância de minerais máficos ou félsicos.
7. Ordene as letras A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos relacionados com o tsunami
que atingiu vários países do Sudeste asiático e que teve origem no sismo de Banda Aceh, em dezembro de 2004.
(A) Onda de grande amplitude, pequena extensão e baixa velocidade.
(B) Rotura com movimento vertical entre os dois blocos rochosos.
(C) Resistência das rochas à tensão é excedida.
(D) Compressão da massa de água e consequente subida do nível do mar.
(E) Onda de grande extensão, enorme velocidade e fraca amplitude.
8. Faça corresponder cada uma das afirmações relacionadas com a tectónica de placas expressas na coluna A ao termo da
coluna B que identifica a respetiva designação.
COLUNA A COLUNA B
(A) Origina vulcanismo intraplaca. 1. Subducção
(B) Processo tectónico que está na origem do aparecimento de grandes cadeias 2. Corrente de convecção
montanhosas. 3. Placa tectónica
(C) Processo tectónico responsável pelo afundamento e destruição da litosfera. 4. Litosfera
(D) Fração da crusta e da parte superficial do manto acima da astenosfera. 5. Ponto quente
(E) Movimento de materiais sublitosféricos responsável pelo deslocamento das placas 6. Orogenia
tectónicas. 7. Rifte
8. Deriva continental
9. Um grande número de sismos têm origem em movimentos relacionados com a subducção de placas em limites destrutivos.
Explique o facto de os sismos relacionados com estas zonas apresentarem, muitas vezes, focos muito profundos.
10. A placa Indo-Australiana parece apresentar velocidades de deslocamento diferentes nos seus limites: a norte, na região
dos Himalaias, onde ocorre uma colisão continente-continente, a velocidade de deslocamento é menor do que na região da
Indonésia, onde ocorre a subducção de uma porção oceânica da placa Indo-Australiana.
Explique as diferenças nas velocidades de deslocamento da placa Indo-Australiana nestes limites e de que modo esse
deslocamento diferencial poderá levar à cisão desta placa.
Exercício 4 - O transporte de água através da membrana plasmática
Nas células vivas, o movimento de água pode ocorrer por difusão através da membrana plasmática. Contudo, alguns
investigadores descobriram que determinado tipo de células, como hemácias e células renais, apresentam fluxos de água
através da membrana mais rápidos do que seria previsível por difusão simples. Baseados nestas observações, alguns
investigadores especularam sobre a possibilidade de determinadas células conterem proteínas, nas suas membranas
plasmáticas, que permitem o movimento rápido da água.
Peter Agre e os seus colegas identificaram uma proteína, a que deram o nome de CHIP28, abundante em hemácias e em células
do rim e que não se encontra noutro tipo de células. No decurso dos seus estudos identificaram e isolaram o gene que codifica a
proteína CHIP28.
Para determinarem o papel desta proteína no transporte de água através da membrana, Agre e os seus colaboradores
procederam da seguinte forma:
1) fizeram várias cópias do gene e, in vitro, adicionaram a enzima RNA polimerase e ribonucleótidos;
2) retiraram o mRNA presente nos tubos de ensaio e injetaram-no em oócitos de rã, escolhidos devido ao seu tamanho e à
ausência, nas suas membranas plasmáticas, de proteínas que permitem o movimento rápido da água;
3) após algum tempo, os oócitos foram colocados num meio hipotónico;
4) os oócitos não tratados foram também colocados num meio hipotónico.
Os resultados revelaram que os oócitos tratados aumentavam rapidamente de volume e, passados 3 a 5 minutos, ocorria a sua
lise. Por comparação, os oócitos não tratados demoraram mais tempo a aumentar o seu volume e não ocorreu a lise, mesmo
depois de 1 hora. (Baseado em Brooker, R. et al. (2011). - Biology. 2nd Edition. New York: McGraw Hill)
Na resposta a cada um dos itens 1 a 6, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. Agre e os seus colaboradores, ao realizarem a experiência descrita no texto, pretenderam testar a hipótese de
(A) o gene codificar a proteína CHIP28.
(B) as proteínas CHIP28 funcionarem como canais para a passagem de água.
(C) a água entrar nos oócitos por transporte ativo.
(D) o movimento da água se fazer do meio hipertónico para o meio hipotónico.
4. Tendo em conta os resultados da experiência de Agre, podemos considerar que a água atravessa a membrana dos oócitos
de rã por
(A) difusão facilitada. (C) osmose e difusão facilitada.
(B) osmose. (D) transporte ativo.
7. Ordene as letras A a E, de modo a estabelecer a sequência cronológica de acontecimentos que, durante o passo 2 da
experiência de Agre, levam à incorporação das proteínas CHIP28 na membrana plasmática.
(A) Maturação das proteínas CHIP28 no interior do complexo de Golgi.
(B) As moléculas de mRNA ligam-se a ribossomas na superfície do RER.
(C) Alongamento da cadeia polipeptídica durante a fase de tradução.
(D) Fusão de vesículas golgianas com a membrana plasmática dos oócitos.
(E) Migração das proteínas CHIP28 para os dictiossomas.
8. Faça corresponder cada uma das afirmações relacionadas com o transporte através da membrana expressas na coluna A ao
termo da coluna B que identifica a respetiva designação.
COLUNA A COLUNA B
(a) Meio que apresenta maior concentração de soluto. (1) Osmose
(b) Força exercida pelo conteúdo celular sobre a parede de célula vegetal quando (2) Hipotónico
se verifica entrada de água. (3) Hipertónico
(c) Estado celular resultante da perda de água. (4) Difusão facilitada
(d) Movimento de moléculas contra o seu gradiente de concentração. (5) Transporte ativo
(e) Movimento de moléculas por transporte mediado a favor do gradiente de (6) Turgescência
concentração. (7) Potencial hídrico
(8) Plasmólise
9. As variações de potencial hídrico das células vegetais são particularmente importantes para o transporte de soluções no
interior dos vasos condutores das plantas.
Explique, de acordo com a hipótese da tensão-adesão-coesão, de que modo o aumento da pressão osmótica nas células do
mesófilo foliar, devido à transpiração, provoca o movimento da água nos vasos xilémicos, desde a raiz.
10. As rãs são animais que apresentam grande dependência em relação à água.
Tendo em conta o modo como realizam as trocas gasosas, explique a necessidade de estes animais apresentarem sempre a
sua pele húmida.
Geologia – soluções dos exercícios globais