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ANTIDIABÉTICOS ORAIS
Caso Clínico:
DM II: Resistência à insulina, que evolui para uma falência na produção de insulina. A maioria dos
pacientes é obeso e apresenta uma mistura das duas situações acima.
DM I: Resultado da destruição das células beta, leva à deficiência absoluta de insulina, causa
imune ou idiopática. A maioria dos pacientes é magra.
Subtipos do DM II:
Insu lino-deficiência: usar secretagogos ex: sulfoniuréias.
Insulino-resistência: usar sensibilizadores ex: Metformina
Controle da Glicemia:
Hormônios envolvidos:
Hormônio Regulador ( GLICEMIA): Insulina (Captação de glicose Síntese de glicogênio
Glicogenólise Gliconeogênese)
Importante acompanhar pela Hb glicada. Ela permanece no sangue por 120 dias, então não
adianta reduzir a ingestão de glicose e tomar o remédio direito só perto da consulta. Ótima para
verificar adesão ao tratamento.
Algumas pessoas têm glicemia de jejum boa, mas glicemia pós prandial elevada.
Estratégias Terapêuticas: O tratamento deve ser precoce, eficaz, seguro e bem tolerado.
Mudança no estilo de vida (redução do peso, dieta saudável, praticar exercícios físicos, cessar o
fumo).
A redução do peso e atividade física reduz a Hb glicada com eficácia semelhante ao uso das
drogas.
A escolha do TTO deve considerar a história natural da doença: vamos perdendo massa de células
beta, havendo perda de capacidade secretória de insulina. Inicialmente, mudança no estilo de vida
e monoterapia podem controlar o quadro, mas à medida que ele evolui, pode ser necessário o uso
de medicamentos e/ou insulina.
Em alguns casos, já é necessário associar drogas desde o início do TTO.
Transcrição de Farmacologia MEDUFF 113
PASSO 3 – ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS: O tratamento deve ser precoce, eficaz, seguro e bem
tolerado.
Não medicamentosas:
Mudança no Estilo de vida: Redução do peso, dieta saudável, praticar exercícios físicos, cessar o
fumo).
A redução do peso e atividade física reduz a Hb glicada com eficácia semelhante ao uso das
drogas.
Educar o paciente sobre importância da participação ao tratamento, o impacto dos resultados do
tratamento, sobre os sintomas e riscos Garantir adesão!
A escolha do TTO deve considerar a história natural da doença: vamos perdendo massa de células
beta, havendo perda de capacidade secretória de insulina. Inicialmente, mudança no estilo de vida
e monoterapia podem controlar o quadro, mas à medida que ele evolui (em geral cerca de 10
anos), pode ser necessário o uso de medicamentos e/ou insulina.
Em alguns casos, já é necessário associar drogas desde o início do TTO.
Intensificação do TTO de acordo coma progressão do DM: Dieta e exercício Monoterapia Oral
Combinação Oral Oral + Insulina Insulina
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ANTIDIABÉTICOS ORAIS:
Critérios: EFICÁCIA, SEGURANÇA, APLICABILIDADE, CUSTO.
Deve ser baseado na fisiopatologia da doença de cada paciente.
SULFONILURÉIAS:
Mecanismo de ação:
Bloqueiam canais de K/ATP sensíveis provoca despolarização da membrana influxo do
cálcio contração de microtúbulos exocitose de vesículas de insulina;
Outras classes secretagogas também provocam influxo de cálcio e exocitose das vesículas:
Sulfoniluriéias, meglitinidas, incretinas
Obs: receptor SUR (Receptor de Sulfoniluréia): presente nas células beta, mas também no tecido
cardíaco as sulfoniuréias podem ser cardiotóxicas? Pela experiência do professor, não.
Farmacocinética:
Absorção TGI boa;
Ligam-se a proteínas plasmáticas (>90%) outros medicamentos também têm esse perfil,
como os AINES cuidado com associações, pois a competição pela proteína pode
aumentar a fração livre das sulfoniuréias, aumentando seu efeito, com risco de hipoglicemia;
Meia-vida rápida (3-5h), mas efeito prolongado;
Metabolismo hepático;
Excreção urinária.
Usos terapêuticos:
DM II: monoterapia ou em associação;
Inicialmente, 1x/dia
Só tem efeito se o paciente ainda tem alguma função das células beta, para que possam ser
estimuladas. Por isso, não serve para DM I.
Deve ser prescrita próxima às refeições
Efeitos colaterais:
Principal = hipoglicemia! (assim como qualquer secretagogo). Prescrever inicialmente
1x/dia, perto da refeição principal, para evitar a hipoglicemia (evitar prescrever no desjejum,
pois muitas pessoas saem para trabalhar e ficam muitas horas sem comer depois do café, além
de não tomar café da manhã em quantidade adequada);
Ganho de peso (estimula anabolismo e aumenta a fome);
Discute-se se há aumento de risco cardiovascular [Vi um artigo de cardiologia de 2014 e
Sulfoniluriéias são seguras em pacientes com IC];
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Alergias;
Intolerância com bebidas alcoólicas;
Anemias;
Depressão da medula óssea;
Contraindicações:
Gravidez e lactação;
Alergia a sulfonamida;
Insuficiência renal;
Insuficiência hepática.
Cirurgia, internações Usa-se Insulina
BIGUANIDAS:
Mecanismo de Ação: age através da proteína quinase ativada por AMP (AMPK).
Diminuem a gliconeogênese hepática, promovem glicólise anaeróbica (Produz ácido lático
risco de acidose lática), aumentam a sensibilidade à insulina no fígado, músculo e tecido
adiposo.
É antihiperglicemiante não secreta insulina!
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Usos Terapêuticos:
Usada em monoterapia ou associação; 2 a 3x ao dia, às refeições;
Pode ser usada em quadros de pré-diabetes (paciente acima de 40 anos, obeso, glicemia
elevada, resistência insulínica), em associação com a mudança do estilo de vida.
Custo: de graça
Ações da AMPK:
o No fígado: Diminuindo a síntese de lipídeos, estimulando queima de gordura, bloqueia a
produção hepática de glicose
o No músculo esquelético: Aumenta captação de glicose (Mais de 70% da retirada de glicose
do plasma é feita pelos músculos esqueléticos, logo esse fenômeno é essencial para a
homeostasia da glicose)
Farmacocinética:
Absorção no ID: variável, pois depende de um sistema transportador de Metformina. Um efeito
colateral é diarreia intensa, em pacientes que não tem esse transportador adequado para
absorção de Metformina não absorve a Metformina no intestino diarreia.
Excreção renal (inalterada);
Não se liga às proteínas plasmáticas;
Meia-vida curta.
Custo: Grátis
A diretriz mundial orienta a se iniciar a terapia antidiabética oral com Metformina, exceto em caso
de doença renal.
Efeitos colaterais:
Mais perigoso: acidose lática (mas o prof. nunca viu);
Mais frequente: TGI (enjoo e diarreia);
Prejuízo da absorção intestinal de vitamina B12 e folato: dosar B12 no início do TTO e uma vez
ao ano. A deficiência de B12 pode provocar macrocitose e alterações neurológicas. Se
necessário, repor B12 (VO, SL ou IM);
Anorexia e perda ponderal;
Não causa hipoglicemia;
Reduz TSH.
Atenção: Começa com dose baixa, aumentando ao longo dos dias. Usar no jantar, já que tem
efeitos gastrointestinais.
Segurança:
Deve ser evitada nas condições:
Doença cardíaca grave;
Estados de hipóxia;
Idosos em uso de medicamentos que podem causar insuficiência renal;
Doença respiratória crônica;
DRC: Dose deve ser reduzida em 50% quando TFG for de < 45 mL/min. Interromper se < 30
mL/min;
Complicações renais;
Doença hepática;
Alcoolismo (inibe gliconeogênese);
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Quais os critérios para não prescrever Metformina?
Em alcoolistas, pois o álcool diminui a recuperação espontânea de uma hipoglicemia (também
diminui gliconeogênese);
2 dias antes de exame com contraste;
4 dias antes de cirurgia;
INIBIDORES DA ALFA-GLICOSIDASE:
Contraindicações:
Gravidez e lactação
Transtornos da digestão e absorção intestinal;
Úlceras de intestino grosso.
Obs: para a grávida, as únicas opções são dieta e insulina (se a mulher toma algum antidiabético oral e
engravida, deve-se interromper e trocar para insulina). Estudos estão sendo feitos para validar o uso de
metformina na gravidez.
*tosse da Yve*
Metabolismo Hepático
Uso terapêutico: Uma vez ao dia, pela manhã, por ser sensibilizante e risco baixo de hipoglicemia;
Custo: Baixo/médio (R$ 40,00 – 80,00/mês)
Eficácia alta, baixo risco de hipoglicemia
HbA1c diminui cerca de 1%
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Efeitos colaterais:
Ganho de peso;
Anemia dilucional;
Edema;
Hepatopatia;
Risco de fraturas apendiculares espontâneas;
ICC (principalmente pela rosi. Retenção de sódio retenção de líquido sobrecarga de
volume descompensação de ICC)
Alerta de possível associação com CA de bexiga.
Contraindicações:
Gravidez e lactação;
Insuficiência renal;
Insuficiência hepática;
Insuficiência cardíaca;
Fatores de risco para CA de bexiga.
Mecanismo: Mesmo da Sulfoniluréia Atuam nas células beta, estimulando rapidamente a secreção
insulínica. Por ter meia vida curta, baixo risco de hipoglicemia.
“FAST ON, FAST OFF”: Ação rápida, mas menos sustentada que sulfoniuréias, menor risco de
hipoglicemia;
Custo: Cerca de R$ 50,00 – 80,00/mês
Mais seguro em idosos.
Absorção e metabolismo:
Absorção Rápida, pelo TGI
Meia-vida: 1h
Metabolismo Hepático (principalmente) e renal
Efeitos Colaterais:
Hipoglicemia
Ganho de peso
Hipoglicemia (Menos que Sulfoniluriéias);
Ganho de peso discreto;
Bom efeito cardiovascular
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Uso terapêutico: Redução da glicemia pós-prandial.
A hiperglicemia pós-prandial é cardiotóxica, logo, é cardioprotetora, assim como todos
medicamentos com a finalidade de reduzir a glicemia pós-prandial.
3 vezes ao dia, junto às refeições
HbA1c reduz 0,7 - 1%
Quais as diferenças das Glinidas e Sulfoniluriéias?
Ação FAST ON/FAST OFF (Ação de início rápido, porém não sustentada)
Menor efeito hipoglicemiante
Alternativa em pacientes com alergia/intolerância às sulfonamidas.
Ações farmacológicas
Aumento do:
Produção de insulina
Proliferação de Células Beta
Débito Cardíaco
Diminuição do:
Produção de glucagon
Esvaziamento gástrico
Apoptose de Células Beta
Apetite
Produção de Glicose
Efeito neutro no Peso;
Farmacocinética:
Absorção rápida e sem alteração com alimentos
Metabolizada por hidrolise plasmática
Baixa probabilidade de interação medicamentosa
Metabólitos são inativos
Eliminação renal (80%)
Necessário ajuste de dose se TFG baixa
Uso Terapêutico: Para pacientes que não toleram metformina, por efeitos gastrintestinais
adversos. Em geral 1 dose, pela manhã.
Custo: Alto. R$ 130,00 – 180,00
Redução da HbA1C: 0,5 – 0,8%
Efeitos Colaterais:
Cefaléia;
Diarréia;
Náusea;
Tonturas;
Aumento do risco de infecções (Diminui imunidade).
Infecção de Vias Aéreas;
Naso-faringite;
Infecção Urinária
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Incretinomiméticos (Análogos de GLP-1): (Professor falou que não é droga muito utilizada,
então não precisa ficar decorando muito. Mas vai que...)
Exenatida
Liraglutida
Lixizenatida
Característica: Produto peptídico (Risco de produção de anticorpo)
Mecanismo: Aumenta a secreção do GLP-1 pós-prandial e promove aumento da secreção insulínica e
supressão do glucagon
Ação farmacológica:
Reduz glicemia e auxilia perda de peso.
Promove retardo do esvaziamento gástrico
Supressão da produção endógena de glicose
Efeitos colaterais:
Principalmente náuseas;
Vômitos;
Diarréia;
Hipoglicemia, quando associada a secretagogos;
Risco de pancreatite aumentado
Relação com aumento de neoplasia tireoideana (Mas o professor logo disse que isso não é
importante gravar)
Contraindicação: Hipersensibilidade
INSULINA:
O uso de insulina exógena acaba sendo necessário após a perda das células beta. É necessário
então simular a fisiologia do controle glicêmico, da necessidade basal aos picos de insulina
pós-prandiais. Atentar para o fato do brasileiro não ter o costume de fazer um desjejum farto,
o que pode predispor à hipoglicemia, caso o esquema terapêutico com insulina esteja
incorreto.
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Farmacocinética:
Absorção:
Mais rápida em ordem decrescente: Abdômen, Braço, Nádegas, Coxa;
Atividade física no local de aplicação aumenta o fluxo sanguíneo local, logo, a
absorção.
Aditivos na insulina (ex: Protamina e zinco) aumentam o tempo de ação da
insulina.
Distribuição:
Circula como monômeros livres
Acúmulo principalmente no fígado e rins
Pouco acúmulo no cérebro e hemácias
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Metabolização:
Meia-vida de 5 – 6 minutos
Feita pelo Fígado (50%), rins e músculo (ajuste de dose em pacientes com
insuficiência hepática ou renal);
Excreção:
Urina
Atenção:
É preciso manter refrigerada, para preservar a conformação espacial da
proteína.
Insulina NPH (= N) precisa ser homogeneizada antes de cada uso;
Deve-se encorajar o rodízio do local de aplicação
Pode-se reaproveitar seringas no mesmo paciente
Aplicação deve ser feita em ângulo de 45 – 90º
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RELEMBRANDO:
Transcrição de Farmacologia MEDUFF 113
LANTERNA DOS AFOGADOS!
“Quando está escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar
Há uma luz no túnel
Dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chega
...
Uma noite longa
Pruma vida curta”