Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Juçara Elza Hennerich
a
H515f
ISBN 978-65-5663-183-7
ISBN Digital 978-65-5663-184-4
CDD 581.1
Impresso por:
Apresentação
A fisiologia vegetal estuda o funcionamento dos organismos
vegetais. É, originalmente, um ramo da biologia, do estudo da vida que
busca a compreensão de como funciona a planta como um organismo vivo.
Seu entendimento perpassa pelos conhecimentos básicos de anatomia,
morfologia, biologia celular, bioquímica, ecologia e biofísica, todos
interconectados nos processos que proporcionam o ciclo de vida de um
vegetal e do próprio ecossistema. São diversos processos físicos e químicos
que têm, por responsabilidade, formar a base para o desenvolvimento de
outras espécies vegetais e animais, compondo a base da pirâmide alimentar.
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
TÓPICO 1 — FOTOSSÍNTESE........................................................................................................... 71
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 71
2 FOTOSSÍNTESE ................................................................................................................................ 71
2.1 CONCEITO E IMPORTÂNCIA................................................................................................... 72
2.2 RADIAÇÃO FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA..................................................................... 73
2.3 PIGMENTOS FOTOSSINTETIZANTES..................................................................................... 74
2.4 GÁS CARBÔNICO E ÁGUA ...................................................................................................... 77
2.5 FASE CLARA DA FOTOSSÍNTESE............................................................................................ 78
2.6 FASE ESCURA DA FOTOSSÍNTESE, SUAS VARIAÇÕES E ADAPTAÇÕES EVOLUTIVAS.....80
2.6.1 Plantas C4............................................................................................................................... 82
2.6.2 Plantas CAM.......................................................................................................................... 83
2.7 INIBIÇÃO DA FOTOSSÍNTESE.................................................................................................. 85
2.7.1 Luz.......................................................................................................................................... 85
2.7.2 Concentração de CO2........................................................................................................................................................................................... 86
2.7.3 Temperatura.......................................................................................................................... 86
2.8 DESTINO DOS PRODUTOS DA FOTOSSÍNTESE................................................................... 87
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 88
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 89
TÓPICO 2 — RESPIRAÇÃO............................................................................................................... 91
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 91
2 RESPIRAÇÃO NAS PLANTAS....................................................................................................... 91
2.1 RESPIRAÇÃO E FOTOSSÍNTESE............................................................................................... 91
2.2 O FLUXO DE CARBONO NA CÉLULA .................................................................................. 92
2.2.1 Glicólise.................................................................................................................................. 93
2.2.2 Ciclo de Krebs....................................................................................................................... 94
2.2.3 Quociente respiratório......................................................................................................... 97
2.2.4 Cadeia de transporte de elétrons........................................................................................ 98
2.3 VARIAÇÕES NO PROCESSO RESPIRATÓRIO........................................................................ 99
2.3.1 Inibição ................................................................................................................................ 100
2.3.2 Estado Fisiológico............................................................................................................... 102
2.3.3 Fatores Internos................................................................................................................... 103
2.4 RESPIRAÇÃO NOS TECIDOS E ÓRGÃOS VEGETAIS........................................................ 104
2.4.1 Raízes.................................................................................................................................... 105
2.4.2 Caule..................................................................................................................................... 105
2.4.3 Folhas.................................................................................................................................... 106
2.4.4 Flores e frutos...................................................................................................................... 106
2.4.5 Sementes.............................................................................................................................. 107
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 109
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 110
TÓPICO 3 — TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS......................................................................... 111
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 111
2 TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS............................................................................................... 111
2.1 ESTRUTURA DO FLOEMA . .................................................................................................... 112
2.2 CIRCULAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS SINTETIZADAS........................................................ 115
2.3 FLUXO DE PRESSÃO NA PLANTA........................................................................................ 117
2.4 VELOCIDADE DE TRANSLOCAÇÃO DOS SOLUTOS....................................................... 120
LEITURA COMPLEMENTAR........................................................................................................... 122
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 125
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 126
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 231
UNIDADE 1 —
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Neste tópico, você adentrará no universo da fisiologia
vegetal. Faremos uma pequena introdução e conceituação e, posteriormente,
revisaremos os aspectos gerais de uma célula vegetal, tecidos e órgãos de uma
planta.
Uma visão comum do reino vegetal nos tempos atuais está baseada na
produção vegetal como um recurso para retorno financeiro pontual, reduzindo a
real importância, além da complexidade que perfaz a cadeia alimentar.
2 FISIOLOGIA VEGETAL
A fisiologia vegetal é, originalmente, um ramo da botânica que estuda os
processos vitais para o desenvolvimento e reprodução das espécies vegetais. O
estudo da fisiologia vegetal abrange, além dos processos e funções que envolvem
o funcionamento do organismo vegetal, as respostas das variações do ecossistema
em seus fatores bióticos e abióticos.
3
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
4
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA VEGETAL: CONCEITOS, APLICAÇÕES E FUNDAMENTOS
5
Fisiologia Vegetal
Citologia Anatomia
Funções do organismo vivo
FIGURA 1 – MAPA CONCEITUAL DA FISIOLOGIA
6
clorofilas Mecanismos
Dualidade Processo de Transpiração de absorção
de processo Curvas e
difusão Regulação e acúmulo estágios
Sistema Adubação
transportador orgânica e
inorgânica
Uso da Reguladores
Etapas do
energia
processo
liberada
Inibidores
Hormônios
Crescimento
Absorção Condução
de seiva
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA VEGETAL: CONCEITOS, APLICAÇÕES E FUNDAMENTOS
Na base de todos esses processos e funções que ocorrem nas plantas está a
estrutura fundamental, a célula, presente desde um musgo frágil até uma sequoia
gigante. A partir dessa unidade medida em micrômetros, com diferentes formas
e funções, se compõem os tecidos e o órgão da planta.
5 A CÉLULA VEGETAL
Tendo a célula vegetal como base estrutural para o desenvolvimento
vegetal, segue uma breve revisão de seus componentes principais e funções,
responsáveis pela produção de moléculas simples, como óxido nítrico, até aquelas
complexas, como lignina, celulose e fosfolipídios.
7
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
DICAS
8
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA VEGETAL: CONCEITOS, APLICAÇÕES E FUNDAMENTOS
TUROS
ESTUDOS FU
9
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
LEITURA COMPLEMENTAR
Introdução
Fica claro que as plantas verdes são muito mais que figuras paisagísticas
ou ornamentais, pois elas respiram, realizam fotossíntese, crescem, produzem
sementes e frutos, ou seja, apresentam uma intensa vida metabólica e silenciosa.
A célula vegetal
10
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA VEGETAL: CONCEITOS, APLICAÇÕES E FUNDAMENTOS
Por isso, este documento começa pela célula vegetal que, por um lado, é o
verdadeiro crisol onde se forjam todas essas moléculas e milhares de outras mais;
por outro lado, é o tijolo fundamental desse andaime estrutural que vai desde
um fino e delicado musgo da mata atlântica até uma colossal e robusta árvore da
selva amazônica.
Esta palavra foi descrita pela primeira vez pelo polêmico e erudito cientista
inglês Robert Hooke, em 1695, em seu livro Micrographiae. Curiosamente, esta
descoberta esteve relacionada com uma célula vegetal e, a partir de então, os
biólogos não deixaram de esquadrinhá-la.
Célula
Parede celular
É uma estrutura lignocelulósica das plantas que recobre a célula por fora
dando proteção contra bactérias, fungos e insetos, além de servir como suporte
mecânico para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Nas plantas, quando
a parede celular é retirada por enzimas, a célula passa a se chamar protoplasto.
11
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
Celulose
Hemicelulose
Pectina
12
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA VEGETAL: CONCEITOS, APLICAÇÕES E FUNDAMENTOS
(melão, pera, maçã, laranja), e são extraídos apenas com água quente. As pectinas,
especialmente aquelas de caráter homopolímero, têm a propriedade de formar
gel com a sacarose. As pectinas constituem fibras solúveis de importante função
digestiva para humanos.
Lignina
FONTE: CID, L. P. B.; TEIXEIRA, J. B. Fisiologia vegetal – definições e conceitos. 2017. Disponí-
vel em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1082840. Acesso em: 18
maio 2020.
13
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
14
AUTOATIVIDADE
15
16
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico, conheceremos as relações hídricas da célula
e dos tecidos vegetais. Assim, entenderemos a estrutura e propriedades da água
e, posteriormente, como essa molécula participa de fundamentais processos
fisiológicos.
2 RELAÇÕES HÍDRICAS
A água é uma substância essencial para a vida, por ser um solvente ideal
para a ocorrência de processos bioquímicos. Nas plantas em crescimento, a água
origina de 80 a 90% da massa, utilizando grande quantidade de água. Para cada 2g
de matéria orgânica produzida, aproximadamente, 1 L de água é absorvido pelas
raízes (KERBAUY, 2004). Do total de água absorvido, mais de 90% é perdido em
evaporação para a atmosfera.
17
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
Ponte de hidrogênio
0,177 nm
Ligação covalente
0,0965 nm
18
TÓPICO 2 — RELAÇÕES HÍDRICAS EM CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS
DICAS
• Solvente
FONTE: A Autora
19
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
4 PROPRIEDADES TÉRMICAS
As propriedades térmicas da água são consideradas atípicas e
biologicamente importantes, com elevados valores de ponto de fusão e de
ebulição, de calor latente de fusão e vaporização e de calor específico (BASTOS
et al., 2011):
• Coesão e adesão
20
TÓPICO 2 — RELAÇÕES HÍDRICAS EM CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS
• Fluxo de massa
• Difusão
• Osmose
21
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
A água entra na célula por osmose até que o potencial osmótico seja
balanceado pela resistência da parede celular. A água pode manter a célula firme,
ou túrgida, e a pressão que se desenvolve contra as paredes celulares, como
“resultado da entrada da água no vacúolo celular, é chamada de potencial de
pressão ou potencial de turgor” (USP, 2001, p. 17).
22
TÓPICO 2 — RELAÇÕES HÍDRICAS EM CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS
Ψw = Ψs + Ψp + Ψm + Ψg
23
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
Ψw = Ψs + Ψp
24
TÓPICO 2 — RELAÇÕES HÍDRICAS EM CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS
uma célula vegetal é colocada em água pura, a água irá se mover para o simplasto
até que o Ψw se iguale ao do apoplasto, no caso de a água pura se igualar a zero.
Nessa condição de equilíbrio, a célula atingirá sua capacidade total de turgor.
E
IMPORTANT
Membrana
Plasmática
Núcleo
Vacúolo
Citoplasma
Célula Vegetal Plasmólise Plasmólise Desplasmólise
Normal Avançada
25
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
• Água no solo
26
TÓPICO 2 — RELAÇÕES HÍDRICAS EM CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS
O mesmo autor considera que o solo ideal deve ter 50% dos seus espaços
preenchidos pela parte sólida, 30% pela solução do solo e 20% pelo ar do solo.
Essas proporções, entretanto, são variáveis, dependendo do tipo de solo e de
suas propriedades físicas (principalmente textura, estrutura e densidade). É
importante ressaltar que a estrutura do solo está diretamente ligada à quantidade
de macro e microporos, ou seja, à capacidade de retenção de água e ar.
27
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
28
TÓPICO 2 — RELAÇÕES HÍDRICAS EM CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS
ATENCAO
29
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
Endoderme Xilema
Movimento
simplástico
Movimento
transcelular
Bandas de Floema
Cortex Caspary
Movimento
Periciclo
apoplástico
NOTA
30
TÓPICO 2 — RELAÇÕES HÍDRICAS EM CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS
O movimento de água das raízes para a folha, via xilema, pode ocorrer
devido a uma pressão positiva na base (raiz) ou a uma pressão negativa (tensão)
no topo (folha) (TAIZ; ZEIGER, 2009).
31
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
• Capilaridade
Nas plantas vasculares, a água segue do solo pelas raízes até as folhas pelo
xilema, este que forma uma intrincada rede de vasos no limbo foliar. Quando as
plantas estão transpirando, o fluxo de água do solo para as folhas é proporcional
ao gradiente de potencial hídrico, e inversamente proporcional ao somatório
das resistências concentradas na raiz, no xilema e na folha, respectivamente. A
resistência ao movimento de água das paredes celulares (na folha) para a atmosfera
exterior é bem maior. Na realidade, a resistência coincide com a diferença de
potencial hídrico que existe entre as paredes das células do mesofilo foliar e o ar
exterior (LACERDA, 2007).
32
TÓPICO 2 — RELAÇÕES HÍDRICAS EM CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS
• Transpiração
33
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
sol. A anatomia foliar está diretamente ligada à transpiração, seja pela quantidade
e distribuição dos estômatos ou pela espessura da cutícula (camada de ceras) que
cobre a epiderme.
Outro fator que afeta a perda de água por transpiração é formado pelas
resistências ao fluxo de vapor. Essa resistência está associada à difusão através
dos estômatos, ou chamada resistência estomática, que indica o grau de abertura
dos estômatos. Quanto maior a resistência estomática, menor o grau de abertura.
34
TÓPICO 2 — RELAÇÕES HÍDRICAS EM CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS
• Sudação da planta
• Exsudação
O número de estômatos nas folhas varia entre 1000 e 100.000 por centímetro
quadrado (em cactáceas e em algumas plantas decíduas, respectivamente). “O
tamanho médio dos estômatos varia de 3 a 12 µm de largura por 7 a 40 µm
de comprimento e, quando abertos, 100 µm quadrados de área. Os estômatos
ocupam, em uma folha, cerca de 1 a 2% da área foliar total” (SANTOS, 2005, p. 1).
35
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
Vista
externa
Em
corte
Câmara Parênquima
subestomática clorofiliano
DICAS
36
TÓPICO 2 — RELAÇÕES HÍDRICAS EM CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS
espécies de regiões áridas abrem seus estômatos somente durante a noite, como
forma de economizar água, já que as temperaturas são mais amenas e, portanto, os
processos fisiológicos são reduzidos. Essas espécies são conhecidas como plantas
CAM (metabolismo ácido crassuláceo), que possuem uma especialização na
realização do processo fotossintético. O CO2 é capturado de noite e armazenado
na forma ácida para a realização dos processos de formação de moléculas
(fotossíntese), esta que será realizada durante o dia (TAIZ; ZEIGER, 2009).
37
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
NOTA
• Déficit hídrico
38
TÓPICO 2 — RELAÇÕES HÍDRICAS EM CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS
39
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Quando a molécula de água chega até a raiz, ela segue seu curso via limbo
foliar por via apoplástica, simplástica ou transmembranar.
• A maior taxa de transpiração ocorre por difusão, através dos poros do aparelho
estomatal, os quais são, geralmente, mais abundantes na superfície abaxial da
folha.
CHAMADA
40
AUTOATIVIDADE
41
3 Sobre os movimentos da água no interior da planta, analise as afirmativas a
seguir:
A alternativa CORRETA é:
a) ( ) Todas as afirmativas estão corretas.
b) ( ) As afirmativas “a”, “c” “e” estão corretas.
c) ( ) As afirmativas “c” e “e” estão incorretas.
d) ( ) Somente a afirmativa “c” está incorreta.
42
5 A abertura dos estômatos está diretamente ligada à capacidade fotossintética
dos vegetais, vista sua possibilidade de trocas gasosas durante o processo de
transpiração. Sobre a abertura estomatal, marque a alternativa INCORRETA:
43
44
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
NUTRIÇÃO VEGETAL
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Neste tópico, nós estudaremos os aspectos amplos da
nutrição vegetal, considerando desde as fontes dos nutrientes, suas especificidades
de participação nos processos fisiológicos até as formas de identificação da
deficiência.
O solo tem origem nas rochas que, pela ação do intemperismo, perdem sua
estrutura, se desgastam e liberam pequenas partículas minerais, íons, materiais
inorgânicos que interagem com materiais orgânicos e fatores bióticos e abióticos
do meio, fatores que irão compor as características nutricionais do solo.
2 NUTRIÇÃO VEGETAL
A nutrição corresponde a uma série de processos fisiológicos associados e
fundamentados na composição dos elementos minerais.
45
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
• Fontes de nutrientes
46
TÓPICO 3 — NUTRIÇÃO VEGETAL
• Critérios de essencialidade
47
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
48
TÓPICO 3 — NUTRIÇÃO VEGETAL
49
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
51
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
52
TÓPICO 3 — NUTRIÇÃO VEGETAL
DICAS
53
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
O espaço livre é denominado espaço livre aparente por causa das cargas
negativas no apoplasto e das restrições provocadas pelos movimentos de solutos
com carga. Essas restrições ocorrem porque as paredes celulares têm cargas
negativas devido às hidroxilas livres, então, nos microporos, nos quais o espaço
para o deslocamento dos íons é muito pequeno, ocorre a repulsão dos ânions, já
nos macroporos, o espaço para o movimento dos solutos é grande. Os ânions,
então, não passam perto das paredes celulares e não são repelidos (SANTOS,
2010).
54
TÓPICO 3 — NUTRIÇÃO VEGETAL
55
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
Em todos os casos, o íon deve entrar no simplasto antes que ele chegue
ao cilindro central, devido à presença das estrias de Caspary nas células da
endoderme.
56
TÓPICO 3 — NUTRIÇÃO VEGETAL
Na fase sólida que está a reserva de nutrientes, como K+, Ca2+, Mg2+, Fe2+.
Também associadas à fase sólida estão as partículas orgânicas (decomposição de
restos orgânicos), com elementos essenciais, como N, P, S etc.
Os gases, como O2, CO2 e N2, estão dissolvidos na solução do solo, porém,
sua absorção pelas raízes ocorre, predominantemente, nas bolhas de ar entre as
partículas do solo.
57
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
de cargas expostas e, portanto, maior CTC. Um solo que tem alta CTC possui
maior reserva de nutrientes minerais. A fertilidade desse solo será completa se a
maior CTC for devido à elevada percentagem de saturação de bases (Ca2+, Mg2+,
K+, NH4+) (RONQUIN, 2010).
58
TÓPICO 3 — NUTRIÇÃO VEGETAL
• Permeabilidade da cutícula.
• Idade da folha.
• Estado iônico interno da planta.
• Via de assimilação do carbono.
• Estado fisiológico da cultura.
59
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
60
TÓPICO 3 — NUTRIÇÃO VEGETAL
Macronutrientes
Forma de
Nutriente Função Deficiência
absorção
Aminoácidos, proteínas,
No3 (ou O amarelecimento ou clorose das
Nitrogênio nucleotídeos, ácidos nucleicos,
NH4+) folhas mais velhas.
clorofila e coenzimas.
Distúrbios no metabolismo
Absorvido
Compõe os ácidos nucleicos e desenvolvimento, menor
sob a forma
e composto de “alta” energia perfilhamento, redução de frutos
Fósforo de PO4-3,
como o ATP, função de e sementes, coloração verde,
HPO42- ou
armazenamento e estrutural. bronze, ou violeta nas folhas
H2PO4.
velhas.
Abertura e fechamento dos
estômatos, síntese e estabilidade Necrose das margens das folhas
Potássio K +
de proteínas, relações osmóticas mais velhas.
e síntese de carboidratos.
Ativação enzimática, estabilidade Clorose entre as nervuras e,
Magnésio Mg+2
de ribossomos, fotossíntese. posteriormente, em todo o limbo.
61
UNIDADE 1 — RELAÇÕES CÉLULA, ÁGUA, SOLO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL
FONTE: A Autora
62
TÓPICO 3 — NUTRIÇÃO VEGETAL
63
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• As plantas trocam solutos e água com seus ambientes e entre seus tecidos
e órgãos. Esses processos de transportes (curtas e longas distâncias) são
controlados por membranas celulares.
• Quando um íon entra na raiz, ele pode ser absorvido através do citoplasma
de uma célula epidérmica ou pode se difundir pelo apoplasto para dentro
do córtex e entrar no simplasto por uma célula cortical ou endodérmica. Do
simplasto, o íon é carregado para dentro do xilema e se dirige à parte aérea da
corrente de transpiração.
CHAMADA
64
AUTOATIVIDADE
a) A área superficial das raízes tem grande capacidade para absorver íons
inorgânicos em baixas concentrações na solução do solo, tornando a
absorção mineral, pela planta, um processo difícil e lento, que pode ser
potencializado pela ação de fungos e bactérias específicas.
b) O elemento mineral é considerado essencial para a planta quando: está
direta e/ou indiretamente envolvido no metabolismo da planta, quando
impede a conclusão do ciclo de vida ou quando somente macronutrientes
podem fazer suas funções.
c) O Al+3, considerado um elemento tóxico, interfere negativamente nos
processos fisiológicos das plantas, no metabolismo de nutrientes essenciais
e na absorção de Ca, P, Mg, Cu, Zn, Mn e Fe.
65
( ) Inicialmente, os elementos penetram através da parede celular das raízes
e da membrana plasmática até o citoplasma.
( ) O caminho via apoplasto é passivo e específico para solutos de baixa massa
molecular, como alguns íons, ácidos orgânicos, aminoácidos e açúcares.
( ) A baixa permeabilidade da bicamada lipídica da parede celular impõe
limitações à absorção, dessa forma, algumas substâncias polares e iônicas
devem atravessar as membranas biológicas através de outros mecanismos,
por outras regiões, e não por simples difusão.
( ) A absorção ativa se refere à ocupação do simplasto radicular quando o
elemento mineral se desloca de uma região de menor concentração para
outra de maior concentração. É uma forma de absorção considerada
rápida e irreversível.
( ) A parede celular pode constituir uma barreira efetiva aos solutos com
alto peso molecular, exigindo a ação de facilitadores, como as proteínas
presentes nos espaços da membrana.
( ) O processo de transporte via membrana, que envolve a facilitação pelas
proteínas, ocasiona, impreterivelmente, o gasto de energia (ATP) pela
célula.
( ) O transporte ativo via membrana pode ser considerado primário
ou secundário, facilitado pela força motiva de prótons ou pelos
cotransportadores.
( ) Com relação à direção do movimento ativo primário, pode ser simporte
(dois solutos atravessam a membrana na mesma direção) ou antiporte
(um soluto se move em uma direção e, o outro, em uma direção oposta).
66
( ) A falta, redução ou excesso de um elemento pode interferir na absorção
de outro.
( ) Algumas doenças e ataque de parasitas podem produzir sintomas
semelhantes aos da deficiência nutricional.
( ) O estágio de desenvolvimento da planta, a forma e a intensidade de
absorção podem variar.
( ) Dependendo do nutriente e da severidade, o sintoma pode aparecer em
estágio irreversível de desordem metabólica do vegetal.
67
68
UNIDADE 2 —
FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO
DE SOLUTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 1 – FOTOSSÍNTESE
TÓPICO 2 – RESPIRAÇÃO
CHAMADA
69
70
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
FOTOSSÍNTESE
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Nesta unidade e tópico, você aprenderá o processo de
fotossíntese, seus mecanismos e reações. Faremos uma pequena introdução e
conceituação e, posteriormente, revisaremos os aspectos gerais das fases da
fotossíntese, os pigmentos fotossintetizantes e a radiação fotossinteticamente
ativa.
2 FOTOSSÍNTESE
O processo de fotossíntese, que será abordado e explicado adiante,
evidencia como a vida na biosfera é cíclica. Observamos que, para realizar a
fotossíntese, a planta utiliza CO2 e água, resultando em carboidrato e oxigênio,
atuando como produtora na cadeia alimentar que, por sua vez, alimenta seres
herbívoros. Estes se apresentam como consumidores primários, alimentos
de animais carnívoros, que fazem o papel de consumidores secundários.
Prosseguindo, após a morte desses seres, os organismos decompositores iniciam
seu papel na cadeia. Então, esses seres incorporam, ao solo, nutrientes que são
absorvidos pelas plantas e fazem parte dos processos, reiniciando o ciclo da
cadeia alimentar.
71
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
Sol
Produtor
Consumidor
Primário Consumidor
Decompositores
Secundário
FONTE: <https://conhecimentocientifico.r7.com/fotossintese-o-que-e/a3-61/>.
Acesso em: 26 ago. 2020.
NOTA
A palavra fotossíntese sugere um processo de síntese que ocorre por meio da luz.
É do sol que deriva essa luz, além da energia da qual depende a vida
na Terra. A fotossíntese é o processo que converte a energia vinda do sol em
forma luminosa em energia química. Essa energia química é utilizada pelos seres
autótrofos, ou seja, as plantas, algas e bactérias fotossintetizantes, suprindo suas
necessidades energéticas. A fotossíntese pode ser expressa por meio de uma
equação:
72
TÓPICO 1 — FOTOSSÍNTESE
FONTE: <https://conhecimentocientifico.r7.com/fotossintese-o-que-e/a3-61/>.
Acesso em: 26 ago. 2020.
73
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
A luz visível do sol aparenta ser branca, mas, na verdade, é composta por
múltiplos comprimentos de onda de luz, as cores. Você pode ver essas diferentes
cores quando uma luz branca atravessa um prisma. Devido aos diferentes
comprimentos de onda de luz se desviarem em ângulos distintos à medida que
passam pelo prisma, eles se espalham e formam o que nós conhecemos como
arco-íris.
74
TÓPICO 1 — FOTOSSÍNTESE
FONTE: <https://www.colegioweb.com.br/reflexao-e-refracao-de-ondas/dispersao-da-luz.html>.
Acesso em: 26 ago. 2020.
75
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
NOTA
76
TÓPICO 1 — FOTOSSÍNTESE
77
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
78
TÓPICO 1 — FOTOSSÍNTESE
FONTE: <http://salabioquimica.blogspot.com/2014/06/fotossintese-fases-clara-e-escura.html>.
Acesso em: 26 ago. 2020.
79
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
FONTE: <http://salabioquimica.blogspot.com/2014/06/fotossintese-fases-clara-e-escura.html>.
Acesso em: 26 ago. 2020.
FONTE: <http://salabioquimica.blogspot.com/2014/06/fotossintese-fases-clara-e-escura.html>.
Acesso em: 26 ago. 2020.
81
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
2.6.1 Plantas C4
As plantas que vivem em ambientes secos e quentes, como resultados do
processo evolutivo, produzem compostos orgânicos com 4 carbonos, em vez de
3, como primeiros produtos da fixação do CO2 durante o ciclo de Calvin-Benson.
As plantas C4 possuem um ciclo de Calvin-Benson semelhante ao das plantas C3,
apenas com uma reação prévia extra que fixa o CO2 sem perder carbono para a
fotorrespiração, aumentando a eficiência da fotossíntese.
82
TÓPICO 1 — FOTOSSÍNTESE
DICAS
83
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
84
TÓPICO 1 — FOTOSSÍNTESE
2.7.1 Luz
Existem evidências que o excesso de luz pode interferir no crescimento
vegetal e levar à redução da produtividade. O aparelho fotossintético é apropriado
para absorver uma grande quantidade de energia luminosa e convertê-la em
energia química. O excesso de energia, no entanto, pode acarretar a produção
de espécies químicas tóxicas que provocam a foto-oxidação ou fotoinibição de
componentes celulares (lipídios de membrana, proteínas etc.).
85
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
2.7.3 Temperatura
A temperatura, como sabemos, interfere nas reações enzimáticas de
todos os processos, inclusive os da fotossíntese. O efeito da temperatura sobre
a fotossíntese depende da espécie e das condições ambientais nas quais as
plantas estão inseridas. Plantas, como milho e sorgo, as quais crescem bem em
climas quentes, usualmente, possuem temperaturas ótimas para a fotossíntese,
diferentemente do observado em culturas, como trigo, ervilha, centeio e cevada,
as quais são cultivadas em regiões frias.
86
TÓPICO 1 — FOTOSSÍNTESE
87
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A vida terrestre é cíclica. A fotossíntese utiliza o CO2 e água para dar origem
ao carboidrato e oxigênio. Quando nos alimentamos, respiramos ou fazemos
a queima de combustíveis, revertemos esses compostos novamente em CO2 e
água com o coincidente consumo de O2.
• Em resumo, a fotossíntese pode ser dividida em duas fases: uma que depende
diretamente da luz, fase fotoquímica ou fase clara, e outra que não depende,
fase química ou fase escura. A primeira produz ATP e um transportador de
elétrons reduzido (NADPH + H+), já a segunda usa o ATP, NADPH + H+ e CO2
para produzir carboidratos.
88
AUTOATIVIDADE
89
3 Em resumo, a fotossíntese pode ser dividida em duas fases: uma que
depende diretamente da luz, fase fotoquímica ou fase clara, e outra que
não depende, fase química ou fase escura. Sobre as fases da fotossíntese, é
CORRETO afirmar:
90
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
RESPIRAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Neste tópico, aprenderemos sobre a respiração,
considerando a fotossíntese, a glicólise, o ciclo de Krebs etc., além das suas
especificidades quanto à respiração nos tecidos e nos órgãos vegetais.
91
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
espelhos uma da outra, e que, de maneira geral, ocorre um balanço entre os dois
processos na biosfera (KLUGE, 2008).
O tipo de substrato que está sendo respirado pode ser indicado, medindo
as quantidades relativas de CO2 liberado e O2 consumido, permitindo calcular o
quociente respiratório (QR).
92
TÓPICO 2 — RESPIRAÇÃO
2.2.1 Glicólise
A glicólise é uma via metabólica comum a todos os seres vivos. De forma
resumida, consiste na oxidação incompleta da glicose em piruvato e ocorre no
citosol de seres eucariontes e procariontes, podendo ocorrer na presença e na
ausência de oxigênio.
93
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
94
TÓPICO 2 — RESPIRAÇÃO
95
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
NOTA
No citosol:
Fosfoenolpiruvato + CO2 → Oxaloacetato + Pi + NADH Malato + NAD+
Na Mitocôndria:
enzima málica
Malato + NAD+ Piruvato + CO2
96
TÓPICO 2 — RESPIRAÇÃO
97
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
Na reação, o QR é 18/25,5=0,71
Por outro lado, quando ácidos orgânicos ricos em oxigênio são oxidados,
os valores de QR oscilam entre 1,0 e 1,4. Igualmente, os valores de QR são maiores
que 1,0 quando a oxidação ocorre pela via fermentativa, a qual não necessita de
oxigênio.
98
TÓPICO 2 — RESPIRAÇÃO
99
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
2.3.1 Inibição
Grande parte das informações a respeito da cadeia respiratória foi obtida
por meio do uso de inibidores e, em contrapartida, isso gerou o conhecimento
sobre o mecanismo de ação de diversas substâncias tóxicas. Elas podem ser
classificadas como inibidoras da cadeia respiratória, inibidoras da fosforilação
oxidativa ou desacopladoras da fosforilação oxidativa.
100
TÓPICO 2 — RESPIRAÇÃO
101
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
102
TÓPICO 2 — RESPIRAÇÃO
• Saturação de água/baixo O2
• Temperatura
103
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
• Lesões e ferimentos
104
TÓPICO 2 — RESPIRAÇÃO
2.4.1 Raízes
As raízes são órgãos que respiram muito e intensamente. O substrato
utilizado no processo é constituído por carboidratos vindos da parte aérea, pelo
floema, a partir das folhas, que são os órgãos responsáveis pela fotossíntese.
O oxigênio para as raízes pode ter origem no solo, quando bem arejado,
ou na parte aérea, quando a atividade respiratória for intensa.
2.4.2 Caule
Os caules verdes, suculentos, que apresentam estrutura primária,
fazem trocas gasosas com o meio através da epiderme, enquanto naqueles com
crescimento secundário, geralmente, o O2 é proveniente das folhas. Nesses caules,
a respiração é mais intensa no câmbio vascular e felogênio, onde novas células
estão se formando, crescendo e se diferenciando.
As trocas gasosas nos caules com crescimento secundário são muito baixas
e, por isso, o O2 se difunde pelas células caulinares. Alguns tipos de caule podem
apresentar estruturas conhecidas como lenticelas, que facilitam as trocas gasosas
com o meio (OLIVEIRA, 2013).
105
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
2.4.3 Folhas
As folhas são os principais órgãos da planta responsáveis pelas trocas
gasosas com o ambiente, feitas através dos estômatos. A relação segue o teor de
CO2 por cm2 da área foliar e é mais intenso em folhas jovens.
106
TÓPICO 2 — RESPIRAÇÃO
2.4.5 Sementes
Durante o processo de germinação, com o aumento da entrada de água
por embebição, o metabolismo celular é reativado. Essa reativação metabólica
provoca uma série de mudanças fisiológicas. Uma das consequências é o
aumento da taxa respiratória, associado à necessidade da utilização das reservas
energéticas existentes no endosperma ou nos cotilédones.
107
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
108
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
109
AUTOATIVIDADE
3 Sobre a respiração nos tecidos e órgão vegetais, é correto afirmar que a taxa
respiratória é variável, de acordo com o tipo de órgão, idade, ambiente,
estação etc. Sobre o assunto, marque V para Verdadeiro e F para falso:
110
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico, entenderemos como ocorre a translocação
nas plantas e tecidos vegetais. Assim, é preciso observar a estrutura do floema, o
fluxo e velocidade da circulação dos solutos pela planta.
2 TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
A translocação de solutos ocorre, nas plantas vasculares, pelos vasos
condutores, xilema e floema.
111
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
112
TÓPICO 3 — TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
113
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
Há, pelo menos, três tipos distintos de células nas nervuras menores das
folhas maduras exportadoras. Taiz e Zeiger (2017, p. 290) explicam cada um dos
tipos de células companheiras, além do tipo de transporte e suas características:
114
TÓPICO 3 — TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
Plasmodesmos
Invaginações
da parede
Célula de
transferência Elementos
crivados
Célula parenquimática
Célula companheira Elementos Célula
ordinária crivados intermediária
DICAS
115
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
Tratando-se dos fatores que determinam a força com que o dreno demanda
os fotoassimilados da fonte, o que mais se destaca é a proximidade. Normalmente,
as fontes fornecem nutrientes para os drenos que estão mais próximos. De forma
geral, as folhas superiores da planta transmitem nutrientes para as folhas novas
e caules em crescimento, e as folhas da porção basal tendem a enviá-los para o
sistema radicular. Já as intermediárias exportam seus produtos para as partes
superiores e inferiores. Durante o desenvolvimento, a importância dos drenos
é alterada. No crescimento vegetativo, os ápices caulinares e radiculares são os
principais drenos, já no desenvolvimento reprodutivo, os drenos são os frutos
(TAIZ; ZEIGER, 2013).
116
TÓPICO 3 — TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
117
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
Plasmodesmata Elemento
Células seiva
companheiras
Sacarose Carregamento
ativo
Rota simplástica
Sacarose
118
TÓPICO 3 — TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
119
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
A maioria das teorias propostas, tanto ativas quanto passivas, indica gasto
de energia. Nas fontes, a energia é demandada para sintetizar os materiais para
o transporte e, em alguns casos, é preciso mover o conteúdo a ser transportado
para os elementos crivados por transporte ativo de membrana (carregamento do
floema). Nos drenos, a energia é essencial para alguns aspectos dos elementos
crivados para as células-dreno, as quais armazenam ou metabolizam o açúcar
(descarregamento do floema) (TAIZ et al., 2017).
120
TÓPICO 3 — TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
121
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Floema
122
TÓPICO 3 — TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
Anatomia do floema
123
UNIDADE 2 — FOTOSSÍNTESE E TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
Dois modelos são propostos para explicar esse transporte, sendo que
em um deles é postulada a presença de receptores codificados pela planta que
interagiria com a proteína do movimento, permitido o transporte da virose.
124
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
125
AUTOATIVIDADE
126
c) ( ) As duas rotas de transporte nas plantas se denominam floema e xilema,
e se prolongam por toda a planta.
d) ( ) As rotas de transporte nas plantas foram desenvolvidas devido às
dificuldades que o ambiente impunha.
e) ( ) O floema, geralmente, localiza-se externamente aos sistemas vasculares
primário e secundário. Nas plantas, com crescimento secundário, o
floema forma a casca viva.
f) ( ) As células do floema responsáveis por conduzir açúcares e outros
compostos orgânicos pela planta são conhecidas como elementos
crivados.
127
128
UNIDADE 3 —
METABOLISMO DO NITROGÊNIO,
REGULADORES, CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
129
130
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Neste tópico, abordaremos o metabolismo do nitrogênio
nas plantas. Faremos uma breve revisão dos fundamentos desse elemento, além
do detalhamento do seu ciclo de desenvolvimento até a incorporação deste nos
compostos orgânicos das plantas.
131
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
132
TÓPICO 1 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO NAS PLANTAS
133
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
a) Fixação biológica de N
134
TÓPICO 1 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO NAS PLANTAS
135
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
136
TÓPICO 1 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO NAS PLANTAS
Pêlo radicular
Rizóbios
Crescimento
e enrolamento
Canal de
Vesícula infecção
de Golgi
Complexo
de Golgi Membrana do canal de
infecção fusiona-se com
a membrana celular
Vesícula contendo
rizóbios
FONTE: <http://www.ledson.ufla.br/assimilacao-e-transporte-de-nitrogenio-2/fixacaobiologica-
-do-nitrogenio-fbn/como-ocorre-a-nodulacao/>. Acesso em: 30 jul. 2020.
137
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
138
TÓPICO 1 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO NAS PLANTAS
FONTE: <http://www.ledson.ufla.br/assimilacao-e-transporte-de-nitrogenio-2/fixacaobiologica-
-do-nitrogenio-fbn/nitogenase-como-funciona-essa-enzima/>. Acesso em: 30 jul. 2020.
139
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
DICAS
140
TÓPICO 1 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO NAS PLANTAS
N = Np + Nb + Nf + Nu + Nm - Npl - Ng - Ni - Nl – Ne
141
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
142
TÓPICO 1 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO NAS PLANTAS
143
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
144
TÓPICO 1 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO NAS PLANTAS
Nota: NO3-: nitrato; NO2-: nitrito; NH4+: amônio; GLN: glutamina; GLU: glutamato;
RN: redutase do nitrato; RNi: redutase do nitrito; GS: sintetase da glutamina;
GOGAT: sintetase do glutamato; T: transportador.
145
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
NOTA
146
TÓPICO 1 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO NAS PLANTAS
FONTE: <http://www.ledson.ufla.br/assimilacao-e-transporte-de-nitrogenio-2/assimilacao/
reducao-do-nitrato/>. Acesso em: 30 jul. 2020.
147
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
• A síntese de proteínas;
• A formação de compostos intermediários dos hormônios vegetais endógenos;
148
TÓPICO 1 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO NAS PLANTAS
H 2N C COOH
R
FONTE: <http://www.biorede.pt/images.asp?id=1302>. Acesso em: 31 jul. 2020.
149
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
150
TÓPICO 1 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO NAS PLANTAS
151
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
DICAS
152
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
153
• “A absorção de N é, portanto, modulada pela: a) presença dos carregadores
específicos; b) pela afinidade desses carregadores em relação ao nitrato
ou amônio; c) pela quantidade de N presente no solo” (BREDEMEIER;
MUNDSTOCK, 2000, p. 367).
154
AUTOATIVIDADE
155
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas “I”, “II” e “IV” são incorretas.
b) ( ) As afirmativas “I”, “II” e “III” são incorretas.
c) ( ) As afirmativas “II” e “IV” são corretas.
d) ( ) Todas as afirmativas são incorretas.
156
Analise a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – F – F – V.
b) ( ) F – V – V – F – F.
c) ( ) V – F – V – F – V.
d) ( ) V – F – F – F – V.
157
158
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmicos! Neste tópico, estudaremos os reguladores do
crescimento vegetal, iniciando pela conceituação, suas funções e propriedades.
Ainda, detalharemos os principais reguladores conhecidos e suas especificidades
no desenvolvimento vegetal.
159
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
160
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
• NAA: Ácido naftaleno acético 2,4-D: é uma auxina sintética com diversos usos,
desde enraizamento de estacas até redução na queda de frutos.
• Ácido 2, 4-diclorofenoxiacético: da família dos herbicidas clorofenoxiacéticos,
herbicida hormonal do grupo fenoxiacético, com formulação à base de amina e
éster, utilizado no controle de invasoras dicotiledôneas.
• BA–6-benzilamino purina: citocinina sintética, usada para indução da brotação.
Provoca o crescimento das plantas, fixação de flores e estimula a divisão celular.
Nas folhas, regula o metabolismo; nos frutos, estimula a divisão celular e o
crescimento.
• Cinetina–furfurilaminopurina: citocinina sintética, usada para o preenchimento
de vagens, indução a brotações e com outros reguladores ou nutrientes.
• Ethephon: Ácido 2-cloroetil-fosfônico: regulador vegetal e estimulante
pertencente ao grupo químico do ácido fosfônico. Acelera o amadurecimento
das frutas. Utilizado, ainda, para melhorar a coloração dos frutos e antecipar
a colheita, com efeitos benéficos sobre os atributos de qualidade dos frutos,
como acidez, teor de sólidos solúveis e firmeza da polpa.
2.1 FITORMÔNIOS
Fitormônios ou hormônios vegetais são compostos orgânicos sintetizados
e translocados nas plantas. Em baixa concentração, causam respostas fisiológicas
determinadas, como promoção ou inibição de processos metabólicos.
162
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
Como exemplo, podemos roteirizar uma situação na qual uma raiz percebe
a redução da umidade do solo, que configura a mudança do ambiente, ou seja,
o sinal. Na sequência, produz o hormônio ácido abscísico (ABA), por exemplo,
é o seu mensageiro primário. O mensageiro primário (ABA) é translocado
para as folhas, nas quais altera a concentração de mensageiros secundários, no
163
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
caso, íons de cálcio (Ca2+) e inositol fosfato (IP3) no citosol das células-guardas.
Assim, os mensageiros secundários amplificam o sinal, provocando a turgidez e
murchamento das células-guarda e, consequentemente, o fechamento estomático
como resposta final.
2.1.1 Auxinas
A descoberta da auxina data de 1926, por Charles Darwin, quando a
substância foi assim nominada com derivação do grego, “auxein”, que significa
“crescer”. A primeira auxina identificada na sua estrutura química, em 1930,
foi o Ácido Indol-3-Acético (AIA), que permanece como a auxina de maior
importância para a fisiologia vegetal até a atualidade. No decorrer das pesquisas,
outras auxinas naturais foram descobertas, como o Ácido Fenil-Acético e o Ácido
4-Cl –Indol-3-Acético.
164
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
165
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
166
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
Quando uma planta é exposta à luz, a auxina tende a migrar para o lado
contrário, provocando o crescimento e alongamento das células no ambiente de
menor luminosidade, o que causa a curvatura do órgão vegetal (fototropismo).
Em outra reação, a auxina influencia, também, o geotropismo ou gravitropismo,
que provoca o crescimento do caule no sentido oposto ao da gravidade, embora,
nessa ação, outras substâncias se somam como agentes causais.
167
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
Características Descrição
Sítios de Sintetizados, principalmente, a partir do triptofano, primariamente, em
biossíntese primórdios foliares e folhas jovens, e em sementes em desenvolvimento.
Transportado de célula para célula. O transporte para as raízes, provavelmente,
Transporte
é feito, também, pelo floema.
Alongamento celular, divisão celular, diferenciação de tecidos vasculares
(estimulam a diferenciação de floema e xilema), formação de raízes (estacas,
Efeitos
segmentos nodais etc.), tropismos (fototropismo e geotropismo), dominância
principais
apical, senescência foliar (inibe), abscisão de folhas e frutos (inibe ou promove
via etileno), retardo do amadurecimento de frutos e florescimento (florescimento
em bromeliáceas).
2.1.2 Giberelinas
A descoberta da Giberelina aconteceu em 1926, ocasionalmente, pelo
fisiologista japonês E. Kurosawa, durante um estudo da “Bakanae”, uma doença
que causa o crescimento desordenado em espiral e a posterior queda de plântulas
de arroz. A a causa do problema era o fungo, Gibberella fujikuroi, responsável pela
produção da giberelina, causadora dos sintomas observados no arroz (MELLO,
2002). Em pesquisas posteriores, a substância foi isolada e, aos compostos, foram
dados os nomes de giberelina A e B. Somente na década de 1950 que pesquisadores
norte-americanos e ingleses entenderam, detalhadamente, a estrutura do material
purificado do fungo, e o denominaram de ácido giberélico (GA3).
168
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
Legenda: Da esquerda para a direita, ácido giberélico GA3, GA13 e GA4. As setas
marcam pequenas diferenças na estrutura química das giberelinas.
169
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
170
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
Aplicação Ação/benefício
Bacillus subtilis Aumento da produção de α-amilase.
Estimula o alongamento do entrenó, maior produção de biomassa da
Cana
cana e açúcares.
Infecção das folhas de
Inibição dos esporangiosporos do parasita.
batatas por P.infestans
Conservação pós-colheita
Manutenção da cor verde da casca.
lima “Tahiti”
Aumenta o comprimento da haste do cacho de videiras, favorecendo o
crescimento dos frutos. Na mistura de benziladenina (uma citocinina)
Produção de frutos
e GAs (GA4+GA7), provoca o alongamento do fruto da maçã. Em
frutos de citrus, provoca o retardamento da senescência.
Acelera a hidrólise de reservas da semente pela indução da produção
Produção de cerveja
de enzimas hidrolíticas na camada de aleurona.
Ativa o crescimento do embrião, hidrólise e mobilização de reservas
Germinação de sementes
do endosperma e quebra de dormência em algumas espécies.
Favorece o estabelecimento do fruto do crescimento inicial até a
Estabelecimento do fruto
polinização.
Transição da fase juvenil
Regula a mudança do estágio juvenil para o adulto, e vice-versa.
para a adulta
Crescimento do caule Promove o crescimento internodal em muitas espécies vegetais.
Iniciação floral e Podem substituir dias longos ou frios, sendo capazes de substituir os
determinação do sexo estímulos ambientais para o florescimento em algumas espécies.
Os retardantes do crescimento modificam a arquitetura da planta,
inibem o crescimento do ápice caulinar, reduzem o crescimento da
Inibidores da síntese de altura, intensificam a pigmentação verde das folhas e o crescimento
GA radicular, modificam a relação raiz/parte aérea em favor do
crescimento das raízes. Usados para a redução do acamamento das
plantas, crescimento das árvores, tolerância a estresses ambientais e
indução do florescimento.
171
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
Características Descrição
Sítios de Sintetizados a partir do ácido mevalônico nos tecidos jovens de brotos e em
biossíntese sementes em desenvolvimento e em menor concentração nas raízes.
Transporte Transportados pelo floema e xilema.
Crescimento do caule, indução da germinação das sementes, indução da
Efeitos
produção das enzimas durante a germinação, crescimento dos frutos, indução
principais
da masculinidade nas flores dioicas.
2.1.3 Citocininas
Substância capaz de promover a divisão celular ou citocinese em vegetais.
Descoberta por pesquisadores da Universidade de Wisconsin, em 1956, a
citocinina foi registrada em 1963, pela descoberta da ocorrência da zeatina nas
plantas Zea mays, a primeira citocinina de ocorrência natural no reino vegetal
(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2001).
172
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
173
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
174
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
BIOSSÍNTESE
IPT
CATABOLISMO
175
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
NOTA
Características Descrição
A biossíntese acontece por modificações bioquímicas da adenina, que ocorrem
Sítios de
nos meristemas radiculares (ápice da raiz) e sementes em desenvolvimento.
biossíntese
Podem ser encontradas como substâncias livres, ou associadas a açúcares, ao
fósforo e RNAt.
São translocadas para o caule pelo xilema. A seiva xilemática, proveniente das
Transporte
raízes, é rica em citocininas.
Divisão celular, morfogênese, quebra da dominância apical, crescimento
Efeitos dos brotos laterais, expansão foliar, retardo da senescência foliar, abertura
principais dos estômatos, desenvolvimento dos cloroplastos (aumento do conteúdo da
clorofila).
2.1.4 Etileno
Único hormônio na forma de gás, o etileno foi observado, primeiramente,
pelo efeito causado pelo gás produzido na queima do carvão utilizado em
lâmpadas nas ruas, durante o século XIX, quando foi identificado que as árvores
sob a luz desfolhavam mais intensivamente. Ainda não se sabia que se tratava
de um hormônio, porém, observou-se que o gás era capaz de danificar os tecidos
vegetais. Assim, em 1901, o etileno foi identificado como componente responsável
pelo efeito sobre os vegetais. Na busca de mais informações, Dimitry Neljubovos e
um grupo de pesquisadores observaram, em laboratório, que plântulas de ervilha
submetidas ao crescimento em ambiente sem luz apresentaram aumento no
crescimento lateral e anormalidade no crescimento horizontal, a “tripla resposta”
(redução do crescimento longitudinal, engrossamento do sistema caulinar e
mudança da orientação do crescimento vertical para o horizontal). Quando
o ar do mesmo laboratório era descontaminado, o crescimento normalizava.
Novamente, o etileno foi o componente do ar identificado como causador da
anomalia (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2014).
176
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
Considerado uma molécula simples, mais leve do que o ar, o etileno pode
ser facilmente oxidado para o óxido de etileno, que está factível à hidrolise para
etileno glicol. Em diferentes tecidos vegetais, o etileno pode ser completamente
oxidado até CO2.
177
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
178
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
Características Descrição
Sítios de
É sintetizado pela maioria dos tecidos vegetais em resposta ao estresse.
biossíntese
Transporte Move-se por difusão a partir do sítio de síntese.
Quebra de dormência (gemas e sementes), epinastia (curvatura da folha para
Efeitos
baixo resultante do crescimento desigual), floração (em algumas espécies),
principais
abscisão das folhas e frutos e amadurecimento dos frutos.
179
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
180
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
NOTA
181
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
Características Descrição
É sintetizado a partir do ácido mevalônico nas raízes e folhas
Sítios de maduras, principalmente, em resposta ao estresse hídrico. As
biossíntese sementes também são ricas em ABA, sendo, seu acúmulo, via
transporte das folhas ou produzido in situo.
É exportado a partir das raízes pelo xilema e a partir das folhas
Transporte pelo floema. Pode circular, indo para as raízes pelo floema e,
em seguida, retomando os brotos pelo xilema.
Efeitos Fechamento de estômatos, dormência das gemas, senescência
principais e abscisão, indução da síntese das proteínas nas sementes.
FONTE: Adaptado de Mello (2002)
NOTA
182
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
183
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
184
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
185
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
Diante das variações de uso e dos resultados, este livro tem, por objetivo,
divulgar os resultados obtidos no Brasil e informações da literatura internacional
sobre o uso de reguladores e seus aspectos fisiológicos relacionados aos diversos
processos, procurando mostrar informações que facilitem a compreensão das
respostas obtidas.
186
TÓPICO 2 — REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
1.1 HORMÔNIOS
FONTE: PETRI, J. L.; HAVERROTH, F. J.; LEITE, G. B.; SEZERINO, A. A.; COUTO, M. Reguladores
de crescimento para frutíferas de clima temperado. Florianópolis: Epagri, 2016.
187
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
188
AUTOATIVIDADE
I- Bioestimulante.
II- Fitormônio.
III- Regulador vegetal.
189
IV- O etileno, mesmo em concentrações muito baixas, exerce efeito sobre o
vegetal, induzindo, como respostas fisiológicas, o amadurecimento e a
senescência das folhas e frutos.
V- O ABA age como regulador negativo do crescimento da parte aérea e
do movimento estomático. Ainda, atua na regulação da dormência das
sementes.
190
a) ( ) O modo de ação dos hormônios envolve a interação destes com
um receptor específico em sítios específicos, com concentrações
consideradas extremamente baixas, a partir das quais surgem diversos
processos fisiológicos.
b) ( ) Os hormônios que são sintetizados pelas plantas, nutrientes inorgânicos,
como Ca2+ e K+, que causam importantes respostas para as plantas,
também são considerados hormônios.
c) ( ) Outras substâncias orgânicas sintetizadas pelas plantas, como sacarose,
aminoácidos, ácidos orgânicos, vitaminas etc., podem estar envolvidas
no modo de ação. Não se incluem no conceito de hormônio, pois são
encontradas com elevadas concentrações nas plantas.
d) ( ) Na transdução e amplificação do sinal, o complexo ativo hormônio-
receptor inicia uma série de eventos bioquímicos e moleculares que
compõe a resposta final. Esses eventos podem ser intermediados por
mensageiros considerados primários e secundários.
a) ( ) A AIA foi a primeira auxina descoberta, e foi a base para muitas auxinas
sintéticas, entre as quais estão o Ácido Indol-3- Propílico – AIP ou
IPA; Ácido Naftaleno Acético – ANA ou NAA, usado como herbicida
seletivo; e o Ácido 2,4 diclorofenoxiacético – 2,4 D, usado como indutor
do sistema radicular.
b) ( ) A auxina promove o crescimento através do alongamento celular,
exercendo efeito sobre a parede celular e, consequentemente, expansão
celular, principalmente, nas regiões dos meristemas secundários.
c) ( ) Quanto à localização, a auxina pode estar presente nas folhas, caule, raiz,
frutos e sementes, atuando como mediador de processos fisiológicos
vitais e estruturais, porém, em maior concentração nos tecidos em
senescência.
d) ( ) O movimento da auxina é chamado de transporte polar, porque ele
é sempre unidirecional, do ápice dos meristemas para a base. Esse
transporte polar requer energia e não é influenciado pela gravidade.
191
192
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico, trataremos do crescimento e do
desenvolvimento vegetal, pontuando e discutindo as diversas etapas dos
processos, desde a germinação até a senescência, como forma de entender o
complexo de ações fisiológicas interdependentes que permite o desenvolvimento
e a perpetuação das espécies vegetais tão importantes para a cadeia alimentar.
NOTA
193
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
194
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
195
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
3 FISIOLOGIA DA GERMINAÇÃO
Diversos autores propõem divisões e discussões dos estádios do processo
de germinação da semente pelas interpretações dos eventos fisiológicos.
196
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
DICAS
197
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
Componentes Descrição/função
É o envoltório protetor da semente, originário dos tegumentos do óvulo. Sua
resistência, em geral, relaciona-se com a consistência do pericarpo. Em algumas
Tegumento
sementes, o tegumento é constituído por duas partes: a testa, que é externa e
espessa, e o tégmen, que é a parte interna, mais delgada.
198
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
Tegumento Pericarpo
Plúmula
(primeira gema)
Endosperma
Embrião
Cotilédones
Radícula
Hipocótilo
Hilo
Micrópilo
Endosperma
Radícula
Cotilédone
(escutelo)
Magnoliopsida Liliopsida
FONTE: <https://www.agrolink.com.br/sementes/tecnologiasementes/conceitos_361334.html>.
Acesso em: 31 jul. 2020.
199
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
200
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
201
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
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TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
203
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
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TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
205
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
8 VERNALIZAÇÃO E CONSEQUÊNCIAS
A vernalização relaciona temperatura e fotoperíodo, dois fatores que
exercem determinante influência no desenvolvimento vegetal. Como técnica,
é preciso expor, sementes hidratadas ou plântulas, a baixas temperaturas, não
congelantes, como forma de tornar a planta menos exigente a baixas temperaturas
e fotoperíodo. A faixa de temperatura ideal para a vernalização e o tempo de
exposição dependem da morfofisiologia de cada espécie vegetal. De maneira
geral, a técnica possibilita a redução do período de tempo de desenvolvimento
até a floração.
206
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
9 DORMÊNCIA E QUIESCÊNCIA
Além de haver o genoma da espécie, as sementes estão susceptíveis aos
estímulos do ambiente durante ou após sua completa formação como órgão
vegetal ligado à planta-mãe, este que pode ser analisado com a própria adaptação
aos estímulos do ambiente para a sequência da sobrevivência da espécie. Nesse
sentido, a dormência das sementes representa uma habilidade da espécie que
pode garantir sua perpetuação e sobrevivência.
207
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
10 LONGEVIDADE DA SEMENTE
A longevidade da semente é uma característica de cada espécie vegetal
que está, também, relacionada a fatores externos de exposição e/ou conservação.
A conservação das sementes assume um caráter de grande importância para
a manipulação das espécies, para a produção agrícola, seja para o consumo
da própria semente como parte da alimentação humana ou animal, seja como
fundamento do cultivo das espécies. Nas duas formas de uso das sementes, é
necessário considerar a relação entre armazenamento e manutenção da qualidade,
fortalecendo o termo e a busca da longevidade.
208
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
11 JUVENILIDADE DA PLANTA
A juvenilidade sucede a germinação. A fase da plântula, no gradiente de
desenvolvimento vegetal, é caracterizada pelo rápido crescimento vegetativo,
e tem, como função biológica, assegurar as condições morfofisiológicas para a
função reprodutiva.
209
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
12 CINÉTICA DO CRESCIMENTO
O crescimento vegetal está relacionado a uma série de fatores que antecede
toda a fase da juvenilidade, e outros que atuam, de forma mais específica, nessa
fase, como a disponibilidade de nutrientes no solo, o balanço hormonal da planta
e os fatores ambientais. A luminosidade parece assumir importância diferenciada
com o ritmo circadiano de cada espécie:
210
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
FONTE: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0006-87052005000400009>. Acesso em: 3 ago. 2020.
211
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
13 TIPOS DE JUVENILIDADE
A juvenilidade de um organismo vegetal pode ser quantitativa, quando
a planta está apta para o crescimento, necessitando, apenas, de um estímulo
externo, para que o fenômeno ocorra, ou qualitativa, quando a planta não está
apta para a floração, independentemente de qualquer estímulo externo. Embora
a fase juvenil esteja quase sempre relacionada à incapacidade de produzir flores,
a floração, não é, em alguns casos, o melhor parâmetro para indicar o fim da
juvenilidade ou o início da maturidade, pois mesmo plantas que completam
sua fase juvenil podem não florescer, pela razão de não disporem de condições
ambientais adequadas.
14 FITOCROMO E FLORAÇÃO
As plantas respondem a estímulos luminosos, convertendo luz em
substrato para o seu próprio desenvolvimento. Essas respostas ocorrem pela
capacidade de percepção desses estímulos, feita por meio de fotorreceptores.
Os fotorreceptores são diferentes pigmentos que promovem respostas
fotomorfogênicas, sendo, os mais importantes, aqueles que absorvem as luzes
vermelha e azul, e estão relacionados às células-guarda e ao fotoperiodismo.
O fotorreceptor envolvido no fotoperiodismo é o fitocromo, uma proteína de
cor azul-esverdeada que influencia, diretamente, nos processos de floração.
Fotorreceptores são:
212
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
• Fotoperiodismo
213
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
• Estado fotoestacionário
214
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
215
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
Legenda: Formação das flores in vitro. a) Aspecto de um meristema de inflorescência (mi): são
visíveis vários meristemas florais (mf) em formação. b) Flores com diferenciação, sendo notórios
os diferentes órgãos florais em formação: c-carpelos, a-anteras e p-pétalas. c) e d) Fases mais
adiantadas da diferenciação floral em que os órgãos florais estão já diferenciados: c-carpelos,
a-anteras e p-pétalas.
216
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
• Frutificação
217
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
218
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
DICAS
219
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
DICAS
220
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
• Senescência
221
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
• Fisiologia pós-colheita
222
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
• Perecibilidade
223
UNIDADE 3 — METABOLISMO DO NITROGÊNIO, REGULADORES, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
Frutos Climatéricos: são frutos que, mesmo depois de colhidos, apresentam alta
taxa respiratória. Esses frutos, como consequência, continuam amadurecendo.
Por causa disso, também são muito perecíveis e precisam de cuidados para
o armazenamento, além de um rápido transporte até o consumidor, para
diminuição das perdas. São exemplos de frutos climatéricos: maçã, abacate, figo,
kiwi, nectarina, pêssego, tomate, ameixa, damasco, banana, jaca, manga, mamão,
pera e melancia.
Frutos não climatéricos: são frutos que, depois de colhidos, têm uma baixa
taxa respiratória, por isso, não seguem amadurecendo. Devem ser colhidos já
maduros, e alguns são mais fáceis de transportar, além de possibilitar transporte
a distâncias maiores. Exemplos: amora-preta, cereja, uva, lima, laranja, abacaxi,
tangerina, framboesa e morango.
• Controle de maturação
224
TÓPICO 3 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
O manejo da maturação dos frutos pode ser realizado por meio do uso de
estratégias que reduzem a formação do etileno, entre outras que serão descritas a
seguir, que podem ser aplicadas para induzir a maturação ou retardar.
DICAS
225
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
226
• A polinização ocorre com a deposição do grão de pólen sobre o estigma do
pistilo. A locomoção do pólen pode acontecer de diferentes maneiras: pelo vento,
por insetos, artificialmente ou, ainda, de maneira natural, por autofecundação.
CHAMADA
227
AUTOATIVIDADE
228
III- Em relação à luminosidade, é correto observar que ocorre uma ampla
variação das respostas germinativas das sementes, podendo ser inibida ou
promovida a germinação da semente, correlativamente, com a temperatura
e o tempo de exposição.
IV- As probabilidades de germinação da semente são relacionadas,
exclusivamente, a fatores internos, sem relações com outros fatores, como
solo e manejo.
229
c) ( ) A duração crítica ou fotoperíodo crítico é o tempo-limite que a planta
pode ficar exposta ao fator luminoso sem que ocorra a inibição ou
indução do evento fisiológico.
d) ( ) A sensibilidade ao fotoperíodo deve ser considerada, também, em
relação à latitude do local de cultivo pretendido: quanto mais próximo
da linha do Equador, menor é a amplitude do fotoperíodo ao longo do
ano.
230
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