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1.1.

DIABETES MELLITUS

A diabetes mellitus é considerada um problema mundial de saúde pública, com risco


de morte prematura potenciado pelas muitas complicações associadas e com um impacto
económico elevado. A insulina produzida pelo pâncreas é responsável pela manutenção do
metabolismo da glicose, e a falta desse hormônio provoca déficit na metabolização da
glicose e, consequentemente, diabetes.Caracteriza-se por altas taxas de açúcar no sangue
(hiperglicemia) de forma permanente

Segundo Tchipandeca (p.5) afirma que a diabetes mellitus (DM), «é uma enfermidade
metabólica caracterizada pelo aumento do nível de glicose no sangue durante um longo período de
tempo, com complicações graves e que necessita de múltiplas intervenções para o seu controlo».

Com base o conceito acima referido, diabetes mellitus deriva de um estado de


diminuição de secreção de insulina, associado a um maior ou menor grau de
insulinorresistência.
Segundo Gonçalves et al (2006, p.9.) afirma que:

O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e


associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente
olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos. Pode resultar de defeitos de
secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por
exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à
ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros.

Logo, o diabetes mellitus integra um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por


níveis elevados de glicose no sangue (hiperglicemia) decorrente de defeitos na secreção
e/ou na acção da insulina no metabolismo dos alimentos

1.1.1. Classificação do diabetes

Existem duas formas actuais para classificar o diabetes, a classificação em tipos de


diabetes (etiológica), definidos de acordo com defeitos ou processos específicos, e a
classificação em estágios de desenvolvimento, incluindo estágios pré-clínicos e clínicos,
este último incluindo estágios avançados em que a insulina é necessária para controle ou
sobrevivência.
Segundo Gonçalves et al (2006, p.9.), dentre os diferentes tipos de diabetes temos:
diabete do tipo 1 é um tipo de diabetes mais frequente conhecido como diabete juvenil, e
diabete do tipo 2, conhecido como diabetes do adulto, que compreende a cerca de 90% do
total de casos. Outro tipo de diabetes encontrado com maior freqüência e cuja etiologia
ainda não está esclarecida é o diabetes gestacional, que, em geral, é um estágio pré-clínico
de diabetes, detectado no rastreamento pré-natal.

A Diabetes tipo 1: é causada pela destruição das células produtoras de insulina do


pâncreas pelo sistema de defesa do organismo, geralmente devido a uma reacção
auto-imune. As células beta do pâncreas produzem, assim, pouca ou nenhuma insulina,
a hormona que permite que a glicose entre nas células do corpo.
(2011, p.7)

Em concordância com Autor (2011, p.7), a diabetes tipo 1, é fruto de uma reacção
autoimune, através da qual o sistema imunitário ataca as células beta do pâncreas,
responsáveis pela produção de insulina, fazendo com que produzam pouca ou até nenhuma
hormona, afectando, consequentemente, a entrada de glicose nas células do corpo, esta
patologia atinge maioritariamente crianças e adolescentes a nível mundial.

A Diabetes tipo 2: ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando
o organismo não consegue utilizar eficazmente a insulina produzida. O diagnóstico de
Diabetes tipo 2 ocorre geralmente após os 40 anos de idade, mas pode ocorrer mais
cedo, associada à obesidade, principalmente em populações com elevada prevalência
de Diabetes.
(2011, p.7)

Com base a ideia do autor supracitado, podemos dizer que,


A Diabetes Gestacional (DG): «corresponde a qualquer grau de anomalia do
metabolismo da glicose documentado, pela primeira vez, durante a gravidez. A definição é
aplicável, independentemente de a insulina ser ou não utilizada no tratamento».(2011, p.8)

Portanto diabetes gestacional é diagnosticada quando se verificam níveis de glicose


no sangue ligeiramente elevados durante a gestação. De outro lado, a diabetes gestacional
surge durante o segundo ou terceiros trimestres e termina com o final da gravidez; no
entanto, quando surge no primeiro trimestre, é provável que já existisse, mas não tivesse
sido diagnosticada. Estimase que cerca de metade das mulheres com diabetes gestacional
desenvolverão diabetes mellitus do tipo 2 nos cinco a dez anos posteriores ao parto e que os
seus bebés apresentem maior risco de obesidade e de desenvolvimento de diabetes mellitus
do tipo 2 ao longo da vida.

Estágios de Desenvolvimento do Diabetes


RASTREAMENTO E PREVENÇÃO DO DIABETES
Rastreamento do diabetes tipo 2
Prevenção
1.2. DIAGNÓSTICO DE DIABETES E DE REGULAÇÃO GLICÊMICA ALTERADA
Principais Sintomas
Confirmação Laboratorial
Critérios Diagnósticos
1.3. CUIDADO INTEGRAL AO PACIENTE COM DIABETES E SUA FAMÍLIA
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DO DIABETES TIPO 2
Metformina
Sulfuniluréias
Insulinoterapia

Margarida José Tchipandeca: Prevalência da Diabetes Mellitus e Factores Sociodemográficos,


Clínicos e Epidemiológicos em Pacientes Adultos com Tuberculose no Hospital Sanatório de
Luanda/Angola

Introdição

A escolha do tema prendeuse com o crescente impacto da diabetes mellitus (DbM) a nível
mundial, a par da limitada investigação no que respeita à gravidade da doença no internamento
hospitalar. Este é o primeiro estudo a nível nacional que analisa todos os episódios de
internamento hospitalar público e óbitos ocorridos nos hospitais públicos por DbM (tanto DbM1,
como DbM2), por nível agregado de gravidade, na população adulta e por di strito.

O presente trabalho encontra-se dividido em nove capítulos, correspondendo o primeiro à


presente introdução. No capítulo 2 é feita a revisão de literatura acerca da DbM, suas
complicações, determinantes e impacto nos sistemas de saúde, nomeadamente no internamento
hospitalar em Portugal, bem como acerca da gravidade da doença, produção hospitalar e sistemas
de classificação de doentes utilizados – Diagnosis Related Groups (DRGs) e disease staging. No
capítulo 3, é apresentada a questão de investigação e objetivos geral e específicos, seguindo-se,
no capítulo 4, a metodologia definida. A apresentação dos resultados é feita no capítulo 5 –
primeiro a caracterização da população de estudo e depois os resultados de cada objetivo
específico. No capítulo 6, é feita a discussão dos mesmos, seguindo a ordem estabelecida no
capítulo anterior, confrontando os resultados com a literatura relevante e terminando com uma
reflexão final acerca dos múltiplos fatores com possível impacto nos resultados obtidos e do
contributo do estudo para a estão da saúde. A conclusão é apresentada no capítulo 7, seguindo-se
a bibliografia e anexos nos capítulos 8 e 9, respetivamente.

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