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SUMÁRIO

1. Introdução...................................................................... 3
2. Hipoglicemianres não insulínicos x insulina..... 3
3. Sulfonilureias................................................................ 5
4. Glinidas (metiglinidas)............................................... 9
5. Biguanidas...................................................................12
6. Glitazonas ou tiazolidinedionas (TZD)..............15
7. Inibidores de alfa-glicosidase..............................19
8. Inibidores de DPP-IV (gliptinas)..........................22
9. Análogos de GLP-1.................................................25
10. Inibidores de SGLT2..............................................28
11. Recomendações gerais para o uso de
medicamentos antidiabéticos...................................32
12. Insulinoterapia.........................................................33
Referências bibliográficas .........................................44
ANTIDIABÉTICOS 3

1. INTRODUÇÃO apresentar uma grave hiperglicemia.


Caso ela não seja tratada, podem
A diabetes mellitus (DM) consiste
manifestar quadros de retinopatia,
numa doença metabólica caracteri-
nefropatia, neuropatia e outras com-
zada por hiperglicemia crônica, ten-
plicações sistêmicas de alta morbi-
do repercussões sistêmicas, de longo
mortalidade. Dessa forma, além do
médio-longo prazo, que desenca-
tratamento não farmacológico (mu-
deiam descompensações metabóli-
dança no estilo de vida e introdução
cas aguda. Em relação a sua etiopa-
de uma dieta específica) a adminis-
togenia, a DM pode ser manifestar
tração de fármacos antidiabéticos
por conta de um déficit de insulina
orais e injetáveis não insulínicos e/
(absoluto ou relativo) e/ou uma resis-
ou de insulinoterapia.
tência insulínica. No entanto, ambas
vias resultam na redução do uso peri-
férico de glicose e aumento de glico- 2. HIPOGLICEMIANRES
neogênese hepática. NÃO INSULÍNICOS X
Sendo uma das doenças crônicas INSULINA
que mais atinge a população mundial A depender da demanda do pacien-
(estima-se 415 milhões, com proje- tes, a terapia farmacológica recorrida
ção de aumento de 470 milhões de varia entre uso de hipoglicemiante
casos em 2035), sendo o Brasil o 4º não insulínico (monoterapia ou com-
país com maior incidência (aproxima- binado), insulinoterapia ou uma asso-
damente 12 milhões de diagnostica- ciação entre os dois.
dos). Vale ressaltar que é a 9ª doença
Dentre os hipoglicemiantes não in-
que mais incapacita, em termos de
sulínicos – maioria de administração
anos, os brasileiros, ao ponto que cer-
oral –, temos biguanidas, glitazonas,
ca de 12% do total gasto com atenção
sulfonilureias, glinidas, inibidores da
em saúde no Brasil está direcionada
DPP-IV, análogos da GLP-1, inibido-
com sua relativa alta morbimortali-
res da SGLT-2 e inibidores da alfa-
dade. Sendo assim, há uma redução
-glicosidase. Geralmente, é indicado
na qualidade de vida do paciente,
o uso desses antidiabéticos nas se-
além de acarretar numa sobrecarga
guintes ocasiões:
familiar e na sociedade, por conta da
perda de produtividade no trabalho, • Nos pacientes pré-diabéticos ou
aposentadoria precoce e mortalidade DM2, em que há manutenção/reci-
prematura que a DM pode resultar. diva da hiperglicemia mesmo após
Os pacientes com DM, por conta da o tratamento não farmacológico
falta relativa ou absoluta de insulina (mudanças no estilo de vida);
e/ou da resistência insulínica, podem
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• Em pacientes DM2 com grau leve uma variedade de mecanismos; no pân-


creas, aumenta o estresse oxidativo, re-
a moderado de hiperglicemia; duzindo ulteriormente a secreção de in-
• Após a estabilização clínica e tra- sulina por conta da indução de apoptose
das células beta-pancreáticas; no rim,
tamento insulínico (dose de ataque pode induzir uma nefroesclerose diabé-
antes do controle hipoglicemiante) ticas (doença renal crônica); no cérebro,
em pacientes DM2 com sintomas por conta da cetoacidose diabética, há
uma redução na osmolalidade plasmá-
de hiperglicemia (grau grave).
tica, podendo edemaciar.

Esses fármacos orais


Podemos triar a melhor opção tera-
Já a insulinoterapia, é recomendada pêutica a partir da função da célula
para pacientes: com DM1; em fase beta nas ilhotas pancreáticas. Abaixo,
tardia do DM2; e com glicotoxicidade temos um gráfico que exemplifica tal
ou insulinopenia em qualquer fase do ideia. À medida que um indivíduo com
DM2. diabético “continua sua vida” sem o
tratamento ideal, maior a chance de
SE LIGA! A glicotoxicidade consiste cronificar a DM2, mais se aproximan-
nas altas concentrações de glicose que do da fase 4. Quando o paciente de
causam complicações sistêmicas em DM2 chega na fase 4, ele se compor-
nosso corpo. Nos músculos, a hipergli-
ta como um DM1.
cemia interfere na ação da insulina por

Antidiabético oral Combinação de Insulinoterapia plena.


Combinação com Pode ou não associar
(monoterapia)) antidiabéticos
insulina noturna com um sensibilizador
orais
de insulina
Figura 1. Terapia ideal em pacientes DM2 em função do funcionamento das células beta do pâncreas. Fonte: https://
slideplayer.com.br/slide/9552744/
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3. SULFONILUREIAS
CONCEITO! As ilhotas pancreáticas
(ilhotas de Langerhans/pâncreas en- As sulfonilureias são fármacos que
dócrino) consiste num conjunto de atuam como secretagogos de in-
células especiais no parênquima pan- sulina independente, ou seja, esti-
creático responsáveis pela sua secre-
mulam a secreção basal de insulina
ção endógena de hormônios que agem
como reguladores do metabolismo da pelas células β da ilhota pancreáti-
glicose. Dessa forma, a ilhota é formada ca. Por aumentarem a liberação de
pelos seguintes tipos celulares: insulina no sangue, esses ADO são
• Células alfa: Secretam glucagon, hipoglicemiantes.
que tem como papel metabólico a
hiperglicemia;
• Células beta: Secretam insuli- CONCEITO! Os secretagogos insulíni-
na, sendo seu papel metabólico a cos independentes atuam estimulando
hipoglicemia; a secreção de insulina independente
da presença de açúcar no meio. Nesse
• Células delta: Produzem somatos-
grupo, temos as sulfonilureias e glinidas.
tatina, hormônio inibitório que traba-
Portanto, possuem maior predisposição
lha no feedback negativo do GH, do
de desencadear um quadro preocupan-
TSH, de hormônios gastrointestinais,
te de hipoglicemia no paciente, prin-
de hormônios pancreáticos (gluca-
cipalmente se administrada de forma
gon e insulina) e do suco pancreático.
errônea.
Já os secretagogos insulínicos depen-
dentes estimulam a secreção de insulina
quando há a administração de glicose
no corpo. Assim, são mais seguros que
Ducto os secretagogos independentes, pois
Célula delta necessitam de um aumento de glicose
Hemácia
sérica para sua eficácia, evitando possí-
Ácino
veis hipoglicemias.
pancreático

As principais drogas desse grupo são:


Ilhota de Célula Célula
glibenclamida, glicazida, glimepi-
Langerhans beta alfa rida, glipizida e clorpropamida. As
duas primeiras são bastante usadas
Figura 2. Imagem aumentada de uma ilhota de Lan-
gerhans/pancreática. Fonte: https://saudecelulahumana. pelo SUS.
blogspot.com/2016/09/o-que-sao-ilhotas-de-lan-
gerhans.html?view=flipcard Em geral, são antidiabéticos com uma
alta efetividade no tratamento da hi-
perglicemia, aumentando os níveis
séricos de insulina basal:
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• Redução da glicemia em jejum: O uso das sulfonilureias apresenta


60 a 70 mg/dL; como vantagens: é uma droga bas-
tante usada e difundida; redução rela-
• Redução de HbA1c (hemoglobi-
tivamente maior da HbA1c; redução do
na glicada): 1,5 a 2%.
risco de complicações microvasculares
(retinopatia, nefropatia e neuropatia).
A posologia das sulfonilureias se- No entanto, vale destacar que não foi
guem a seguinte dosagem: comprovado sua eficácia em complica-
ções macrovasculares (AVE e IAM).
• Clorpropamida: 125 a 500 mg, 1
a 2 tomadas por dia;
• Glibenclamida: 2,5 a 20 mg, 1 a Farmacocinética e
2 tomadas por dia. Dose inicial de farmacodinâmica
2,5 a 5 mg/dia; As sulfonilureias são administradas na
• Glipizida: 2,5 a 20 mg, 1 a 2 to- via oral e, ao serem absorvidas, se li-
madas por dia; gam a proteínas séricas. Quase todas
são 100% biotransformadas pelo fí-
• Glicazida (liberação imediata): 40 gado – por isso, cuidado ao administra-
a 320 mg, 1 a 2 tomadas por dia; rem esse fármaco em hepatopatas -, e
• Glicazida MR (liberação prolon- excretadas nas vias renal e hepática.
gada): 30 a 120 mg, 1 a 2 toma- No entanto, como exceção, temos a
das por dia; clorpropamida, em que 30% dela é ex-
cretada pelo rim sem passar pelo fíga-
• Glimepirida: 1 a 8 mg, 1 a 2 toma- do, sendo relativa potência nefrotóxica.
das por dia.
A duração de sua ação consiste por
12 a 24 horas.
Diante a alta potência hipoglicemian- O principal mecanismo de ação que
te, pode se prolongar durante todo o aumenta a liberação insulínica é fei-
dia, atuando, principalmente na insu- to por meio da ação inibitória desse
linemia basal em platô. fármaco, bloqueando os canais de K+
sensíveis a ATP. Esse bloqueio re-
CONCEITO! A insulinemia basal consis- sulta numa despolarização, repercu-
te no nível sérico de insulina no organis- tindo no influxo de Ca2+ e exocitose
mo durante o jejum. Ele se mantém rela- de insulina. Além desse mecanismo,
tivamente constante num ciclo diário. Já
a prandial (em bólus), ocorre após uma as sulfonilureias também diminuem,
refeição, sendo representada por picos discretamente, a gliconeogênese e
de insulina secretadas com o aumento aumenta, discretamente, na sensibi-
hiperglicêmico.
lidade periférica insulínica.
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Efeitos adversos e especificadamente, ele pode cau-


contraindicações sar efeito dissulfiram (intoxicação
por aldeído após ingestão alcóoli-
As sulfonilureias apresentam como
ca – paciente apresenta rubor facial,
efeitos adversos: hipoglicemia, pela
sudorese e náusea) e hiponatremia
hiperinsulinemia, principalmente em
(principalmente quando associada a
idosos, etilistas, desnutridos, nefro-
um tiazídico), além de não reduzir o
patas e hepatopatas; ganho pon-
risco de retinopatia e aumentar, dis-
deral. Em relação a clorpropamida,
cretamente, a pressão arterial.

SAIBA MAIS!
No cenário científico, há um certo debate sobre o efeito cardiotóxico que a sulfonilureias pode
causar no tecido miocárdico. Por conta de seu mecanismo inibidor de canal de potássio, evi-
dências apontam que há uma probabilidade de interferir no inotropismo, interferindo no pré-
-condicionamento do miocárdio à isquemia. Embora estudos mais recentes não confirmaram
esse efeito, ele parece não ocorrer com a glicazida MR 30 mg

Já as contraindicações desses fár- hipoglicemiante do paciente pela


macos, temos: falta de reserva de glicose, levando
a um possível coma.
• Absoluta: Gravidez e lactação. No
entanto, vale destacar que é a gli-
benclamida, dentre as outras sul- Em pacientes idosos e/ou com dis-
fonilureias, é a que menos ultra- função renal leve, caso necessite uso
passa a barreira placentária e, por de alguma sulfonilureia, a glipizida ou
isso, é usada como uma alternativa glimepirida são opções mais seguras.
à insulina na diabetes gestacional; Isso ocorre devido a metabolização
• Relativas: Insuficiência renal, pois, hepática desses fármacos em produ-
nesses pacientes, há uma disfun- tos inativos e com excreção predomi-
ção na taxa de filtração, reduzin- nantemente renal.
do o teor da eliminação renal, po-
dendo intensificar a hipoglicemia; Interação medicamentosa
insuficiência hepática, pois esses
pacientes não conseguem atender O uso de sulfonilureias combinadas
necessariamente as demandas com alguns outros fármacos, podem
metabólicas glicêmicas no cor- intensificar ou reduzirem sua eficácia
po, podendo intensificar o quadro terapêutica:
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• Fármacos que podem aumentar • Fármacos que podem aumentar


os efeitos da sulfonilureias: An- os efeitos da sulfonilureias: An-
tifúngicos azóis betabloqueadores, tipsicóticos atípicos, corticosteroi-
cloranfenicol, claritromicina, inibi- des, diuréticos, niacinas, fenotiazí-
dores da monoaminoxidase, pro- nicos, simpaticomiméticos.
benecida, salicilatos, sulfonamida;

FLUXOGRAMA DAS SULFONILUREIAS

Aumento da
secreção de insulina

Influxo de cálcio

Bloqueio do canal de
Mecanismo
K+ sensíveis a ATP

Redução de 60 a 70 mg/dL
na glicemia em jejum
Alta efetividade
Redução de 1,5 a
2% na Hb1Ac

Muito usada

Vantagens ↓ relativa da Hb1Ac

SULFONILUREIAS ↓ de riscos de complicações


microvasculares

↑ de ganho ponderal
Efeitos adversos
Exemplos: Hipoglicemia
Glibenclamida
Glicazida
Glimepirida Gravidez
Glipizida
Clorpropamida
Insuficiência hepática

Contraindicações Lactantes

Insuficiência renal

Pacientes com DAC


(somente a glibenclamida
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4. GLINIDAS Seu uso possui como vantagens:


(METIGLINIDAS) maior flexibilidade das doses; redu-
ção da variabilidade da glicose pós-
As glinidas, assim como as sulfonilu-
-prandial; redução do espessamento
reias, são fármacos que agem como
médio intimal carotídeo – específico
secretagogos de insulina independen-
do uso da repaglinida.
te, aumentando a liberação desse hor-
mônio no sangue. Assim, também são
hipoglicemiantes, embora, por apre- Farmacocinética e
sentarem meia-vida mais curta e ação farmacodinâmica
mais intensa pontualmente, são indica-
As glinidas são administradas via
dos no controle da insulinemia prandial.
oral antes das refeições, tendo boa
As principais representantes dessa absorção. São biotransformadas no
classe são repaglinida e nateglinida. fígado em metabólitos inativos co-
No entanto, diferente das sulfonilu- nhecidos como CYP3A4. São excre-
reias, essas duas não são disponibili- tadas pela bile.
zadas pelo SUS.
Essas drogas possuem uma alta efe- CONCEITO! O citocromo P450 3A4
tividade no controle glicêmico, em- ou CYP3A4 é uma enzima de grande
bora ela seja menor que o efeito das importância no metabolismo dos mamí-
feros, pois ela atua na oxidação de me-
sulfonilureias:
dicamentos, toxinas e alimentos xeno-
• Redução da glicemia em jejum: bióticos ao organismo, inativando-as e
facilitando sua excreção do corpo. Além
20 a 30 mg/dL; disso, atuam na síntese colesterol e são
as enzimas mais envolvidas em intera-
• Redução de HbA1c (hemoglobi-
ções medicamentosas.
na glicada): 1 a 1,5%.

Como secretagogo, seu mecanismo


Em relação a sua posologia, temos:
de ação ocorre por meio da estimula-
• Repaglinida: 0,5 a 16 mg, 3 to- ção a secreção de insulina, após esse
madas por dia. Administrada antes fármaco se fixar na célula beta, em um
das refeições; local distinto que a sulfonilureia se liga-
ria, fechando os canais de K+ sensíveis
• Nateglinida: 120 a 360 mg, 3 to-
a ATP. Assim, é iniciado aquela cascata
madas por dia. Administrada sem-
metabólica presente na classe anterior.
pre antes das refeições.
No entanto, diferente delas (principal-
mente da glibenclamida), as glinidas
são relativamente seletivas para canais
de K presentes nas células beta.
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Sulfonilureia
ou glinidas Canal de K+
sensível a ATP

DESPOLARIZAÇÃO
Canal de Ca2+
dependente de
voltagem

¶$Ċ77Ş‹Ċ"6$"
5] ĊŞ‹5] 

Insulina

Figura 3. Mecanismo de ação dos secretagogos independentes. Fonte: https://pharmdaid.com/2018/09/09/


pharmacology-of-diabetes/

Efeitos adversos e Justamente por conta dessa menor


contraindicações hiperglicemia, as glinidas NÃO são
contraindicadas em pacientes com
Os efeitos adversos das glinidas
insuficiência hepática ou renal
correspondem a: hipoglicemia (me-
nos acentuada que a da sulfonilureia);
ganho ponderal discreto. Interação medicamentosa
Já como contraindicações: gravidez; Se lembram da CYP3A4? Esse cito-
uso de repaglinida concomitante a cromo, metabólito hepático das gli-
genfibrozila – isso ocorre por causa nidas, sofre interferência na eficá-
de interação medicamentosa resul- cia terapêutica do seu pró-fármaco
tante, podendo causar uma hipogli- (a própria glinidas) quando intera-
cemia severa. gem com alguns medicamentos que
podem potencializar ou diminuir o
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efeito hipoglicemiante, principalmen- • Reduzem o efeito hipoglice-


te quando é administrado a repagli- miante da repaglinida por INDU-
nida. Isso ocorre, porque esses medi- ZIREM a produção de CYP3A4:
camentos podem, respectivamente, Barbitúricos, carbamazepina e
inibir a metabolização da repaglini- rifampicina.
da em CYP3A4 ou induzirem a sua
formação.
Portanto, quando houver necessida-
• Aumentam o efeito hipoglice- de da administração das glinidas com
miante da repaglinida por INI- um desses fármacos, devemos fazer
BIREM a produção de CYP3A4: um reajuste em sua dosagem, au-
Itraconazol, fluconazol, eritromici- mentando, caso o medicamento re-
na e claritromicina; duza o efeito, e diminuindo, caso ele
o intensifique.

Aumento da
FLUXOGRAMA DAS GLINIDAS secreção de insulina

Influxo de cálcio

Bloqueio do canal de
Mecanismo
K+ sensíveis a ATP

Redução de 20 a 30 mg/dL
na glicemia em jejum
Alta efetividade
Redução de 1 a
1,5% na Hb1Ac

Flexibilidade nas doses

↓ variabilidade da
Vantagens
glicose pós-prandial
GLINIDAS ↓ do espessamento médio
intimal carotídeo (repaglinida)

↑ de ganho ponderal
Efeitos adversos
Exemplos:
Hipoglicemia
Repaglinida
(menor que a sulfa.)
Nateglinida

Gravidez

Contraindicações Lactantes

Uso de repaglinida
com genfibrozila
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5. BIGUANIDAS • Metformina convencional (libe-


ração imediata): 1.000 a 2.550
A metformina, o medicamento prin-
mg, 2 ou 3 tomadas por dia. Geral-
cipal dessa classificação, consiste
mente, a dose inicial pode ser de
num sensibilizador à insulina. Dife-
500 mg ou 850 mg por tomada;
rente dos secretagogos, ele não atua
aumentando a secreção de insulina, • Metformina XR (liberação pro-
mas sim diminuindo a resistência in- longada): 1.000 a 2.550 mg, 2 ou
sulínica no paciente DM2. 3 tomadas por dia. Sua dose inicial
é de 500 mg por tomada. Por con-
É a primeira opção de tratamento,
ta da liberação prolongada, a XR
quando o paciente não possui algu-
tem intuito de amenizar os efeitos
ma contraindicação, sendo uma op-
adversos.
ção distribuída pelo SUS a pacientes
pré-diabéticos e com DM2 (metfor-
mina convencional). Possui uma alta A metformina, dentre os outros ADO,
efetividade: possui como vantagens no uso: é
• Redução da glicemia em jejum: uma droga bastante usada e difun-
60 a 70 mg/dL; dida; redução relativamente maior da
HbA1c; diminuição dos eventos car-
• Redução de HbA1c (hemoglobi- diovasculares; prevenção do DM2;
na glicada): 1,5 a 2%. melhora o perfil lipídico; diminuição
do peso
A posologia das biguanidas pode ser
feita através de dois medicamentos:

SAIBA MAIS!
Estudos recentes comprovam que a metformina possui um considerável potencial redutor de
risco cardiovascular no DM2, por alterar o metabolismo lipídico ao inibir a lipólise, diminuindo
os níveis séricos de triglicerídeos, ácidos graxos e LDL e aumentando discretamente o de
HDL. Além disso, ela melhora as funções endoteliais, provocando uma leve queda nos índices
pressóricos, e reduz o peso dos indivíduos. Assim, é um medicamento que deve ser avaliado
na terapia de uma síndrome metabólica.

Além de sua eficácia no tratamen- (SOP). Pacientes com SOP usual-


to de DM2, a metformina também mente apresentam resistência insu-
é uma opção terapêutica em casos línica além do ganho ponderal. Nes-
de síndrome do ovário policístico ses casos, a metformina pode auxiliar
ANTIDIABÉTICOS 13

nessa diminuição da resistência e do das proteínas de membrana tirosina-


aumento do peso, além de induzir a -quinase (PTK), estimulando a trans-
ovulação e facilitando uma possível locação intracelular de GLUT-4 até a
gestação. membrana das células-alvo. Assim,
permite-se uma maior sensibilida-
de insulínica e, portanto, uma melhor
Farmacocinética e captação.
farmacodinâmica
Já nos hepatócitos, há a inibição do
A metformina possui boa absorção complexo I da cadeia respiratória mi-
pela mucosa gastrointestinal, sen- tocondrial pela metformina, reduzin-
do a administração de escolha a via do a ação da proteína cinase ativada
oral. Ela não se liga a carregadores pela AMP, enzima importante na ex-
e outras proteínas séricas e nem so- pressão de genes que induzem a gli-
fre biotransformações ao longo de coneogênese no fígado.
seu percurso. Sua excreção é por via
renal.
Efeitos adversos e
Esse fármaco atua na sensibilização
contraindicações
insulínica por meio de três mecanis-
mos de ação: A metformina tem como efeitos ad-
versos: adversidades gastrointesti-
• Inibição da gliconeogênese he-
nais, como desconforto abdominal,
pática, principal mecanismo hi-
diarreia e náuseas; deficiência de vi-
perglicemiante durante o jejum em
tamina B12; risco de acidose lática
pacientes DM2;
(evento mais raro).
• Aumento da sensibilização da Já em relação as contraindicações:
insulina nos tecidos periféricos, gravidez; insuficiência renal grave
melhorando a captação de glicose (TFG < 30 mL/min/1,73 m3); insufici-
e seu uso no músculo esquelético; ência hepática; insuficiência cardíaca
• Redução do turnover de glicose grave e descompensada; insuficiên-
no leito esplênico. cia pulmonar; acidose grave.
Vale ressaltar que, em caso de insufi-
Ao nível celular, nas células mus- ciência renal moderada (TFG entre 30
culares esqueléticas, as biguanidas e 40 mL/min), a dose é reduzida em
induzem o aumento nas atividades 50%.
ANTIDIABÉTICOS 14

FLUXOGRAMA DAS BIGUANIDAS

Inibição da ↓ da resistência
gliconeogênese hepática insulínica periférica

Inibição do complexo I ↑ translocação de


da cadeia respiratória GLUT4 até a membrana
mitocondrial dos hepatócitos

↑ na a atividade das
PTK nas células musculares
Mecanismo esqueléticas e adipócitos

Redução de 60 a 70 mg/dL
na glicemia em jejum
Alta efetividade
Redução de 1,5 a
2% na Hb1Ac

Bastante usada e tolerada

↓ relativa da Hb1Ac

↓ eventos CV
Vantagens
Prevenção de DM2

↓ do peso
BIGUANIDAS

Melhora no perfil lipídico

Sintomas do TGI: desconforto


Exemplos: abdominal, diarreia e náuses
Metformina
Metformina XR Efeitos adversos Deficiência de vitamina B12

Risco de acidose lática

Gravidez

Insuficiência renal grave

Insuficiência cardíaca
grave e descompensada
Contraindicações
Acidose grave

Insuficiência pulmonar

Insuficiência hepática
ANTIDIABÉTICOS 15

6. GLITAZONAS OU de Hb1Ac. Monitorar se há apareci-


TIAZOLIDINEDIONAS mento de algum efeito adverso du-
(TZD) rante o aumento de dose.
Como as biguanidas, as TZDs são
uma classe de fármaco que atua na As vantagens garantidas com o uso
sensibilização periférica de insulina, das TZDs consistem em: prevenção
principalmente nos tecidos muscular de DM2 em pacientes pré-diabéticos;
estriado e adiposo. Também atua nos melhora o perfil lipídico; redução da
hepatócitos. gordura hepática; raramente causa
As principais TZDs são representa- hipoglicemia; redução relativamente
das pelas pioglitazona, troglitazona maior de Hb1Ac; redução do espes-
e rosiglitazona. No entanto, somen- samento médio intimal carotídeo.
te a primeira é a escolha terapêutica Vale ressaltar que é uma boa escolha
nessa classe, visto que a rosiglitazo- na redução da hiperglicemia do DM2,
na e troglitazona foram retiradas do principalmente quando associada
mercado mundial por conta de au- à metformina, a alguma sulfonilu-
mentar, respectivamente, os riscos de reia ou à insulinoterapia. Assim, ela
eventos macrovasculares (como IAM é bem tolerada, mesmo em monote-
e AVE) e de danos hepáticos. rapia ou em combinação com outros
Possui uma relativa alta efetividade: antidiabéticos. Diferente das demais,
ela atua a nível genômico, demoran-
• Redução da glicemia em jejum: do um pouco mais para surtir efeito.
35 a 65 mg/dL; No entanto, é mais dispendioso e não
• Redução de HbA1c (hemoglobi- está disponível no SUS.
na glicada): 0,5 a 1,4%. Da mesma forma que a metformina,
o uso de TZDs proporciona a redução
da resistência insulínica em pacien-
Em relação a sua posologia:
tes com SOP, auxiliando o processo
• Pioglitazona: 15 a 45 mg, 1 to- de ovulação. No entanto, ela não au-
mada por dia. Preferencialmente, xilia na perda de peso, não sendo um
inicia-se com a dose mínima de 15 medicamento de escolha caso a pa-
mg, aumentando a dose em 15 mg ciente apresente ganho ponderal por
em 15 mg de acordo com a redução conta da SOP.
ANTIDIABÉTICOS 16

SAIBA MAIS!
Estudos recentes trazem a eficácia desses fármacos em paciente com esteatose hepática,
embora esse uso tenha caráter off label, ou seja, na bula não consta o uso de TZDs como
escolha no tratamento desse distúrbio.

Farmacocinética e
farmacodinâmica CONCEITO! Os receptores ativados
por proliferadores de peroxissoma
As TZDs são administradas por via tipo gama (PPARγ) são receptores
oral. Após serem absorvidas para o nucleares que atuam como fatores de
sangue, se ligam fortemente à albu- transcrições de estruturas intracelulares
de extrema importância no mecanismo
mina sérica. Sofrem biotransforma- de sensibilização à insulina em adipóci-
ção hepática pelas enzimas CYP450, tos. Essa ação metabólica influência di-
produzindo metabólitos ativos e ina- retamente no aumento da captação de
tivos como, sendo a grande maioria glicose pelos músculos esqueléticos e
fígado.
excretada pela bile e nas fezes; sua
eliminação renal é negligenciável.

Insulina

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Figura 4. A nível celular, mecanismo de ação das TZDs na sensibilização à insulina em adipócitos. Fonte: http://tme-
dweb.tulane.edu/pharmwiki/doku.php/thiazolidinediones
ANTIDIABÉTICOS 17

Por serem agonistas seletivos do li- Efeitos adversos e


gante do PPAR-gama, o mecanis- contraindicações
mo de ação das TZDs consiste no
As TZDs possuem como efeitos ad-
aumento da transcrição de genes
versos: retenção hídrica; anemia; ga-
responsivos à insulina que atuam es-
nho ponderal (há aumento do tecido
timulando a proliferação de adipóci-
subcutâneo por conta da proliferação
tos sensíveis à insulina (nas regiões
de adipócitos); edemas; insuficiên-
da pernas, quadril, braços e glúteos).
cia cardíaca; osteopenia (propiciando
Esse mecanismo atua também na
fraturas ósseas). Em relação a piogli-
estimulação de GLUT4, promovendo
tazona, ela pode aumentar o risco de
maior captação de glicose nos mús-
neoplasia vesical; já a rosiglitazona,
culos, adipócitos e hepatócitos.
está relacionadas a eventos cardio-
Assim, a consequência resultante vasculares e AVE.
desse mecanismo consiste redução
As contraindicações dessa classe
da resistência insulínica, a qual se as-
de fármaco são: insuficiência cardíaca
semelham bastante com o resultado
NYHA III ou IV (por conta da formação
da metformina. No entanto, o efeito
edematosa que pode descompensar
predominante dessa classe é na cap-
a insuficiência); insuficiência hepática;
tação de glicose pelos tecidos perifé-
gestação.
ricos, sendo a redução da gliconeo-
gênese efeito secundário – o oposto
corre com a metformina.
ANTIDIABÉTICOS 18

FLUXOGRAMA DAS GLITAZONAS

Proliferação de adipócitos Aumento na transcrição ↑ da atividade transportadora da GLUT5 no


sensíveis a insulina de genes no adipócito músculo, adipócitos e hepatócitos

Mecanismo São agonistas seletivos do


ligante do PPAR-gama
Redução de 35 a 65 mg/dL
na glicemia em jejum
Alta efetividade
Redução de 0,5 a 1,4% na Hb1Ac

Rara hipoglicemia

↓ relativa da Hb1Ac

Melhora no perfil lipídico


Vantagens
Prevenção de DM2

↓ da gordura hepática

↓ do espessamento
médio intimal carotídeo
GLITAZONAS
OU TZDS Anemia

↑ do ganho ponderal

Insuficiência cardíaca
Exemplos:
Pioglitazona Retenção hídrica
Troglitazona
Efeitos adversos
Rosiglitazona
Edema

Osteopenia

↑ risco de neoplasia
vesical (pioglitazona)
↑ risco de eventos
CV e de AVE (rosiglitazona)

IC NYHA
trocar
III e IV

Contraindicações Gestante

Insuficiência hepática
ANTIDIABÉTICOS 19

7. INIBIDORES DE da glicemia pós-prandial; raramente


ALFA-GLICOSIDASE causa hipoglicemia; diminuição dos
eventos cardiovasculares.
Os inibidores de alfa-glicosidase atu-
am retardando a absorção de glico- Mesmo não sendo a droga de esco-
se pela mucosa intestinal, reduzindo lha, ela pode ser usada como 2ª dro-
a elevação glicêmica pós-prandial, ga de escolha, sendo associada com
sendo fármacos usados quando o pa- a metformina, principalmente quando
ciente DM2 apresenta glicemia de je- o paciente apresenta picos hipergli-
jum normal, porém perfil de hipergli- cêmicos pós-prandial.
cemia pós-prandial. No entanto, esse
medicamento não é a primeira esco- Farmacocinética e
lha por conta de seus diversos efeitos farmacodinâmica
adversos no TGI.
A arcabose é administrada via oral,
São representantes dessa classe
sendo POUCA absorvida pela muco-
acarbose, miglitol e voglibose, exis-
sa intestinal. Ela é biotransformadas
tindo apenas a acarbose no mercado
por bactérias intestinais, liberando os
brasileiro.
metabólitos que serão filtrados e ex-
Por conta de seu mecanismo de ação, cretados por via renal.
a acarbose possui uma efetividade
O mecanismo de ação desse fár-
intermediária:
maco atua na inibição de enzimas
• Redução da glicemia em jejum: localizadas na borda em escova das
20 a 30 mg/dL; microvilosidades intestinas: as alfa-
-glicosidase. Essas estruturas são
• Redução de HbA1c (hemoglobi-
capazes de hidrolisarem carboidratos
na glicada): 0,5 a 1%.
mais complexos em monossacaríde-
os, como a glicose. Assim, a inibição
Assim, a posologia dessa droga se atrasa a digestão do carboidrato após
apresenta dessa forma: a refeição, liberando, aos poucos, gli-
cose na corrente sanguínea.
• Acarbose: 50 a 300 mg, 3 toma-
das por dia, após a refeição.
Efeitos adversos e
contraindicações
A acarbose possui como vantagens
terapêuticas: prevenção de DM2 em Dentre os efeitos adversos da arca-
pacientes pré-diabéticos; redução do bose, temos: distúrbios gastrointesti-
espessamento médio intimal carotí- nais como flatulência, distensão ab-
deo; melhora do perfil lipídico; redução dominal, cólicas intestinais e diarreia,
ANTIDIABÉTICOS 20

por conta da má absorção dos carboi-


dratos pelo organismo, possibilitando NA PRÁTICA! Caso um paciente che-
uma maior substrato para o metabo- gue DM2 com redução do nível dos ní-
veis de consciência e faça uso de acar-
lismo bacteriano da flora intestinal
bose associado a insulinoterapia ou
(isso limita o uso do medicamento ADO secretagogos, podemos suspeitar
em pacientes com doença intestinal de hipoglicemia severa, pois, enquanto
inflamatória (DII), úlceras de cólon e essas drogas agem potencializando a
redução da glicemia, a outra impede que
obstrução intestinal); hipoglicemia haja quebra de carboidrato em glicose.
severa, quando associada a insuli- Portanto, o tratamento ideal seria admi-
noterapia ou ADO secretagogo sem nistração de solução com glicose por via
ajuste da dose. oral, pois a acarbose não impede a ab-
sorção de glicose, mas sim a quebra de
carboidrato nesse monossacarídeo.

Esse inibidor de alfa-glicosidase é ape-


nas contraindicado em gestantes.
ANTIDIABÉTICOS 21

FLUXOGRAMA DOS INIBIDORES DE ALFA-GLICOSIDASE

↓ da absorção de glicose no sangue

↓ da formação de glicose

Inibição da ação da
Mecanismo alfa-glicosidase no TGI

Redução de 20 a 30 mg/dL
na glicemia em jejum
Efetividade intermediária
Redução de 0,5 a 1% na Hb1Ac

Rara hipoglicemia

↓ glicemia pós-prandial

Melhora no perfil lipídico


Vantagens
INIBIDORES
DE ALFA- Prevenção de DM2
GLICOSIDASE
↓ de eventos CV

Exemplos:
↓ do espessamento
Acarbose médio intimal carotídeo
Miglitol
Voglibose Distúrbios GI: flatulência,
distensão abdominal, cólicas
intestinais e diarreia
Efeitos adversos
Hipoglicemia severa quando é
associada, sem ajuste na dose, a insulina
exógena OU secretagogo

Gestante

DII
Contraindicações
Úlceras em cólon

Obstrução intestinal
ANTIDIABÉTICOS 22

8. INIBIDORES DE DPP-IV de glicose. Diferente dos secretago-


(GLIPTINAS) gos independentes, elas não causam
aumento de peso ou hipoglicemia,
Os inibidores de dipeptidil proteina-
pois a secreção de insulina é con-
se-4 (DPP-4) consistem em fármacos
trolada pelas incretinas, que atuam
que atuam incretinomiméticos/se-
quando a glicose é administrada por
cretagogos insulínicos dependente
via oral.

SAIBA MAIS!
As incretinas (GLP-1 e GIP) são hormônios, liberados por células enteroendócrinas responsá-
veis pela estimulação de insulina em nosso organismo, quando há administração de glicose
por via oral. Ao chegarem no trato gastrointestinal, esses hormônios aumentam e diminuem,
respectivamente, a liberação de insulina e glucagon.
A enzima responsável pela inativação dessas incretinas são as DPP-IV, regulando o feedback
da glicemia. Em pacientes DM2, há um aumento relativo nos níveis de DPP-IV por conta da
diminuição absoluta das GLP-1, inativando rapidamente a ação da incretinas.

Figura 5. Mecanismo de ação das enzimas DPP-4, relativamente aumentadas, em pacien-


tes com DM2. Fonte: https://www.wallstreetfitness.com.br/fique_por_dentro/artigo/5571/
inatividade-aumenta-riscos-de-desenvolver-diabetes-tipo-2/
ANTIDIABÉTICOS 23

Os principais inibidores de DPP-IV são Farmacocinética e


sitagliptina, vildagliptina, saxaglipti- farmacodinâmica
na, linagliptina e alogliptina. No en-
São administradas por via oral e não
tanto, mesmo sendo drogas bastantes
sofrem alteração na taxa de absorção
toleráveis pela maioria dos pacientes
pelos alimentos ingeridos. Em relação
DM2, elas são relativamente dispen-
a biotransformação, parte da saxa-
diosas quando comparadas com as
gliptina é transformada em metabó-
outras, não sendo encontradas no SUS.
lito ativo pela CYP3A4/5. Tanto seus
Esses fármacos possuem uma efeti- metabólitos como a própria saxaglip-
vidade intermediária: tina são excretas por via renal. Alo-
• Redução da glicemia em jejum: gliptina e sitagliptina são eliminadas
20 mg/dL; inalteradas na urina. Por fim, somen-
te a linagliptina é excretada pelo sis-
• Redução de HbA1c (hemoglobi- tema enteroepático, não precisando
na glicada): 0,6 a 0,8%. reajustar sua dose quando o paciente
apresentar disfunção renal, diferentes
Em relação a posologia dos inibido- dos outros inibidores de DPP-IV.
res de DPP-IV, temos como doses O mecanismo de ação desse fárma-
padrões dos: co atua na inibição da enzima DPP-
-IV, que regula a ação das incretinas,
• Sitagliptina: 50 ou 100 mg, 1 ou 2
como GLP-1 e GIP. Assim, há um pro-
doses por dia. Ou seja, 50mg/dose;
longamento na ação das incretinas,
• Vildagliptina: 50 mg, 2 doses por estimulando as células betas a pro-
dia; duzirem insulina e inibindo a produ-
ção de glucagon pelas alfas. Assim,
• Saxagliptina: 2,5 ou 5 mg, 1 dose
quando a glicose é ingerida, a increti-
por dia;
nas entra em ação por conta dos se-
• Linagliptina: 5 mg, 1 dose por dia; cretagogos dependentes de glicose,
• Alogliptina: 6,25, 12,5 ou 25 mg, evitando alteração no peso.
1 dose por dia.
Efeitos adversos e
O uso terapêutico dessa classe pos- contraindicações
sui como vantagens: alta segurança Mesmo sendo bem tolerados, os efei-
e tolerabilidade; efeito neutro no peso tos adversos mais comuns desses
corporal; raramente causa hipoglice- medicamentos são: angioedema e urti-
mia; aumento da massa de células cárias; nasofaringite; cefaleia; náuseas;
beta (em modelos animais). tontura. Em relação aos efeitos raros,
ANTIDIABÉTICOS 24

são observados casos de pancreatite do medicamento. Vale lembrar que


aguda. Por fim, estudos recentes, po- essa contraindicação é de caráter re-
rém inconclusivos, debatem sobre a lativo, podendo ser feito um reajuste
influência dos inibidores de DPP-IV no na dose do paciente – principalmen-
aumento de internações por IC. te os hepatopatas graves – para ele
Como contraindicação, temos a hi- continuar com seu uso.
persensibilidade aos componentes

FLUXOGRAMA DOS INIBIDORES DE DPP-IV

↑ secreção de insulina pelas células beta ↓ secreção de glucagon


quando tem glicose no corpo pelas células alfa

↑ relativo das incretinas

Mecanismo Inibição da ação das DPP-4

Redução de 20 mg/dL
na glicemia em jejum
Efetividade intermediária
Redução de 0,6 a
0,8% na Hb1Ac
Alta segurança e
tolerabilidade

Efeito neutro no peso


Vantagens
Rara hipoglicemia

Aumento na massa de
INIBIDORES células beta (em animais)
DE DPP-4
Náuseas

Angioedema e urticárias

Exemplos: Nasofaringite
Sitagliptina
Vildagliptina Efeitos adversos
Saxagliptina Cefaleias
Linagliptina
Alogliptina Tontura

Pancreatite agude (raro)

Hipersensibilidade aos
Contraindicações componentes do medicamento
ANTIDIABÉTICOS 25

9. ANÁLOGOS DE GLP-1 • Liraglutida: 0,6, 1,2 e 1,8 mg, 1


injeção ao dia sempre no mesmo
Essa classe de fármaco atua disponi-
horário, via subcutâneo (SC), inde-
bilizando peptídeos sintéticos homó-
pendente do horário da refeição;
logos a GLP-1, agindo como as incre-
tinas. Dessa forma, são considerados • Lixisenatida: 10 e 20 mcg, 1 inje-
secretagogos insulínicos dependen- ção ao dia sempre no mesmo ho-
tes de glicose (incretinomiméticos), rário, via SC independente do ho-
atuando na redução da glicemia nos rário da refeição;
pacientes DM2. • Dulaglutida: 0,75 e 1,5 mg, 1 inje-
Os principais análogos de GLP-1 são ção por semana, via SC;
liraglutida, lixisenatida, dulagluti-
• Semaglutida: 0,25 e 0,5 mg, 1 in-
da e semaglutida. Da mesma forma
jeção por semana;
que as gliptinas, os análogos de GLP-
1 possuem uma ótima tolerabilidade • Exenatida (liberação imediata): 5
quando comparada com as outras e 10 mcg, 1 injeção antes do desje-
drogas, embora tenha um altíssimo jum e outra antes do jantar, via SC;
custo e, por isso, não chega a ser dis-
• Exenatida (liberação prolonga-
ponibilizada pelo SUS.
da): 2mg, 1 injeção por semana,
Podemos encaixar nessa classe tam- via SC.
bém a exenatida, que consiste num
mimético do GLP-1, tendo mecanis-
mo de ação semelhante aos análogos As vantagens apresentadas pelo
e efeito terapêutico, efeito colateral e tratamento com esses fármacos são:
contraindicação idênticas a eles. redução do peso; redução da pressão
arterial sistólica (PAS); rara hipogli-
Possuem uma efetividade interme-
cemia; aumento de massa de células
diária:
betas no pâncreas; redução da varia-
• Redução da glicemia em jejum: bilidade da glicose pós-prandial; re-
30 mg/dL; dução de eventos cardiovasculares
e da mortalidade em pacientes com
• Redução de HbA1c (hemoglobi-
DCV (somente liraglutida, dulaglutida
na glicada): 0,8 a 1,2%. Como ex-
e semaglutida). Tanto a liraglutida e
ceção, a semaglutida possui maior
a semaglutida reduzem o quadro de
efetividade dentre as outras dessa
nefropatia grava e proteinúria, poden-
classe, alcançando até 1,8%.
do ser uma opção para pacientes dia-
béticos com DRC leve e moderada.
Em relação a sua posologia, temos:
ANTIDIABÉTICOS 26

A liraglutida, quando usada em altas também atuam retardando o esvazia-


doses (3 mg, 1 injeção diária, via sub- mento gástrico, induzindo saciedade
cutânea), agem como droga de esco- e reduzindo o apetite. Isso ocorre por
lha no tratamento de obesidade, pois, conta do efeito inibidor deles a nível
em alta concentração, esse análogo hipotalâmico. Dessa forma, é favore-
inibe a liberação de neuropeptídeo cida a redução de peso.
Y (NPY) nos centros hipotalâmicos,
principal neurotransmissor que atua
no estímulo da fome. Efeitos adversos e
contraindicações
Mesmo sendo bem tolerados, os efei-
Farmacocinética e
tos adversos mais comuns desses
farmacodinâmica
medicamentos são: náuseas, vômi-
Diferente os outros antidiabéticos já tos e diarreia – por conta de seu po-
abordados, os análogos de GLP-1 der anoréxico; aumento da frequência
são injetáveis (ADI), sendo sua admi- cardíaca; hipoglicemia, principalmen-
nistração feita por via subcutânea. te quando associada a outros secre-
Seu mecanismo de ação é bem in- tagogos. Em caso raro, paciente pode
tuitivo: no organismo, ele potenciali- desenvolver uma pancreatite aguda.
za a ação das incretinas na secreção Da mesma forma que os inibidores
de insulina e inibição de glucagon, de DPP-IV, a única contraindicação,
repondo os níveis de referência des- relativa, dos análogos de GLP-1 é a
se hormônio no corpo, visto que pa- hipersensibilidade aos componentes
cientes DM2 apresentam menos in- do medicamento.
cretinas. Além disso, esses análogos
ANTIDIABÉTICOS 27

FLUXOGRAMA DOS ANÁLOGOS DE GLP-1

↑ saciedade ↑ secreção de insulina e ↓ secreção de


↓ fome glucagon quando tem glicose no corpo

Retarda o Inibição de NPY nos


esvaziamento gástrico centros hipotalâmicos ↑ absoluto das incretinas

Atua da mesma forma que


Mecanismo as incretinas no organismo

Redução de 30 mg/dL
na glicemia em jejum
Efetividade intermediária
Redução de 0,8 a
1,2% na Hb1Ac

↓ da PAS

↓ do peso

Rara hipoglicemia

Vantagens Aumento na massa de


células beta (em animais)

↓ variabilidade da glicose pós-prandial

ANÁLOGOS ↓ quadro da nefropatia grave e


DE GLP-1 proteinúria (liraglutida e semaglutida)

↓ de eventos CV e da mortalidade em pacientes


com DCV (liraglutida, dulaglutida e semaglutida)

Exemplos: Náuseas
Liraglutida
Lixisenatida
Dulaglutida Vômitos
Semaglutida
Exenatida
Diarreia
(mimético de
GLP1) Efeitos adversos
↑ da FC

Pancreatite agude (raro)

Hipoglicemia quando
associada a outros secretagogos

Contraindicações Hipersensibilidade aos


componentes do medicamento
ANTIDIABÉTICOS 28

10. INIBIDORES DE SGLT2 arterial; diminuição de internações em


pacientes com IC; redução de even-
Os inibidores de cotransportador 2
tos cardiovasculares e da mortalida-
sódio-glicose (SGLT2) são os únicos
de em pacientes com DCV (somente
antidiabéticos que atuam na redução
empagliflozina e canagliflozina).
relativa da glicemia por meio de uma
indução da glicosúria. Dentre as ou- Por não realizar uma redução absolu-
tras classes, elas são as mais novas ta da glicemia – ou seja, ela não retira
no mercado, e possuem uma ótima glicose do sangue, mas sim impede
tolerabilidade. sua reabsorção no néfron -, elas po-
dem ser associadas com qualquer
As principais representantes dessa
outro antidiabético oral, injetável ou
classe farmacológica são dapagliflo-
insulinoterapia.
zina, canagliflozina e empagliflozina.
Em relação a redução da glicemia em
DM2, eles possuem uma eficácia Farmacocinética e
intermediária: farmacodinâmica

• Redução da glicemia em jejum: Os inibidores de SGLT2 são adminis-


30 mg/dL; trados por via oral, geralmente antes
da primeira refeição do dia. São bio-
• Redução de HbA1c (hemoglobi- transformados em glicuronidação e
na glicada): 0,5 a 1%. metabólitos inativos. Todos são ex-
cretados, completamente, por via
A posologia referida consiste em: renal, com exceção da canagliflozi-
na, que tem como via de eliminação
• Dapagliflozina: 5 a 10 mg, 1 vez primária as vezes (30% é excretada
ao dia, em qualquer horário (geral- também na urina).
mente pela manhã);
No túbulo contorcido proximal de cada
• Empagliflozina: 10 a 25 mg, 1 vez néfron, encontra-se nas membranas
ao dia, em qualquer horário (geral- apicais de cada célula tubular uma
mente pela manhã); proteína transmembrana responsável
por transportar 2 íons de Na+ e 1 mo-
• Canagliflozina: 100 a 300 mg. 1
lécula de glicose do lúmen tubular até
vez ao dia, em qualquer horário
a corrente sanguínea. Essa proteína
(geralmente pela manhã).
corresponde ao cotransportador de
2 sódio-glicose, que atua na reabsor-
Como vantagens, os inibidores de ção de sódio e glicose presentes no
SGLT2 apresentam: rara hipoglicemia; ultrafiltrado.
redução de peso; redução da pressão
ANTIDIABÉTICOS 29

Assim, o mecanismo de ação des- e aumentando a excreção urinária.


sa droga ocorre com a inibição da Além disso, ela também reduz a re-
proteína de transmembrana SGLT2, absorção de sódio, favorecendo uma
diminuindo a reabsorção de glico- diurese osmótica no paciente.
se do néfron, reduzindo a glicemia

Figura 6. Diferença do metabolismo da glicose no néfron de um diabético DM2 com e sem uso de inibidor de SGLT2.
Fonte: https://www.pharmacodia.com/yaodu/html/v1/chemicals/ffedf5be3a86e2ee281d54cdc97bc1cf.html
ANTIDIABÉTICOS 30

HORA DA REVISÃO!
As proteínas de cotransporte realiza um transporte ativo secundário, ou seja,
elas usam a energia armazenada pelo gradiente eletroquímico feito durante
o transporte ativo primário de uma substância X que, ao realizar transporte
passivo (a favor do gradiente de concentração). Assim, ao usar essa energia,
ela transporta uma substância Y contra o gradiente de concentração.
Quando a substância X e Y se direcionam para a mesma direção, a proteína
realiza um cotransporte simporte. Caso elas sejam transportadas em sentido
diferente, temos um cotransporte antiporte.
A SGLT2, ao perceber um aumento do gradiente de sódio no lúmen tubular,
ela captura 2 íons de Na+ para o meio intracelular junto com o transporte de
1 molécula de glicose contra seu gradiente de concentração. Dentro da célula,
ela se difunde para o sangue através do transporte passivo da GLUT2. Por-
tanto, a SGLT2 realiza um cotransporte simporte

Figura 7. Mecanismo de ação da SGLT2 (transporte ativo secundário – simporte). Fonte:


https://pt.khanacademy.org/science/biology/membranes-and-transport/active-transport/a/
active-transport

Efeitos adversos e depleção do volume (hiponatremia)


contraindicações – principalmente em idosos; aumento
do LDL-c; aumento transitório da cre-
Os efeitos adversos apresentados
atinina; cetoacidose diabética (CAD).
por esses medicamentos são: in-
fecção fúngica como candidíase (a Sendo assim, são contraindicados
glicosúria modifica o pH vaginal e para pacientes com: disfunção renal
peniano, predispondo infecções fún- moderada a grave (na melhor das hi-
gicas oportunistas); infecção urinária; póteses, essa droga não tem efeito
poliúria; hipotensão e, na pior hipó- nenhum em pacientes renais); candi-
tese, confusão mental por conta da díase de repetição.
ANTIDIABÉTICOS 31

FLUXOGRAMA DOS INIBIDORES DE SGLT2

↓ glicemia Diurese osmótica


↑ excreção da urina

↓ reabsorção de glicose ↓ reabsorção de sódio

Mecanismo Inibição da ação das SGLT2

Redução de 30 mg/dL na glicemia em jejum


Efetividade intermediária
Redução de 0,5 a 1% na Hb1Ac

↓ da PA

↓ do peso

Vantagens Rara hipoglicemia

↓ das internações em pacientes com IC

↓ de eventos CV e da mortalidade em pacientes


com DCV (empagliflozina e canagliflozina)
INIBIDORES
DE SGLT2 Hipotensão e confusão mental (hiponatremia)

Infecções fúngicas (ex: candidíase)

Exemplos:
Dapagliflozina Infecção urinária
Canagliflozina
Empagliflozina Efeitos adversos Poliúria

↑ de LDL-c

CAD

↑ transitório de Cr

Disfunção renal moderada a grave


Contraindicações
Candidíase de repetição
ANTIDIABÉTICOS 32

11. RECOMENDAÇÕES insulínica ou deficiência de insulina/


GERAIS PARA O USO falência de célula beta. Como exem-
DE MEDICAMENTOS plos temos: INIBIDORES DA DPP-4,
ANTIDIABÉTICOS ACARBOSE, ANÁLOGOS DE GLP-
1, GLITAZONAS e INIBDORES DE
Em pacientes com diagnóstico de
SGLT2. Caso o paciente apresente
DM2 recente, além do incentivo a
perda ponderal, poderia ser adiciona-
modificações no estilo de vida – prin-
da a combinação uma SULFONILU-
cipalmente em pacientes com mal
REIA ou uma GLINIDA.
hábito alimentar, sedentarismo, etilis-
ta, tabagista ou portador de alguma Por fim, quando o paciente tiver
doença crônica –, a droga padrão ouro uma glicemia superior a 300 mg/
administrada é a METFORMINA. dL e Hb1Ac > 9% (sintomas gra-
ves), inicia-se imediatamente a
INSULINOTERAPIA.
Com base nos objetivos de
controle glicêmico
Com base no quadro clínico
Quando o paciente possuir glice-
mia inferior a 200 mg/dL e Hb1Ac Pacientes DM2 que apresentam obe-
< 7,5% (sintomas leves ou assin- sidade e não conseguem controlar a
tomático), o indicado é a o uso de glicemia em monoterapia, o ideal é
antidiabéticos que não aumentem associar a METFORMINA com algum
a secreção de insulina independen- antidiabético que auxiliem a redução
te de insulina – principalmente se o do peso. São eles: ANÁLOGOS DE
paciente for obeso. A METFORMI- GLP-1 e INIBIDORES DE SGLT4.
NA é o medicamento ideal. Em caso Em caso de pacientes com doen-
de intolerância, usa-se a sua forma ça cardiovascular, é estabelecido o
XR. Se persistir, trocar por um outro uso de METFORMINA associado aos
antidiabético. ANÁLOGOS DE GLP-1 e/ou INIBI-
Já se ele apresentar glicemia supe- DORES DE SGLT2.
rior a 200 mg/dL e inferior a 300 Mesmo se apresentar alguma DCV,
mg/dL, e Hb1Ac > 7,5% e < 9% mas com predomínio de insuficiência
(sintomas moderados), na ausência cardíaca, é preferível o uso dos INI-
de manifestações severas, devemos BIDORES DE SGLT2, se não houver
adicionar outro antidiabético asso- contraindicação.
ciada a METFORMINA. A escolha do Em pacientes com doença renal
segundo/terceiro fármaco depende se crônica leve e moderada, usa-
há predomínio no DM2 de resistência mos ANÁLOGOS DE GLP-1 e
ANTIDIABÉTICOS 33

INIBIDORES DE SGLT4, em mono- insulina (se ela é basal ou prandial)


terapia ou em combinação, caso não e de sua duração (ação curta, rápi-
haja contraindicação. da, intermediária, prolongada e bi-
Caso haja evolução do DM2 durante fásica). No entanto, todas são admi-
a tentativa de uma monoterapia ini- nistradas, NORMALMENTE, por via
cial, podemos associar outros anti- subcutânea. Caso o paciente apre-
diabéticos. Se o paciente não surtir sente uma emergência hiperglicêmi-
efeito terapêutico (Hb1Ac não es- ca, cetoacidose diabética gravíssima,
teja na meta ideal) OU apresentar podemos administrar insulina, de pre-
sintomas de insulinoterapia (poliú- ferência a regular, por via intraveno-
ria, polidipsia, perda ponderal sig- sa, pois absorção será mais rápida,
nificante), iniciamos a INSULINOTE- mesmo que reduza sua meia-vida.
RAPIA. O recomendado, inicialmente, A insulinoterapia apresenta como
seria: efeito adversos:
• Associação dos ADO + 1 dose de • Hipoglicemia: O paciente pode
insulina basal de ação intermediá- apresentar cefaleia, ansiedade,
ria ou prolongada a noite (exemplo: taquicardia, confusão, vertigens,
NPH-bedtime); diaforeses, polifagia, visão turva,
fraqueza/fadiga;
• Associação de ADI (análogo de
GLP-1) + insulina basal de ação • Aumento de massa corporal;
prolongada.
• Lipodistrofia: A deformidade no
tecido adiposo pode ser amenizada
12. INSULINOTERAPIA pela rotação do local de aplicação;
Como já foi dito, o uso de insulina • Reação de hipersensibilidade.
exógena consiste na terapia ideal
para pacientes: DM1; com glicotoxi-
O grau de absorção da insulina
cidade ou insulinopenia em qualquer
depende:
fase do DM2; na fase tardia do DM2.
Essa terapia atua fornecendo a con- • Local de aplicação/atividade:
centração necessária de insulina que Quando administração via sub-
o paciente que deixou de produzir o cutânea é feita em um local que
hormônio OU apresentou produção vai ser usado numa atividade pos-
insuficiente para atender suas de- teriormente, haverá uma absorção
mandas metabólicas. mais rápida da insulina para a cor-
rente sanguínea, apressando o seu
A farmacocinética da insulina exóge- pico insulínico. Isso ocorre devido
na depende MUITO do tipo do uso da
ANTIDIABÉTICOS 34

ao uso da musculatura que vai da glicemia diária, não estando tão re-
acelerar a passagem do subcutâ- lacionada com os picos insulinêmicos.
neo até a circulação Nesse grupo de insulinas, em relação
◊ Exemplo: Após aplicar insu- a duração de sua ação no organismo,
lina na perna, antes do café- temos:
-da-manhã, e ir andando para
• Insulina de ação intermediária:
o trabalho, Eren vai apresentar
NPH;
um pico insulinêmico rapida-
mente, quando comparado a • Insulina de ação prolongada:
sua esposa Mikasa, que conti- Glargina, detemir e degludeca.
nuou em casa trabalhando;
• Grau de hidratação: Quanto mais A NPH, única insulina basal disponí-
hidratado o paciente, maior a ab- vel no SUS, consiste no produto da
sorção da insulina no sangue adição de zinco e protamina à insu-
◊ Exemplo: Tanjirou e Nezuko lina regular. Essa combinação resulta
são irmãos e possuem DM1. num complexo menos solúvel, retar-
No entanto, a ingesta hídrica dando a absorção no tecido subcutâ-
do Tanjirou é maior que a de neo para o sangue e, assim, prolon-
Nezuko. Assim, o pico de insu- gando sua ação. Normalmente, é
lina do irmão apresentará du- associada ao uso de uma insulina de
ração mais curta que a da irmã. ação curta ou rápida. Por durar cer-
ca de 12 horas, ao ser administrada 2
vezes (pela manhã e pela noite), pode
Portanto, devemos ter um conhecimen- fazer a cobertura basal de 24 horas.
to sobre o tipo de insulina exógenas e No entanto, apresenta pico, o que a
como usá-las, seja em associadas a um distância fisiologicamente da insulina
ADO, ADI, a outra insulina, etc. basal endógena.
• Início da ação: 2 a 4 horas;
Tipos de insulina
• Pico de ação: 4 a 8 horas;
Insulina basal
• Duração do efeito: 10 a 16 horas.
As insulinas basais têm como função
impedirem a produção hepática de gli-
cose de forma deliberada, mantendo A glargina é uma insulina basal de
uma glicemia dentro dos valores de ação prolongada mais fisiologicamen-
referência durante o sono e as refei- te próxima da insulina basal endógena
ções. Portanto, ela realiza a cobertura por: durar aproximadamente 24 horas
no organismo; e não apresentar um
ANTIDIABÉTICOS 35

pico insulinêmico. Por isso, a cobertura • Início da ação: 1 a 3 horas;


insulínica é satisfeita quando a glargi-
• Pico de ação: 6 a 8 horas;
na é aplicada 1 vez em qualquer horá-
rio do dia (de preferência a noite). • Duração do efeito: 18 a 22 horas.
• Início da ação: 2 a 4 horas;
• Pico de ação: Não possui; Por fim, a degludeca consiste numa
insulina de depósito, tendo uma ação
• Duração do efeito: 20 a 24 horas. bastante prolongada, dando uma co-
bertura insulínica de 42 horas! Assim,
o paciente pode ter uma melhor fle-
Já a detemir, possui em sua composi-
xibilidade quanto ao horário de sua
ção, na cadeia lateral, um ácido graxo
administração, embora ela tenha que
que se liga fortemente com albumi-
ser diária. Como desvantagem, essa
na, resultando num prolongamento
insulina é bastante dispendiosa e, por
de sua ação, se assemelhando com a
isso, pouco usada.
glargina, se assemelhando mais a in-
sulina fisiológica que a NPH. Embora • Início da ação: 1 a 2 horas;
seja administrado apenas 1 dose di-
• Pico de ação: 6 a 8 horas;
ária, da mesma forma que a glargina,
ela possui pico. • Duração do efeito: 18 a 22 horas.
Razão da infusão de glicose

Tempo desde a aplicação (horas)

Tratamento – Degludeca 0.4 U/kg


Figura 8. Gráfico do tempo da administração de degludeca em função da concentração de glicose no organismo. Fon-
te: https://www.accessdata.fda.gov/drugsatfda_docs/label/2015/203314lbl.pdf

Não é indicado associar insulina ba- repercutir com uma sobrecarga pan-
sal de ação prolongada com uma creática, excretando muito insulina,
sulfonilureia, pois o paciente pode gerando um quadro hipoglicêmico.
ANTIDIABÉTICOS 36

Insulina Prandial comparada as de ação rápido, podem


causar hipoglicemia.
Essas insulinas são antes das refei-
ções, complementando o esquema da • Início da ação: 30 minutos a 1
insulina basal. Elas simulam os picos de hora;
insulina fisiológicos pós-prandial, ou da
• Pico de ação: 2 a 3 horas;
ingestão alimentar. Assim, geralmente
todas são administradas, no máximo, 3 • Duração do efeito: 5 a 8 horas.
vezes ao dia. Elas também podem ser
administradas em caso emergenciais
Já a lispro, asparte e glulisina, são
de correções rápidas de hiperglicemia.
análogos da regular que resultam das
Nesse grupo de insulinas, em relação modificações na sua sequência de
a duração de sua ação no organismo, aminoácidos. Essas modificações re-
temos: sultando numa absorção e início mais
• Insulina de ação curta: Regular; rápido, além de uma duração mais
curta do pico de insulina no sangue.
• Insulina de ação rápida: Lispro, As três possuem propriedades cinéti-
asparte e glulisina cas e dinâmicas similares.
• Início da ação: 5 a 15 minutos;
A regular é a única insulina pran-
dial disponível no SUS e, por conta • Pico de ação: 30 minutos a 1 hora
da menor semelhança fisiológica da e meia;
insulina prandial endógena quando • Duração do efeito: 4 a 6 horas.

Figura 9. Início e duração de ação das insulinas exógenas. Fonte: HOWLAND, R. D.; MYCEK, M. J. Farmacologia Ilus-
trada. 3. ed. Porto. Alegre: Artmed, 2008
ANTIDIABÉTICOS 37

FLUXOGRAMA DOS TIPOS DE INSULINA EXÓGENA

• Início da ação: 5 a 15 minutos;


Lispro, asparte
Ação rápida • Pico de ação: 30 minutos a 1 hora
e glulisina
• Duração do efeito: 4 a 6 horas.
INSULINA
PRANDIAL
• Início da ação: 30 minutos a 1 hora;
Ação curta Regular • Pico de ação: 2 a 3 horas;
• Duração do efeito: 5 a 8 horas.

• Início da ação: 2 a 4 horas;


Ação
NPH • Pico de ação: 4 a 8 horas;
intermediária
• Duração do efeito: 10 a 16 horas.

• Início da ação: 2 a 4 horas;


INSULINA
Glargina • Pico de ação: Não possui;
BASAL • Duração do efeito: 20 a 24 horas.

• Início da ação: 1 a 3 horas;


Ação
Detemir • Pico de ação: 6 a 8 horas;
prolongada
• Duração do efeito: 18 a 22 horas.

• Início da ação: 1 a 2 horas;


Degludeca • Pico de ação: Não possui;
• Duração do efeito: 42 horas.

Condutas da insulinoterapia necessidade de ganhar ou perder


peso; se há hipoglicemia; ou algum
Primeiro, é de extrema importância
outro sintoma resultante de um efei-
deixarmos claro em nossa mente que
to adverso; se o paciente consegue
“não existe conduta padronizada
financiar um medicamento mais dis-
no tratamento da diabetes”. O tra-
pendiosos que o SUS não cobre; en-
tamento de cada paciente diabético é
tre outros.
INDIVIDUALIZADO.
Portanto, aqui focaremos em exem-
Para cada paciente, devemos le-
plos que usualmente se encaixam
var em conta suas particularidades,
no perfil dos pacientes da realidade
como: doenças crônicas já existentes;
ANTIDIABÉTICOS 38

brasileira e que atendam os objetivos hiperglicemia até o início da manhã.


preconizados pela Sociedade Brasi- Assim, é facilitada a ação dos antidia-
leira de Diabetes. béticos orais.
A diretriz da Sociedade Brasileira de Nesse paciente, o ideal é associação
Diabetes preconiza como metas no metformina com algum secretago-
tratamento de pacientes diabéticos: go, como sulfonilureia, ou TZDs, que
possa atender a demanda insulínica
• Glicemia pré-prandial (em jejum)
durante o dia do paciente. Essa te-
< 100 mg/dL – tolerando até 130
rapia combinada possibilita melhor
mg/dL;
controle glicêmico com menor chance
• HbA1c < 7% - em idosos, < 8%; de ganho de peso, menos episódios
• Glicemia pós-prandial de 2 ho- de hipoglicemia, e efeito poupador de
ras (TOTG 120’’) < 160 mg/dL insulina.
Análogos de GLP-1 e inibidores de
SGLT2 também podem reduzir sig-
Só relembrando: o paciente vai ne- nificativamente a hemoglobina glica-
cessitar de insulinoterapia quando: da e o peso do paciente, quando um
• Apresentar HbA1c > 9% associa- desses é associado a terapia.
da a um desses 3 critérios: glice- A dose da insulina bedtime varia de
mia > 300 mg/dL OU perda de 0,1 a 0,2 UI/kg/dia. A NPH deve sem-
peso significante OU sintomas pre ser administrada antes dormir,
graves e severos; enquanto as outras, de ação prolon-
• Não atingir as metas mesmo gada, podem ser injetadas qualquer
após tratamento combinado de momento do dia (preferência pela
ADO. noite).

Esquema 1: insulina basal noturna Esquema 2: insulina basal-plus


+ antidiabéticos orais com ou sem hipoglicemiantes
orais
É a escolha mais simples, comum e
eficaz para introduzir a insulinoterapia Essa etapa consiste na transição para
no paciente com DM2 refratário aos insulinização plena ao adicionarmos
tratamentos com antidiabéticos orais, uma ou mais doses de insulina pran-
sem atingir as metas glicêmicas. dial no tratamento, sendo recomendo
para pacientes com grau mais adian-
A ideia da insulina noturna ou bedti- tado de perda/disfunção de célula
me é inibir a gliconeogênese hepática beta.
durante a madrugada, evitando uma
ANTIDIABÉTICOS 39

A adição das insulinas prandiais é fei- Outra forma de implementar esse


ta de forma a depender da necessida- esquema é com as insulinas bifási-
de do paciente. Deve-se saber qual é cas, que combinam insulinas basal de
o tempo de início da ação da insulina ação intermediária com as prandiais.
injetada, para que coincida com o ho- O recomendado é receber 2/3 da dose
rário da refeição. Por exemplo, de insulina diária pela manhã (primei-
As drogas antidiabéticas orais ainda ra dose) e o 1/3 restante a noite (se-
podem ser mantidas – com exceção gunda dose). Temos como exemplo:
dos secretagogos que devem ser re- NPH/regular (70%/30% pela manhã,
tiradas –, ou reduzidas. 50%/50% a noite antes do jantar).

Figura 10. Reserva insulínica resultante da combinação bifásica de insulina NPH/regular, podendo causar hipoglice-
mia pela madrugada. Fonte: http://tmedweb.tulane.edu/pharmwiki/doku.php/insulin_regimens

A intenção das insulinas bifásicas é 8 horas), resultados da liberação


diminuir o número de injeções diárias, de glicose hepática e supressão da
embora elas acabem dificultando o insulina pela ação do pico circadia-
ajuste dos componentes individuais no do GH. Esse efeito é diagnosti-
durante o esquema. Além disso, es- cado quando o paciente relata gli-
sas duas doses podem resultar em cemias normais na madruga, mas
duas complicações: com quadro hiperglicêmico pela
manhã. O tratamento consiste no
• Efeito do alvorecer: Consiste na
aumento da dose da insulina basal;
hiperglicemia que ocorre nas pri-
meiras horas da manhã (das 5 as
ANTIDIABÉTICOS 40

• Efeito Somogyi: Marcado pela hi- dispositivo por onde é programado a


perglicemia matinal de rebote por liberação de insulinas basal e pran-
conta da liberação de hormônios dial através de um cateter no tecido
contrarreguladores (catecolami- subcutâneo. Essa abordagem possui
nas, cortisol, glucagon e GH) após vantagens e desvantagens em rela-
a hipoglicemia na madrugada. ção a outra:
Esse efeito é diagnosticado quan-
• Vantagens: Eliminação das múlti-
do o paciente possui hipoglicemia
plas aplicações; melhora na redu-
na madrugada e hiperglicemia ao
ção de Hb1Ac; menores variações
acordar, chegando a relatar pesa-
glicêmicas; reduz os episódios
delos constantes. O tratamento
de hipoglicemia grave; elimina os
consiste em diminuir a dose de in-
efeitos imprevisíveis das insulinas
sulina basal.
de ação intermediária ou longa; e
permite a prática de exercícios físi-
Esquema 3: insulina basal-bolus cos sem ingerir grandes quantida-
des de carboidratos.
Esse é o esquema terapêutico inten-
sivo usado para todos pacientes DM1 • Desvantagens: Custo dispendio-
e para aqueles DM2 que necessitam so do dispositivo; necessidade de
de insulinização plena. Ele consiste manutenção; risco de infecção no
na simulação das insulinas endóge- local do cateter; risco de obstrução
nas liberadas pelo pâncreas: a insuli- do cateter, levando à cetoacidose
na basal é responsável pelo platô en- metabólica.
quanto as prandiais simulam os picos
insulínicos após a refeição.
Temos como alguns exemplos desse
Geralmente, é feito 1 dose de insu- esquema basal-bólus:
lina de ação prolongada/2 doses de
insulina de ação intermediária com • 2 doses de NPH ao dia (de ma-
3 doses de insulina prandial de ação nhã e a noite) como insulina basal
curta ou rápida. A dose total diária de + 3 doses de regular/lispro ao
insulina nos esquemas de reposição dia (antes de cada refeição) como
plena varia de 0,5 a 1,5 U/kg, varian- insulina prandial;
do a depender do grau de resistência • 1 dose de glargina ao dia (de noi-
insulínica do paciente. te) como insulina basal + 3 doses
O método dessa insulinoterapia pode de regular/lispro ao dia (antes
ser feito por múltiplas doses ou por de cada refeição) como insulina
uma bomba de infusão de insu- prandial.
lina. Essa técnica disponibiliza um
ANTIDIABÉTICOS 41

Figura 11. Exemplos de insulina basal-bólus. Em A temos associação de 1 dose de insulina basal de duração prolon-
gada (glargina) com 3 doses de insulina prandial (lispro ou aspart). Em B temos associação de 2 doses de insulina ba-
sal de duração intermediária (NPH) com 3 doses de insulina prandial (lispro ou aspart). Fonte: http://tmedweb.tulane.
edu/pharmwiki/doku.php/insulin_regimens

Novamente, não existe um padrão 3 doses de NPH ou que prefira o uso


ideal no tratamento basal-bólus da glargina pela manhã.
quanto a dose e o tipo de insulina, Um importante efeito adverso da in-
além do horário de suas aplicações! sulinoterapia plena em pacientes
Pode variar, por exemplo, um pacien- DM2 é o ganho de peso, além do
te que tenha eficácia terapêutica com maior risco de glicemia.
ANTIDIABÉTICOS 42

FLUXOGRAMA DA CONDUTA TERAPÊUTICA DO DIABÉTICO

Paciente com
Paciente com glicemia Paciente com glicemia Pacientes que não OBSERVAÇÃO: NÃO
glicemia > 300 mg/dL
< 200 mg/dL + Hb1ac de 200 a 299 mg/dL + atingiram as metas existe tratamento
OU OU OU Sintomas graves e OU
< 7% + sintomas leves Hb1Ac de 7,5 a 8,9% mesmo após a terapia padrão, e sim tratamento
severos OU Perda de
ou assintomático (sintomas moderados) combinada de ADOs INDIVIDUALIZADO
peso significante

METAS TERAPÊUTICAS: Glicemia


METFORMINA pré-prandial < 100 mg/dL – tolerando até
METFORMINA INSULINOTERAPIA 130 mg/dL; HbA1c < 7% - em idosos,
+ 1 ou 2 ADO
(monoterapia) (c/ ou s/ ADOs) < 8%; Glicemia pós-prandial de 2 horas
(terapia combinada)
(TOTG 120’’) < 160 mg/dL

ESQUEMA 2
ESQUEMA 1 ESQUEMA 3
(insulina basal-plus
(insulina bedtime + TC) (insulina basal-bolus)
c/ ou s/ ADOs)

Terapia 1 dose de 2 doses de 2 doses de


combinada (TC) + Insulina basal
antes de dormir
insulina basal
OU
insulina bifásica 3 doses de + insulina basal
de antidiabéticos insulina prandial de duração
+ após as refeições intermediária
(manhã e noite)
Ex: Metformina + SU + TZD. 1 ou + doses de 2/3 da dose 1/3 da dose
Pode ser usado também análogos de insulina prandial diária (manhã) diária (noite) OU
GLP-1 ou inibidores de SGLT2
+(facultativo) Ex: NPH/regular.
1 dose de insulina
basal de duração
70%/30% pela manhã prolongada
TC 50%/50% a noite
ANTIDIABÉTICOS 43

MAPA MENTAL GERAL

Ação curta Regular

SECRETAGOGOS Sulfonilureias
INSULÍNICOS Lispro
INDEPENDENTES
DE GLICOSE Glitazonas
Ação rápida Asparte

Biguanidas
SENSIBILIZADORES Insulina prandial Glulisina
À INSULINA
Glinidas/TZDs Antidiabéticos orais
REDUTORES DA
VELOCIDADE DE Insulinoterapia
Inibidores de
ABSORÇÃO DA GLICOSE Antidiabéticos
alfa-glicosidase
NO INTESTINO injetáveis

INDUTORES DE Inibidores Insulina basal Glargina


GLICOSÚRIA de SGLT2

Inibidores de Ação prolongada Detemir


SECRETAGOGOS DPP-4
INSULÍNICOS
DEPENDENTES
DE GLICOSE Análogos Degludeca
da GLP-1

Ação intermediária NPH


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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020.
American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes - 2019.
WHALEN.K Farmacologia Ilustrada - 6ª ed.Porto Alegre: Artmed, 2016
RANG, H.P.; DALE, M.M.; RITTER, J.M. Farmacologia. 8ª ed.Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
GOMEZ, Rosane Farmacologia clínica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
LONGO, DL et al. Harrison’s Principles of Internal Medicine. 19th ed. New York: McGraw-Hill,
2015.
GOLDMAN, L.; Schafer, AI. Goldman’s Cecil Medicine. 25th ed. Philadelphia: Elsevier Saun-
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Goldberg T, Wong E. Afrezza (Insulin Human) Inhalation Powder: A New Inhaled Insulin for
the Management Of Type-1 or Type-2 Diabetes Mellitus. P T. 2015;40(11):735–741.
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