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Doenças metabólicas em vacas leiteiras

O balanço energético negativo é um processo fisiológico natural e inevitável em


vacas de alta produção. Antes do parto, quando as vacas estão no chamado
período de transição, o gasto de energia está em equilíbrio com o consumo de
matéria seca, pois os nutrientes são requeridos apenas para mantença e
gestação.

Quando ocorre o parto e a vaca sai do período seco para o início da lactação, a
demanda de nutrientes e energia para mantença e produção de leite é muito
alta, e o consumo de matéria seca ainda está baixo e não é suficiente para
suprir toda demanda energética que o animal necessita. Nesta fase a vaca
mobiliza suas reservas corporais para conseguir suprir as exigências de
produção de leite e acaba diminuindo seu escore de condição corporal, ou seja,
ela perde peso. 

Para minimizar os efeitos do BEN, é necessário controlar o escore de condição


corporal das vacas antes do parto, não deixar ela parir nem magra e nem
gorda, pois em ambos os casos haverá problemas que irão afetar a sua
lactação e trazer prejuízos para a atividade. Se a vaca parir magra, ela perderá
peso e isso irá interferir na reprodução, atrasando a primeira ovulação. Por
outro lado, se parir gorda, a mobilização de gordura será muito alta e a vaca
poderá desenvolver problemas metabólicos como cetose e deslocamento de
abomaso. 

 3 semanas antes e depois do parto é um período de transição;


 Ocorre uma grande demanda de nutrientes nas vacas leiteiras.

Cetose

 Ocorre: 8 a 60 dias após o parto;


 Pode ser: clínica ou subclínica.

A cetose é um distúrbio multifatorial do metabolismo energético, ocorre em


vacas leiteiras e de alta produção. Para que ocorra manutenção da glicose no
sangue é necessária uma regulação do metabolismo energético, o ruminante
absorve muito pouco carboidrato da dieta como hexose, os carboidratos
dietéticos são fermentados no rúmen em ácidos graxos de cadeia curta.

Acetato 70%

Propionato 20%

Butirato 10%

Consequentemente a glicose em ruminantes deve ser suprida pela


gliconeogênese.

Gliconeogênese: é a produção de glicose na ausência de


carboidratos, isso ocorre no fígado. E a glicose é utilizada
como fonte de energia.

São ácidos
Principais ácidos graxos voláteis que auxiliam na formação de glicose
cetogênicos
Acetato ou ácido acético: síntese de gorduras ou gordura do leite

Butirato ou ácido butirico: Acetil-CoA (acetato ativado) esse


pode ser oxidado e transformado em corpos cetônicos.

Ácido
glicogênico Propionato ou ácido propiônico: são precursores da gliconeogênese

No final da gestação há uma diminuição da insulina, fazendo com que haja


aumento no pico na gestação.

Insulina: hormônio produzido no pâncreas responsável por levar a glicose que


está no sangue para o interior das células para ser usada como principal fonte
de energia. A maneira para que haja a produção de insulina é o consumo de
açúcar

Glucagon: é um hormônio que faz a regulação de açúcar no sangue.

O aumento do glucagon e os corticoides no pós parto fazem com que esgotem


a glicose no fígado.

Metabolismo energético dos ruminantes


Os ácidos graxos são mobilizados a partir de reservas de gordura, e absorvidos
pelo fígado para serem usados como energia, mas como a vaca precisa de
uma grande demanda de glicose o fígado não tem capacidade levando a ter
aumento de corpos cetônicos.

A quebra de gorduras não é convertida em glicose e sim em corpos cetônicos;

Os triglicerídeos (são um tipo de gordura que armazena e fornece energia),


eles perdem uma molécula éster atingindo a circulação e isso faz com que
ocorra a produção de ácidos graxos não-esterificados atingindo fígado e
produzindo corpos cetônicos.

 Beta-hidroxibutirato
 Acetoacetato
 Acetona

Manejo alimentar
 Boas fontes
 Armazenamento
 Preparação
 Formulação
 Administração
 Acesso

Doenças secundárias
Devido a pouca contratilidade pela baixa da glicemia
Pode ter

Deslocamento de abomaso;
Metrites e retenção de placenta;
Mastite.

Fatores de risco
 Parto gemelar,
 Vacas multíparas;
 Vacas com escore corporal muito baixo;
 Vacas obesas;
 Vacas de alta produção;
 ‘Forragem de má qualidade produção de ácido butirico.

Sinais clínicos
Frequência cardíaca, frequência respiratória e temperatura vão
estar normais;
Vaca deita e sofre para levantar;
Andar tonteante;
Perda de peso de massa muscular e massa gorda;
Queda na produção leiteira;
Fezes secas e firmes;
Pelagem seca com piloereção;
Hálito ou respiração cetogênica (podendo estar também no leite
ou urina);
Diminuição de apetite;

Sinais clínicos neurológicos


Marcha em círculos;
Afastamento ou cruzamento das pernas;
Headpress cabeça encostada na parede;
Cegueira transitória ou permanente apenas com reflexos
pupilares;
Quedas;
Apetite depravado;

Diagnóstico
Concentração de beta-hidroxidobutirato (BHBA), no sangue, leite
e urina.
Utilização de aparelhos para medir a glicemia
Parâmetros
Glicemia
Normal: 55 a 70 mg/dl
Subclínica: 35 a 50 mg/dl
Clínica: abaixo de 35 mg/dl

Ureia elevada;
Dano hepático AST e GGT aumentados no exame de sangue;

Tratamento
Glicose 50% 50 a 100 ml IV lentamente;
Dexametasona 0,04 mg/kg glicocorticóides (estimula a glicose
fazer circulação no sangue);
Propilenoglicol 300 ml em 24 horas por 5 dias VO;
Drench logo após o parto;
Insulina 200 UI, SID por dois dias ela vai diminuir a lipólise e vai
aumentar a lipogênese;
Vitaminas b1 e b12 auxilia na conversão do propionato em glicose
Ordenha limitada de 4 a 7 dias;

Prognóstico
Variável com terapia adequada e houve evolução das doenças
primárias
Nervoso reservado cegueira vai ser permanente.

Prevenção e controle
Nutrição adequada;
Adaptação da dieta 6 semanas antes do parto (dietas aniônicas)
Utilização de aditivos: monensina sódica + Propionato e –
Butirato;
Niacina e colina (complexo b);
Propionato de sódio e cálcio

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