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Índice

 Introdução…_________________________________________________________ Página 2

 O que é diabetes mellitus…_____________________________________________ Página 4

 O que é diabetes mellitus tipo 1…________________________________________ Página 5

 Diferenças e semelhanças entre diabetes mellitus tipo 1 e 2…__________________ Página 6

 Sintomas e diagnóstico da diabetes mellitus tipo 1…__________________________ Página 7

 Tratamentos para diabetes mellitus tipo 1…_________________________________ Página 9

 Conclusão…________________________________________________________ Página 10

 Bibliografia…_______________________________________________________ Página 11
Introdução

A doença que eu vou falar neste trabalho é a diabetes mellitus tipo 1, que é uma doença
autoimune. Uma doença autoimune é uma perturbação imunitária que faz com que antigénios
de células e tecidos sejam perigosos para o organismo, pois vão ser alvo de uma resposta
imunitária contra os mesmos, destruindo células saudáveis.
Os linfócitos são normalmente tolerantes em relação aos antigénios do próprio
indivíduo. Depois da maturação dos linfócitos T, aqueles que apresentarem uma forte
conformidade para com os antigénios do organismo serão eliminados ou inativados, sendo
assim impedidos de agir.
O diagnóstico das doenças autoimunes é normalmente feito através da observação dos
sinais e sintomas apresentados pela pessoa, que varia de acordo com a doença, e por meio de
exames imunitários, moleculares e de imagem.
Uma das causas principais para a ocorrência de uma doença autoimune é o mau
funcionamento do sistema imunitário, que resulta neste ataque a si mesmo. A diabetes
mellitus tipo 1, a artrite reumatoide e a esclerose em placas são exemplos de doenças
autoimunes.
Em termos da doença em si, com dados de 2021, são conhecidas cerca de 537 milhões
de pessoas com diabetes mellitus. Em Portugal, mais de um milhão de pessoas entre 20 e 79
anos de idade tem esta doença (cerca de 13,3%) e é uma das mais comuns causas de morte no
país. A maior parte dos doentes têm o tipo 2, cerca de 95% e apenas 5% têm o tipo 1. Além
disso, pessoas que desenvolvem diabetes mellitus normalmente vivem seis a oito anos a
menos do que as pessoas normais.
A história da diabetes começa em meados de 1500 AC, onde sociedades egípcias tinham
evidência da identificação de sintomas consistentes com os sintomas conhecidos de diabetes,
tendo sido descrita como uma síndrome caracterizada pela urinação frequente.
Cerca de 1000 anos depois, estudiosos indianos observaram que em alguns doentes, a
sua urina tinha açúcar, pois atraía formigas e outros insetos.
No primeiro século DC, o médico Arataeus da Capadócia deu o nome de diabetes a esta
doença. O significado desta palavra em Grego é sifão e ele classificou a doença com este
nome pois as pessoas afetadas “passavam água como um sifão”, que significa que embora os
doentes bebessem muita água, esta ia embora rápido devido à micção frequente.
O sufixo mellitus foi atribuído pelo médico Thomas Willis em 1675, por causa da
característica da urina dos doentes. Esta palavra significa “doce como o mel” em latim. A
confirmação da presença de açúcar na urina dos doentes foi feita pelo médico Mathew
Dobson aproximadamente um século depois e, em 1815, confirmado que o açúcar era
realmente glicose.
Os primeiros tratamentos eram muito simples devido ao pouco conhecimento sobre a
doença e as suas causas. Os médicos prescreveram óleo de rosas, amêndoas doces e flores
frescas para além da recomendação da prática de exercício físico.
Um tempo depois, antes da insulina ter sido descoberta, o médico Bernard Mann
introduziu tratamento de restrição calórica, que continua a ser bastante importante para os
diabéticos da atualidade.
Em 1859, o alemão Paul Langerhans, identificou umas células do pâncreas que ficaram
conhecidas como “ilhéus de Langerhans”. Foram, no entanto, precisos 51 anos para verificar
que estas células eram as responsáveis pela produção da insulina nesse órgão.
Em 1889, foi verificado o que acontece nos pacientes com a diabetes mellitus. Joseph
von Mering e Oskar Minkowski fizeram estudos a cães sem o pâncreas e confirmaram que os
animais desenvolviam sintomas iguais aos das pessoas com a doença.
Em 1921, os médicos canadianos Frederick Banting, John Macleod e Charles Best
conseguiram relacionar a deficiência da insulina com a diabetes. A descoberta da hormona
valeu aos três o Prémio Nobel da Medicina em 1923.
A partir de 1922 começou-se a ser produzida insulina comercialmente, sendo apenas
conseguida através de pâncreas de bovinos e suínos e, em 1980, foi alcançada a produção da
mesma com origem humana.
Em 1979 foi inventado um sistema de administração de insulina sem agulha. Este é um
método de tratamento simples, autónomo que se pode fazer em casa e é livre de dor. Em 1983
foi possível ser produzida insulina bio sintética.
Hoje, somos cada vez mais capazes de compreender a diabetes mellitus e de enfrentar as
suas complicações. Depois de milhares de anos, esta doença continua a ser investigada para
que no futuro haja talvez mais tipos de tratamentos para uma maior qualidade de vida.
O que é diabetes mellitus

A concentração de glicose no sangue denomina-se glicemia. Para uma pessoa normal


em jejum, esta deve estar entre 0,8 e 1,0 g/L. Poderá haver uma pequena mudança desta
concentração durante um determinado período de tempo devido a alguns motivos como por
exemplo ingestão de alimentos e/ou líquidos e exercício físico.
A regulação de glicemia deve-se à presença de duas hormonas produzidas pelo
pâncreas, glicagina, que tem a função de estimular a produção de glicose pelo fígado, e a
insulina, que bloqueia essa produção. Estas hormonas são segregadas por células endócrinas
(glândulas que segregam hormonas) que se organizam em estruturas, chamadas ilhéus de
Langerhans, que são um grupo especial de um a dois milhões de células do pâncreas que
produzem insulina e glicagina.
Há pessoas, no entanto, que revelam concentrações anormalmente altas de glicose no
sangue, ou seja, hiperglicemia. Uma hiperglicemia crónica caracteriza a doença diabetes
mellitus.
Existem dois tipos principais da doença: diabetes mellitus tipos 1 e 2. Existem outros
tipos da doença, sendo um deles a diabetes gestacional, que afeta grávidas.
Embora a diabetes gestacional seja normalmente temporária, acabando quando o bebé
nasce, os outros tipos da doença são crónicos.

O que é diabetes mellitus tipo 1

Esta doença começa a manifestar-se numa fase precoce da vida, frequentemente na


infância ou na adolescência, e resulta de uma deficiência na produção de insulina, resultando
nas células terem uma baixa capacidade de utilizar a glicose. Desta forma, a glucose
permanece no sangue, aumentando a glicemia e dando origem a hiperglicemia.
A diabetes mellitus tipo 1 é uma doença autoimune, pois linfócitos T citotóxicos do
próprio corpo destroem os ilhéus de Langerhans. Adicionalmente, no soro dos diabéticos
podem detetar-se anticorpos contra células destas estruturas.
Fatores de risco da diabetes mellitus tipo 1:
 Influência genética;
 Infeções virais na infância.

Diferenças e semelhanças entre diabetes mellitus tipo 1 e 2

As diferenças entre os dois tipos da doença são:

Tipo 1:
 Idade de diagnóstico: Na maioria das vezes é nas idades de infância;
 Causa e efeito: É uma doença autoimune, o corpo deixa de produzir insulina;
 Tratamento: Injeções diárias de insulina.

Tipo 2:
 Idade de diagnóstico: O mais comum é em adultos acima dos 30 anos de idade;
 Causa e efeito: Está associada ao excesso de peso e má alimentação, o que vai resultar no
corpo passar a ter resistência à insulina, ou seja, perder a capacidade para responder aos
efeitos da hormona;
 Tratamento: Dependendo do caso, podem ser utilizados medicamentos.

Semelhanças entre diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2:

 Ambas têm uma certa influência genética, ou seja, descendentes de pessoas com a doença
podem ter um maior risco de desenvolver a doença;
 Ambas aumentam o risco de o doente ter outros tipos de problemas futuros como cegueira,
insuficiência renal, doenças cardíacas, AVC e problemas nos sistemas nervoso e circulatório,
que podem resultar na amputação de pés e pernas.

Sintomas e diagnóstico da diabetes mellitus

O diagnóstico da diabetes mellitus é feito através de análises ao sangue para determinar


a concentração de glicose/açúcar. Existem três parâmetros que permitem estabelecer o
diagnóstico da doença: glicemia em jejum, prova de tolerância à glicose oral e hemoglobina
glicosada.

Glicemia em jejum:
 Exame mais simples;
 Na presença de 2 valores de glicemia em jejum superiores a 126 mg/dL, significa que a
pessoa tem diabetes;
 Se o valor tiver entre 100 mg/dL e 126 mg/dL, o diagnóstico é de pré-diabetes, ou seja, há um
maior risco de ser afetado com a doença no futuro;
 Contudo, para que estes valores sejam válidos, a pessoa não pode ter nenhuma doença aguda
(doença com sintomas intensos, mas com pouca duração) ao mesmo tempo que faz os
exames.

Prova de tolerância à glicose oral:


 A prova de tolerância à glicose oral é o exame mais exato na deteção de casos de diabetes
mellitus;
 Após a análise da glicemia em jejum, ingere-se uma bebida com 75 gramas de glicose;
 Duas horas depois, faz-se a análise de novo e se o valor de glicemia for superior a 200 mg/dL,
o diagnóstico é de diabetes;
 Se o valor estiver entre 140 mg/dL e 200 mg/dL, trata-se de pré-diabetes.

Hemoglobina glicosada:
 O exame mais polémico para a deteção de diabetes mellitus é a hemoglobina glicosada;
 Neste exame é medida a média da glicemia durante os últimos 2 a 3 meses;
 Se o valor for igual ou superior a 6,5%, ao contrário do normal que é cerca de 5,8%, a pessoa
está afetada. Se for entre 5,8% e 6,5%, o diagnóstico é de pré-diabetes;
 Nem todos os cientistas e médicos aceitam este tipo de diagnóstico à doença pois mostra
várias fragilidades.

Sintomas da doença:
 Excesso de urina;
 Muita fome;
 Muita sede;
 Emagrecimento rápido;
 Sensações de fatiga e dores musculares;
 Dores de cabeça, náuseas e vómitos.

Tratamentos para diabetes mellitus tipo 1

Embora não haja uma cura para a diabetes mellitus tipo 1, há algumas formas de
combater a doença.
A principal é a injeção diária de uma quantidade de insulina, para que haja níveis
normais de insulina no corpo. Embora isto, não cura a doença pois não modifica a doença
autoimune.
Outras formas de tratamento que podem ajudar no dia a dia do doente são por exemplo
alimentação saudável e equilibrada e exercício físico regular.

Conclusão

Ao longo deste trabalho aprendi várias coisas importantes sobre a doença diabetes
mellitus. Conheci a sua origem, quantidade de pessoas afetadas, causas, fatores de risco,
sintomas, complicações, tratamentos, etc.
Quanto à sua história, conclui-se que é uma doença que teve um descobrimento muito
lento e progressivo, levando milhares de anos até ter os conhecimentos de hoje, passando por
várias etapas, todas essenciais para resultados finais.
No tema das pessoas afetadas, verifiquei que centenas de milhões de pessoas estão
afetadas com a doença mundialmente, sendo mais de um milhão em Portugal, e que mais de
90% dos doentes apresentam o tipo 2 e que apenas cerca de 5% têm o tipo 1. É também uma
doença que causa muitas mortes devido às suas complicações.
Quanto às causas, descobriu-se que a diabetes mellitus tipo 1 é uma doença autoimune,
que se caracteriza pelo mau funcionamento do sistema imunitário, resultando no ataque às
células produtoras de insulina que, por consequência, faz aumentar a concentração de
glicemia no sangue, que dá origem ao diagnóstico da doença.
Por falar em diagnóstico, este pode ser feito em três tipos distintos, sendo todos
realizados a partir de análises ao sangue, e que tem o objetivo de encontrar a concentração de
glicemia do sangue.
Quanto aos dois tipos da doença, encontram-se algumas diferenças, sendo as maiores a
idade de infeção, causa e tratamento. Embora isso, têm semelhanças, sendo uma a quantidade
de complicações que se podem formar com o tempo, e outra os sintomas.
Quanto aos tratamentos, não há uma cura, mas dá para tratar o problema da produção de
insulina através de injeção da hormona. Além disso, é importante a alimentação saudável e
exercício físico regular.
Concluindo, pode-se dizer que a diabetes mellitus tipo 1 é uma doença crónica,
autoimune com várias complicações, mas embora tudo isto, é possível ter uma vida
relativamente normal e estável.

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