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SUPLEMENTOS PARA PERDA DE GORDURA

Suplementos que contribuem com o aumento do déficit calórico:


 Aumento do gasto energético;
 Aumento do nível de AF;
 Redução da ingestão alimentar;
 Redução da absorção dos alimentos.

Aumento do gasto energético (Termogênicos)


 Aumenta lipólise;
 Estimulada por glucagon, GH, cortisol, adrenalina e inibida por insulina;
 Substâncias com efeito simpatomimético (causam colaterais)

 A maioria dos Termogênicos naturais aumenta lipólise;


 Cafeína, chás, chá verde, pimenta...
 Lipólise não significa oxidação de gordura.
L-Carnitina

 A lipólise acontece no citosol e a oxidação na matriz mitocondrial;


 Quem transporta o AG do citosol para a matriz mitocondrial são 2
enzimas: carnitina-palmitoil-transferase I e II (CPT-I e CPT-II)

 Para aumentar o transporte do AG para a matriz mitocondrial através


do aumento das enzimas, teria que aumentar a concentração de
carnitina muscular (via gradiente de concentração);
 Mas a carnitina muscular já é alta, portanto, é difícil aumentar.

Receptores adrenérgicos

 Ativação do receptor B aumenta o consumo de ATP, contração e


frequência cardíaca (aumento do consumo de energia dos
cardiomiócitos), pode ativar tecido adiposo marrom e induzir a
termogênese, aumenta a lipólise.
 Os receptores têm suas especificidades, mas geralmente os
termogênicos agem abrangendo todos os receptores B adrenérgicos,
com maior afinidade de algum;
 Os receptores A, especialmente o A2, diminuem o processo de lipólise
UCP (proteínas desaclopadoras - termogeninas)

 Aumentam a termogênese
 A glicólise anaeróbia produz NADH;
 O NADH libera o H que se acumula no espaço intermembrana,
aumentando o potencial fora;
 O H pode voltar pela ATP sintase produzindo ATP ou pelas UCPs sem
produzir energia (produz calor no lugar - termogênese);
 Termogênicos pioram eficácia mitocondrial, porque reduz a produção de
ATP;
 TA marrom e bege tem presença significativa de UCP1, aumentando a
termogênese;
 Citocinas pró-inflamatórias como TNF-a e IL-1B reduzem a expressão
de UCP1 por reduzirem a ativação de PPARgama.

Inibidores de apetite

 Grelina (resposta à inanição);


o Ativa NPY/AgRP (orexígenos)
 Leptina, insulina;
o Ativa POMC/CART (anorexígenos)
 Hormônio estimulante de alfa-melanócitos;
 Receptor de melanocortina 4 (MCR-4);
 Regulação da fome e gasto energético.
Inibidores da absorção de gorduras

Caseolamina

 Rica em flavonoides que inibem a lipase;


 Inibição da lipase em até 30%;
 Não é bom, sem base para prescrição
Dose de acordo com farmácia:
 300mg – 3g/dia – antes das refeições (1g-1g-1g);

Okralin

 Extrato patenteado do quiabo;


 Padronização: 10% de fibras solúveis e no mínimo 10% de fibras totais;
 Pectina do quiabo + inulina;
 Reduz a absorção de gorduras ao formar gel que poderia dificultar a
atuação das enzimas;
Dose de acordo com farmácia:
 Uso contínuo: 600mg, 15min após principais refeições.
 Uso esporádico: 1,3 a 2,6g, 15 minutos após refeição rica em gordura.
Evidências:
 Só existem 2 estudos e eles mostram efeito positivo na perda de peso.
Quitosana

 Fibra obtida a partir da quitina (carapaça de crustáceos, lagostas, etc);


 Alergia a frutos do mar (cuidado);
 Reduzir absorção de gorduras/aumentar saciedade;
 1 a 4g/dia antes das refeições.
Evidências:
 Estudos enviesados;
 Efeito pequeno;
 Pouca relevância clínica.

Psyllium

 Fibra de caráter solúvel;


 2-3g de água a cada 1g de Psyllium e viscosa;
 Melhora do perfil lipídico: 5-10g/dia;
 Aumenta o bolo fecal e pode auxiliar na evacuação;
 Em quantidades baixas geralmente não causa desconfortos
gastrointestinais;
 Se consumido sem devida ingestão de água pode causar constipação;
 Não é uma fibra tão fermentável, portanto, é mais tolerável (produz
menos gás).

Pacientes constipados é interessante associar fibras solúveis (Psyllium, inulina,


xantana, etc) com insolúveis (trigo, etc).

Psyllium dividido em 3 componentes:


1. Componente formador de massa pouco fermentável (30% fermentável),
constituindo 55-60% do peso do Psyllium;
2. Componente não fermentável (<20%), constituindo 10-15% do peso;
3. Componente altamente fermentável (>80%), constituindo 15-20% do
peso.

Mecanismo de ação:
 Como toda fibra solúvel, tem a capacidade de se ligar aos ácidos
biliares, aumentando sua excreção nas fezes;
 Redução de ácidos biliares no fígado aumenta a produção da enzima
que sintetiza os sais biliares (7-alfa-hidroxilase);
 Desvio do colesterol para formação de ácidos biliares;
o Redução dos níveis de colesterol.
 A parte fermentada (pouca) é utilizada para produção de AGCC;
o Acetato, butirado e propionato
 AGCCs, podem inibir a enzima HMG-CoA-Redutase, reduzindo a
produção de mevalonato e, posteriormente, colesterol.

Evidências:
 Alta heterogeneidade estatística;
 Para perda de gordura não faz muita diferença, mas é bom para saúde e
para a saciedade;
 Maior benefício para perfil lipídico;
 Colocar o máximo que conseguir para usuário de esteroide (já colocou
60g de fibra).
o Usar entre 10g e 20g de psyllium + fibras dos alimentos.

Glucomannan

 Fibra solúvel;
 É uma fibra muito viscosa (5x maior que a goma guar e beta-glucana);
o Pela alta viscosidade a dose é geralmente menor (menor
palatabilidade).
o Dá para misturar com macarrão e molho.
 Principal fonte é a raiz do tubérculo konjac;
 Pode absorver 50x do seu peso em água;
 Doses mais usadas ficam entre 2-4g/dia (3g é o ideal);
 O preço é caro.
 Blend de xantana + glucomannan reduz CT e LDL.

Desvantagens:
 Aceitabilidade: menor palatabilidade;
 Desconforto gastrointestinal: são mais fermentativas;
 Glucomannan manipulado é mais caro;
 Apenas por suplementação, não existe a granel em loja de produtos
naturais.

Evidências:
 Possível efeito na redução de CT, LDL e colesterol não HDL (estudos
com limitações, 5-20mg/dl);
 Dosagem dos estudos: média 3g (2-15);
 Uso através da suplementação;
 Baixa comprovação para perda de gordura.

Orlistat

 Inibição da lipase (30%);


 Perda de peso;
 Dieta baixa em gorduras;
 120-360mg/dia antes das refeições.

Efeitos colaterais:
 Diarreia (mais comum – esteatorréia);
 Redução de absorção de vitaminas lipossolúveis;
 Interações medicamentosas.

Inibidores da absorção de carboidratos

Faseolamina
 Glicoproteína encontrada no feijão branco;
 Reduz absorção de CHOs;
 Inibição da alfa amilase;
 250 a 1000mg antes das refeições (2-3x/dia)

Evidências:
 Estudos inconclusivos e enviesados;
 Não dá para saber o efeito na perda de peso (dados limitados e
heterogêneos).

Meftormina

 Estímulo de AMPK;
 Supressão da produção hepática de glicose;
 Aumento da captação de glicose no músculo esquelético;
 Redução da absorção de carboidratos (efeito pequeno).

 Sem respaldo científico para pessoas saudáveis;


 Pode prejudicar o processo de hipertrofia.

5-HTP

 Gera saciedade precoce*


 Tem a capacidade de ultrapassar a barreira hematoencefálica;
 Seretonina (5-HT1B) hiperpoparize e inibe os neurônios NPY /Agrp;
 Serotonina (5-HT2C) ativa diretamente os neurônios POMC;
 Aumento de alfa-MSH e reduz a liberação de Agrp nos locais-alvo da
melanocortina.

Colateral:
 Náusea.
Dose:
 750-900mg/dia, 3x ao dia antes das refeições principais.

Contraindicação:
 Antidepressivos e ansiolíticos.

LIRAGLUTIDA e SEMAGLUTIDA

Lira: Saxenda, Victoza.


Sema: Ozempic, Rybelsus.

 Controle glicêmico e DM2;


 Análogo de GLP-1 (incretina);
 Sintetizado por neurônios do tronco cerebral ou perifericamente pelas
células L intestinais;
 Estimula a liberação de insulina pelo pâncreas;
 Retarda o esvaziamento gástrico;
 Efeito anorexígeno;
 Melhora sensibilidade à insulina e efeito sacietogênico.

Tirzepatida (Mounjaro)
 Agonista do receptor de GLP-1 e GIP (peptídeo inibidor gástrico ou
peptídeo insulinotrópico dependente de glicose);
 GIP também é uma incretina com algumas ações semelhantes ao GLP-
1;
 Queda na PA, insulina de jejum, lipídeos totais, CC;
 Curou em 95% dos participantes a pré-DM;

Sibutramina

 Fármaco utilizado para perda de peso;


 Reduz receptação de noradrenalina e serotonina;
 Aumenta GET e reduz fome.

TERMOGÊNICOS NATURAIS

 Aumento médio de 50-100 Kcal GET;


 Muitos não têm efeito sinérgico.
o Não dá para misturar todos para potencializar o GET.

Cafeína

 É uma metilxantina (teobromina, teofilina, cafeína);


 Efeito termogênico;
 Efeito estimulante;
 Melhoria de desempenho;
 Aumento da ressíntese de glicogênio e da oxidação de carboidratos.
Mecanismo de ação:
 Antagonista não seletiva dos receptores de adenosina (principalmente
A1 e A2A);
 Redução do cansaço/letargia;
 Aumento da tolerância a dor.
 A ação desses receptores aumenta cansaço/letargia, intolerância à dor...
 Aumento atividade dopaminérgica, aumentando atividade motora;
 Aumento da translocação de GLUT4 (CaMK, síntese de glicogênio e
oxidação de carboidratos).

Concentração de cafeína nos cafés:


Expresso: 200mg/100ml (158-322mg/100ml)
Passado: 80mg/100ml (30-118mg)
Refri de cola: 40-60mg/350ml
Energético: 60-100mg/200ml

Doses para desempenho:


 3 a 6mg/kg;
 60 minutos antes do treino.
o Pico plasmático em 1h.
 Principal enzima que metaboliza a cafeína é a CYP1A2*;
 CYP1A2: algumas pessoas têm maior atividade e metabolizam mais a
cafeína, outras tem menor atividade e metabolizam menos
(polimorfismos genéticos);
 Outro gene influenciado pela genética é o ADORA2A (codificante do
receptor de adenosina A2A).

Acima de 6mg/kg:
 Não aumenta performance por não ser metabolizada;
 Excesso de cafeína na corrente sanguínea pode aumentar colateral;
 Quando aumenta colateral, reduz performance, gera confusão mental e
perda de foco no exercício.

Redução do efeito ergogênico por uso crônico:


 Acham que o aumento na expressão dos receptores de adenosina
causa fadiga, letargia e etc;
 Para o café, o uso crônico não interfere ou reduz um pouco.

Cafeína com CHO Intratreino:


 Glicose com cafeína aumenta taxa na oxidação do CHO exógeno,
poupando glicogênio;
 Cafeína para repor glicogênio pós treino não parece ter efeito e se tiver,
tem pouca aplicabilidade.

Colaterais:
 Aumento da FC;
 Alteração intestinal (evacuação, diarreia);
o Cafeína e ácido clorogênico causam isso.
 Ansiedade aumentada;
 Alteração no sono;
 Gastrite/refluxo.

RESUMO:
 Nível A de evidência para força, endurance e potência;
 3 a 6mg/kg;
 1h antes do treino;
 Resposta individual a efeitos positivos e colaterais;
 Pouco efeito para perda de gordura;
 Pode impactar na ressíntese de glicogênio/oxidação de CHO em altas
doses;
 Tomar no mínimo 6-8h antes de dormir, porque afeta indução ao sono,
tempo de sono e qualidade* de sono (sono rem).

Coleus Forskohlii

 Termogênico;
 Não funciona

Garcinia Cambogia

 Termogênico;
 Inibição da enzima citrato liase;
 Magnitude pequena e incerta na perda de peso;
 Relatos de hepatotoxicidade.

Chá verde

 Camellia sinensis;
 Rico em polifenóis;
o Principalmente catequinas.
 Ação antioxidante e antiinflamatórias das catequinas, mas talvez não
seja tão importante suplementar para saúde.

Mecanismo de ação:
 Inibe a enzima COMT, a qual inativa catecolaminas;
 Pode aumentar a quantidade de catecolaminas, aumentando a atividade
dos receptores adrenérgicos (pp Beta), resultando no aumento da
lipólise e gasto energético.
Resumo:
 Estudos com limitações metodológicas;
 Pouca relevância no aumento do gasto energético e oxidação de
gordura;
 200 a 1200mg/dia (500mg) de catequinas;
 Catequinas.

Citrus Aurantium

 Advantra Z;
 Princípio ativo: p-sinefrina;
o Sintetizada endogenamente;
 Estrutura semelhante a efedrina – simpatomimética;
 Ativação de beta-3-adrenérgico – sem aumento de FC – PA;
o Aumento de GE e lipólise;
 Perda de gordura irrelevante.

Dose padrão:
 50-150mg p-sinefrina OU 1-3mg/kg (ajustar a quantidade de citrus).

Citrus Sinensis

 Laranja moro;
 Morosil – CitrusiM;
 Rico em antocianina (cianidina-3-glucosídeo);
o Reduzir acil-CoA sintetase?;
 Sinefrina;
 Ativação de receptor de beta-3-adrenérgico;
 250-1000mg/dia.
 Estudos mostram resultados, mas são enviesados.

Ioimbina

 Extraída da Yohimbe e da Rauwolfia Serpentina;


 Árvore originária da África do Sul – Utilizada a casca para obter
ioimbina;
 Princípio ativo: ioimbina.
o Média de 3-5% do extrato da Yohimbe é ioimbina.

Mecanismo de ação:
 Antagonista dos receptores alfa-2-adrenérgicos;
 Aumenta liberação de noradrenalina;
 Aumenta AMPc;
 Raulscine tem o mesmo efeito, porém poderia ter uma maior ligação
com esse receptor.
 Pico plasmático: 10-30 min;
 Meia vida 30-60 min
 Poucos estudos mostrando efeito benéfico na perda de peso.
 Possível sinergismo entre ioimbina e cafeína.

Colaterais:
 Aumento do nível de ansiedade;
 Aumento de FC e PA;
 Enjoo e ânsia de vomito.

Prescrição:
 Nutricionista não pode prescrever a ioimbina isolada, se for prescrever:
 Extrato de Yohimbe, com ioimbina padronizada a X%.
 Geralmente prescrevem iombina e não dá problema.

Capsaicina e Capsiate

Capsaicina = pimenta vermelha.


Capsiate = pimenta doce.
 Ativação de TRPV1;
 Aumento de catecolaminas;
 Aumento do GET, aumento da oxidação de gorduras, redução de
apetite;
 Sem efeito clínico relevante.

Teacrina

 Alcaloide semelhante da cafeína;


 Mecanismo de ação semelhante a cafeína;
 Antagonista dos receptores de adenosina;
 Pico plasmático: 1,8h;
 Meia vida: 16,5 - 26,1h;
 Doses entre 50-300mg
 Algumas pessoas usam teacrina para substituir a cafeína;
 Dados limitados, não utilizar.

TERMOGÊNICOS FARMACOLÓGICOS

Efedrina

 Componente ativo da erva Ephedra sinica;


 Sinergia com cafeína;
 Droga simpatomimética;
 Aumento de catecolaminas (noradrenalina) – interação com receptores
adrenérgicos;
 Não perde efeito rapidamente (uso crônico – meses);
 Perda de gordura;
 Redução do apetite (75%);
 Doping;
 Meia vida 3-6h;
 Geralmente 10 a 20% do extrato de ephedra nos suplementos é
efedrina;
 Tem sinergismo com cafeína.
Importante:
 Para desempenho é pego doping, e para perda de peso, existem
fármacos mais eficientes e com menos colaterais;
 O efeito anorexígeno é mais impactante que o pequeno aumento no
GET;
 Aumenta de forma significativa a oxidação de gorduras;
 Dose mais usada: 0,8-1mg/kg (pseudoefedrina = 2-2,5mg/kg);
 Aplicabilidade em atletas de fisiculturismo. Dá para começar com 15mg
e ir subindo até 60mg.

Clembuterol

 Beta-agonista;
 Broncodilatador;
 Efeito anabólico e termogênico;
 Uso agudo (saturação dos receptores);
o Depois de 8 a 10 semanas, o efeito fica limitado.
 Sinergia com hormônios tireoidianos e Cetotifeno (up regulation dos
receptores beta);
 Meia vida 25-35h;
 Estudo mostrou aumento de 20% da TMB e 39% da oxidação de
gorduras.

Protocolos clássicos de uso:


 2 dias sim – 2 dias não: aumentando doses a cada tomada;
 2 semanas sim – 2 semanas não: aumentando dose a cada 2-3 dias;
o Mais utilizado, não faz sentido pelo rebote nas 2 semanas sem.
 1-3 meses continuamente: mantendo doses menores;
o Mais interessante para atletas de fisiculturismo;
o Mantendo em 5-6ml/dia.
 Doses iniciais 0,5ml: doses finais máximas 10ml (25-250mcg).

DMAA

 Amina alifática;
 Simpatomimética;
 Inibidor da receptação de norepinefrina e/ou agente liberador de NE;
 Efeito semelhante da efedrina;
 Aumento significativo na PA (efeito vasoconstritor);
 Dopping;
 Proibido no Brasil e EUA.

DNP

 Alto risco de morte;


 Atua como desaclopador da cadeia transportadora de elétrons
(produção de calor);
o Aumento da produção de UCPs.
o Aumento descontrolado, podendo matar.
 Aumento médio da TMB de 11% para cada 100mg de DNP;
 100 a 400mg/dia (-0,5kg/dia).

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