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Esteatose e Esteatohepatite não alcóolica Tecido adiposo → Produção de mediadores → Lipólise

→ aumento de AG no fígado
Doença hepática gordurosa não alcóolica se dá pelo Resistência a insulina → maior produção endógena de
acúmulo patológico de gordura no fígado (desordem TGL (lipogênese de novo) → Produção de gordura a
metabólica hepática) em pacientes que não consomem ou partir de substratos não gordurosos → CHO (esteatose
que não consomem de forma excessiva bebidas alcóolica e não alcóolica).
alcóolicas. Nos últimos 40 anos a prevalência dessa
doença está associada ao crescimento da obesidade Glicose → Glicólise → Piruvato → Acetil CoA → Acil
(principal causa). Podem ser esteatose hepática (mais CoA (2C) x 8 → Ácido palmítico (16 C) que é um AG x
simples) e esteatohepatite não alcóolica (inflamação do 3 + glicerol → Acúmulo de gordura no fígado →
fígado causada pela gordura). Lipotoxicidade (intoxicação/saturação de gordura) →
Estresse oxidativo → Excesso de radicais livres na célula
Os principais fatores são a resistência a insulina e a hepática (apoptose) → Esse aumento de gordura →
obesidade que estão diretamente associadas. A Disfunção mitocondrial → Perda da capacidade de
resistência a insulina é uma síndrome metabólica realizar beta oxidação → Acentua o processo de
associada ao mau funcionamento da insulina. inflamação, fibrose, apoptose → Produção de colágeno
Fisiopatologia pelas células de Itu (são ativadas em processos
inflamatórios) → Processo cicatricial → Fibrose (tecido
Produzimos ácidos graxos de três formas: 1º pelo tecido sem função).
adiposo que através da lipólise produz AG; 2º AG
proveniente da dieta e 3º AG produzido pelo fígado Em caso de disbiose (alteração na flora intestinal) as
(endógeno) – potencial para produção de triglicerídeos. bactérias Gram- → LPS (lipopolissacarídeo) passa pela
Esses AG podem sofrer beta oxidação (produzir energia) circulação enterrohepática é absorvida e estimula a
ou eles se convertem em triglicerídeos unem-se a APO e inflamação e células de Itu.
transformam-se em VLDL que distribui esse triglicerídeo A Esteatohepatite pode ser revertida, mas o tecido
pelo corpo para que as células utilizem como fonte de fibrosado não é recuperado.
energia.
Padrão alimentar
O aumento de tecido adiposo favorece a produção de
fatores inflamatórios que levam a resistência a insulina Dieta de Atkins não é utilizada pois aumenta a esteatose,
(insulina é produzida, mas não funciona) caracterizada visto que o maior consumo de proteína e menor de
pelo aumento da glicemia por conta da baixa quantidade carboidrato (<20%) favorece um aumento da perda de
de glicose nas células. Com isso, tem-se o aumento da peso que leva ao acúmulo de AG liberado pelo tecido
lipólise (2ª fonte de energia) para alimentar as células. O adiposo no fígado.
aumento de AG livres circulando aliado ao aumento da
Indica-se a dieta do mediterrâneo que preconiza a
insulina e resistência a mesma estimula a maior produção
qualidade com o consumo de frutos do mar, vegetais e
de TGL pelo fígado. Além disso, o aumento da insulina
azeite de oliva. O indivíduo com esteatose certamente
diminui a produção da proteína APOB levando a menor
consome elevado teor de gordura saturada e trans e baixo
síntese de VLDL, gerando o acúmulo de gordura no
teor de insaturada, esse pode ser um fator que acentua a
fígado (vesículas de gordura).
esteatose. Deve-se preferir a gordura insaturada,
A primeira linha de raciocínio a ser usada é a reversão da principalmente a monoinsaturada.
resistência a insulina com o controle do peso (pode ser
O ômega-3 (protetor, anti-inflamatório) quando
apenas CC elevada). A esteatose pode ser diagnosticada
suplementado (1g – 3 cápsulas por 6 meses) apresentou
pela ultrassonografia ou pelos exames bioquímicos
efeitos positivos de reversão da esteatose.
(aumento da AST e ALT – marcadores de lesão
hepática). A esteatose é reversível, mas pode evoluir para AG poli-insaturados são favoráveis pois aumentam os
uma esteatohepatite que é a inflamação do fígado pelo fatores de transcrição dos genes relacionados a beta
acúmulo patológico de gordura, que vai promover o oxidação, estimulando-a.
aumento dos mediadores inflamatórios que acentuam a
Proteína de soja possui isoflavonas que estimulam a beta
inflamação, ainda pode evoluir para cirrose em
oxidação, porém a maioria da soja produzida é
decorrência da morte dos hepatócitos.
transgênica, por isso seu uso traz mais risco do que
Alguns pacientes decidem retirar a gordura da dieta e benefício.
substituí-la pelos carboidratos que também são
convertidos em gordura quando se encontram em
excesso.
Resveratrol diminui o estresse oxidativo e os fatores • Especiarias: Cravo, cúrcuma, gengibre e canela –
inflamatórios, encontrado no suco de uva orgânico ou na hepatoprotetores.
uva roxa.
Restrição de carboidrato (restringir para esse paciente é
trazer para o normal), diminui a taxa de TGL hepático.
Oferta normoglicídica (50-55%). Em caso de excesso de
peso estimular a perda.
Suplementação das vitaminas C e E não é recomendada
visto que não são protetores, oferecer na alimentação.
Ingestão adequada de vitaminas antioxidantes e melhorar
hábitos de vida.
Dietoterapia
• Oferta de energia: Manter ou atingir o peso
adequado ou ideal;
• Fracionamento: fracionar dieta e evitar jejum
prolongado (promove o aumento da lipólise,
muito AG para o fígado de uma vez);
• Carboidrato: 45-65% VET; dieta normoglicídica;
alimentos de baixa e média CG; evitar alimentos
com carboidrato refinado e sacarose; carboidratos
simples máximo 5% do VET; evitar açúcar de
adição, doces, alimentos processados contendo
xarope de milho rico em frutose (excesso de
frutose de adição está associado com esteatose,
muito utilizado pela indústria pois é mais doce e
mais barata);
• Fibras: 20 a 30g dia ou 14 g a cada 1000 Kcal;
• Estimular o consumo de cereais integrais, raízes
e tubérculos;
• Fibra com propriedade pré-biótica para estimular
a flora intestinal positiva como banana verde,
alho, cebola, farelo de aveia, chicória, alcachofra,
cogumelos;
• Lipídeo: 20 a 30% VET; minimizar oferta de AG
saturados; priorizar AG mono e poli-insaturados;
• Proteína: Normoproteica; preferir peixes e aves
pelo menor teor de gordura saturada; incluir
proteína de origem vegetal (compostos
bioativos);
• Vitaminas e Minerais: DRIS;
• Frutas: 4 a 5 porções por dia
• Vegetais: 4 a 5 porções por dia; 1 porção de
folhosos verde escuros e 1 porção de oleaginosas;
• Estimular consumo de café moído do grão pois é
hepatoprotetor;
• Compostos bioativos: Polifenóis, sulforofanos e
reveratrois; crucíferos (brócolis, couve flor,
couve de Bruxelas, rúcula, repolho, agrião – ricos
em polifenóis e principalmente suforofanos
(enxofre)).

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