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Data: 23/10/2023 1

Prática 3 – Divisor de Tensão e Divisor de Corrente


Autores: Adeilton Juscelino da Silva – 20229004650;
Aline Crislainy Barbosa da Silva Sousa – 20229004604
Docente: Prof. Dr. Antônio Airton Carneiro de Freitas
E-mails: adeilton.silva@ufpi.edu.br; aline.sousa@ufpi.edu.br

Resumo – Nesta prática trabalharemos com


circuitos divisores de tensão e corrente, e as
equações que descrevem o comportamento de
cada circuito bem como as aplicações das leis de Figura 1 – Resistores em série
Kirchhoff e lei de Ohm para obtenção das
Numa associação em série, tal como
mesmas. Além disso, verificaremos propriedades
da ponte de Wheatstone e como ela pode ser
demonstrado na figura acima, a corrente que
utilizada para medir com precisão a resistência de passa pela associação será comum a todos os
um resistor desconhecido. resistores, por meio, da aplicação da Lei de
Ohm:
Palavras-chave – Circuitos divisores de tensão,
Circuitos divisores de corrente, Ponte de V1 = R1 x I; V2=R2 x I; V3 = R3 x I; V4 = R4 x I.
Wheatstone, Leis de Kirchhoff, Lei de Ohm.
V = V1 + V2 + V3 + V4

= R1 x I + R2 x I + R3 x I + R4 x I
I. OBJETIVOS
 Verificar as propriedades dos = (R1+ R2 + R3 + R4) x I
circuitos básicos para atenuação de = Req x I
corrente e de tensão;
 Verificar as propriedades da ponte →𝐼= (3.1)
de Wheatstone.
Nesse caso resistência equivalente Req será
igual há soma das resistências associadas em
II. MATERIAL UTILIZADO série tal como observado ao lado.
 Protoboard;
Na associação é série, nota-se que em cada
 Fonte de tensão contínua de 5V; passagem pelo resistor há uma queda de tensão.
 Multímetro; Pela leis das tensões de Kirchhoff(LTK),
 Resistores variados. apresentado em (1), temos que a tensão inicial é
o somatório de todas as tensões associadas a
cada resistor. Diante disso, tem-se os circuitos
III. INTRODUÇÃO divisores de tensão, como na imagem a seguir.
A resistência equivalente de um circuito
depende fundamentalmente da forma como os
seus resistores estão associados entre si, sendo
que, consequentemente, a forma como estão
postos no circuito vai definir a dificuldade com
a qual a corrente passa pelo circuito.
Figura 2 – Circuito divisor de tensão
2

Dadas as equações para calculo da tensão de 𝑅


→𝐼 = 𝐼 (3.4)
cada resistor temos para a formula do divisor de 𝑅 +𝑅
tensão a equação a seguir:

𝑉 =𝑅 𝐼
O mesmo vale para I2 :
𝑅
→𝑉 = 𝑉(3.2)
𝑅
𝑅
𝐼 = 𝐼 (3.5)
𝑅 +𝑅

Já a associação em paralelo de resistores,


utilizada em circuitos divisores de
Cabe observar que a fórmula (3.3) é utilizada
tensão(Figura 5), funciona de tal forma que
para calcular a resistência equivalente de um
todos os resistores estão sob a mesma tensão,
circuito com resistores em paralelo.
mas a corrente, ao passar pelo nó que bifurca em
direção a cada resistor da associação, divide-se.
Onde, pela lei das correntes de Kirchhoff, tem-
se que a corrente antes da passagem pelo nó será
o somatório das correntes que saem do nó.
Desse modo, ao aplicar a Lei de Ohm podemos
chegar ao resultado descrito abaixo.

Vs = R1 x I1 = R2 x I2 = Rs x Is
Figura 4 – Resistores em paralelo
Onde Rs seria a resistência equivalente da
associação de resistores em paralelo, e cada
resistência tendo sua corrente associada. Para o
cálculo da resistência equivalente (Rs) devemos
tomar a lei das correntes de Kirchhoff (LCK)
para a dedução. Assim, temos

𝐼 =𝐼 + 𝐼
𝑉𝑠 Vs Vs
→ = +
𝑅𝑠 𝑅1 𝑅2
1 1 1 𝑅 +𝑅 Figura 5 – Circuito divisor de tensão
→ = + =
𝑅 𝑅 𝑅 𝑅 ×𝑅
𝑅 ×𝑅
→𝑅 = (3.3) Um circuito em ´Ponte de Wheatstone’ (Figura
𝑅 +𝑅
6) é uma associação mista, isto é, que possui
Daí, segue resistores tanto em série quanto em paralelo. Ela
se caracteriza especialmente por ter um por ter
Vs
𝐼 = um medidor de corrente (Galvanômetro)
𝑅1 ligando dois pontos da associação.
𝑅𝐼
→ 𝐼 =
𝑅1
𝑅 ×𝑅 𝐼
→𝐼 =
𝑅 + 𝑅 𝑅1
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fornecer valores diferentes em partes


diferentes do circuito. Desse modo, uma
única fonte de corrente pode ser utilizada de
maneira flexível, fornecendo correntes
adequadas às diferentes demandas de cada
parte de um sistema elétrico. As equações
matemáticas que descrevem a divisão de
corrente são obtidas a partir das leis de Ohm
e de Kirchoff. A expressão obtida permite
relacionar aos valores das resistências
utilizadas o quanto de corrente fluirá em
determinada parte do circuito divisor.
Assim, regulando o valor da resistência,
Figura 6 – Ponte de Wheatstone pode-se obter uma ampla faixa de correntes
Dizemos que uma Ponte de Wheatstone está neste circuito.
equilibrada quando a tensão medida entre estes
dois pontos é nula. Nesse caso ao aplicar a Lei
de Ohm podemos encontrar o produto
apresentado, tal como deduzido abaixo.

𝑉 = 𝑉 𝑒𝑉 = 𝑉

𝑅 ×𝐼 =𝑅 ×𝐼 𝑒𝑅 ×𝐼 = 𝑅 ×𝐼

Sendo I1 = I2 e I3 = I4, temos


Figura 7 – Circuito divisor de tensão utilizado na
𝑅 𝑅 montagem
= (3.6)
𝑅 𝑅
Para o circuito apresentado na Figura 7 temos
A ponte de Wheatstone é utilizada para a seguinte equação para as correntes de acordo
descobrir com precisão a resistência de um com a lei de Kirchhoff.
resistor desconhecido. Por exemplo, sendo R4
𝐼 =𝐼 +𝐼
um resistor de resistência desconhecida,
podemos descobrir o seu valor através de (3). Dadas as resistências Rs = 1kΩ, R1 = 2.2 kΩ e
R2 = 5.6 kΩ calcularemos as correntes I1 e I2.

A priori, calcularemos Req.


IV. MONTAGENS
1. Divisor de Corrente 𝑅 𝑅
𝑅 =𝑅 +
𝑅 +𝑅
1.1. Descrição de Funcionamento
2,2 × 10 × 5,6 × 10
É comum que ao desenvolver um sistema = 10 +
(2,2 + 5,6)10
elétrico sejam necessários mais de um valor
de referência de corrente, porém, a = 2,58 × 10 Ω
alimentação do circuito é feita por uma Para Is temos
única fonte. Para solucionar desafios como
esse, é possível se utilizar de circuitos 𝑉 10
𝐼 = =
denominados divisores de corrente. Trata- 𝑅 2,58 × 10
se de um circuito resistivo o qual é capaz de,
𝐼 = 3,87 × 10 𝐴
a partir de uma única fonte de corrente,
4

A tensão que chega nó onde a corrente sofre


fragmentação é a tensão inicial menos a queda 2. Divisor de Tensão
de tensão ocasionada pelo resistor Rs. Assim,
para I1 e I2 temos 2.1. Descrição de Funcionamento
𝑉−𝑅 𝐼 Assim como para as correntes, é que ao
𝐼 =
𝑅 desenvolver um projeto, no qual apenas uma
10 − 1 × 10 × 3,87 × 10 fonte de tensão será utilizada e precisará
=
2,2 × 10 fornecer valores de tensões diferentes para cada
= 2,78 × 10 𝐴 parte do circuito. Do mesmo modo, é possível
se construir circuitos resistivos de modo a
dividir o valor da tensão para os valores
𝑉−𝑅 𝐼 adequados ao projeto. As relações matemáticas
𝐼 = que regem o circuito divisor de tensão são
𝑅
10 − 1 × 10 × 3,87 × 10 também as leis de Ohm e de Kirchhoff, e, por
= meio da relação entre os valores das resistências
5,6 × 10
= 1,09 × 10 𝐴 utilizadas, é possível determinar os valores de
tensão que serão obtidos
1.2. Simulação

Figura 9 – Circuito divisor de tensão

Para obtenção da equação de V1 e V2


Figura 8 – Simulação de um circuito
utilizaremos a lei de Ohm e as leis das tensões
divisor de corrente de Kirchhoff.

Vs = V1 + V2

1.3. Tabelas de valores Sendo V1 = R1 x Is e V2 = R2 x Is, temos

Na tabela a seguir, pode-se conferir os 𝑉 = 𝑅 ×𝐼 +𝑅 ×𝐼


resultados obtidos para as correntes do circuito 𝑉
da figura 7, incluído resultados obtidos através →𝐼 =
𝑅 +𝑅
da equação, simulação e em laboratório.
Assim, temos
𝑅
Corrente(mA) Equação Simulação Laboratório 𝑉 = × 𝑉 (4.1.1)
𝑅 +𝑅
I1 2,78 2,78 2,812
I2 1,09 1,09 1,094 𝑅
Is 3,87 3,87 3,902 𝑉 = × 𝑉 (4.1.2)
𝑅 +𝑅
Tabela 4.1.1 – Tabela do divisor de corrente
5

Agora calcularemos os valores:

2,2 × 10
𝑉 = × 5 = 1,41 𝑉
(2,2 + 5,6) × 10

5,6 × 10
𝑉 = × 5 = 3,59 𝑉
(2,2 + 5,6) × 10

2.2. Simulação
Figura 10 – Simulação de um circuito divisor de tensão
com resistências iguais a 5,6kΩ

2.4.3. Tabela de valores


Tensão(V) Equação Simulação Laboratório
V1 2,50 2,50 2,535
V2 2,50 2,50 2,540
Tabela 4.2.2 – Tabela do divisor de tensão com
resistências iguais a 5,6kΩ

2.5 Repetindo passos com R1=R2=10MΩ.

2.5.1. Cálculo
Figura 9 – Simulação de um circuito divisor de tensão 10 × 10
𝑉 = 𝑉 = × 5 = 2,5 𝑉
2.3. Tabela de valores 20 × 10
2.5.2. Simulação
Na tabela a seguir, pode-se conferir os
resultados obtidos para as correntes do circuito
da figura 9, incluído resultados obtidos através
da equação, simulação e em laboratório.
Tensão(V) Equação Simulação Laboratório
V1 1,41 1,41 1,424
V2 3,59 3,59 3,660
Tabela 4.2.1 – Tabela do divisor de tensão

2.4. Repetindo passos com R1=R2=5,6kΩ


2.4.1. Cálculo
Figura 11 – Simulação de um circuito divisor de tensão
com resistências iguais a 10MΩ
5,6 × 10
𝑉 = 𝑉 = ×5 2.5.3 Tabela de valores
(5,6 + 5,6) × 10
= 2,5 𝑉 Tensão(V) Equação Simulação Laboratório
V1 2,50 2,50 2,232
V2 2,50 2,50 1,893
Tabela 4.2.2 – Tabela do divisor de tensão com
resistências iguais a 10MkΩ
2.4.2. Simulação
Os valores esperados para a tensão dissipada em
cada resistor seria de algo em torno de 2,5 V.
Contudo, durante a prática em laboratório
aconteceu algo inesperado, houveram perdas
6

em torno de 0,6V e 0,23V dentro do circuito. 𝑉 = 𝑉 = 𝑉 (1 − 𝑅


( × )
)(9)
( × )
Isso ocorrendo devido a falhas de medição que
os equipamentos do laboratório apresentavam. Tendo em vista que R1 = 5.6 kΩ e R2= 2.2 kΩ.
Temos
3. Ponte de Wheatstone
𝑉 = 𝑉 = 1,41𝑉
3.1. Descrição de Funcionamento
Assim, temos pela eq. (6) Vd = 0V.
Para calcular o valor de Vd, faz-se a seguinte
relação, sendo Vesq a tensão à esquerda ponto 3.2. Simulação
em que se mede Vd e Vdir a tensão à direita desse Abaixo temos a imagem referente à simulação
ponto. Assim: de uma ponte de Wheatstone.
Vd = Vesq – Vdir (6)

Figura 12 – Circuito Ponte de Wheatstone. Figura 13 – Simulação de um circuito de Ponte de


Wheatstone
Observe que, para encontrarmos a corrente
antes do primeiro nó, precisamos encontrar a 3.3. Tabelas de valores
resistência equivalente. Para isso, utilizaremos A seguir, temos uma tabela com os valores
a equação a seguir: calculados, simulados e medidos para a tensão
(𝑅 × 𝑅 ) Vd.
𝑅 = (7)
2(𝑅 + 𝑅 ) Meio de Medição Vd(V)
Equações 0
Pela lei de Ohm, temos Simulação 0
Laboratório 0,000002
𝑉 (𝑅 × 𝑅 )
𝑖 = = 2𝑉 (8) Tabela 4.3.1 – Tabela da ponte de Wheatstone
𝑅 (𝑅 × 𝑅 )
Deste circuito, pode-se concluir que, para uma
Pela lei das correntes de Kirchhoff temos seleção adequada de resistores, pode-se obter
𝑖 = 𝑖 + 𝑖 que a tensão Vd seja 0V, nas medições em
laboratório, porém, pode-se perceber
Sendo iesq = idir = i1 , temos que a corrente que claramente o efeito das pequenas diferenças
chega em cada resistor R1 é igual logo i1 = is/2 entre os valores reais dos resistores e seus
valores nominais. A pequena tensão identificada
Pela lei das tensões de Kirchhoff temos que
está relacionada a isso, mas, para fins práticos,
𝑉 −𝑉 =𝑉 =𝑉 pode-se considerar que esta ponte está em
equilíbrio e Vd vale 0V.
𝑉 −𝑅 𝑖 =𝑉

𝑖
𝑉 −𝑅 =𝑉
2
7

V. QUESTÕES
1. As propriedades de divisão de
corrente poderiam ser aplicadas
para as correntes I1 e I2 no circuito
mostrado na Figura 4? Explique.

R: Dado que para aplicarmos o divisor de


corrente em dois resistores, neste caso, R1 e R2
necessariamente devem estar entre os mesmos
terminais, ou seja, em paralelo entre si. E, no
circuito acima, o fato não ocorre com os
resistores R1 e R2. Desse modo, pode-se afirmar
que não é possível aplicar o divisor de corrente
para determinar os valores do I1 e I2.

VI. CONCLUSÕES

A terceira prática da disciplina introduziu


as aplicações práticas de divisores de tensão
e corrente, além da ponte de Wheatstone. A
manipulação destes tipos de circuitos
permite-nos melhorar e aumentar o acervo
de habilidades para análise de circuitos,
bem como aperfeiçoar a prática com
materiais elétricos utilizados nas
montagens. Em suma, a prática foi
importante para melhorar conhecimentos
acerca de uma técnica importante para
circuitos elétricos.

REFERÊNCIAS

[1] M. N. O. Sadiku e C. K. Alexader,


Fundamentos de Circuitos Elétricos, Porto
Alegre: Bookman, 2013.

[2] J. W. Nilsson e S. A. Riedel, Circuitos


Elétricos, São Paulo: Pearson, 2016.

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