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UNIVERSIDADE

JEAN PIAGET
ANGOLA
ELECTROTECNIA GERAL
CURSO: ENGª PETRÓLEOS 2021/2022

Engº Osvaldo Bettencourt


ELECTRICIDADE

• Conseguimos Ver?
• Conseguimos Cheirar?
• Conseguimos Pegar?
• Conseguimos Sentir?

A palavra electricidade deriva do termo em neolatim "ēlectricus", que por sua vez deriva do latim clássico
"electrum", "amante do âmbar", termo esse cunhado a partir do termo grego ήλεκτρον (elétrons) no ano de 1600 e
traduzido para o português como âmbar. O termo remonta às primeiras observações mais atentas sobre o assunto,
feitas esfregando-se pedaços de âmbar e pele.
CONSTITUIÇÃO ELEMENTAR DA MATÉRIA

MATÉRIA: é tudo que ocupa espaço e possui massa de repouso.

Toda a matéria é constituída por uma enorme quantidade de


partículas denominadas ÁTOMOS.
Os átomos são constituídos por:
PROTÕES – cargas elementares positivas
NEUTRÕES – cargas elementares neutras
ELECTRÕES – cargas elementares negativas
Os protões e neutrões encontram-se agrupados no núcleo do
átomo.
Os electrões encontram-se a girar à volta do núcleo em várias
órbitas e a alta velocidade.
CARGA ELÉCTRICA E POTENCIAL ELÉCTRICO

Quando um átomo apresenta o mesmo número de protões e electrões diz-se que é electricamente neutro. (cargas +
= cargas - )

Quando um átomo é sujeito a acções externas (aquecimento, fricção, reacções químicas,etc.), os seus electrões
podem saltar das órbitas, tornando-se electrões livres.
CARGA ELÉCTRICA E POTENCIAL ELÉCTRICO

Quanto maior for a carga eléctrica contida num corpo, maior é o seu campo eléctrico.

O campo eléctrico que os corpos apresentam podem provocar, entre si, forças de repulsão ou atracção.

Força de Repulsão

Força de Repulsão

Força de Atracção

Como exemplo temos o íman


CARGA ELÉCTRICA E POTENCIAL ELÉCTRICO

ANALOGIA HIDRAÚLICA ANALOGIA ELÉCTRICA

O potencial no tanque A é superior ao tanque B.

A diferença de potencial entre os tanques pode ser medido em metros.

O potencial no corpo A também é superior ao potencial do corpo B.

A diferença de potencial ou tensão eléctrica (U) entre os corpos A e B é medida em volt (V), e representa a
diferença entre os estados eléctricos dos corpos.
CARGA ELÉCTRICA E POTENCIAL ELÉCTRICO

Para se medir a diferença de potencial entre 2 pontos pode-se utilizar um aparelho designado de voltímetro.

A medição da diferença de potencial (ou tensão eléctrica) é feita aplicando as pontas do aparelho directamente
nos pontos onde se pretende medir a tensão.
CORRENTE ELÉCTRICA

Quando se estabelece uma ligação entre dois corpos com potenciais diferentes, processa-se um movimento de
cargas do corpo mais carregado para o corpo menos carregado, até ambos ficarem com a mesma carga ou
potencial.
CORRENTE ELÉCTRICA

Ao fluxo orientado de cargas eléctricas chama-se intensidade da corrente eléctrica (I).

Pode-se definir como a quantidade de cargas eléctricas (electrões) que passam num condutor num determinado
espaço de tempo.

A corrente eléctrica é medida em ampere (A).


RESISTÊNCIA ELÉCTRICA

A corrente eléctrica é influenciada pela diferença de potencial e por


uma outra grandeza – a resistência eléctrica (R).

A resistência eléctrica consiste na oposição que os materiais apresentam


à passagem da corrente eléctrica.

A resistência eléctrica é medida em ohm (Ω).

Tensão eléctrica força que move os electrões (cargas eléctricas) num


condutor de uma zona com maior potencial para o de menor potencial
RESISTÊNCIA ELÉCTRICA

Uma resistência eléctrica pode ser um elemento que é utilizado para transformar a energia
eléctrica em energia calorífica.

Alguns Exemplos de Resistência Eléctrica:


RESISTÊNCIA ELÉCTRICA

Todos os materiais tem resistência eléctrica.

A resistência do corpo condutor aumenta de forma proporcionalcom o comprimento do mesmo e diminui com
a secção.
RESISTÊNCIA ELÉCTRICA

A Resistividade é uma medida da oposição de um material ao


fluxo de corrente

Material Resistividade (Ω.mm2/m


Prata 0,0147
Cobre 0,018
Alumínio 0,028
Plástico >100
RESISTÊNCIA ELÉCTRICA

Condutividade
Material
O oposto da resistividade eléctrica é condutibilidade eléctrica. (S.m/mm2)
Prata 62,5
Cobre puro 61,7
Ouro 43,5
Alumínio 34,2

1
Tungstênio 18,18
Zinco 17,8

𝜎= Bronze 14,9

𝜌 Latão
Níquel
14,9
10,41
Ferro puro 10,2
Platina 9,09
Estanho 8,6
Manganina 2,08
Constantan 2
Mercúrio 1,0044
Nicromo 0,909
Grafite 0,07
LEI DE OHM

U – Tensão Eléctrica (Volts – V)


I – Corrente Eléctrica (Amperes – A)
R – Resistência (Ohms - Ω)

𝑈
R=
𝐼
U =I x R
𝑈
I=
𝑅
LEI DE OHM

Através da aplicação da Lei de Ohm, sabendo duas das grandezas em causa é


possível determinar a outra grandeza:
LEI DE OHM
POTÊNCIA ELÉCTRICA

A potência é caracterizada pela quantidade de energia que é fornecida ou recebida por unidade de
tempo.

A unidade de potência eléctrica (P) é o Watt (W).

Contudo a potência eléctrica de um equipamento também pode ser calculada através da tensão
aplicada e da corrente consumida.

P=U x I
POTÊNCIA ELÉCTRICA

Lâmpada: 60 Watts

Tensão: 230V

P= I x U
CHOQUES ELÉCTRICOS

Os Electrões deslocam-se da carga positiva para a negativa (Terra).

O nosso corpo é também um condutor com resistência.

Se o eletricista tivesse as luvas (Elevada Resistividade) não apanhava um choque


eléctrico
CHOQUES ELÉCTRICOS

Correntes admissíveis no corpo humano:

• 1mA – Apenas perceptível;


• 10mA – Agarra a mão;
• 16mA – Máxima tolerância do corpo humano;
• 20mA – Parada respiratória;
• 100mA – Ataque cardíaco;
• 2 A – Parada cardíaca;
• 3 A – Valor mortal
TENSÕES NORMALIZADAS

Tensões Monofásicas: Diferença de Potencial entre 2 pontos num sistema eléctrico.


Ponto Positivo e Negativo.

Pilhas de 9v.
Tensão da Tomada Eléctrica: 220\230V
Gerador Monofásico: 220\230V

Ponto Positivo (+) designado por: Fase


Eléctrica
Ponto Negativo (-) designado por: Neutro
TENSÕES NORMALIZADAS

Tensões Trifásicas: Os sistemas trifásicos são constituídos por 3 tensões


monofásicas.

  Designação Terminologia

(+) 1 Fase 1 L1 ou R

(+) 2 Fase 2 L2 ou S

(+) 3 Fase 3 L3 ou T

(-) Neutro N

O nosso gerador trifásico também é monofásico


Medição entre mais (+) e (-): 220V\230V 𝑼 𝑻𝒓𝒊𝒇 á 𝒔𝒊𝒄𝒐 =√ 𝟑∗𝑼 𝑴𝒐𝒏𝒐𝒇 á 𝒔𝒊𝒄𝒂
Medição entre mais (+)1 e mais (+)2: 380\400V
TENSÕES NORMALIZADAS

O porque de sistemas trifásicos e não só monofásicos?

A geração de energia é gerada essencialmente por máquinas rotativas.

Por forma a optimizar a geração de energia optou-se pelo sistema trifásico.


TENSÕES NORMALIZADAS

Classificações Tensão

Tensão reduzida 12V / 24V

Baixa Tensão 230V / 400V

Média Tensão 15.000V / 30.000V

Alta Tensão 60.000V

Muito Alta Tensão 220.000V / 400.000V


DISTRIBUIÇÃO
LEI DE KIRCHOFF

As leis de Kirchhoff envolvem conceitos básicos para resolução e análise de circuitos eléctricos,
tanto de corrente continua como em alterna.

Ramo

Qualquer parte de um circuito eléctrico composta por um ou mais


dispositivos ligados em serie é denominado um ramo.


Qualquer ponto de um circuito eléctrico no qual há a
conexão de três oi mãos ramos é denominado nó.

Malha
Qualquer parte de um circuito eléctrico cujos ramos formam um
caminho fechado para a corrente é denominado de malha.
LEI DE KIRCHOFF

Um circuito admite um único sentido de corrente com um único valor para cada ramo. Uma vez
conhecidos os sentidos e as intensidades das correntes em todos os ramos de um circuito, todas as
tensões podem também ser determinadas.
Lei de Kirchoff para Correntes – Lei dos Nós

Definido arbitrariamente as correntes que chegam ao nó como


positivas e as que saem do nó como negativas, a Lei de Kirchoff para
Correntes pode ser enunciada como:

“A soma algébrica das correntes em um nó é igual a zero”

ou
“A soma das correntes que chegam a um nó é igual à soma das
correntes que saem desta nó”
LEI DE KIRCHOFF

Lei de Kirchhoff para Tensões – Lei das Malhas

Adotando um sentido arbitrário de corrente para a análise de uma


malha, e considerando as tensões que elevam o potencial do circuito
como positivas (geradores) e as tensões que causam queda de
potencial como negativas (receptores passivos e ativos), a Lei de
Kirchhoff para Tensões pode ser enunciada como:

“A soma algébrica das tensões em uma malha é zero”.

ou

“A soma das tensões que elevam o potencial do circuito é igual à


soma das tensões que causam a queda de potencial”.
CIRCUITOS RESISTIVOS

ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS

Num circuito eléctrico, os resistores podem estar ligados em série e/ou paralelo, em função das
características dos dispositivos envolvidos no circuito, da necessidade de dividir uma tensão ou
uma corrente, ou de obter uma resistência com valor diferente dos valores encontrados
comercialmente.

REDE RESISTIVA

Uma rede resistiva é um circuito formado por diversas resistências ligadas em paralelo,
alimentadas por uma única fonte de alimentação E.
CARACTERISTICAS REDE RESISTIVA

As principais características de uma rede resistiva são:

a) A resistência equivalente vista pela fonte de alimentação;

b) A corrente total I fornecida pela fonte de alimentação.

Isso significa que se todos os resistores dessa rede forem substituídos por uma única resistência de valor , a
fonte de alimentação E fornecerá a mesma corrente I ao circuito.
ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS EM SÉRIE:

Na associação em série, as resistências estão ligados de forma que a corrente I que passa por eles seja a
mesma, e a tensão total E aplicada às resistências se subdivida entre eles proporcionalmente aos seus valores.

𝑅𝑒𝑞 =𝑅1 + 𝑅 2+ …+ 𝑅𝑛
Se as n resistências da associação série forem iguais a R, a resistência equivalente pode ser
calculada por:
𝑅𝑒𝑞 =𝑛. 𝑅
Nesse circuito, a potência total fornecida pela fonte ao
circuito é igual à soma das potências dissipadas pelas
resistências ().
ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS EM SÉRIE:

Portanto, a potência total fornecida pela fonte é igual à potência dissipada pela resistência equivalente .

𝑃 𝐸 =𝑃 1 +𝑃 2 +…+𝑃 𝑒𝑞
ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS EM PARALELO:

Na associação em paralela, as resistências estão ligados de forma que a tensão total E aplicada ao circuito
seja a mesma em todos os resistores, e a corrente I total do circuito se subdivida entre eles de forma
inversamente proporcional aos seus valores.

Se os n resistores da associação paralela forem iguais a R, a resistência equivalente pode ser calculada por:

No caso especifico de dois resistores ligados em paralelo, a resistência equivalente pode ser calculada pela
equação:
ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO MISTA DE RESISTÊNCIAS:

A associação mista é formada por resistores ligados em série e em paralelo, não existindo uma equação geral
para a resistência equivalente, pois ela depende da configuração do circuito.

Se o circuito tiver apenas uma fonte de alimentação (rede resistiva), a sua análise, isto é, a determinação das
correntes e tensões nos diversos ramos e resistores do circuito pode ser feita aplicando apenas os conceitos da
associação série e paralela da resistores, e da lei de Ohm.
ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO MISTA DE RESISTÊNCIAS:

Método de análise:

No caso de não se conhecer tensão ou corrente interna do circuito, o método para a sua análise é o seguinte:

1. Calcula-se a resistência equivalente do circuito;

2. Calcula-se a corrente I fornecida pela fonte de alimentação ao circuito;


ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO MISTA DE RESISTÊNCIAS:

Método de análise:

3. Desmembra-se a resistência equivalente, passo a passo, calculando as tensões e/ou correntes em cada parte
do circuito, conforme a necessidade, até obter as tensões e correntes desejadas.
CONFIGURAÇÃO ESTRELA - TRIÂNGULO

Num circuito, é comum os resistores estarem ligados conforme as configurações estrela ou triângulo.

Estas configurações não se caracterizam nem como série, nem como paralelo, dificultando o cálculo da
resistência equivalente do circuito.

Para resolver este problema, é possível converter uma configuração na outra, fazendo com que os resistores
mudem de posição sem, no entanto, mudarem as características eléctricas do circuito.
CONFIGURAÇÃO ESTRELA - TRIÂNGULO
FIM

PARTE 1

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