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Mutações gênicas e cromossômicas

Professora Hiélia Santos

BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 1


Expectativas de aprendizagem

 Compreender como as mutações interferem no funcionamento do


organismo
 Caracterizar os diferentes tipos de mutação e os efeitos de sua
ocorrência
 Identificar e descrever algumas das mutações observadas na espécie
humana

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Mutações gênicas e cromossômicas
 A personagem Tempestade e os demais X-Men são chamados
de mutantes na ficção, pois apresentam alterações no material
genético que resultam em habilidades especiais. No entanto, na
realidade, as mutações não geram superpoderes. Então, como
elas funcionam? São sempre maléficas? Ou podem trazer
benefícios?
 De fato, todos os seres vivos da Terra, inclusive você, são
mutantes. As mutações podem ocorrer em diversos momentos,
como durante a divisão celular meiótica ou na duplicação do
DNA. Essas alterações gênicas ocorrem de forma aleatória e
geram a variabilidade genética observada entre os indivíduos
de uma mesma espécie, por exemplo. É sobre essa variação
que a seleção natural atua, selecionando características que
tornam os organismos mais ajustados ao seu ambiente.
Portanto, segundo cientistas, as mutações são um dos
principais ingredientes necessários para que a evolução ocorra

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Mutações gênicas e cromossômicas
 De fato, todos os seres vivos da Terra, inclusive você, são mutantes
 As mutações podem ocorrer em diversos momentos, como durante a divisão celular meiótica ou na duplicação do DNA
 Essas alterações gênicas ocorrem de forma aleatória e geram a variabilidade genética observada entre os indivíduos de
uma mesma espécie, por exemplo
 É sobre essa variação que a seleção natural atua, selecionando características que tornam os organismos mais ajustados
ao seu ambiente
 Portanto, segundo cientistas, as mutações são um dos principais ingredientes necessários para que a evolução ocorra
 A palavra mutação, amplamente utilizada em Biologia, mais precisamente nas áreas de Citogenética, Genética e
Evolução, refere-se ao processo de alteração de um gene ou de um cromossomo
 Muito do conhecimento atual sobre a estrutura e o funcionamento dos genes provém da análise das alterações, ou seja, das mutações que
afetam as sequências de nucleotídios

 As mutações podem alterar a estrutura de um gene, caracterizando as mutações gênicas, ou afetar os


cromossomos
 Este último tipo é conhecido como mutações cromossômicas, as quais podem ser classificadas em estruturais e numéricas. Elas afetam,
respectivamente, a estrutura e a quantidade dos cromossomos

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Mutações gênicas e cromossômicas

 Essas mutações são ainda divididas em euploidias e


aneuploidias
 Euploidias
 Alterações que afetam todo o lote de cromossomos

 Aneuploidias
 Ocorrem em um determinado cromossomo ou um par deles.

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Mutações gênicas e cromossômicas

 Além disso, quanto a seu efeito, as mutações podem ser


classificadas em
 Silenciosas
 Não apresentam produto detectável

 Expressas
 Apresentam um produto detectável
 A mutação expressa pode ser benéfica para o organismo ou sua progênie, pois aumenta a
variabilidade genética dos descendentes, ou profundamente deletéria, podendo ser letal ou
resultar em manifestação de enfermidade

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Mutações gênicas e cromossômicas

 Por fim, de acordo com o local de ocorrência, as mutações são


classificadas em
 Somáticas
 Inclui as mutações que ocorrem nas células de um indivíduo e, portanto, NÃO são transmitidas
aos descendentes
 Germinativas
 Aquelas que ocorrem nas células da linhagem germinativa, ou seja, nas células responsáveis pela formação dos
gametas, e que, portanto, são transmitidas aos descendentes

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TIPOS DE MUTAÇÕES QUANTO AO TECIDO AFETADO
As mutações que ocorrem nos diferentes tecidos dos organismos sexuados são divididas em somáticas e
germinativas

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Tipos de mutações quanto ao tecido afetado – Mutações somáticas

 Como o próprio nome indica, as mutações somáticas ocorrem nos genes de


células somáticas, não sendo transmitidas à sua prole
 Se essa mutação ocorrer em uma só célula de um tecido somático em desenvolvimento,
levará à formação de clones de células mutantes, as quais tendem a ficar próximas e
originar um agrupamento de células, devido às suas afinidades moleculares
 Em células somáticas diploides, a mutação pode ser dominante ou recessiva
 Se for dominante
 As células vão manifestar o fenótipo mutante, uma vez que basta um único alelo mutante para que
haja manifestação de um padrão dominante
 Se a mutação for recessiva
 Ela não manifestará o fenótipo mutante, uma vez que o alelo recessivo é mascarado pelo alelo
dominante (selvagem)

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Tipos de mutações quanto ao tecido afetado – Mutações somáticas

 Mutações somáticas que ocorrem em


tecidos que ainda estão em
multiplicação podem ter destinos
diferentes
 As células podem simplesmente tornar-se
inviáveis e ser eliminadas pelos
mecanismos naturais do organismo,
como a apoptose (morte celular
programada)
 Contudo, se a mutação alcançar genes
como os supressores de tumor ou os
oncogenes, podem formar-se clones
dessas células, que escapam dos
mecanismos naturais de eliminação e Ilustração 3D de uma célula cancerígena. Essas células
tornam-se um tumor cancerígeno somáticas sofrem mutações nos oncogenes, o que leva
a um crescimento celular desregulado e difuso
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Tipos de mutações quanto ao tecido afetado – Mutações germinativas

 Mutações germinativas são as que ocorrem nas células germinativas, ou


seja, no tecido diferenciado para a formação das células sexuais, os
gametas
 Esse tipo de mutação pode ser transmitido aos descendentes se o gameta
participante da fertilização apresentar o gene mutante
 Assim, um indivíduo normal para um determinado fenótipo pode ter filhos
portadores de uma alteração genética

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MUTAÇÕES GÊNICAS
As mutações gênicas são diferentes classes de alterações que afetam a sequência de nucleotídios da molécula de
DNA
Elas podem ocorrer de diversas formas, como
Substituição
Inserção
Deleção

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Mutações gênicas por substituição

 Assim, mutações gênicas podem ser resultantes da substituição de um


só nucleotídio
 Elas dividem-se em
 Mutação por transição
 Ocorre a substituição de bases púricas entre si (adenina -A- por guanina -G- ou vice-versa) e pirimídicas
entre si (citosina -C- por timina -T- ou vice-versa).
 Mutação por transversão
 Ocorre substituição de uma base púrica (purina) por uma base pirimídica (pirimidina) ou vice-versa, ou
seja, adenina ou guanina por timina ou citosina.

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Mutações gênicas por substituição
Tipos de mutações por substituição

Transição Transversão

•Substituição de uma base púrica por outra púrica. •Substituição de uma base púrica por uma pirimídica.
•Substituição de uma base pirimídica por outra •Substituição de uma base pirimídica por uma base
pirimídica. púrica.

Sem mutação: Com mutação: Sem mutação: Com mutação:


DNA → ...TAC AAA AGC... DNA → ...TAC AGA AGC... DNA → ...TAC AGC AGC... DNA → ...TAC ATC AGC...
RNA → ...AUG UUU UCG... RNA → ...AUG UCU UCG... RNA → ...AUG UCG UCG... RNA → ...AUG UAG UCG...
Proteína → ...MET - FEN - Proteína → ...MET - SER - Proteína → ...MET - SER - Proteína → ...MET -
SER... SER... SER... PARADA

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Mutações gênicas por inserção

 Ocorre quando um ou mais pares de bases são adicionados a


determinada sequência de DNA
 Exemplo de inserção:

Sem mutação Com mutação

DNA → ...TAC AGC AGC AAA... DNA → ...TAC ATG CAG CAA A...

RNA → ...AUG UCG UCG UUU... RNA → ...AUG UAC GUC GUU U...

Proteína → ...MET - SER - SER - FEN... Proteína → ...MET - TIR - VAL - VAL...

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Mutações gênicas por deleção

 Na deleção, um ou mais pares são removidos


 Exemplo de deleção:

Sem mutação Com mutação

DNA → ...TAC AGC AGC AAA... DNA → ...TAC GCA GCA AAT...

RNA → ...AUG UCG UCG UUU... RNA → ...AUG CGU CGU UUA...

Proteína → ...MET - SER - SER - FEN... Proteína → ...MET - ARG - ARG - LEU...

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 No esquema a seguir, encontram-se ilustrados os
Efeitos das mutações padrões de mutações silenciosas e expressas

 A ocorrência de uma mutação gênica não implica,


obrigatoriamente, manifestação do fenótipo
mutante
 As mutações podem ser
 Manifestas - benéficas ou deletérias
 Mutação benéfica
 É positiva ao organismo ou aos descendentes
 Mutação deletéria
 Caracteriza-se pela existência de um ou mais alelos mutantes que
alteram o funcionamento da célula e, por conseguinte, do tecido,
resultando em um fenótipo que pode ser letal ou manifestar uma
enfermidade

 Silenciosas
 Ocorrem nas regiões intrônicas (não codificantes) ou nas regiões
extragênicas do DNA
 Algumas mutações gênicas no interior de regiões codificantes podem
ser silenciosas, uma vez que um mesmo aminoácido pode ser codificado
por códons diferentes
 As mutações que resultam em alteração da sequência dos aminoácidos
podem ser também funcionalmente silenciosas, caso não interfiram na
expressão e na atividade da proteína, não levando, portanto, a um
fenótipo mutante.

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Mutações cromossômicas estruturais

 Estudos de cariótipos em indivíduos da mesma espécie ou de espécies


relacionadas têm mostrado que eles podem diferir quanto à estrutura dos
cromossomos
 Essa alteração pode ocorrer espontaneamente, sem interferência de agentes externos, ou
pode ser induzida por agentes mutagênicos (físicos, químicos ou biológicos)
 Há vários tipos de alterações que afetam a estrutura dos cromossomos
 A maioria delas é deletéria e, portanto, acaba sendo eliminada pela seleção natural
 Os principais tipos de alterações estruturais são

Deleções ou deficiências Inversões

Duplicações Translocações
 A seguir, será analisada cada uma dessas alterações estruturais.

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Mutações cromossômicas estruturais – Deleções ou deficiências

 Deleções ou deficiências
 Alterações que correspondem à
quebra de fragmentos cromossômicos
e sua consequente perda
 Uma deleção pode ser:
 Terminal
 Quebra e perda da extremidade normal do
cromossomo, o telômero
 Interna (intersticial)
 Quando ocorrem duas quebras e perda do
segmento intercalar

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Mutações cromossômicas estruturais – Inversões
 Inversões
 Provavelmente, o tipo mais comum de O centrômero
alteração cromossômica estrutural está trocado
encontrada em populações naturais
 Um cromossomo invertido é aquele cuja
sequência dos genes encontra-se em ordem Centrômero
invertida em relação ao cromossomo normal
 Isso acontece quando o cromossomo sofre
uma quebra e o segmento é reinserido de
forma invertida em relação à posição original
 A inversão pode ser:
 Paracêntrica
 O centrômero encontra-se fora da região invertida
 Pericêntrica
 O centrômero está envolvido na inversão

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Mutações cromossômicas estruturais – Duplicações
O 1º cromossomo ficou
com o segmento EF
 Duplicações ausente

 Alterações estruturais que se referem


ao ganho de segmentos entre
cromossomos homólogos
 Isso pode resultar em uma molécula
de DNA com duas cópias de um Entre
D&E
mesmo segmento cromossômico
Entre
 Para a ilustração de um caso de F&G
duplicação, será utilizado o segmento O 2º cromossomo ficou
EF com o segmento EF
Note que a quebra duplicado
aconteceu em pontos
diferentes dos
cromossomos homólogos
BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 21
Mutações cromossômicas estruturais – Translocações

 Translocações
 Translocação simples
 Mudanças estruturais que envolvem a
transferência de um segmento
cromossômico para outro não homólogo
 Translocação recíproca
 Corresponde a uma troca mútua de
fragmentos entre dois cromossomos não
homólogos Apenas um dos
cromossomos
Ambos os
recebeu um
cromossomos
segmento do
trocaram
outro. Note que o
segmentos
2º cromossomo
não recebeu nada

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Mutações cromossômicas numéricas

BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 23


 Ao estudar as bases citológicas da herança,
admite-se que as células somáticas
diploides apresentam um par de cada
cromossomo característico da espécie
 Contudo, certos fenômenos atípicos são
capazes de provocar alterações na condição
diploide e mudar o número de cromossomos
 Esses eventos podem ocorrer de forma
espontânea ou ser induzidos pelo homem
 As alterações do número de cromossomos
recebem denominações específicas,
conforme será analisado a seguir

A síndrome de Down é causada por uma mutação


cromossômica numérica, mais especificamente a
BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas trissomia do cromossomo 21 24
Euploidias
 Euploidias
 Alterações que envolvem todo o genoma
 Espécies normalmente diploides possuem células 2n = 2X
 Isto é, o conjunto básico de cromossomos (genoma) é repetido duas vezes
 Portanto, elas apresentam um par de cada cromossomo característico da espécie

 Poliploides
 Existem espécies em que o genoma é repetido mais vezes, constituindo os chamados poliploides: 3n, 4n, 5n, 6n, e assim por diante.

 Autopoliploide
 Quando o genoma básico de uma espécie é multiplicado
 Desse modo, os genomas gaméticos podem ser
 Duplicados (formando gametas diploides – 2n)
 Triplicados (formando gametas triploides – 3n) e assim por diante

 Alopoliploides ou aloploides (do grego alo, diferente)


 Indivíduos cujo conjunto completo de cromossomos consiste em dois ou mais genomas provenientes de espécies diferentes.

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Euploidias
 Nos autopoliploides
 Existe apenas um genoma básico
 Por exemplo, o cromossomo A, o qual é
multiplicado
 AA = diploide
 AAA = triploide
 AAAA = tetraploide
 Assim, as células dos organismos conterão
maior número de cromossomos, o que
acarreta maior volume nuclear e celular
 Outras características possíveis são redução
do número de células, crescimento exagerado
em certos órgãos das plantas, como o maior
tamanho das partes florais ou dos frutos, e
alterações nos constituintes químicos
celulares Esquema ilustrando o surgimento de um organismo
autopoliploide
BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 26
Euploidias
 Gametas com todo o conjunto dos cromossomos
característicos da espécie, por exemplo,
gametas diploides, podem se originar pela não
disjunção dos cromossomos
 Esse processo consiste na falha da segregação
cromossômica durante a meiose, como pode ser
observado no esquema a seguir
 A autofecundação, comum entre as plantas,
também pode constituir zigotos poliploides com
o dobro dos cromossomos da espécie
progenitora
 Esses indivíduos ficam isolados
reprodutivamente dos seus antecessores,
constituindo uma nova espécie

Esquema ilustrando o surgimento de um organismo


autopoliploide
BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 27
Euploidias
 Alopoliploidia
 Pode ser originada de cruzamentos
interespecíficos ou intergenéricos (entre
gêneros diferentes) que ocorreram na
natureza ou resultaram de cruzamentos
artificiais
 A duplicação dos cromossomos pode ocorrer
após esses cruzamentos
 Com isso, cada genoma passa a existir em
dose dupla, permitindo os emparelhamentos
– formação de bivalentes – e segregações
cromossômicas normais
 Portanto, o alopoliploide resultante é Esquema ilustrando a formação de um organismo
completamente fértil e a produção de alopoliploide
gametas é perfeitamente normal

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Euploidias
 Alopoliploidia
 Ocorrem frequentemente na natureza, e
algumas espécies de interesse
agronômico, tais como aveia, trigo,
algodão, cana-de-açúcar, enquadram-se
nessa classificação Esquema ilustrando a formação de um organismo
 O trigo (Triticum aestivum) alopoliploide
 Alopoliploide com genoma AABBDD, e consiste
no produto do cruzamento de três espécies
distintas:
 Triticum monococcum (genoma A) O trigo da
espécie
 Aegilops speltoides (genoma B)
Triticum
 Aegilops squarrosa (genoma D) aestivum é
 Na figura a seguir, encontra-se o esquema do um
estabelecimento de um organismo organismo
alopoliploide resultante do cruzamento de
duas espécies diferentes alopoliploide
fértil
BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 29
Aneuploidias
 Organismos aneuploides são aqueles que
apresentam, em suas células somáticas, um ou mais
cromossomos adicionais ou em falta, em relação ao
número normal de cromossomos da espécie
 Existem diversos tipos de aneuploidias, sendo as mais
comuns as monossomias e as trissomias
 Há diferentes causas para a aneuploidia, tais como:
 o movimento retardado dos cromossomos durante a anáfase
(figura 1);
 a não disjunção, isto é, a não segregação (separação) de
cromossomos ou cromátides durante a meiose (figura 2) ou a
mitose (figura 3);
 a irregularidade na distribuição dos cromossomos durante a
meiose de organismos poliploides com número ímpar do Possíveis alterações que determinam a formação de aneuploidias. Em 1,
genoma básico, tais como triploides, pentaploides etc.; verifica-se o movimento retardado de cromossomo durante a anáfase I da
meiose, o que provoca a sua perda, dando origem a um gameta com n – 1
 o não emparelhamento de cromossomos homólogos na cromossomos (monossomia). Em 2, tem-se a não disjunção dos
meiose (figura 4).
cromossomos. Os cromossomos homólogos migram juntos para o mesmo
polo, resultando, assim, em gametas com n + 1 e n – 1 cromossomos. Se
esse evento ocorrer durante a mitose (3), as cromátides-irmãs migram para
o mesmo polo. Em 4, observa-se o não emparelhamento dos cromossomos
homólogos. Esse evento também determina a formação de gametas com
BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas excesso ou falta de cromossomos quando os homólogos assinápticos30
Aneuploidias Possíveis alterações que determinam a formação de
aneuploidias

1: verifica-se o movimento retardado de cromossomo


durante a anáfase I da meiose, o que provoca a sua
perda, dando origem a um gameta com n – 1
cromossomos (monossomia

2: tem-se a não disjunção dos cromossomos. Os


cromossomos homólogos migram juntos para o
mesmo polo, resultando, assim, em gametas com n +
1 e n – 1 cromossomos

3: Se esse evento ocorrer durante a mitose (3), as


cromátides-irmãs migram para o mesmo polo.

4: observa-se o não emparelhamento dos


cromossomos homólogos. Esse evento também
determina a formação de gametas com excesso ou
falta de cromossomos quando os homólogos
assinápticos migram para o mesmo polo
BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 31
Aneuploidias – Monossomia

 Organismos monossômicos
 Possuem um só cromossomo a menos, o que pode ocorrer em organismos
diploides, triploides, tetraploides etc. Assim, os indivíduos monossômicos podem
ser, respectivamente, 2n – 1, 3n – 1, 4n – 1 etc
 Essa mutação cromossômica numérica, apesar de rara, tem sido observada em
espécies animais, inclusive a humana, e em várias espécies vegetais.

BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 32


Aneuploidias – Monossomia
 Síndrome de Turner
 É um exemplo de monossomia humana
 Constituição cromossômica é 45,X ou 45,XO, ou seja,
um cromossomo X está ausente no par XX
 Essa alteração cromossômica (monossomia do X) é
responsável por 53% dos casos conhecidos dessa
síndrome. Os demais envolvem mosaicos ou deleção de
parte do cromossomo X.
 Portadores da síndrome de Turner são, frequentemente,
identificados ao nascer ou antes da puberdade por
suas características fenotípicas peculiares, como:
 Baixa estatura, gônadas vestigiais, pescoço alado, linha
posterior de implante do cabelo baixa, tórax largo com
mamilos amplamente espaçados e uma frequência elevada
de anomalias renais e cardiovasculares

BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 33


Aneuploidias – Monossomia
 Em vegetais
 Indivíduos monossômicos são utilizados no
melhoramento genético das espécies, pois podem
ser utilizados com a finalidade de promover a
substituição cromossômica
 Nessa técnica, substitui-se um simples cromossomo
ou um par de cromossomos por outros de
variedades diferentes ou de mesma espécie ou
gênero, mediante retrocruzamentos sucessivos
 Os monossômicos têm sido utilizados também para
fornecer informações a respeito da localização de O brócolis, a couve-flor e o repolho são exemplos de
genes em cromossomos específicos variedades da mesma espécie de vegetal, a
Brassica oleracea. Além da importância para a
dieta humana, essa espécie é amplamente
utilizada no melhoramento genético, pois
BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas comumente produz indivíduos monossômicos 34
Aneuploidias – Trissomia

 Os organismos trissômicos apresentam um dos cromossomos em triplicata,


seja um autossomo, seja um cromossomo sexual. No cariótipo dos trissômicos,
observa-se o padrão 2n + 1
 A trissomia é observada em plantas e animais, inclusive em seres humanos
 Em vegetais, as principais fontes de origem de trissômicos são os cruzamentos de
organismos triploides (3n) com organismos diploides (2n)
 Nos humanos, a não disjunção na anáfase I ou anáfase II da meiose é responsável pelo
surgimento natural de trissômicos. As trissomias humanas em destaque são: síndrome de
Down (trissomia do cromossomo 21), síndrome de Edwards (trissomia do cromossomo
18), síndrome de Patau (trissomia do cromossomo 13), síndrome de Klinefelter (trissomia
sexual XXY, por exemplo), havendo outros tipos de trissomias (47 XYY e 47 XXX). A seguir,
serão analisadas algumas particularidades das trissomias que ocorrem em humanos
BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 35
Aneuploidias – Trissomia: Síndrome de Down
 Trissomia do cromossomo 21
 Nome é uma homenagem ao médico britânico John
Langdon Down
 Características fenotípicas particulares que podem ser
identificadas no nascimento ou logo após, como: baixa
estatura, pescoço curto, pele redundante na nuca,
baixa implantação da orelha, a boca mantém-se
aberta, muitas vezes mostrando a língua sulcada e
saliente, as mãos são curtas e largas, frequentemente
com uma única prega palmar – “prega simiesca” –,
quintos dedos defletidos (desvio da posição normal) e
amplo espaço entre o primeiro e segundo dedo. Há
também alterações nas propriedades cognitivas, ou
seja, naquelas vinculadas ao aprendizado
BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 36
Aneuploidias – Trissomia: Síndrome de Down

 A incidência da síndrome de Down


aumenta com a idade da mãe
 Segundo dados epidemiológicos, a
incidência é de um caso em 1 700
para mães com até 20 anos. Contudo,
esse número chega a um caso para
cada 30 nascimentos quando as
mães apresentam idade superior a 45
anos.

BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 37


Aneuploidias – Trissomia:
Síndrome de Down
 O diagnóstico pode ser feito também durante a
gestação
 Amniocentese
 Processo de retirada do líquido amniótico e estudo citogenético das
células do feto presentes no líquido. Porém, isso só pode ser feito
entre a décima quinta e a décima oitava semana de gestação.
 Outro procedimento é a análise vilo-coriônica
 Ela utiliza amostra oriunda da vilosidade coriônica e é feita entre a
oitava e a décima primeira semana de gestação
 Contudo, nessas duas técnicas, são necessários o cultivo das
células e a análise cromossômica (cariotipagem). Atualmente,
como foi visto no capítulo anterior, é possível fazer o
diagnóstico também pela hibridação in situ (técnica conhecida
por FISH – fluorescence in situ hybridization)
 Com essa técnica, utilizando uma molécula fluorescente ligada a sondas de
DNA, pode-se analisar a presença de dois ou três cromossomos 21

BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 38


Aneuploidias – Trissomia: Síndrome de Edwards
 Trissomia do cromossomo 18
 Inicialmente descrita pelo geneticista britânico John H.
Edwards
 Características fenotípicas principais dessa síndrome
são: atraso no desenvolvimento mental, atraso do
crescimento e, por vezes, malformação grave do
coração. O crânio é excessivamente alongado na
região occipital, e o pavilhão das orelhas apresenta
poucos sulcos. A boca é pequena com lábio leporino,
e o pescoço, geralmente, muito curto. Há uma grande
distância intermamilar, e os genitais externos são
anômalos. O dedo indicador é maior que os outros e
flexionado sobre o dedo médio. Os pés têm as plantas
arqueadas, e as unhas apresentam problemas de
desenvolvimento
 A maioria dos pacientes com a trissomia do
cromossomo 18 apresenta cariótipo 47, XX ou XY,
+18. Veja o cariótipo representado na imagem.

BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 39


Aneuploidias – Trissomia: Síndrome de Patau
 Trissomia do cromossomo 13
 47, XY + 13 ou 47, XX + 13

 Descoberta em 1960 por Klaus Patau,


quando este observava um caso de
malformações múltiplas em um neonato
 O fenótipo inclui alterações graves do
sistema nervoso central, defeitos
cardíacos congênitos, alterações
urogenitais, fenda labial (lábio leporino),
palato fendido, alterações oftálmicas
graves e alterações morfológicas dos
membros

BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 40


Aneuploidias – Trissomia: Síndrome de Klinefelter
 Trissomias afetando os cromossomos sexuais
também são observadas em seres humanos,
conforme já mencionado. Dentre elas, destaca-
se a síndrome de Klinefelter, cujo portador
apresenta cariótipo 47, XXY.
 Trata-se, historicamente, da primeira
anormalidade dos cromossomos sexuais a ser
descrita em humanos.
 Os pacientes são altos e magros, com membros
inferiores relativamente longos. Parecem
fisicamente normais até alcançarem a
puberdade, quando os sinais de hipogonadismo
(redução do desenvolvimento dos testículos) se
tornam aparentes. Os testículos permanecem
pequenos e os caracteres sexuais secundários
continuam subdesenvolvidos

BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 41


GRATIDÃO PELA ATENÇÃO
Lembre de fazer as atividades online e as atividades do livro

Professora Hiélia Santos

BIO1 - Cap. 12: Mutações gênicas e cromossômicas 42

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