Você está na página 1de 7

Resumo de bioquímica veterinária- prova 1

Bioquímica dos ruminantes: Digestão e Metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas.

Os animais ruminantes são aqueles que possuem rúmen, herbívoros

O estomago é composto por 4 cavidades em que a celulose contida na forragem é digerida.

O estomago pluricavitário é composto por: Rúmen, reticulo, omaso e abomaso.

1. Como é feito a ruminação?

O alimento chega até o rumem (Micro-organismos começam a digerir a celulose e transforma-


lo em glicose)

O alimento passa para o reticulo onde ocorrerá a eruptação do alimento fazendo com que ele
volte para a boca (movimentos peristálticos)

Esse alimento é mastigado novamente e ao ser engolido é levado ao omaso onde a água é
absorvida, fazendo com que o alimento fique seco e compacto

No abomaso ocorre a digestão verdadeira por meio de secreções de glândulas que digerem
quimicamente o alimento

Ou seja:

Rúmen: DIGESTÃO PELOS M.O (ESCAMA DE PEIXE)

Reticulo: REGURGITAÇÃO DO ALIMENTO (FAVO DE MEL)

Omaso: ABORÇÃO DE ÁGUA (60 FOLHAS)

Abomaso: DIGESTÃO VERDEIRA, ESTOMAGO GLANDULAR

2. Como ocorre a digestão de carboidratos em ruminantes?

A principal fonte de carboidratos desses animais vem das forragens

São digeridos no rúmen, pois esses animais dependem de uma relação de simbiose com os
micros organismos viventes no ambiente ruminal (bactérias, protozoários e fungos), pois
produzem enzimas que digerem o alimento.

ENZIMA CELULASE (produzida pelos m.o) → CELULOSE /HEMICELULOSE →QUEBRA DAS


LIGAÇÕES GLICOSIDICAS → GLICOSE → GLICOLISE → PIRUVATO → AGVS (absorvido pelas
papilas ruminais)

3. Quais são os AGVS? E o que são?

Ácidos graxos voláteis (compostos com poucos átomos de carbono, 1 a 5. Produzidos no


processo de fermentação microbiana ruminal, é a menor molécula que um material orgânico
pode ser quebrado)

ACETATO; PROPIANATO e BUTIRATO


A partir do piruvato várias rotas metabólicas diferentes podem ser utilizadas até a formação
dos produtos finais da fermentação, que são os AGVS, CO2 e METANO.

Além disso, a partir do piruvato podem ser produzidos, além dos AGVS: lactato e Etanol.

O ciclo da ureia é uma sequência de reações bioquímicas com o objetivo de produzir este
composto, a partir da amônia. O fígado a produz e a secreta no sangue, e o rim vai realizar a
filtragem para que a ureia seja eliminada na urina.

Os monogástricos não usam a amônia, já os ruminantes a utilizam, porque, ao alcançar o


rúmen do animal, é transformada em amônia e CO2, daí os micro-organismos passam a usar
essa fonte de nitrogênio para síntese de nova proteína.

PROTEINAS NO RÚMEN → DEGRADADAS PELOS M. O→AMINOÁCIDOS → BACTERIAS USAM


PARA SINTETIZAR NOVAS PROTEINAS.

PROTEINAS→UREIA→M.O APROVEITA N→AMINOÁCIDOS→PROTEINAS

A amônia em excesso é absorvida pela parede do rumem e é enviada para o fígado virando
ureia novamente para que se inicie novamente o ciclo da ureia.

AMONIA (subs. Toxica) →FIGADO (UREIA) →CORRENTE SANGUINEA/SALIVA→ RÚMEM/RINS.

A proteína degradável no rúmen é a que está disponível para microrganismos ruminais para
síntese de proteína microbiana

A dieta dos ruminantes é baixa de lipídeos

Os micro-organismos hidrolisam os triglicerídeos em:

GLICEROL: Utilizado pelas bactérias para produzir AGV (propionato)

ÁCIDOS GRAXOS: as bactérias não são capazes de usar ácidos graxos como fonte de energia.
Elas podem incorporá-las em seu citoplasma como ácidos graxos livres ou usar em sua
membrana como fosfolipídios.

A biohidrogenação consiste em adicionar H nos locais de dupla ligação, aumentando o grau de


saturação.

A isomerização consiste em converter ligações cis em trans, são produzidas por micro-
organismos.

O colesterol é um tipo de gordura encontrados e produzidos pelo corpo. Produzem hormônios


e sais biliares.

As Lipoproteínas transportam o colesterol no corpo:

LDL: Colesterol ruim (transporta o colesterol do fígado e do intestino para as células dos
tecidos do corpo humano, com o nível elevado, permite o acúmulo de colesterol nas paredes
internas das artérias)
HDL: Colesterol bom (responsável por remover o excesso de colesterol dos tecidos corporais,
conduz os cristais de colesterol para o fígado, onde serão quebrados e metabolizados)

Quais os precursores do leite?

Gordura, proteína e lactose

AGVS (ácido acético, ácido propionico, ácido butirico)

O que é? É a não produção ou o não reconhecimento da insulina nas células.

Insulina: Hormônio produzido no pâncreas. Tem papel de sinalizador químico, auxiliando a


glicose para que ela entre na célula.

Ao se alimentar, o carboidrato gera um aumento de glicose na corrente sanguínea, dessa


forma, o pâncreas secreta insulina para que essa glicose seja captada e transformada em
piruvato gerando a moeda energética da célula, o ATP.

Tipos de diabetes:

Sintomas: Hiperglicemia, Polifagia, Polidpsia, Poliúria, Perda de peso, Cansaço, Perda de visão.

Tipo 1: Insulino dependente, pois o organismo destrói as células que produzem a insulina
(Maior índice em animais).

Tipo 2: Resistente a insulina, pode ter níveis de produção de insulina Normal, Alta ou
Aumentado. (Principal gatilho é sedentarismo e má alimentação, além de fatores genéticos).
Nesse caso, há uma falha no reconhecimento da insulina na membrana plasmática da célula,
dessa forma o indivíduo não é insulino dependente.

 Insulina: Único hormônio hipoglicemiante


 Glucagom: Ativados pelo S.N.C e em decorrência disso são hiperglicemiantes pois
ativam mecanismos de luta e fuga.

INSULINA NÃO ENTRA NA CÉLULA → ATIVAÇÃO DE ROTAS METABOLICAS ALTERNATIVAS


→AÇÃO DO HORMONIO GLUCAGOM (ativado em jejum, baixa concentração de glicose no
sangue) →GLICOGENOLISE, GLICONEOGENESE, LIPÓLISE.

Lipólise: Quebra dos triglicerídeos nos adipócitos, produzindo Ácidos graxos e glicerol.

O ácido graxo a partir da β-oxidação produz ACETIL-COA, que é usado tanto no ciclo de Krebs
quanto na produção de corpos cetónicos.

1. Quais os principais corpos cetonicos? E o que são?

Acetato, Acetona e β-hidroxibutirato. São moléculas de energia produzidas pelo fígado a partir
da quebra de gordura, após sua formação são exportados para outras partes do corpo,
comomusculo, cérebro e córtex renal. Porém altas concentrações alteram o PH do sangue.

Quando há excesso desse acetato é gerado uma ACETO ACIDOSE, esse processo de chama
MECANISMO DA CETOACIDOSE DIABETICA. Essa diabete deixa o PH do sangue ácido, além da
glicemia persistente.
2. Qual exame é feito para diagnosticar diabetes Mellitus?
 Glicemia de Jejum

3. Qual exame é feito para monitorar diabetes Mellitus?


 Hemoglobina Glicada (Mostra o histórico do paciente cerca de 121 dias antes do
exame, auxiliando no monitoramento e controle da diabetes), detecta o índice
glicêmico no organismo.

Cetose bovina (Cetose das Vacas Leiteiras)

Enfermidade metabólica dos ruminantes que ocorre em consequência de uma desordem no


metabolismo energético dos ácidos graxos e carboidratos.

1. Explique os mecanismos que levam a vaca a desenvolver cetose:

Ocorre principalmente na vaca leiteira e prenhez, pois há uma maior demanda de energia,
dessa forma a glicose é desviada para a produção do leite. Dessa forma o corpo toma rotas
metabólicas alternativas (lipólise), gerando uma acidez no PH do sangue devido acumulo dos
corpos cetonicos.

PRENHEZ/60 dias de lactação→ GLICOSE DESVIADA→BAIXA GLICOSE→LIPÓLISE→AUMENTO


ANORMAL DE CORPOS CETONICOS →CETOURIA.

Quando há um desvio da glicose ocorre redução dela no sangue, dessa forma a lipólise é
ativada nos tecidos adipócitos, gerando ácidos graxos e glicerol. Por meio da β-oxidação é
produzido o ACETIL-COA (toma vários rumos, como: Ciclo de Krebs e produção de corpos
cetonicos, dentre eles a cetose).

A manutenção da glicemia dos ruminantes se dá quase 60% da gliconeogenese.

 Perda de apetite
 Diminuição da produção do leite
 Odor cetonico e cetouria
 Diminuição do Score corporal

1. Cetose por subconsumo (Animal não recebe quantidade adequada de alimento)


2. Toxicose Butírica (Animal alimentado com feno mal conservado, em decomposição,
contendo ácido butírico)
3. Cetose espontânea (causa menos compreendida) *comum em vacas leiteiras de grande
produção, grande demanda de glicose para produzir leite.

Prevenção da cetose:
• Suplemento com TG protegidos

Manifestações bioquímicas:
 Cetonuria
 Cetonemia
 Baixo nível de glicogênio hepático
 Hipoglicemia

Cetose em Ovinos (Toxemia da Prenhez):

Animais com gestação gemelar que são submetidos a privação energética e estresse, até
mesmo clima extremo.

Lipidose hepática: Também chamada de fígado gorduroso, síndrome que caracteriza o acumulo
excessivo de triglicerídeos nos hepatócitos esse acúmulo se torna de tal forma acentuado, que
excede a capacidade do fígado de metabolizar e remover lipídios da célula hepática. Ou seja, ele
metaboliza ou armazena lipídeos conforme a necessidade.

No fígado ocorre a lipólise, processo em que os triglicerídeos são quebrados, liberando ácidos
graxos livres (Que sofrem b- oxidação) e glicerol. Sendo levados para a corrente sanguínea.

A doença pode ocorrer em associação a doenças subjacentes, pancreatite, diabete, ou até


mesmo em consequência da privação de alimentos, aumento súbito da demanda energética.
(Jejum prolongado e Diabetes Mellitus, mobilização exagerada de lipídios). Ainda quando há
uma interferência na formação de lipoproteínas hepáticas, impedindo a exportação dos lipídeos
para a corrente sanguínea.

 Gatos Obesos
 Vacas Leiteiras nas primeiras semanas de lactação
 Reversível quando não é crônico

Lipoproteínas Plasmáticas: Conjunto composto por proteínas e lipídeos, organizados de modo a


facilitar o transporte de lipídeos no plasma sanguíneo, pois esses compostos são insolúveis.

Nesse distúrbio metabólico, ocorre uma deficiência na produção de lipoproteínas, ou um


excesso.

São elas:

 Quilomicron (Grandes partículas que transportam as gorduras alimentares e o


colesterol para o musculo)
 VLDL → produzido pelo fígado e transporta TGL e colesterol para os músculos e para o
tecido adiposo.
 LDL →Colesterol ruim, facilita o acumulo de gordura nos vasos sanguíneos. São
responsáveis pela ATEROSCLEROSE (Doença que se caracteriza pelo acúmulo de
gordura nas paredes dos vasos sanguíneo, impedindo a chegada do sangue rico em O2
e nutrientes ao tecido, esse processo ocasiona o infarto)
 HDL→ Colesterol bom, seu nível elevado está associado com baixo índice de doenças
cardiovasculares pois é responsável pelo transporte reverso do colesterol.

1. Onde são produzidas?

No tecido hepático, auxiliam na produção de sais biliares.

Transtornos do Metabolismo dos glicídios:

 Hipoglicemia
 Acidose Lática
 Laminite
 Deslocamento de Abomaso
 Diabetes Mellitus

Acidose Ruminal (Lática)

Afeta animais monogástricos e ruminantes, se dá pela consequência da produção exagerada ou


subutilização do lactato levando a uma acidificação no ambiente ruminal.

Aparece em animais que sofrem sobrecarga de grãos, gerando uma menor produção de
salivação e uma proliferação de bactérias gram-positivas (Produtoras de lactato, que diminuem
o PH do rumem).

Acarreta principalmente vacas leiteiras de alta produção ou novilhos em fase final de engorda,
nesse contexto há necessidade de energia para a produção de leite ou carne, dessa forma
requerem fonte alimentar adicional que, quando ofertada de maneira excessiva leva a acidose
ruminal.

Sinais clínicos:

 Dor abdominal por distensão


 Anorexia
 Cegueira aparente
 Diarreia
 Salivação profusa
 Desidratação

No sangue é possível notar o aumento do hematócrito e redução do PH do rúmen, no sangue,


na urina e no leite.

Para tratar é necessário corrigir essa acidose e prevenir a produção de ácido lático, restabelecer
perdas de líquidos e eletrólitos, restabelecer a motilidade do estomago pluricavitario.

Laminite:

Patologia recorrente em equinos (Em bovinos se considera uma resposta alérgica a situações de
acidose metabólica)

Se define como um processo inflamatório agudo das estruturas sensíveis da parede do casco
que resulta em claudicação deformidade do casco.
Condição associada à ingestão excessiva de grãos (Embora possa ser associado a fatores
genéticos, idade, umidade, toxemia ou sedentarismo). Quando há ingestão excessiva de grãos
→AUMENTA ÁCIDO LACTICO→LESÃO NA MUCOSA RUMINAL.

Deslocamento de abomaso:

Reposicionamento do abomaso dos bovinos, ocorre pela dilatação do abomaso por gás ou água.

Ocorre em animais sob estresse ou submetidos a dieta rica em grãos (Problemas de manejo
alimentar)

Altos níveis de concentrado ou glicídios fermentáveis diminuem a concentração do abomaso e


aumentam a produção de AGV que se acumulam no abomaso, levando a distenção por acumulo
de gás.

Você também pode gostar