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BIOMEDICINA
Presidente Prudente - SP
2022
RESUMO
“A diabetes é uma das doenças metabólicas mais comuns, com um aumento da sua
prevalência na população adulta a nível mundial nas últimas décadas, com graves
consequências e elevados custos humanos, sociais e econômicos.” (DA ROCHA
FERNANDEZ J, 2016;117:48-54).
É uma condição patológica caracterizada por uma disfunção pancreática, branda ou
grave, em que este pode sofrer desde um simples funcionamento inadequado até a perda
total de sua capacidade de produção de insulina (ZAUPA; ZANONI, 2000). ”A prevalência de
diabetes mellitus (DM) tem aumentado. Aliás, mais de 382 milhões de pessoas em todo o
mundo têm diabetes, o que corresponde a 8,3% da população mundial.” (RIBEIRO, 2015)
“O diabetes gestacional é definido como qualquer grau de redução da tolerância à
glicose, cujo início ou detecção ocorre durante a gravidez. Sua prevalência é variável,
dependendo dos critérios diagnósticos empregados e da população estudada.” (WEINERT,
2011).
“Todavia, o DMG é um tipo de diabetes que surge durante a gravidez e pode ou não
desaparecer após o parto, ocorre por uma resistência à ação da insulina, sendo por causa
dos hormônios da gravidez.” (SILVA et al, 2017).
Segundo American diabetes association (2010), a explicação da fisiopatologia é dada
pelos hormônios contrarreguladores da insulina altos, por fatores ambientais ou genéticos e
pelo estresse fisiológicos dados pela gravidez. O lactogênico placentário é caracterizado
como o principal hormônio com relação a resistência a insulina durante a gestação, no
entanto, sabe- se que hoje os hormônios como prolactina, estrógeno, cortisol e progesterona
também estão envolvidos.
‘’No Brasil, a prevalência de DMG em mulheres com mais de 20 anos, atendidas em
serviços de pré-natal do Sistema Único de Saúde (SUS), é de 7,6%, sendo que 94,0% dos
casos apresentam apenas tolerância diminuída à glicose e 6,0% hiperglicemia
semelhantemente ao nível de diabetes fora da gravidez.” (PADILHA, 2010).
Segundo Ministério da Saúde (2021), 3 milhões de partos por ano no Brasil são
realizados, logo, concluiu- se que 400 mil gestantes apresentam glicemia alta no período
gestacional, precisando assim, de cuidados especiais diferente do tratamento às gestantes
de risco habitual. A assistência para essas mães durante o período da gestação necessita-
se ser multiprofissional já que o tempo de duração e a gravidade da doença, a necessidade
de medicação para controle da hiperglicemia e os riscos ao próprio feto estão juntamente
relacionadas.
“O diabetes gestacional, assim como as outras formas de diabetes, pode trazer
complicações, tanto a curto prazo quanto a longo prazo, tais como: retinopatia, nefropatia,
neuropatia periférica e alterações microvasculares e macrovasculares.” (KITZMILLER;
DAVIDSON, 2001).
Segundo Menicatti (2006), a diabetes afeta grande parte da estrutura ocular, sendo a
retina uma das mais afetadas, resultando na retinopatia diabética. A doença também pode
causar neuropatia diabética, ocorrendo uma diminuição durante a transmissão do impulso
nervoso, ocasionando muita dor nas pacientes. Em destaque, a neuropatia autonômica
sintomática apresenta efeitos em gestantes pelo fato de envolver o estômago, podendo
provocar vômitos.
“Estudos de follow-up de longo prazo, revistos, mostraram que a maioria das
mulheres com DG progride para diabetes após a gravidez, mas, apenas aproximadamente
10% o fazem logo após o parto; os poucos trabalhos realizados com vigilância superior a 10
anos mostraram um risco a longo prazo de 70%.” (MASSUCATTI,2011).
Segundo Barros (2021), ao olharmos o porte excessivo de glicose da mãe que
apresenta diabetes gestacional para o feto, existe um estimulo da produção de insulina fetal,
resultando em um crescimento descontrolado desse feto. Assim, o recém-nascido, filho da
paciente diabética, tem a tendência a acumular gordura no organismo, sendo indicado o
parto cesariano, evitando o sofrimento intraparto causado pela macrossomia.
“A macrossomia é considerada a principal preocupação devido aos níveis elevados
de glicose que o feto recebe da mãe, e a hipoglicemia pós-natal, em que a produção de
insulina produzida pelo feto encontra-se aumentada para poder compensar a quantidade de
glicose que lhe era imposta.” (MASSUCATTI, 2011).
Em relação a supervisão pré parto, WEINERT (2011) diz, mulheres com um bom
controle glicêmico e tratamento não farmacológico, nas ausências de outras indicações
obstétricas, podem ser avaliadas a cada duas semanas. Já pacientes com uso de insulina,
são avaliadas semanalmente. As ultrassonografias são necessárias para gestantes
diabéticas para se acompanhar, rastrear cromossomopatias e avaliar a morfologia fetal.
Além disso, todas as mulheres com diagnóstico de diabetes gestacional têm que receber
orientação em relação ao seu estilo de vida, a pratica de exercícios físicos, controle de peso
e o uso de dieta. Sendo avaliadas no puerpério para reclassificação da condição metabólica.
Massucantti, LA; Pereira, RA; Maioli, Tu. Prevalência de diabetes gestacional em unidades
de saúde básica. Revista de enfermagem e atenção a saúde. 2012, p. 72-3.
Ministerio da saúde. Cuidados obstétricos em diabetes mellitus gestacional no Brasil. Edição
1, 2021.
Barros, BS; Nepomuceno, BS; Santana LB et al. A importância do pré-natal na prevenção de
complicações materno- fetais do diabetes mellitus gestacional. 2021, v.27, p. 4.
ZAUPA, C.; ZANONI, J. N. Diabetes mellitus: aspectos gerais e neuropatia diabética. Arq.
Ciênc. Saúde Unipar, v. 4, n.1, p. 19-25. 2000.