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Gestação e

Estágio Supervisionado em Saúde Pública

DM
Gestacional
Trabalho apresentado ao Curso de
Nutrição do Unisagrado, como
requisito parcial a obtenção de nota
do Estágio Supervisionado

Professora: Mariane Costa


Estagiárias: Bianca Rodrigues, Nicoly Etiene e Ohanna Braga
CONCEIT
O GESTAÇÃO
A gestação ocorre quando o ovócito é fertilizado
pelo espermatozoide e implantado na parede
uterina. Posteriormente, uma sequência de
eventos determina a evolução da gestação.
Esses eventos são controlados por hormônios
maternos e placentários secretados ao longo
da gestação.

(USP, 2012)
A gestação é uma fase importante na vida
de qualquer mulher e corresponde ao
período que antecede ao parto. É um
momento de mudanças físicas, em um
corpo que se transforma a cada dia e que
são acompanhadas de alterações
emocionais.

(TORREZAN, E. A., 2013)


FISIOLOGIA
A gestação causa modificações em todos os órgãos
e sistemas maternos, a maioria retorna ao
normal após o parto.

CARDIOVASCULA URINÁRI ENDÓCRINO


R O

GASTROINTESTINAIS E HEPATOBILIARES

DERMATOLÓGIC HEMATOLÓGIC
O RESPIRATÓRIO O
(SANARMD, 2021)
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
CARDIOVASCULAR
A partir da 6ª semana, o débito cardíaco aumenta em 30% a 50%, devido
principalmente à demanda por circulação placentária uterina.

URINÁRIO
As alterações na função renal são acompanhadas por alterações na função
cardíaca. O fluxo plasmático renal aumenta proporcionalmente onde a taxa
de filtração glomerular (TFG) aumenta e atinge um pico entre a 16ª e 24ª.

ENDÓCRINO
A gravidez altera a função da maioria das glândulas endócrinas, porque a
placenta produz hormônios e em parte porque a maioria dos hormônios
circula na forma de proteínas de ligação, e essas proteínas aumentam
durante a gravidez.
(SANARMD, 2021)
GASTROINTESTINAIS E HEPATOBILIARES
Como altos níveis de progesterona causam relaxamento do músculo liso, a
motilidade gastrointestinal é reduzida. Devido ao relaxamento do esfíncter
esofágico inferior e do hiato, a azia pode ser o resultado de esvaziamento
gástrico retardado e refluxo gastroesofágico.

DERMATOLÓGICO
Níveis elevados de estrogênio, progesterona e MSH contribuem para as
mudanças nos pigmentos, embora sua patogênese exata não seja clara.
Essas mudanças incluem melasma, escurecimento da aréola, axilas,
genitais e também uma linha preta na parte média e inferior do abdômen.

(SANARMD, 2021)
RESPIRATÓRIO
A progesterona estimula o cérebro a reduzir os níveis de CO2 para que, assim,
o volume corrente, o volume minuto e a frequência respiratória sejam
aumentados (o que aumenta o pH plasmático).

HEMATOLÓGICO
O volume sanguíneo aumenta em proporção ao débito cardíaco, mas o
aumento no volume plasmático é maior do que a massa de glóbulos vermelhos,
portanto, a hemoglobina é diluída e diminuída.

(SANARMD, 2021)
Principais Patologias na Gestação
1. Tireoidopatias - A função tireoidiana é regulada pelo eixo hipotálamo-hipófise-
tireoide por meio de um mecanismo de feedback negativo. Os hormônios tireoidianos agem
inibindo o hormônio hipotalâmico estimulador da tireotrofina (TRH) e o TSH produzido na
hipófise anterior.
2. Hipertireoidismo - O quadro clínico na gestação é semelhante ao quadro fora da

gestação: sudorese, ansiedade, sono alterado, diarreia, emagrecimento, taquicardia, bócio,


tremor de mãos e pele quente.

3. Hipotireoidismo - As complicações maternas em decorrência do hipotireoidismo


são: hipertensão e pré-eclâmpsia, descolamento prematuro de placenta, abortamento
espontâneo e hemorragia puerperal. Já as complicações que envolvem o
feto são: prematuridade, baixo peso ao nascer, morbidade perinatal, mortalidade fetal e
perinatal
Um pouco sobre a Pré- Eclâmpisia
Pré-eclâmpsia é o ressurgimento ou agravamento da hipertensão e
proteinúria após 20 semanas de gestação. Eclâmpsia é a ocorrência de
convulsões generalizadas e inexplicadas em mulheres com pré-
eclâmpsia. O diagnóstico é clínico e pela mensuração de proteínas
urinárias. O tratamento normalmente é com sulfato de magnésio IV e
parto a termo.

(MSD, 2019)
Um pouco sobre a Pré- Eclâmpisia
Pré-eclâmpsia afeta 3 a 7% das gestantes. A pré-eclâmpsia e a eclâmpsia se
desenvolvem após 20 semanas de gestação; até 25% dos casos se desenvolvem pós-
parto, com mais frequência nos 4 primeiros dias, mas, em alguns casos, em até 6
semanas após o parto.

Pré-eclâmpsia não tratada permanece latente por tempo variável e, então,


repentinamente, caminha para eclâmpsia, o que ocorre em 1/200 pacientes.

Eclâmpsia não tratada costuma ser fatal . (MSD, 2019)


Sinais e Sintomas da Pré- Eclâmpisia
A pré-eclâmpsia pode ser assintomática ou causar edema ou ganho de peso
excessivo. Edema não dependente, tal como o facial e o de mãos (os anéis podem
não mais caber nos dedos), é mais específico que o edema dependente.

A reatividade reflexa pode ser aumentada, indicando irritabilidade neuromuscular,


que pode progredir para convulsões (eclâmpsia).
As petéquias podem se desenvolver, assim como outros sinais de coagulopatia.

(MSD, 2019)
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
Para calcularmos as necessidades energéticas da gestante, é necessária uma
avaliação nutricional individualizada.
Uma vez obtido o Índice de Massa Corporal (IMC) pré-gestacional,
devemos calcular o valor energético total (VET) diário, baseado na Taxa de
Metabolismo Basal (TMB) e no Fator Atividade (FA), somando a energia
extra convencionada em 300 Kcal/dia a partir do 2º trimestre de
gestação (RDA, 1989).
O Institute of Medicine (IOM, 2009) recomenda um acréscimo de 250
kcal/dia por todo o período da gestação. Este acréscimo de calorias
baseia-se nos custos energéticos do estoque de energia do feto, útero e
tecidos mamários, no depósito de gordura materno e no gasto energético
adicional somado ao metabolismo basal dos novos tecidos que estão sendo
sintetizados.
GANHO DE PESO
CONCEIT
O DIABETES
GESTACIONAL
O diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido,
pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como
uma intolerância aos carboidratos de gravidade
variável, que se inicia durante a gestação atual, é o
problema metabólico mais comum na gestação. A
incidência de DMG tem aumentado em paralelo
com o aumento do DM2 e da obesidade na
população.
(SBD, 2021)
Durante a gravidez, para permitir o desenvolvimento do
bebê, a mulher passa por mudanças em seu equilíbrio
hormonal. A placenta, por exemplo, é uma fonte
importante de hormônios que reduzem a ação da
insulina, responsável pela captação
e utilização da glicose pelo corpo.
O pâncreas, consequentemente, aumenta a produção de
insulina para compensar este quadro. 

(SBD, 2021)
Em algumas mulheres, entretanto, este processo não
ocorre e elas desenvolvem um quadro de diabetes
gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de
glicose no sangue. Quando o bebê é exposto a grandes
quantidades de glicose ainda no ambiente intrauterino, há
maior risco de crescimento excessivo (macrossomia
fetal) e, consequentemente, partos traumáticos,
hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na
vida adulta.

(SBD, 2021)
FISIOPATOLOGI
A
O diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher e nem sempre os
sintomas são identificáveis. Na primeira consulta pré-natal, deve ser
solicitada glicemia de jejum, com o principal objetivo de detectar o
diabetes preexistente. A hiperglicemia inicialmente detectada em qualquer
momento da gravidez deve ser categorizada e diferenciada em DM
diagnosticado na gestação (do inglês overt diabetes) ou em DMG.

Se o valor encontrado for ≥ 126 mg/dL, será feito o diagnóstico de DM


diagnosticado na gestação. Se a glicemia plasmática em jejum for ≥ 92
mg/dL e < 126 mg/dL, será feito o diagnóstico de DMG. Em ambos os
casos, deve-se confirmar o resultado com uma segunda dosagem da
glicemia de jejum.

(SBD, 2021)
FATORES DE RISCO
 Idade materna mais avançada,

 Ganho de peso excessivo durante a gestação, Sobrepeso ou


obesidade,

 Síndrome dos ovários policísticos, História prévia de bebês grandes


(mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional,

 História familiar de diabetes em parentes de 1º grau (pais e irmãos),

 História de diabetes gestacional na mãe da gestante ou Hipertensão


arterial na gestação,

 Gestação múltipla (gravidez de gêmeos).


(SBD, 2021)
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
O tratamento inicial do DMG consiste em orientação
alimentar que permita ganho de peso adequado e controle
metabólico (A). O cálculo do valor calórico total da dieta
deve ser feito de acordo com o índice de massa corporal
(IMC). O ganho de peso indicado ao longo da gestação
baseia-se, idealmente, na avaliação do IMC pré-
gestacional ou no IMC obtido no início do pré-natal.
Deve-se dar preferência ao consumo de alimentos que
contenham carboidratos com baixo índice glicêmico.

(DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2021)


A prática de atividade física é outra medida de grande
eficácia para redução dos níveis glicêmicos. A
atividade deve ser feita somente depois de avaliada se
existe alguma contraindicação, como por exemplo,
risco de trabalho de parto prematuro.
Aquelas gestantes que não chegam a um controle
adequado com dieta e atividade física têm indicação
de associar uso de insulinoterapia. O uso da insulina
é seguro durante a gestação.

(DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2021)


É importante destacar que a maioria das gestações
complicadas pelo diabetes, quando tratadas de
maneira adequada, terão excelente desfecho e os
bebês nascerão saudáveis.
Especificamente nos casos de DMG, após até duas
semanas de terapia nutricional, caso os objetivos
terapêuticos não sejam atingidos, está indicada a
associação com terapia farmacológica e também é
sempre indicada para gestantes com DM1 e DM2
pré-gestacional.
(SBD, 2021)
Caso ocorra hiperglicemia durante esse período,
a insulina é o tratamento indicado. A prescrição
de dietas hipocalóricas durante o período de
amamentação deve ser evitada. A incidência de
diabetes entre mulheres com história prévia de
DMG varia de 3 a 65%. A reclassificação deve
ser feita, idealmente, seis semanas após o parto
para todas as mulheres que tiveram DMG,
utilizando-se os critérios padronizados para a
população em geral.
(CRIVELLENTII, L. C. et al., 2019)
O histórico de diabetes gestacional é um importante fator de
risco para desenvolvimento de Diabetes Tipo 2.
Aproximadamente seis semanas após o parto, a mãe deve
realizar um novo teste oral de tolerância a glicose, sem estar
em uso de medicamentos antidiabéticos.

Uma ótima notícia é que o aleitamento materno pode reduzir


o risco de desenvolvimento de diabetes após o parto. A
alimentação balanceada e a prática regular de atividades
físicas completam essa ‘fórmula infalível’.

(CRIVELLENTII, L. C. et al., 2019)


REFERÊNCIAS
CRIVELLENTII, L. C.; FRANCOII, L. J.; SARTORELLI, D. S.; ZUCCOLOTTOI, D. C. C. Padrões alimentares de
gestantes, excesso de peso materno e diabetes gestacional. USP - Rev. Saúde Pública. 2019; 53:52. Disponível em: <https://
www.scielosp.org/pdf/rsp/2019.v53/52/pt>. Acesso em: 29 out 2021.
DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2019-2020. Disponível em: <http://www.saude.ba.gov.br/wp-
content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pdf>. Acesso em: 29 out 2021.
INSTITUTE OF MEDICINE (IOM). Weight Gain During Pregnancy: Reexamining the Guidelines. Washington, DC: The
National Academies Press, 2009.
NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Recommended Dietary Allowances (RDA). 10. ed. Washington, DC: National Academic
Press, 1989.
SANARMED. Fisiologia da gestação. Disponível em: <https://www.sanarmed.com/fisiologia-da-gestacao-colunistas>. Acesso
em: 29 out 2021.
SBD – SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Tipos de Diabetes. Disponível em: <https://diabetes.org.br/tipos-de-diab
etes/#diabetes-gestacional>. Acesso em: 29 out 2021.
TORREZAN, E. A. Gestação o preparo para o parto. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/mundo_
saude/gestacao_preparo_parto_programas_intervencao.pdf>. Acesso em: 29 out 2021.

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