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FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
INTERNATO II
FORTALEZA
2023
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caso no qual realizou-se uma busca nas bases de dados
Pubmed, PEDro e Scielo referente ao tema abordado. Foram utilizados os descritores
“Diabetes Mellitus” e “Rehabilitation”. Após a leitura de títulos e resumos foram selecionados
5 artigos para embasar esse relato.
3. RELATO DE CASO
Esse protocolo possui três níveis de crescente dificuldade. No terceiro nível, realizado
atualmente pela paciente, os exercícios de fortalecimento trabalham grupos musculares de
forma associada. Isso exige maior desempenho cognitivo e estímulo de memória. Além disso,
o circuito de equilíbrio deve ser feito sem apoio e há aplicação de exercícios avançados de
propriocepção dos pés, como agarrar objetos com os dedos e colocar dentro de um pote.
Apesar do mesmo protocolo ser aplicado aos pacientes na mesma condição, dispõe-se de
prescrição de carga individualizada na tentativa de garantir a dose terapêutica desejada em
cada nível. Esse panorama condiz com o apresentado como recomendado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes (SILVA et al., 2022).
Sob outro aspecto, é importante salientar que pacientes diabéticos têm o processo de
cicatrização dificultado e maior susceptibilidade a disfunções vestibulares (TOLEDO;
FORMIGA; AYRES, 2020). Além disso, a presença de neuropatia periférica diabética afeta a
condução nervosa sensitiva e motora, pelas alterações microvasculares da doença
(NASCIMENTO; PUPE; CAVALCANTI, 2016). Por isso, o treinamento de equilíbrio na
Reabilitação de Diabetes é implementado para prevenir quedas e evitar complicações futuras.
Vale destacar que a paciente declara ter acesso à medicação, realiza controle glicêmico
satisfatório com a regulação da dieta e prática de exercícios, além de relatar cumprir as
orientações passadas sobre a prática de atividade física regular, autogerenciamento e
prevenção de feridas nos pés. Isso é relevante pois frequentemente o uso prolongado e regular
da terapia medicamentosa e a mudança no estilo de vida são necessários para o tratamento do
DM 2. Entretanto, nem todos os pacientes são capazes de manter um gerenciamento
adequado. Isso ocorre pela associação de fatores pessoais - intencionais ou não - e fatores
externos de saúde, que envolvem acesso à terapia de qualidade e possibilidade de arcar com
os custos da doença (GONZALEZ; TANENBAUM; COMMISSARIAT, 2016).
Sob outra ótica, convém ressaltar que a paciente não apresenta obesidade (IMC =
22,22), mas possui outras comorbidades (Hipertensão Arterial e Dislipidemia) e isso implica
diretamente na abordagem ao DM, uma vez que aumenta o risco de eventos cardiovasculares.
Essas patologias podem ser pré-existentes ao DM tipo 2 ou surgir como complicações da
condição. Por isso, deve-se levar em consideração em um programa de Reabilitação de
Diabetes não só o controle glicêmico, mas também o controle dos fatores de risco associados
à progressão da doença (DE PINHO et al., 2015).
Tendo isso em vista, a avaliação da qualidade de vida foi realizada por meio da versão
brasileira do SF-36. É um instrumento genérico, multidimensional, formado por 36 questões,
que abrangem 8 domínios. Os domínios são: capacidade funcional, aspectos físicos, dor,
estado geral da saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde. Cada
dimensão do SF-36 é avaliada de modo independente e apresenta um escore que varia de 0 a
100, sendo 0 a representação do pior estado de saúde e 100, do melhor. Esse questionário
enfatiza a percepção do indivíduo sobre sua saúde no período de 4 semanas anteriores ao
momento da coleta de dados (ALMEIDA et al., 2013).
Ainda no quesito avaliação física, foi realizado o Timed Up & Go (TUG), Teste de
Caminhada de Seis Minutos (TC6) e o Short Physical Performance Battery (SPPB). Quanto
ao TUG, trata-se de um teste comumente utilizado para avaliação da mobilidade funcional em
indivíduos idosos. É mensurado em segundos, avaliando o tempo gasto para levantar de uma
cadeira, andar uma distância de 3 metros, dar a volta, caminhar em direção à cadeira e sentar
novamente. Tempos abaixo de 10 segundos seriam relacionados a indivíduos independentes e
sem alterações no equilíbrio, sendo considerados baixo risco de quedas; tempos entre 10 e 20
segundos médio risco de quedas e tempos acima de 20 segundos apresentam riscos
aumentados de cair (ALVARENGA; PEREIRA; ANJOS., 2011).
A capacidade de exercício da paciente foi avaliada por meio do TC6. Esse teste
submáximo mostrou-se seguro e apropriado para mensurar a capacidade funcional de
mulheres com fator de risco cardiovascular, como DM e HAS. O procedimento deve ser
realizado em um corredor de 30 metros, no qual o paciente é instruído a efetuar o máximo de
voltas que for capaz em sua própria cadência e sem correr, dentro de um tempo de 6 minutos,
sendo monitorados os sinais vitais antes, durante e após o teste (RIBEIRO et al., 2011). A
paciente apresentou desempenho satisfatório, ultrapassando a distância predita calculada em
mais de 200 metros.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS