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Analise o contexto a seguir pensando no papel do profissional da saúde no

controle e acompanhamento do Diabetes Mellitus para evitar as complicações da


doença e responda às questões propostas.

"O diabetes mellitus (DM) tem aumentado assustadoramente nas últimas décadas,
tornando-se uma das doenças crônicas não transmissíveis prioritárias mundialmente.
Há 451 milhões de indivíduos com DM no mundo em 2017, e estima-se um aumento
para 693 milhões em 2045. Em nações em desenvolvimento como a Índia, a população
com DM foi prevista em 32 milhões em 2000, devendo aumentar para 80 milhões, o
maior valor mundial para 2030, caracterizando-se, desta forma, como uma epidemia
global, principalmente por provocar enfermidades vasculares que geram
consequências graves para órgãos-alvos distintos como: coração, cérebro, rins e a
circulação periférica de membros inferiores".
Fonte: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/19208/17329. Acesso em: 1 fev. 2023.

"As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), entre elas o diabetes, são a
principal causa de morte e de adoecimento no mundo e representam uma grande carga
para os sistemas de saúde, as sociedades e as economias nacionais devido a seu
crescente custo. O conhecimento acerca dos custos atribuíveis a doenças, bem como
os agravantes e condicionantes envolvidos, pode subsidiar o aprimoramento e a
priorização das políticas de prevenção e enfrentamento do diabetes, além de fortalecer
a defesa de intervenções mais robustas para prevenção dessa condição de saúde".
Fonte: https://www.scielosp.org/article/rpsp/2020.v44/e32/pt/. Acesso em: 1 fev. 2023.

Esse custo tem o objetivo de controlar a doença, evitando, assim, custos maiores
relacionados à saúde, em decorrência do não controle do DM, que são impactantes na
qualidade de vida do indivíduo. Nesse sentido, destacam-se as complicações crônicas
microvasculares, que englobam a nefropatia diabética, a retinopatia diabética e a
neuropatia diabética. As complicações crônicas macrovasculares, como o próprio nome
diz, são resultantes de alterações nos grandes vasos e causam infarto agudo do
miocárdio, acidente vascular cerebral e doença vascular periférica. O risco relativo de
morte devido a complicações vasculares é três vezes maior nos pacientes com DM do
que na população restante com as doenças cardiovasculares (DCVs), sendo
responsáveis por até 80% dos óbitos em portadores de DM. Nesses pacientes, o risco
de infarto agudo do miocárdio (IAM) é semelhante àquele observado em pessoas sem
DM que já tiveram um IAM prévio.

"Neste artigo, aborda-se que, no Brasil, entre 2010 a 2016, os gastos do Sistema Único
de Saúde (SUS) atribuíveis ao diabetes com doenças renais crônicas quase dobraram,
passando de US $1,4 milhão para US $2,6 milhões. Custo relacionado, na sua grande
parte, ao tratamento no SUS, um sistema de saúde universal e gratuito, que se
concentra nos atendimentos ambulatoriais e hospitalares, assim como na dispensação
de medicamentos para controle de doenças crônicas pelo Programa Farmácia Popular.
Conhecer os custos das doenças permite dimensionar a magnitude de sua carga para
o sistema de saúde e para a economia, assim como avaliar o impacto de políticas
implementadas e subsidiar a tomada de decisões ao permitir a comparação da
economicidade de distintas medidas".
Fonte: https://files.bvs.br/upload/S/0047-2077/2014/v102n5/a4502.pdf. Acesso em: 1 fev. 2023.

Portanto, observa-se a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado


da doença, evitando, assim, suas complicações e implicando no gasto elevado no
controle da condição. Desse modo, o profissional da saúde pode auxiliar o paciente no
controle da doença e no monitoramento glicêmico, bem como na orientação
relacionada ao medicamento e os seus efeitos indesejáveis e na melhor qualidade de
vida do paciente.

Nesse contexto, coloque-se como profissional da saúde que realiza o atendimento da


seguinte paciente:

Ana, 41 anos, queixa-se de, ultimamente, ter tido sede contínua e aumentado a
ingestão de líquidos durante o dia e, consequentemente, aumento de idas ao banheiro.
Assim, solicitaram-se os exames a seguir:

HEMOGLOBINA GLICADA
TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE
GLICOSE EM JEJUM
HOMA (I.R.)
HOMA (Beta)

Ana sai da consulta e fica preocupada, uma vez que os pais são diabéticos e que seus
irmãos também foram diagnosticados a alguns anos, mas ela nunca vai ao médico,
porque tem medo de receber o mesmo diagnóstico. Os resultados apontam para um
diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 2, sendo recomendada uma dieta equilibrada e o
uso de Metformina 850 mg diariamente.

Após analisar o caso descrito anteriormente, imagine-se como um profissional da


saúde que acompanhará o tratamento dessa paciente. Desse modo, você deve
orientá-la da melhor forma possível. Para isso, você deve providenciar um texto
fundamentado nos itens a seguir:

a) Faça uma breve diferenciação entre os tipos de Diabetes Mellitus.


R: Existem três tipos de diabetes mellitus, são eles a diabetes tipo 1, a diabetes tipo 2 e
a diabetes gestacional. A diabetes tipo 1, que é a diabetes insulinodependente, é uma
doença autoimune em que o sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras
de insulina no pâncreas. Isso desencadeia em uma deficiência de insulina e é por esse
motivo que os pacientes de diabetes tipo 1 precisam de injeção para poderem
sobreviver. Esse tipo de diabetes normalmente se desenvolve na infância ou na
adolescência e acomete 10% da população portadora dessa doença. Já a diabetes tipo
2, que é a forma mais comum de diabetes, é adquirida ao longo da vida e ocorre
quando o corpo não consegue usar de maneira efetiva a insulina que ele mesmo
produz. Esse tipo de diabetes está fortemente relacionado com o sedentarismo e
obesidade. No início, o tratamento para diabetes tipo 2 pode envolver mudanças de
hábito, como na alimentação e praticar exercícios físicos, a ingestão de medicamentos
para auxiliar o controle de açúcar no sangue e em alguns casos a insulina pode ser
necessária.
E por último, a diabetes gestacional que ocorre no período de gestação em mulheres
que não eram portadoras de diabetes anteriormente. A diabetes gestacional
normalmente ocorre por conta de alguns hormônios que tornam o organismo mais
resistente à insulina e na maioria dos casos a diabetes gestacional some após o parto,
porém algumas mulheres correm maior risco de desenvolver diabetes tipo 2. O
tratamento de diabetes gestacional envolve monitoramento extremamente cuidadoso
dos níveis de açúcar no sangue e pode ter mudanças no estilo de vida, alimentação e
pode necessitar da ingestão de medicamentos para auxiliar o controle de açúcar no
sangue.
b) Discorra sobre os exames solicitados, abordando objetivos e preparo do
paciente.
R: Os exames solicitados no caso acima são de extrema importância no diagnóstico de
diabetes. A hemoglobina glicada é um exame que estima a glicemia do paciente em um
período de até 120 dias, valores acima de 6,5% apontam crises de hipoglicemia nesse
período. O teste oral de tolerância à glicose é um exame que costuma detectar casos
de diabetes que podem passar despercebidos pelos exames de rotina. Ele consiste no
paciente estar em um jejum aproximado de 10 horas, coletar o sangue e ingerir 75g de
glicose e o sangue é coletado novamente em um período de 30, 60, 90 e 120 minutos,
onde uma curva glicêmica será traçada e interpretada pelo profissional. A glicose em
jejum se refere exclusivamente à quantidade de açúcar (glicose) no sangue após um
período de jejum, normalmente é feito pela manhã após um jejum de 8 horas. O
HOMA-IR (Modelo de Avaliação da Homeostase - Resistência à insulina) é um exame
de sangue utilizado para avaliar a resistência à insulina em pacientes com diabetes ou
em risco de desenvolver diabetes, principalmente a tipo 2, geralmente os valores acima
de 2,5 são considerados indicativos de resistência à insulina, porém os valores variam
de acordo com idade, sexo e etnia do paciente e é calculado a partir dos níveis de
glicose no sangue. O HOMA-BETA (Modelo de Avaliação da Homeostase - Beta) avalia
a função das células beta pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina, assim
como o HOMA-IR é baseado nos níveis de glicose no sangue, valores baixos podem
indicar diminuição da função das células beta pancreáticas, que leva a níveis elevados
de açúcar no sangue e desenvolvimento de diabetes. Geralmente o HOMA-IR e o
HOMA-BETA são feitos em conjunto.
c) Relacione o mecanismo de ação do medicamento prescrito com a
fisiopatologia do diabetes.
R: O mecanismo de ação da metformina está relacionado à sua capacidade de diminuir
a produção de glicose pelo fígado e aumenta a sensibilidade à insulina nos tecidos
periféricos.
d) Descreva como você explicaria ao paciente quais são as consequências da
não adesão do paciente às medidas recomendadas. Nesse ponto, você deve
esclarecer ao paciente a necessidade da melhor alimentação associada ao
medicamento para evitar as complicações que a doença pode provocar.
R: Quando os pacientes não seguem o conselho médico, pode haver uma série de
consequências negativas para a saúde. Primeiro, a doença pode piorar ou pode ser
mais difícil controlar os sintomas. Isso pode levar a um risco aumentado de
complicações, como infecção, danos permanentes e até morte.
No caso específico de uma dieta medicamentosa, é importante lembrar que
determinados alimentos podem interferir na absorção ou eficácia do medicamento.
Além disso, a própria doença pode exigir uma dieta específica para evitar o
agravamento dos sintomas ou complicações.
Por exemplo, com uma doença crônica como diabetes, seguir uma dieta específica é
fundamental para controlar os níveis de açúcar no sangue e evitar complicações como
danos nos rins, nervos ou vasos sanguíneos.
Logo, é muito importante que o paciente siga as orientações do médico quanto à
medicação e alimentação. Seguir o conselho médico é uma parte importante do
tratamento para ajudar a prevenir complicações futuras e manter uma boa saúde a
longo prazo.

Responda às questões abordando os principais pontos de cada item de forma objetiva


e sucinta.

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