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Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Diabéticos, Hipoglicêmicos
de Origem Não Diabética
Objetivos
• Conhecer os tipos de diabetes existentes e citados pelas diretrizes da Sociedade Brasileira
de Diabetes, compreendendo que a doença não se limita ao diabetes de tipos 1 e 2;
• Discutir as abordagens nutricionais para a prevenção e o tratamento do diabetes do tipo
2 e a resistência à insulina.
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para
o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no
material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades
solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo,
você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos
ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Contextualização
Não é novidade que as populações com sobrepeso e obesidade vêm crescendo
no Brasil e ao redor do mundo; associado a esse problema há o desenvolvimento de
doenças e comorbidades associadas como, por exemplo, resistência à insulina e dia-
betes mellitus do tipo 2. Logo, é comum profissionais da área da saúde se depararem
com pacientes sob essas condições.
Bom estudo!
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Introdução
A origem da palavra diabetes vem do grego e significa “passar através de um
sifão”, termo que passou a ser utilizado apenas no século II depois de Cristo, sendo
empregado justamente pelo paciente apresentar poliúria, ou seja, grande volume
de urina. Embora seja a mais popular, é um erro pensar que só existe a Diabetes
Mellitus (DM), pois, o termo diabetes é empregado a uma ampla gama de doenças
em que os pacientes apresentam esse excesso de urina como uma de suas manifes-
tações. Acredita-se que a diabetes seja uma doença antiga, dado que há relatos desde
1500 antes de Cristo de pessoas que, sob diferentes condições, urinavam excessiva-
mente, conforme descrito no papiro de Ebers.
Já o termo mellitus vem do latim e significa “doce como o mel”; médicos india-
nos notaram o acúmulo de formigas e moscas na urina de pessoas com diabetes,
e logo começaram as especulações sobre a possibilidade de haver açúcar naquele
conteúdo. A confirmação da presença do açúcar veio apenas no século XVII, onde
Willis decidiu experimentar a urina de uma pessoa diabética e então a descreveu
“doce como o mel”; já Dobson, outro pesquisador, decidiu ferver a urina de um
diabético e reparou a formação de um resíduo açucarado no fundo do recipiente
que usou para fazer o experimento.
Embora a diabetes mellitus, ou diabetes melito, seja o tipo mais comum, devemos
considerar que a classificação de um indivíduo em determinado tipo de diabetes
comumente depende das circunstâncias presentes no momento do diagnóstico, e
muitos indivíduos podem não se encaixar
Tabela 1 – Tipos de diabetes
em apenas uma categoria; logo, é funda-
mental tratar a doença compreendendo Pré-diabetes
os seus sintomas e a sua patologia do que DM tipo 1
apenas rotular o tipo de doença que a Tipo 1a
pessoa apresenta. Tipo 1b
DM Tipo 2
Outro ponto importante é a atuação
DM Gestacional
no tratamento, sendo extremamente rele-
Outros tipos de DM
vante começá-lo de maneira precoce, por
Monogênicos (Mody)
meio de modificações no estilo de vida,
Secundário a endocrinopatias
ou até mesmo na administração de subs-
tâncias farmacológicas. Secundário a doenças do pâncreas exócrino
Secundário a infecções
Ao longo desta Unidade discorrere- Secundário a medicamentos
mos sobre esses tipos de diabetes. Fonte: Adaptada da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2019
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UNIDADE
Diabéticos, Hipoglicêmicos de Origem Não Diabética
Pré-Diabetes
Há indivíduos em estágio de homeostase da glicose prejudicada, havendo Glice-
mia de Jejum Alterada (GJA) – glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL – e o teste
de Tolerância à Glicose Diminuída (TGD) – 2 horas após o deságio de 140 a 199
mg/dL –; casos assim comumente são diagnosticados como pré-diabetes, indicando
risco relativamente alto para o desenvolvimento de diabetes e doença cardiovascular.
As pessoas com risco têm GJA, TGD, ambas, ou hemoglobina A1C de 5,7 a
6,4%, devendo ser aconselhadas acerca de estratégias como diminuição de peso e
atividade física para diminuírem os riscos. Embora todos os indicadores apresentem
resultados indesejáveis, para esses casos os resultados não são suficientes para diag-
nosticar diabetes (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019)
Diabetes do Tipo 1
Sabemos que a DM do tipo 1 é uma doença que envolve vários genes (poligênica),
decorrente da destruição das células beta pancreáticas, logo, há deficiência completa
na produção de insulina. Esse tipo de diabetes corresponde de 5 a 10% de todos os
casos de DM, sendo mais frequentemente diagnosticado em crianças, adolescentes
e até mesmo em adultos jovens, afetando tanto homens quanto mulheres. Podemos
dividir em DM de tipos 1a e 1b (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019).
DM do Tipo 1a
Trata-se da forma mais frequente de DM1 e é confirmada pela positividade de an-
ticorpos, contudo, além da predisposição genética, pode sofrer a influência de fato-
res ambientais capazes de desencadear a resposta autoimune (SOCIEDADE BRASI-
LEIRA DE DIABETES, 2019). Mas quais seriam essas exposições ambientais? Entre
os principais tipos há infecções virais, componentes dietéticos e certas composições
de microbiota intestinal.
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Na fase clinicamente manifesta do DM1, o início é abrupto, podendo haver ceto-
acidose diabética (presente em um terço dos casos). Embora a maioria dos pacientes
com DM1 tenha a massa corporal normal, a presença de sobrepeso e obesidade não
exclui o diagnóstico da doença.
DM do Tipo 1b
DM1b é um tipo de doença idiopática, ou seja, não é possível a detecção de
autoanticorpos na circulação, o que já é suficiente para gerar certa “confusão” no
diagnóstico da doença. O tratamento para esse tipo de doença é o mesmo da DM1a,
ou seja, há necessidade de insulinoterapia plena (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES, 2019).
Sabemos ainda que os fatores de risco para DM2 podem ser genéticos e ambien-
tais, incluindo história familiar de diabetes, idade avançada, sobrepeso e obesidade,
sedentarismo, histórico anterior de diabetes gestacional, pré-diabetes e até mesmo
a etnia.
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UNIDADE
Diabéticos, Hipoglicêmicos de Origem Não Diabética
Etiologia
Fatores de risco
• Obesidade
• Idade avançada
• Etnia Fatores ambientais
Fatores genéticos • Pré-diabetes
• Diabetes gestacionais
DM 2, Ingestão excessiva de
resistência calorias e sedentarismo
à insulina
Fisiopatologia
Sintomas variáveis
• Hiperglicemia Achados clínicos
• Fadiga Padrões anormais de secreção
• Sede excessiva à insulina
• Micção frequente Captação de glicose diminuída
Produção elevada de glicose pelo fígado
Obeidade central
Hipertensão
Dislipidemia
Tratamento
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• HDL-c < 35 mg/dL e/ou triglicérides > 250 mg/dL;
• Síndrome de ovários policísticos;
• Sedentarismo;
• Acantose nirgricans.
Diabetes Gestacional
Durante a gestação, como é de se esperar, a mulher passa por diferentes mudanças
em seu corpo. Não obstante, a gestação pode ser considerada uma condição
diabetogênica, ou seja, que pode influenciar no desenvolvimento da doença. Tudo
isso ocorre em função dos hormônios liberados pela placenta, de modo que devemos
levar em consideração que essas substâncias são hiperglicemiantes; adicionalmente,
há liberação de enzimas placentárias que são capazes de degradar a insulina, com
consequente aumento compensatório na produção de insulina e resistência à insulina,
podendo evoluir para uma disfunção das células beta.
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UNIDADE
Diabéticos, Hipoglicêmicos de Origem Não Diabética
Quadro 1
• Maturity Onset Diabetes of the Young (Mody);
Defeitos genéticos na • Diabetes neonatal transitória ou permanente;
função das células beta • Diabetes mitocondrial;
• Outras.
• Pancreatite;
Doenças do pâncreas • Neoplasia;
exócrino • Fibrose cística;
• Outras.
• Acromegalia;
• Síndrome de Cushing;
Endocrinopatias • Aldosteronoma;
• Outras.
• Determinadas toxinas;
Diabetes induzido • Pentamidina;
por medicamentos ou • Ácido nicotínico;
agentes químicos • Tiazídicos;
• Outras.
• Rubéola congênita;
Infecções • Citomegalovírus;
• Outras.
Diagnóstico de Diabetes
Neste ponto da nossa Unidade veremos quais são os fatores que devem ser consi-
derados para a triagem do paciente; conferiremos também quais variáveis são leva-
das em consideração para o diagnóstico de diabetes.
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• Parente de primeiro grau com diabetes;
• Membros de população de alto risco: afro-americano, latino, americano
nativo, asiático-americano e nativo das ilhas do Pacífico;
• Mulheres que deram à luz um bebê com peso maior que 4,08 kg, ou que tiveram
diagnóstico de DMG;
• Hipertenso: com pressão arterial de 140/90 mmHg ou mais, tomando medi-
camento para hipertensão;
• Nível do colesterol lipoproteína de alta densidade (HDL), ou de 35 mg/dL (0,9
mmol/L), ou ainda nível de triglicerídeos de mais de 250 mg/dL (2,82 mmol/L);
• Mulheres com síndrome do ovário policístico;
• A1C de 5,7%, ou mais TGD, ou mesmo GJA no teste anterior;
• Obesidade grave;
• Acantose nigricans;
• Histórico de doença cardiovascular.
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UNIDADE
Diabéticos, Hipoglicêmicos de Origem Não Diabética
Tratamento Nutricional
para Pacientes Diabéticos
Para o tratamento nutricional de pacientes diabéticos devemos considerar a im-
portância da equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, nutricio-
nistas, fisioterapeutas, professores de Educação Física e a sua importância para o
tratamento sob essas condições.
No âmbito do exercício da profissão de nutricionista, devemos considerar a com-
posição do plano alimentar com as seguintes características:
Tabela 2
Nutriente Ingestão recomendada diária
De 45 a 60% do valor energético total (pode-se considerar usar padrões
Carboidratos (CHO) alimentares com menor teor de carboidratos para DM2 de forma indivi-
dualizada e acompanhada por profissional especializado.
Proteína De 15 a 20% do valor energético total.
Gordura total De 20 a 35% do valor energético total.
Fibra alimentar Mínimo de 14 g/1.000 Kcal, 20 g/1.000 Kcal para DM2.
Micronutrientes Seguir as recomendações da população sem diabetes.
Sacarose Máximo de 5 a 10% do valor energético total.
Frutose Não se recomenda adição aos alimentos.
Fonte: Adaptada da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2019
O tratamento da doença não objetiva a cura da doença, uma vez que esta não existe,
mas sim proporcionar melhora na qualidade do paciente. Para isso é fundamental
trabalharmos o envolvimento do paciente e dos familiares como parte ativa de todo
o processo, de modo a desenvolver o autoconhecimento e auxiliando na tomada
de decisão. Logo, a Educação Nutricional é importante ferramenta a ser utilizada
nesses pacientes, de modo que devemos embasar o paciente para que consiga atuar
na autogestão de DM por meio de um processo de facilitação de conhecimentos,
habilidades e capacidades necessárias ao autocuidado da doença.
Com relação ao indivíduo, os objetivos globais da Educação em DM são apoiar
a tomada de decisão, orientar o autogerenciamento e a resolução de problemas,
bem como promover a colaboração ativa entre paciente e equipe de saúde, a fim de
melhorar os resultados clínicos, o estado de saúde e a qualidade de vida de maneira
eficaz em termos de custos.
Entre as estratégias de Educação Nutricional, podemos considerar atividades em
grupos operativos, oficinas e palestras. A alimentação está diretamente relacionada
a questões psicossociais e culturais; é necessário, portanto, inserir considerações
pertinentes ao processo educativo, tais como:
• Participação efetiva do paciente e familiares no autogerenciamento contínuo
da doença;
• Reavaliação em quatro momentos críticos: diagnóstico, anualmente, no sur-
gimento de complicações ou algum tipo de mudança no tratamento;
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• Principais objetivos: avaliação dos resultados clínicos, condição geral de saúde
e qualidade de vida;
• Centralização no paciente, mas podendo utilizar-se de ferramentas de grupos e/
ou tecnologias;
• Promoção de melhores resultados e redução de custos do tratamento.
Assim como considerado para a maior parte da população mundial como ali-
mentação saudável para a manutenção da vida, devemos ter a mesma conduta para
prevenir a DM2 – veja quais são as recomendações:
• Consumo de frutas, verduras, legumes e leguminosas;
• Menor ingestão de carne vermelha com alto teor de gordura;
• Consumir cereais integrais;
• Produtos lácteos com baixo teor de gordura;
• Consumo moderado de álcool.
Balanço Energético
A avaliação nutricional em pessoas com DM é fundamental para identificar e
tratar possíveis desvios de massa corporal, sendo necessária a avaliação de variáveis
de fácil obtenção, tais como índices específicos para crianças (peso/idade e estatura/
idade), índice de massa corporal para todas as idades; no caso de adultos podemos
aferir ainda a circunferência da cintura para estimar o risco cardiovascular.
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UNIDADE
Diabéticos, Hipoglicêmicos de Origem Não Diabética
Macronutrientes
Carboidratos
É comum vermos ou escutarmos afirmativas que “demonizam” o uso de car-
boidratos, atribuindo reputação comumente incondizente à veracidade dos achados
científicos. A OMS não recomenda o consumo inferior a 130 g/dia para adultos,
pois, sabemos que esse macronutriente é essencial para sustentar os requerimentos
energéticos do encéfalo e outros processos metabólicos (KRAUSE et al., 2010).
Figura 2
Fonte: Getty Images
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É óbvio que o carboidrato é o nutriente que mais exerce influência na variabilidade
glicêmica pós-prandial; isso ocorre porque os carboidratos, quando consumidos na
forma de açúcares ou amido, apresentam respostas diferentes daqueles consumidos
prioritariamente com fibras, compostos bioativos, vitaminas, minerais e baixo teor
de gorduras.
Proteínas
A recomendação de proteínas para a maior parte da população é de 1 até 1,5 g/Kg
de massa corporal/dia, representando de 15 a 20% do consumo energético total. Tra-
tando-se de pacientes diabéticos e com função renal preservada, não há recomendações
específicas que sustentem a modificação do orientado para a maior parte da população
(KRAUSE et al., 2010).
Figura 3
Fonte: Getty Images
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UNIDADE
Diabéticos, Hipoglicêmicos de Origem Não Diabética
Paciente com doença renal (albuminúria e/ou taxa de filtração glomerular reduzida esti-
mada), a proteína dietética deve ser mantida na dose diária recomendada de 0,8 g/kg de
massa corporal/dia. Contudo, após o início da terapia renal substitutiva, as recomendações
nutricionais devem ser reajustadas, pela perda de nutrientes durante o procedimento, prin-
cipalmente proteica.
Lipídios
Quanto ao consumo de gorduras, é recomendada a inclusão de fontes de ácidos
graxos monoinsaturados (Mufa) e poli-insaturados (Poli) e o controle no consumo de
ácidos graxos saturados, priorizando o consumo de carnes magras, leite desnatado,
frutas oleaginosas – tais como nozes e castanhas –, além do consumo mínimo de
carnes processadas (KRAUSE et al., 2010).
Figura 4
Fonte: Getty Images
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Micronutrientes
Segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019), não há evidên-
cias científicas o suficiente que sustentem a suplementação de micronutrientes para
esse grupo populacional, sendo que o consumo de uma dieta equilibrada já é o sufi-
ciente para fornecer as quantidades adequadas de micronutrientes.
Quanto à perda de micronutrientes, é fundamental que a equipe multiprofissional
submeta o paciente a uma anamnese clínica minuciosa, a fim de obter informações
relativas a possíveis perturbações que possam influenciar o metabolismo e a biodis-
ponibilidade desses nutrientes, tais como capacidade de absorção intestinal, perdas
excessivas pela urina, baixa ingestão dietética, interação entre fármaco e nutriente.
Ao que concerne à interação entre fármaco e nutriente, podemos considerar que
o uso prolongado de alguns medicamentos como a metformina pode causar a defici-
ência de ácido fólico e vitamina B1. Uma das prováveis causas da neuropatia diabé-
tica é a deficiência de vitamina B12, evidente também em indivíduos com diabetes e
relacionada ao mau controle glicêmico e a complicações microvasculares. Os efeitos
positivos da vitamina D seriam a sensibilidade à insulina e sua secreção, bem como
influenciar a diminuição do estado inflamatório do paciente.
Tratando-se das deficiências relativas a minerais, encontramos preocupação acerca
do zinco e magnésio.
Para atingir as necessidades diárias de vitaminas e minerais, os pacientes devem con-
sumir, no mínimo, de duas a quatro porções de frutas, sendo que pelo menos uma deve
ser rica fonte de vitamina C (frutas cítricas), e de três a cinco porções de hortaliças cruas e
cozidas. Outro fator importante a ser considerado é o consumo de nozes, castanhas e se-
mentes comestíveis, pois também são fontes de micronutrientes (KRAUSE et al., 2010).
Fibras
O consumo adequado de fibras deve ser adotado tanto em pacientes diabéticos
quanto em não diabéticos. Sabemos que as fibras solúveis apresentam efeitos bené-
ficos na glicemia e no metabolismo dos lipídios, enquanto as insolúveis agem contri-
buindo na saciedade e no controle de massa corporal.
Conseguimos encontrar fibras em vegetais, principalmente folhas, talos, sementes
e bagaços. As principais fontes alimentares de fibras costumam ser frutas, verduras,
legumes, farelo de aveia e de cevada, semente de linhaça, além de leguminosas
como feijão, ervilha, grão-de-bico e lentilha. Para atingir as recomendações mínimas
é relativamente fácil, bastando consumir três ou mais porções de cereais integrais.
Segundo a OMS, a recomendação de fibras não deve ser inferior de 25 a 29 g por
dia, com benefícios adicionais para o consumo acima de 30 g.
É possível encontrarmos discrepâncias quanto à proporção de fibras solúveis e insolú-
veis, por exemplo, a Canadian Diabetes Association recomenda entre 10 e 20 g de fi-
bras solúveis por dia, ao passo que a Sociedade Brasileira de Cardiologia indica 6 g para
o controle lipídico. Logo, a recomendação que devemos levar como soberana é respeitar
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UNIDADE
Diabéticos, Hipoglicêmicos de Origem Não Diabética
a individualidade e tolerância de cada paciente para que, então, seja feita uma prescrição
adequada. Já a Sociedade Brasileira de Diabetes (2019) preconiza a recomendação diá-
ria de 20 g de fibra dietética a cada 1.000 Kcal ingeridas para homens e mulheres com
DM2 e, no mínimo, 14 g/1.000 Kcal para pessoas com DM1 sem síndrome metabólica.
Álcool
Sobre o consumo de álcool, devemos considerar para pacientes com diabetes a
mesma prudência e cautela que os profissionais de saúde adotam na condução das
populações de maneira geral.
O álcool afeta a alimentação e glicemia, prejudicando o controle do DM2. Sabe-
mos que o álcool deve ser considerado um nutriente, capaz de fornecer 7 Kcal/g,
mas o consumo dessa substância não interferirá apenas no acúmulo energético total
do paciente, como também na ação da insulina (KRAUSE et al., 2010).
Para adultos com diabetes, a ingestão diária de álcool deve ser limitada a uma
dose ou menos para mulheres e a duas doses ou menos para homens.
Mas o que é uma dose de álcool?
• 150 mL de vinho (uma taça);
• 360 mL de cerveja (uma lata);
• 45 mL de destilados (uma dose com dosador-padrão);
• Medida equivalente a 15 g, em média, de etanol.
Nesses casos, deve ser ingerido com carboidrato durante o consumo da bebida ou
antes, sendo necessário, por vezes, ajuste da dose de insulina.
Sabe-se que o consumo excessivo de álcool não só em quantidade, mas também
em frequência pode levar à dependência e ao vício, além de expor as pessoas a
situações de risco – tais como acidentes de trânsito etc. Ademais, o consumo desse
nutriente tem forte apelo social.
Dessa forma, podemos concluir que o profissional de saúde deve discutir o
consumo de álcool com os seus pacientes, a fim de os informar sobre o possível
ganho de massa corporal e até mesmo dos riscos de hipoglicemia.
Figura 5
Fonte: Getty Images
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Sociedade Brasileira de Diabetes
https://bit.ly/32sKQL6
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
https://bit.ly/32sU5eb
Vídeos
Eu, Nutricionista
Veja e reveja temas relacionados à nutrição no canal do YouTube Eu, Nutricionista.
https://bit.ly/3hsEtf3
Leitura
Consenso da Sociedade Brasileira de Diabetes Sobre o Diagnóstico
e Classificação do Diabetes Melito e Tratamento do Diabetes Tipo 2
Leia sobre o consenso da Sociedade Brasileira de Diabetes acerca do diagnóstico e
da classificação de diabetes melito e o tratamento de diabetes do tipo 2.
https://bit.ly/2Rs2ubG
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UNIDADE
Diabéticos, Hipoglicêmicos de Origem Não Diabética
Referências
AMERICAN Diabetes Association. Standards of medical care in diabetes. Diabetes
Care, v. 42, suppl. 1, p. S1-S193, 2019.
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