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Macrossomia fetal

Enfermeira Residente em Obstetrícia : Kelly de Faria Pitanga


Residência Multiprofissional Universidade Federal de Sergipe
Definição

 Neonato > 4.500 g.

 5 a 10% dos fetos macrossômicos estão associados ao diabetes materno.

 No Brasil, a macrossomia acomete cerca de 5 a 6% dos recém-nascidos.

MONTENEGRO;REZENDE FILHO, 2017


Etiologia

 Entre as principais causas de macrossomia fetal podemos citar:

 Diabetes;

 Obesidade materna;

 Gravidez prolongada;

 Multiparidade;

 História obstétrica de macrossomia;

 Etnia;

 Feto do sexo masculino;

MONTENEGRO;REZENDE FILHO, 2017


Diabetes Materna

 A macrossomia fetal ocorre em 17% das mulheres com diabetes melito gestacional (DMG)
não tratadas, e em 7% das tratadas;

 O aumento na disponibilidade de glicose, aminoácidos e ácidos graxos livres para o feto no


diabetes materno, estimula a secreção de insulina pelas células β do pâncreas fetal; Assim,
a hiperglicemia materna induz a hiperglicemia no feto e, como consequência,
hipertrofia/hiperplasia do pâncreas fetal e hiperinsulinemia. A insulina tem efeito direto na
divisão celular e leva à macrossomia;

MONTENEGRO;REZENDE FILHO, 2017


Diabetes Materna

 A ação da insulina não é o único fator responsável pelo crescimento anormal

 O metabolismo materno e o desenvolvimento fetal estão correlacionados , com a participação do fator de


crescimento insulina-like (IGF-1) que desempenha outras funções de grande importância neste processo.

 A produção aumentada de leptina pela placenta no diabetes, eleva a mobilização das reservas de tecido
adiposo materno, de tal maneira a aumentar o transporte transplacentário de lipídios para o feto .

 Lipases placentárias metabolizam triglicerídeos no sangue materno, permitindo que ácidos graxos livres
sejam transferidos em excesso para o crescimento do feto ;

 Igualmente, na gravidez prolongada 2,5 a 10% dos fetos são macrossômicos.

MONTENEGRO;REZENDE FILHO, 2017


Obesidade

 Mulheres obesas, mesmo com


tolerância normal à glicose, têm
igualmente maior incidência de
bebês macrossômicos. Parece
existir relação direta entre o índice
de massa corporal (IMC) materno
e o risco de crianças
macrossômicas

MONTENEGRO;REZENDE FILHO, 2017


Diagnóstico

 A medida do fundo de útero é método de fácil realização, entretanto sua utilização de


modo isolado apresenta baixa sensibilidade, em torno de 50%, para o diagnóstico da
macrossomia fetal;

 A ultrassonografia é o único método prático de diagnosticar a macrossomia fetal

 Uma rotina de rastreamento recomendada seria avaliar o tamanho fetal (ultrassonografia


da macrossomia) no terceiro trimestre, vale dizer, um exame de triagem entre 32 e 34
semanas, para identificar o grupo de alto risco, e outro diagnóstico com 39 semanas

MONTENEGRO;REZENDE FILHO, 2017


Complicações

 Morbidade e a mortalidade perinatal: aumento da mortalidade pela asfixia, distocia de


ombros com paralisia do plexo braquial (2,3 a 16%), seguida da fratura de clavícula e do
úmero. Além disso, a macrossomia fetal resulta em aumento da obesidade na infância,
adolescência e vida adulta (programação fetal).

 Morbidade materna: hemorragia pós-parto, operação cesariana, parto vaginal operatório,


lesões do trajeto (lacerações de períneo, esfíncter anal), da bexiga, incontinência urinária
de esforço e prolapso vaginal.

MONTENEGRO;REZENDE FILHO, 2017


Aconselhamento pré-concepcional e
assistência pré-natal
 Controle do diabetes e a obesidade materna, prévios à gestação, assim como o ganho de peso excessivo no
período gestacional ;

 No acompanhamento pré-natal, a gestante deve ter seu peso aferido a cada consulta e a ela deve ser oferecida
orientação nutricional e estímulo ao desenvolvimento de atividade física para auxílio no controle do ganho
ponderal.

 O ganho de peso deve ser avaliado de forma individualizada de acordo com o IMC prévio à gestação.

 O diagnóstico do diabetes deve, preferencialmente, ser pré-concepcional, para garantir uma adequada
orientação, muito particularmente, sobre a prevenção de malformações fetais.

 O diagnóstico do DMG é realizado em duas etapas, na primeira consulta pré-natal e entre 24 e 28 semanas da
gestação.

MONTENEGRO;REZENDE FILHO, 2017


Parto

 Risco de distocia no parto.

 A indução do parto entre 37 e 38 semanas da gestação para mulheres com fetos grandes
para a idade gestacional (GIG) reduz o risco de distocia de ombros (risco relativo – RR,
0,32) e de morbidades associadas ao nascimento, sem aumentar a incidência de operação
cesariana . Esses benefícios devem ser comparados com os possíveis efeitos negativos da
indução do parto no termo-precoce.

 A cesárea eletiva para evitar a distocia de ombros deve ser considerada em mulheres não
diabéticas com o peso fetal > 5.000 g ou > 4.500 g em grávidas diabéticas.

MONTENEGRO;REZENDE FILHO, 2017


REFERÊNCIA

Montenegro, Carlos Antonio Barbosa Rezende obstetrícia / Carlos Antonio Barbosa


Montenegro, Jorge de Rezende Filho. - 13. ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan,
2017.

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