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Lipídios

Profa.: Dra. Marilene Maciel


Lipídeos
❑São formadas pela união de dois tipos de substâncias orgânicas: ácidos
graxos e álcool formando um éster.

➢Ácido graxo + Glicerol → Lipídio


❑Substância orgânica insolúvel em água e solúvel
em solventes orgânicos apolares.
Lipídios
➢São solúveis em acetona, éter e clorofórmio.

❑Moléculas apolares (sem carga elétrica)


Principais funções dos lipídeos
❑Em geral, desempenham 3 funções principais:
1. São componentes essenciais das membranas biológicas
➢ Todos os tecidos apresentam lipídios em sua composição, uma vez que a membrana das
células é formada por fosfolipídios.
Principais funções dos lipídeos

❑Em geral, desempenham 3 funções principais:


2. Contém cadeias de hidrocarbonetos que servem como reserva
energética
Principais funções dos lipídeos

❑Em geral, desempenham 3


funções principais:
3. Sinalização celular
Outras funções dos lipídeos

❑Precursores de hormônios e de sais biliares;


❑Transporte de vitaminas lipossolúveis;
❑Isolante térmico e físico;
❑Impermeabilização de superfícies.
Digestão

❑Os triglicerídeos são as principais gorduras


que constituem a dieta.
❑São a principal forma de armazenamento de
energia metabólica.
Emulsificação
❑As moléculas de gordura são grandes e de
difícil digestão;
❑As enzimas tem dificuldades em quebrar suas
ligações devido seu caráter hidrofóbico;
❑Por isso elas passam por um processo especial
no intestino, chamado de emulsificação.
❑Para isso eles sofrem a ação dos ácidos biliares;
❑Esse processo ocorre no duodeno.
São essenciais também para a absorção
das vitaminas lipossolúveis A, D, E e K.
Emulsificação

❑ O processo de emulsificação diminui a superfície das gotículas de lipídeos


hidrofóbicos.

❑ Assim as enzimas digestivas conseguem agir com eficiência.


Digestão
Digestão

❑A emulsificação é possível graças a


natureza dos sais biliares que possuem
uma porção polar que interage com a
água, enquanto que a outra parte não
interage (hidrofóbica).
❑Desta forma os lipídios são finalmente
dispersos no meio aquoso.
Digestão triglicerídeos
As moléculas de triglicerídeos são muito grandes para serem captadas
pelas células da mucosa.

Para isso elas sofrem a ação de enzimas chamadas lipases.


Digestão: triglicerídeos

Lipases pancreáticas Colipases


São enzimas produzidas pelo Também secretada pelo pâncreas;
pâncreas; Se liga as lipases aumentando sua
Catalisam a hidrólise de ação.
triacilgliceróis nas posições 1 e 3;
Os produtos são 1,2-diacilgliceróis
e 1-acilgliceróis.
Orlistat

❑Um fármaco utilizado no controle do colesterol


e triglicerídeos.
❑Utilizado também no tratamento da obesidade.
❑Ele inibe as lipases gástricas e pancreáticas,
diminuindo a absorção de gorduras e
resultando na perda de peso.
Digestão colesterol
Digestão colesterol
❑A maior parte do colesterol da dieta está
presente na forma livre, ou seja, não
esterificado.
❑Os ésteres de colesterol são hidrolisados
pela hidrolases pancreáticas.
❑A atividade das hidrolases é aumentada
na presença dos ácidos biliares.
Digestão: controle
hormonal
A secreção das enzimas pancreáticas é controlada hormonalmente.

Age sobre a vesícula biliar


fazendo-a contrair e liberar
seus sais biliares no intestino. Estimulando a produção de
enzimas digestivas.
A secreção das enzimas pancreáticas é controlada hormonalmente.

Induz o pâncreas e o fígado a liberarem


um solução rica em bicarbonato no
intestino.

Fazendo com que o pH do meio seja


ideal para a atuação das enzimas
pancreáticas.

É produzida em resposta ao baixo


pH do quimo ao entrar no intestino.
Transporte dos lipídeos
pela circulação
Transporte
❑Os ácidos graxos produzidos pela digestão de
lipídeos absorvidos pela mucosa intestinal são
distribuídos para outros tecidos;
❑Porém esse transporte se torna dificultoso pela
característica hidrofóbica dos lipídeos.

As proteínas responsáveis pelo


transporte dos lipídeos são chamadas
de lipoproteínas.
Lipoproteínas

❑São partículas globulares semelhantes a


micelas;
❑São compostas por um núcleo de
triglicerídeos e colesterol, envoltas por
uma camada de proteína.
Composição das lipoproteínas
Lipoproteínas ❑Existem 5 classes de lipoproteínas:
➢Quilomícrons

➢VLDL

➢LDL

➢HDL

➢IDL
Quilomícrons

❑Consistem em moléculas grandes de lipoproteínas sintetizadas


pelas células do intestino, formado em 85-95% de triglicerídeos de
origem alimentar (exógeno), pequena quantidade de colesterol
livre, fosfolipídeos e 1-2% de proteínas.
❑Essas partículas são liberadas na linfa intestinal e transportadas
até as grandes veias.
VLDL ❑Lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL);
❑São lipoproteínas de grande tamanho, porém
menores do que os quilomícrons;
❑Sintetizadas no fígado.
VLDL

❑Sua composição compreende:


❑50% de triglicerídeos;
❑40% de colesterol e fosfolipídios;
❑10% de proteínas, especialmente a Apo B-
100, Apo C e alguma Apo E.
VLDL
❑Sua função é transportar triglicerídeos e
colesterol endógenos para os tecidos.
❑Nos tecidos eles são degradadas pelas
lipases lipoproteicas, liberando ácidos graxos.
❑As células captam os ácidos graxos e os
utilizam como forma de energia.
VLDL
❑Após liberar os triglicerídeos nos tecidos,
o VLDL é convertido em IDL (lipoproteína de
densidade intermediária);
❑O IDL logo é convertido a LDL na circulação
sanguínea.
LDL (Lipoproteínas de baixa
densidade)
❑São partículas pequenas;
❑É a principal transportadora de colesterol;
❑Transporta 65% a 70% do colesterol plasmático;
❑Leva o colesterol produzido no fígado para os tecidos;
❑Por causa disso é conhecida como “mau colesterol”.
❑A maior parte das LDL é removida da circulação pelo fígado.
HDL (Lipoproteínas de
alta densidade)

❑Compostas de 50% por proteínas, 20% de colesterol, 30% de


triglicerídeos e vestígios de fosfolipídios.
❑Transporta o colesterol dos tecidos para ser metabolizado e eliminado
pela bile.
HDL
❑Desempenha a função oposta da LDL.
❑Ela remove o colesterol dos tecidos.
❑Ela extrai o colesterol das membranas da
superfície celular.
❑Em seguida leva até o fígado.
❑Por causa da sua função é conhecida como
“bom colesterol”.
HDL

❑Altos níveis de HDL são vistos como benéficos para


o controle da hipercolesteromia.
❑Também previne contra a formação de
aterosclerose.
❑Baixos níveis de HDL estão associados a risco de
doença coronariana e síndrome metabólica.
HDL

❑Além do seu papel no transporte do colesterol,


outras funções tem sido descritas:
➢Ativação de leucócitos.

➢Indução da produção de óxido nítrico (NO).

➢Regulação da coagulação sanguínea .

➢Atividade plaquetária.
Regulação do Colesterol
Regulação do Colesterol
❑A regulação do colesterol extra celular é feita pelo fígado;
❑É regulada pelos receptores apoproteínas B/E;
❑As apo B100 e apo E, presentes na superfície das lipoproteínas,
interagem com os receptores e facilitam sua internalização.
Regulação do Colesterol

❑As principais vias de excreção do colesterol:


➢Conversão a ácidos biliares, no qual é excretado nas fezes, onde é formado o
coprostanol (principal esterol das fezes) por ação microbiana;

➢Secreção de colesterol na bile, no qual é transportado ao intestino para


eliminação;

➢Uma fração menor do colesterol é convertida em hormônios esteroides,


sofrendo eliminação urinária.
Particularidades
animais ruminantes
❑A maior parte dos ácidos graxos das plantas
forrageiras e dos óleos vegetais é insaturada
(geralmente 70%), representada principalmente pelo:

Particularidades
animais
➢Ácido linoleico
ruminantes
➢Ácido linolênico

❑As bactérias não são capazes de utilizar esses ácidos


graxos como fonte de energia e, provavelmente, nem
para qualquer função estrutural.
Particularidades animais
ruminantes
❑Composição lipídica das bactérias:
➢Apresenta apenas em torno de 10% do seu
peso seco;
➢Perfil de ácidos graxos, mais de 90% são
saturados representado, principalmente,
por:
▪ Ácido palmítico
▪ Ácido esteárico
Degradação dos lipídios pelas bactérias
ruminais
Lipídeos esterificados
(ação de lipases, fosfolipases galactosidases)

Glicerol Ácidos graxos Biohidrogenação Ácidos graxos


Galactose saturados insaturados
NAD+ NADH
Meio externo
Membrana celular bacteriana
Citoplasma
NAD+ NADH

Glicerol
Galactose
AGV
ADP ATP
Biohidrogenação

❑Conversão dos ácidos graxos insaturados em saturados.


➢A atividade sequencial de isomerases e redutase convertem os ácidos
linoleico (18:2) e linolênico (18:3) em:
▪ Ácido esteárico (18:00)

❑Ao longo desse processo, produtos intermediários são formados:


➢Ácido linoleico conjugado cis-9, trans-11 (CLA), formado durante a
biohidrogenação do ácido linoleico.
➢Efeitos anticarcinogênicos, antiteratogênicos e modulação imune dos animais.
Ácido linoleico conjugado (CLA)

❑O CLA é um produto intermediário no processo intermediário no


processo de biohidrogenação bacteriana do ácido linoleico.
➢Inicialmente, foi proposto que esta era a principal origem de CLA nos
ruminantes.

❑Foi observado em estudos, que o aumento do teor de ácido


linolênico na dieta aumenta o teor de CLA depositado no
organismo ou excretado na gordura do leite.
➢Ácido linolênico não produz CLA.
Qual explicação?
Ácido linoleico conjugado (CLA)
❑Tecidos dos ruminantes (particularmente fígado)
❑Tecido adiposo
Enzima ∆9 dessaturase
❑Glândula mamária

Converte o ácido vacênico em CLA

❑Tanto a biohidrogenação de linoleico e linolênico produzem com


intermediário, acido vacênico.
➢O ácido vacênico, nos tecidos do ruminante, é então convertido em CLA.
Próxima aula!

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