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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA


GABINETE PROVÍNCIAL DE EDUCAÇÃO
INSTITUTO TÉNICO MÉDIO DE SAÚDE BUMBA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO MÉDIO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

Tema: TUBERCULOSE

Título: Perfil dos pacientes com tuberculose pulmonar atendidos no dispensário


de Luanda durante o segundo trimestre de 2022.

LUANDA 2023
Perfil dos pacientes com tuberculose pulmonar atendidos no dispensário de Luanda
durante o segundo trimestre de 2022.

Trabalho apresentado à Escola de


Formação Técnica de Saúde de
Luanda como um requisito para a
obtenção do título de Técnico de
Enfermagem.

INTEGRANTES DO GRUPO Nº 09

• Beatriz Balanga Manico

• Edna André da Costa

• Joaquim Mbandi

• Maria Capangala

• Marcelina Namele Saule

• Teresa Henriqueta

O Orientador

_________________________________________
Marcelino Uliengue
Perfil dos pacientes com tuberculose pulmonar atendidos no dispensário de Luanda
durante o segundo trimestre de 2022.

Aprovado aos ______ / _______ / 2023

Trabalho apresentado à Escola de


Formação Técnica de Saúde de
Luanda como um requisito para a
obtenção do título de Técnico de
Enfermagem

Banca Examinadora
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, que tanto apostaram no nosso processo de
ensino e aprendizagem, e muito contribuiu em sinal do nosso amor. E também aos de mais
membros do grupo que de forma direta ou indireta estiveram de forma especial para elaboração
do deste trabalho ao digníssimo professor e tutor que demostrou incansavelmente para a
realização deste trabalho.

AGRADECIMENTO

Primeiramente agradecer a Deus pelo seu amor incondicional, por ter-nos dado força para
continuar nos momentos mais difíceis.

Agradecer aos nossos pais, que sempre nos incentivaram nos nossos estudos e torcerem que
cresçamos como profissional e como pessoa do bem. A todos os professores, sem os quais, nós
não poderíamos chegar até aqui.

Aos nossos colegas de turma, pela parceria e cumplicidade e por terem tornado o ambiente
académico agradável. Em especial, agradecer e demonstrar a nossa admiração ao nosso segundo
pai, professor.
EPIGRAFE

A inveja é a tuberculose que atinge os pulmões daqueles que fazem sucesso, o invejoso destila
bacilos que contagiam o bem sucedido apenas com palavras o principal antibiótico contra o
invejoso, se chama simplesmente VITÓRIA!

“Vinicius Lopes”
RESUMO
No presente trabalho, que teve como objectivo geral de descrever o perfil dos pacientes
com tuberculose pulmonar atendidos no dispensário de Luanda durante o segundo trimestre de
2022. Fez-se o estudo observacional descritivo retroletivo, com uma abordagem quantitativa.
No universo da população de pacientes com tuberculose pulmonar atendidos no dispensário de
Luanda durante o segundo trimestre de 2022, extraiu-se uma amostra aleatoria simples de 50
doentes. Sendo o instrumento de recolha de dados uma ficha de inquérito elaborada pelos
autores da pesquisa: Dos resultados da pesquisa e depois de um longo tempo de trabalho árduo,
o grupo chegou às seguintes conclusões: 32% tinham idade entre 35 e 40 anos, 24% eram
solteiros e 32% eram desempregados, 70% eram do gênero masculino, 76% tinham o ensino
secundário, 52% fizeram o tratamento durante apenas dois meses, 64% eram reincidentes em
relação a tuberculose e 70% viviam com mais de onze pessoas em casa, 7% eram fumadores e
70 % consumiam álcool. Hábitos como estes são prejudiciais à saúde, 30% acreditam que
contrairam a doença atravez de uma tosse mal tratada. Através dos dados aqui apresentados foi
possível perceber que as questões ligadas aos casos de tuberculose, na unidade de referencia
têm relações com o ambiente sócio ambiental em que o paciente encontra-se inserido. Assim
sendo, as condições sócio-econômicas e culturais dos pacientes aqui pesquisados levam-nos a
refletir sobre como o abanodono é mais que um problema de saúde pública. Dessa forma, torna-
se necessário pensar sobre isso e buscar possíveis soluções para diminuir os números de
abandono e elevar a taxa de adesão ao tratamento e, consequentemente, o índice de alta por
cura.

Palavras-Chave: Perfil. Pacientes. Tuberculose. Dispensario


LISTA DE TABELAS
Tabela 2 Distribuição dos pacientes tuberculose pulmonar atendidos no dispensario de
Tabela 3 Luanda durante o segundo trimestre de 2022, segundo o estado civil e a
escolaridade. Luanda, 2023.

Distribuição dos pacientes tuberculose pulmonar atendidos no dispensario de


Luanda durante o segundo trimestre de 2022, segundo o genero e a reincidência.
Luanda, 2023.

Tabela 4
Distribuição dos pacientes tuberculose pulmonar atendidos no dispensario de Luanda
durante o segundo trimestre de 2022, segundo a ocupação. Luanda, 2023.

Tabela 5 Distribuição dos pacientes tuberculose pulmonar atendidos no dispensario de


Tabela 6 Luanda durante o segundo trimestre de 2022, segundo o agregado familiar.
Luanda, 2023.

Distribuição dos pacientes tuberculose pulmonar atendidos no dispensario de


Luanda durante o segundo trimestre de 2022, segundo o consumo de álcool e
cigarro.

Tabela 7
Tabela 8
Distribuição dos pacientes tuberculose pulmonar atendidos no dispensario de
Luanda durante o segundo trimestre de 2022, segundo o tempo de tratamento.
Luanda, 2023.

Distribuição dos pacientes tuberculose pulmonar atendidos no dispensario de


Luanda durante o segundo trimestre de 2022, segundo a maneira que contraiu a
doença. Luanda, 2023.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

TB - Tuberculose
OMS – Organização Mundial de Saude
BK – Bacilo de Koch
US$ - Dolares Norte Americanos
SIDA - Sindrome da imunodeficiencia Adquerida
VIH – Virus da imunodeficiencia Humana
IFN - Interferon
BCG - Bacilo de Calmette-Guérin
DNA – Difosfato de Adenosina
PCR – Proteina de Chan Reation
BAAR - Bacilos Álcool-Ácido Resistentes
TOD - Toma Observada Directamente.
Sumário

DEDICATÓRIA ......................................................................................................................... 4
AGRADECIMENTO ................................................................................................................. 4
EPIGRAFE ................................................................................................................................. 5
RESUMO................................................................................................................................... 6
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... 7
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................................ 8
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10
1.1 Formulação do Problema ................................................................................................ 10
1.2 Justificativa do estudo ..................................................................................................... 11
1.3- OBJECTIVOS ............................................................................................................... 12
2.1 objectivo geral: ............................................................................................................... 12
2.2 Objectivos específicos: ................................................................................................... 12
II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 13
3.1 A tuberculose .................................................................................................................. 13
3.2 Tuberculose e o Sistema Imune ...................................................................................... 14
3.3 Morfologia ...................................................................................................................... 15
3.4 Agente etiológico e transmissão ..................................................................................... 16
3.5 Manifestações clínicas .................................................................................................... 17
3.6 Diagnóstico ..................................................................................................................... 18
3.7 Tratamento ...................................................................................................................... 19
3.7.1 Tratamento farmacológico ........................................................................................... 19
3.7.2 Tratamento nutricional ............................................................................................. 20
3.8 Abandono de tratamento ................................................................................................. 21
4- METODOLOGIA .............................................................................................................. 23
4.1. Tipo de Pesquisa ............................................................................................................ 23
4.2. Unidade de Analise ou Estudo ....................................................................................... 23
4.3. População e Amostra ..................................................................................................... 23
4.5. Critérios ......................................................................................................................... 23
4.5.1.Criterios de Inclusão .................................................................................................... 23
4.5.2.Criterios de Exclusão ................................................................................................... 23
3.5.3.Criterios de Ética ...................................................................................................... 23
4.6 Procedimentos de recolha de dados ................................................................................ 23
4.7 Processamento e tratamento dos dados ........................................................................... 24
4.8 Variáveis ......................................................................................................................... 24
6. CONCLUSÕES................................................................................................................... 29
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 30
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................. 31
INTRODUÇÃO

A tuberculose (TB), antiga enfermidade descrita como tísica, foi conhecida, no século
XX, como peste branca, ao dizimar centenas de milhares de pessoas em todo o mundo.
Mortalidade relacionadas à tuberculose.

A Tuberculose (TB) é uma das doenças mais antigas, que afeta a espécie humana desde
os tempos ancestrais e que tem acompanhado a evolução da Humanidade. O desenvolvimento
de quimioterapia efectiva, no início do século XX, era uma grande promessa para a erradicação
da tuberculose, mas entre o final da década de 1980 e o início dos anos 90.

A incidência de tuberculose começou a aumentar novamente, em parte, devido ao


aparecimento da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), o maior factor de
risco individual para desenvolver tuberculose, e também à complacência nos programas de
controlo da tuberculose (CLAIRE, 2010).

Actualmente, a tuberculose é uma das causas líderes da mortalidade e morbilidade no


mundo, especialmente em países em desenvolvimento, onde a infecção por VIH está a aumentar
rapidamente.

1.1 Formulação do Problema

Apesar dos avanços cientifico e tecnológico na assistência integral a pacientes com


tuberculose, e sendo a tuberculose doença de infecção contagiosa que ataca principalmente os
pulmões nos adultos através de secreções respiratória, o Programa Nacional de Controlo da
Tuberculose (PNCT), têm feito esforços no combate a tuberculose como componente nos
cuidados primários de saúde.

De acordo o problema acima exposto, resolvemos no término da licenciatura realizar o


presente trabalho.

Qual é o perfil dos pacientes com tuberculose pulmonar atendidos no Dispensário de


Luanda durante o segundo trimestre de 2022?

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1.2 Justificativa do estudo

Tendo em conta, o número de pacientes que ocorreu no Hospital Dispensário de Luanda,


sob tudo no serviço de Tisiologia, no ano de 2019 a tuberculose teve um grande impacto,
principalmente nos pacientes com abandono a medicação.

Necessitando de aprofundar os conhecimentos teóricos – científicos sobre a temática, e


por ser um tema que necessita muita reflexão por parte dos profissionais de saúde, pôs trata-se
de uma patologia recorrente principalmente nos jovens, também é uma oportunidade para
capacitar-nos profissionalmente.

Assim sendo, o tema é de estrema importância, pois centra-se no facto de que, o paciente
com tuberculose que abandonou a medicação continua doente e permanece como fonte de
contaminação. Além disso, contribuirá para a adequação dos planos estratégicos, médicos e de
enfermagem.

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1.3- OBJECTIVOS

Nenhum pesquisador poderá ter êxitos no seu trabalho, se não traçar as metas a atingir.
Elas constituem um importante suporte da pesquisa.

Assim sendo, para o estudo que pretendemos realizar, formulamos os seguintes objectivos:

2.1 objectivo geral:

• Descrever o perfil dos pacientes com tuberculose pulmonar atendidos no Dispensário


de Luanda durante o segundo trimestre de 2022

2.2 Objectivos específicos:

• Identificar o perfil socio-demografico dos pacientes com tuberculosos em tratamento no


Dispensário de Luanda:

• Idade,

• Gênero,

• Ocupação,

• Renda mensal,

• Avaliar o conhecimento dos pacientes sobre importância do cumprimento do tratamento


da tuberculose;

• Saber se estes pacientes tiveram tuberculose apenas uma vez, e se têm outras
cormobilidade.

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II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 A tuberculose
Tuberculose é uma doença infecto-contagioso geralmente causa pela bactéria Bacilo de
Koch, em homenagem a Robert Koch, descobridor do bacilo em 1882 (BITA,2010). A
tuberculose afeta comummente os pulmões, embora possa também afetar outras partes do
corpo. A maioria das infecções não manifesta sintomas, sendo nesses casos
denominada tuberculose latente. Cerca de 10% das infecções latentes evoluem para tuberculose
ativa. Se não for tratada, a tuberculose ativa causa a morte a metade das pessoas infectadas
(BITA, 2010).

Ainda nos dias de hoje, a tuberculose constitui um sério e grave problema de saúde,
sendo a segunda principal causa de morte por doenças infecciosas no mundo. Em 2010, a
incidência de tuberculose mundial foi de 8,8 milhões de casos estimados. Em Angola, no
mesmo período, foram notificados 71mil casos (BITA, 2010)

Uma das maiores dificuldades para o controle da doença apontada pela OMS é a
resistência das cepas bacterianas causadoras da tuberculose às drogas antituberculose. O estudo,
realizado em Angola, no ano de 2012, revelou que o abandono da medicação da tuberculose
tem relação com o ambiente social no qual o paciente se encontra inserido. Além disso, os
autores apontam os fatores socioeconómicos e culturais, o uso dos medicamentos e seus efeitos
colaterais, como fatores que contribuem para o abandono (CRUZ, 2001).

Deve-se considerar também questões relacionadas aos serviços de saúde, como


desorganização do trabalho em equipe, demora no atendimento, desumanização, falta de
vínculo entre os pacientes e os profissionais de saúde, ausência de busca ativa para diagnosticar
novos casos e para os que abandonam o medicação, entre outras (BUDA, 2010).

No entanto, os profissionais que atuam nesses serviços da combate a tuberculose têm


encontrado dificuldades no decorrer da produção do cuidado ao indivíduo portador de
tuberculose, e isto têm contribuído para a ocorrência da interrupção da medicação. Outros
fatores que têm levado ao abandono da medicação, são a pouca valorização do contexto
sociocultural dos pacientes para o desenvolvimento de projetos terapêuticos singularizados, a
debilidade do vínculo com os citados profissionais e a pouca produção de acolhimento
(CLAIRE, 2010).

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Apesar de a situação ser particularmente dramática no Sudeste Asiático e na África
Subsaariana, existem muitas regiões da Europa em que muitos países estão próximos da sua
extinção, com reaparecimento desta epidemia (OMS, 2011).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 1/3 da população mundial está
infectada com tuberculose, que anualmente existem cerca de 9 milhões de casos novos e mais
de 1,5 milhões de pessoas acabam por morrer (apesar de se tratar de uma doença que é possível
curar ao fim de 6 meses de tratamento pelo valor de 20 euros) e que o número de novos casos
vai continuar a aumentar.

Segundo CARVALHO (2014), afirma que desta forma, a tuberculose pode ser
prevenida e curada, se for encarada como uma ameaça grave para os indivíduos e como um
problema de saúde pública, através da prevenção atempada, diagnóstico e tratamento.

A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa, causada por uma microbactéria,


Mycobacterium tuberculose, também designada de Bacilo de Koch (BK), em homenagem a
Robert Koch, descobridor do bacilo em 1882 (CARVALHO, 2014).

Apesar da maioria dos casos (90%) afetarem os pulmões (tuberculose pulmonar), uma
vez que este é o primeiro órgão a ser atingido e reúne as condições ideais para o crescimento
bacteriano, está também ocorre, especialmente nas pessoas infectadas com o VIH, em locais
extrapulmonares (BUDA 2010).

Embora esteja presente em todas as faixas etárias, afeta maioritariamente os jovens


adultos, em fase produtiva.

Normalmente, a infecção é contida e limitada pelo sistema imunológico e é conhecida


como tuberculose latente. A tuberculose ativa, ou seja, a doença propriamente dita pode ocorrer
em qualquer altura após a infecção, tornando o indivíduo sintomático. Deste modo, apenas uma
pequena proporção (5 a 10%) dos indivíduos infectados apresentam doença (BUMBA, 2011).

3.2 Tuberculose e o Sistema Imune

Contrariamente à maioria dos patógenos, a Bacilo de Koch vai desencadear no


organismo infectado uma resposta, o que, em conjunto com a sua capacidade de resistir aos
mecanismos intracelulares de destruição, de bloquear a apoptose dos macrófagos e a resposta
macrofágica ao interferon-gama (IFN-), vai favorecer a formação de lesões cavitárias e a sua
transmissão (CASTRO, 2001).

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Quando os mecanismos de defesa são capazes de impedir o adoecimento, a Bacilo de
Koch funciona como amplificadora da resposta imune nas infecções posteriores (imunidade
adquirida), uma vez que os macrófagos pulmonares que foram ativados na infecção primária,
apresentam os antígenos Bacilo de Koch aos linfócitos de forma a que, numa infecção posterior,
a resposta imune celular seja mais rápida e efetiva (CARVALHO, 2014).

Se a infecção estiver controlada, o granuloma pode calcificar, dificultando a sua


reativação posterior. No entanto, se o sistema imune for comprometido no futuro, o foco latente
pode reativar e causar doença (BUMBA, 2011).

A imunidade humoral, por sua vez, não tem um papel tão relevante na defesa do
organismo contra a tuberculose, uma vez que a transformação dos linfócitos B em plasmócitos
leva à secreção de anticorpos Bacilo de Koch, incapazes de penetrar nos macrófagos e de
destruir o bacilo (CRISTO, 2000).

3.3 Morfologia

A probabilidade da infecção tuberculosa evoluir para doença é modulada por fatores


relacionados com a carga bacteriana e com o sistema imune do hospedeiro. Estima-se que em
cerca de 90% dos casos, a infecção não origina doença, sendo o risco de adoecimento maior
nos dois primeiros anos após a infecção (CARVALHO, 2014).

Em situações em que as defesas imunes são vencidas logo após a primeira infecção
tuberculosa e o indivíduo adoece, a sua forma clínica é designada de tuberculose de primo-
infecção ou primária e pode acontecer em qualquer órgão ou sistema (CANDIDA, 2000).

Duas das formas mais graves de tuberculose primária é a tuberculose miliar - devido à
disseminação hematogénea e a apresentar lesões granulomatosas muito pequenas e difusas, que
atingem muitos órgãos para além dos pulmões - e ameningoencefalite tuberculosa - que
interfere com o Sistema Nervoso Central (CLAIRE,2010).

Quando as defesas imunes são efetivas e conseguem deter a infecção inicial, a doença
pode-se desenvolver posteriormente (tuberculose secundária), a partir de um foco latente, e é
designada de reinfecção endógena. Por outro lado, se a Tuberculose secundária for consequente
de uma nova infecção, em que o sistema imune do hospedeiro não foi capaz de conter a sua
progressão, será chamada de tuberculose de reinfecção exógena (BUMBA, 2011).

15
Tal como já foi anteriormente referido, as formas de reinfecção comprometem mais
frequentemente os pulmões, as lesões são circunscritas, têm evolução mais demorada e a reação
inflamatória do tipo hipersensibilidade (imunidade adquirida) é caracterizada pela formação de
cavidades e fibrose. As lesões são mais comuns nos ápices pulmonares, devido à maior
concentração de oxigénio, necessário ao desenvolvimento do bacilo. A cavidade pulmonar é
resultado da liquefação e drenagem do conteúdo caseoso de uma lesão granulomatosa
(CRISTO, 2000).

As formas clínicas extrapulmonares, na maior parte das vezes, devem-se à disseminação


dos bacilos pelas correntes sanguíneas e/ou linfática, a partir do foco de inoculação inicial nos
pulmões. Estas regiões são caracterizadas por terem um elevado suprimento sanguíneo e,
portanto, de oxigénio, tal como o córtex renal e cerebral, os ossos longos, as vértebras e as
adrenais. Outras duas regiões importantes pela frequência com que são acometidas pela
tuberculose, são a pleura e o sistema linfático (BUDA, 2010).

3.4 Agente etiológico e transmissão

O Bacilo de Koch é um parasita intracelular facultativo, aeróbio estrito, tem uma parede
celular rica em lípidos e é transmitido quase exclusivamente pela inalação de aerossóis de
indivíduas com doença pulmonar (CRUZ, 2001).

Em cerca de 90% dos casos, a transmissão da tuberculose é efetuada de homem para


homem, por via inalatória (ar proveniente dos pulmões de indivíduos infectados) e pode atingir
qualquer órgão ou sistema (BUDA, 2010).

Os fatores que determinam a probabilidade de transmissão da tuberculose podem ser


divididos nos que dizem respeito ao transmissor (tuberculose ativa), ao meio e ao receptor.
Relativamente ao transmissor, inclui o número de bactérias na expectoração ou secreções, a
viabilidade e a virulência das bactérias nas lesões pulmonares e a presença de tosse, espirro,
fala e canto (BUMBA, 2011).

Quanto ao meio, é constituído pelo efeito da diluição do volume de ar que contém o


aerossol, a ventilação, a humidade e a exposição à luz solar/ultravioleta. A duração da exposição
em recinto fechado e a resistência à infecção são os factores do receptor que condicionam a
transmissão (CARVALHO, 2014).

16
A resistência à infecção é influenciada por uma infecção prévia pelo Bacilo de Koch,
pela vacinação com o bacilo de Calmette-Guérin (BCG), pela presença de doenças debilitantes
e pela constituição genética (CLAIRE, 2010).

Deste modo, o risco de transmissão é maior nos casos em que as culturas com
expectoração são positivas para o Bacilo de Koch e é diretamente proporcional à densidade
bacilar nas secreções respiratórias. Contudo, a proximidade e a persistência dos contactos
(exposição) são fatores determinantes do risco de transmissão da infecção. Sendo assim, os
membros da família e outros contactos domiciliários têm maior risco (entre 25 a 50%), do que
os que contactam com os doentes casualmente (BUMBA, 2011).

Entre os contactos, os que são mais novos (menos de 4 anos de idade) e os que têm
imunodeficiência relativa ou crónica, ou seja, os indivíduos que têm as suas defesas diminuídas
(exemplo VIH positivos), têm um maior risco de adquirir infecção (BUDA, 2010).

Um atraso no diagnóstico e no tratamento dos pacientes são também factores que


aumentam o risco de transmissão da infecção e, segundo dados da OMS, cada paciente com
infecção pulmonar da tuberculose não tratado vai infectar em média 10 a 15 pessoas todos os
anos (BUDA, 2010).

Entre os grupos de maior risco para contraírem a infecção estão: os profissionais de


saúde, os residentes em lares, prisões e instituições de doentes crónicos, os imigrantes de zonas
endémicas (no prazo de 5 anos) e os indivíduos imunodeprimidos, por cancro, doenças
hematológicas, como leucemia ou linfomas, ou VIH e com um peso corporal 10% ou mais
inferior ao peso ideal (CRUZ, 2001).

3.5 Manifestações clínicas

Na grande maioria dos pacientes, a infecção primária da tuberculose é geralmente


assintomática (infecção latente da tuberculose), ou com pouca sintomatologia, uma vez que
raramente causa doença. A tuberculose primária é caracterizada por tosse seca ou pouco
produtiva, dor torácica, dispneia e eritema nodoso. Além destes, podem ocorrer sintomas
sistémicos como febre, sudorese noturna e perda de peso (CANDIDA, 2000).

Nos casos de reativação da doença, as manifestações clínicas podem ser múltiplas, em


especial quando há envolvimento extrapulmonar. Os sintomas mais comuns da reativação da
tuberculose pulmonar consistem em tosse com expectoração e por vezes com sangue, febre,

17
sudorese noturna, perda de peso e apetite, dor torácica, fadiga e fraqueza muscular (CASTRO,
2001).

Dependendo do local de reativação da tuberculose, para além dos sintomas específicos


da região afetada, sintomas sistémicos como febre (caracteristicamente vespertina), sudorese
noturna e perda de peso, podem ser algumas vezes proeminentes (CRISTO, 2000).

Por sua vez, a tuberculose miliar manifesta-se através de sintomas relacionados com os
órgãos condicionadores, geralmente vários, ou na forma de febre de origem desconhecida. Nos
casos crónicos podem existir poucos sinais clínicos específicos e a caquexia pode ser
proeminente (CASTRO, 2001).

3.6 Diagnóstico

O diagnóstico de casos integra estratégias preventivas com elevada importância para o


controlo e a eliminação da tuberculose em todo o mundo. Nos casos em que a infecção primária
da tuberculose não origina doença, a única evidência dessa mesma infecção é a prova cutânea
de tuberculina (Prova de Mantoux) positiva (CRUZ, 2001).

Por sua vez, os pacientes com doença da tuberculose dizem respeito aos casos em que
os esfregaços têm bacilos de Koch ou em que há culturas positivas para o Bacilo de Koch ou
evidência radiográfica em conjunto com um quadro clínico de tuberculose (CARVALHO,
2014).

Deste modo, o diagnóstico da tuberculose é feito, geralmente, com base nos achados
clínicos e radiográficos (Radiografia ao tórax) e confirmado pelo exame da expectoração
(Baciloscopia) ou por esfregaços de tecidos para pesquisa de bacilos álcool-ácido resistentes
BUDA(2010),

Buda (2010), estes métodos continuam a ser os métodos padrão de diagnóstico, apesar
de já existirem outros, nomeadamente as sondas de DNA, análises de PCR e meios líquidos que
vieram tornar o diagnóstico mais rápido e mais sensível, o que nem sempre é acompanhado por
um aumento da especificidade.

O exame da expectoração ao microscópio é o método mais barato, mais simples e mais


direto para identificar a presença do Bacilo de Koch e confirmar a presença de doença em um
ou dois dias. Contudo, para avaliar a susceptibilidade aos 9 fármacos antibacilares, é necessário
cultivar o Bacilo de Koch e testá-lo num laboratório apropriado, com um tempo que varia entre
18
6 a 16 semanas (Testes de Sensibilidade a antibacilares), de forma a detectar eventuais
resistências da Tuberculose aos fármacos e, assim, instituir um regime terapêutico adaptado ao
caso (CANDIDA, 2000).

Nas formas extrapulmonares de tuberculose, os tecidos locais ou amostras de líquidos,


ou ambos, podem ser colhidos tanto para esfregaço como para cultura e para exame histológico.
Geralmente, os resultados dos exames histológicos das lesões da tuberculose incluem
granulomas caseosos e não caseosos com células gigantes (CLAIRE, 2010).

3.7 Tratamento

Este pode ser feito através da combinação de dois elementos; tratamento farmacológico
e tratamento nutricional.

3.7.1 Tratamento farmacológico

Segundo BUMBA(2011), Um esquema terapêutico eficaz deve ser constituído por


vários fármacos, aos quais os microrganismos são sensíveis e deve ser usado durante um
período de tempo suficiente (mínimo de 6 meses).

Atualmente, com a emergência da resistência aos fármacos, é recomendada a utilização


de um esquema inicial com 4 fármacos. O esquema mais utilizado é denominado de 2HRZE
(S) + 4HR, ou seja, 2 meses com todos os fármacos de 1º linha, como a Isoniazida (H),
Rifampicina (R), Pirazinamida (Z) e Etambutol (E) (fase intensiva do tratamento) e os 4 meses
seguintes com H e R. (BUMBA, 2011).

É recomendado que o tratamento seja feito em TOD (Toma Observada Directamente),


de forma a promover a adesão do paciente, que é fundamental para o sucesso do mesmo e para
prevenir o aparecimento de resistências, em particular da Multirresitência. Ou seja, se o
tratamento não for tomado completamente ou correctamente, pode-se desenvolver resistência à
tuberculose e a cura pode ser muito mais difícil ou até impossível em alguns casos (CRISTO,
2000).

Existem algumas interações entre os fármacos antibacilares e os nutrimentos. A H é um


antagonista da vitamina B6 (piridoxina) e pode pode também estar relacionada com a
diminuição da absorção de cálcio, vitamina B3 (niacina), vitamina B12 (cianocobalamina) e
vitamina D. A R por sua vez, pode interferir no metabolismo da vitamina B12, da vitamina D
e do folato (CLAIRE, 2010).

19
3.7.2 Tratamento nutricional

Relativamente ao papel da nutrição, inúmeros estudos procuraram evidenciar a relação


da tuberculose com a mal nutrição e com a suplementação em determinados micronutrimentos
como a vitamina A, a vitamina B6, a vitamina C, a vitamina D, a vitamina E, o ferro, o selénio
e o zinco, entre outros (CRISTO, 2000).

As evidências, na sua maioria, sustentam a tentativa de obter um aporte energético


aumentado (aproximadamente 35-40 kcal/kg de peso ideal), com uma composição proteica
normal ou ligeiramente aumentada (1,2-1,5 g/kg de peso corporal ideal). Isto é facilmente
conseguido através da dieta e do uso de suplementos energéticos e proteicos. Nos pacientes
gravemente desnutridos, incapazes de obterem as necessidades energéticas e proteicas que
necessitam por estas vias, pode ser necessário recorrer a sondas nasogástricas ou alimentação
por gastrectomia endoscópica percutânea (CANDIDA, 2000).

Assim, a dieta de um paciente com tuberculose deve ser saudável, variada e os alimentos
devem ser distribuídos por várias refeições pequenas, ao longo do dia, tal como o aconselhado
para um indivíduo saudável (CRUZ, 2001).

Carvalho (2014), a dieta deve ser balanceada e conter quantidades energéticas e


proteicas adequadas. Deve garantir o fornecimento de: cálcio e de vitamina D, mas não de uma
forma excessiva (no mínimo, devem ser consumidos cerca de 500-750 ml de iogurte ou leite
diariamente), de ferro e vitamina C (no mínimo 5-6 peças de frutas e vegetais devem ser
consumidos diariamente), importantes na síntese de hemoglobina e para a cura dos pulmões e
de vitaminas do complexo B, especialmente de vitamina B6, para compensar a terapia com H
(através de cereais integrais, legumes, bananas, batatas, farinha de aveia, fermento, gérmen de
trigo, carne de porco e fígado).

O álcool não deve ser usado como fonte de calorias e deve-se garantir a ingestão de
muitos fluídos, para evitar a desidratação. Outro factor importante é o manuseamento seguro
dos alimentos e a higiene pessoal (CANDIDA, 2000).

Os objectivos da terapêutica nutricional em pacientes com Tuberculose pulmonar devem ser:

• Manter o peso/ evitar a perda de peso do paciente;

• Normalizar os níveis de cálcio no sangue;

• Repor a perda de nutrimentos no caso de hemorragia pulmonar;

20
• Favorecer a cura das cavidades necrosadas durante a infecção;

• Combater a neurite periférica;

• Estimular o apetite;

• Evitar a desidratação e a inflamação pulmonar (pleurisia), entre outros.

3.8 Abandono de tratamento

Segundo CASTRO (2001), uma das principais preocupações com respeito à tuberculose
é o aumento das taxas de abandono de tratamento.

No mundo, a taxa de abandono é alta, situa-se em 17%, porém, em muitas regiões, atinge
níveis mais elevados: por exemplo, em África a taxa é cerca de 20%. Isso leva ao não
rompimento da cadeia de transmissão, pois as pessoas com Tuberculose (TB) que não aderem
à terapêutica continuam doentes e permanecem como fonte de contágio (BITA, 2010).

Além disso, o abandono leva à resistência medicamentosa e à recidiva da doença, as


quais impõem dificuldades ao processo de cura, aumentando o tempo e o custo do tratamento.
Isso é percebido no percentual insatisfatório de cura da Tuberculose, que não ultrapassa 75%
dos casos tratados (CRISTO, 2000).

Diagnosticar um paciente com tuberculose pulmonar baculífero não é o suficiente se


não for instituído o tratamento quimioterápico adequado que garanta a sua cura. Para isso, é
indispensável o fornecimento ininterrupto e gratuito das drogas e a supervisão das tomadas
(CLAIRE, 2010).

O tratamento dos pacientes baculíferos é a atividade prioritária de controle da


tuberculose, uma vez que permite anular rapidamente as maiores fontes de infecção.

A associação medicamentosa adequada, doses corretas e uso por tempo suficiente, com
supervisão da tomada dos medicamentos, são os meios para evitar a persistência bacteriana e o
desenvolvimento de resistência às drogas, assegurando, assim, a cura do paciente (CRISTO,
2000).

Considera-se caso de abandono de tratamento o doente que, após iniciado o tratamento


para Tuberculose, deixou de comparecer à unidade de saúde por mais de trinta dias
consecutivos, após a data aprazada para o seu retorno (CRUZ, 2001).

Vários fatores relacionados ao tratamento, à doença, ao paciente, aos problemas sociais,


aos serviços e ao profissional de saúde são apontados como determinantes do problema, e a
21
capacidade dos profissionais de saúde em predizer se um paciente terá ou não uma boa adesão
ao tratamento é geralmente baixa (CANDIDA, 2000).

Os profissionais da saúde tendem a abordar a questão de adesão/não adesão ao


tratamento de saúde sob as suas perspectivas, ignorando as do paciente. Eles deixam de
considerar a variabilidade e negam a legitimidade dos comportamentos que diferem das suas
prescrições. Agindo assim, distanciam-se das ações e razões dos pacientes, julgando-os e
rotulando-os, em vez de conhecê-las e entendê-las (CARVALHO, 2014).

A adesão tende a ser menor se a comunicação e a interação entre o paciente e o


profissional de saúde são deficientes.

Os fatores de risco para o abandono de tratamento da Tuberculose pulmonar são


diversos. Tem-se detectado que: baciloscopia negativa no diagnóstico, ausência de trabalho
fixo, uso diário de bebida alcoólica, relato de não apresentar melhora clínica durante o
tratamento e rejeição ao serviço de saúde, traduzida por sua informação de não voltar ao mesmo
serviço e/ou ter procurado outro serviço, têm certa relevância (CARVALHO, 2014).

Considerando-se que, para a redução das taxas de abandono de tratamento, é prioritário


o conhecimento dos fatores associados a esse abandono, no sentido de reorientar as pessoas em
tratamento de Tuberculose para práticas e cuidados de saúde, surge a necessidade de conhecer
o estado atual do conhecimento sobre o assunto (CASTRO, 2001).

A reversão desse quadro depende, principalmente, dos profissionais de saúde, que


precisam estar atentos e capacitados para informar a população acerca da doença e dos meios
de preveni-la, realizar o pronto diagnóstico dos casos suspeitos, iniciar rapidamente o
tratamento e acompanhar os pacientes, de modo a garantir-lhes a cura plena (CARVALHO,
2014).

22
4- METODOLOGIA
4.1. Tipo de Pesquisa

Trata-se de um estudo observacional descritivo retroletivo, com abordagem quantitativa.

4.2. Unidade de Analise ou Estudo

O estudo foi efetuado no Dispensário de Luanda, localizado na Mainga em Luanda.

4.3. População e Amostra

Universo, conjunto de indivíduos, elementos ou fenómenos que têm uma característica


comum (CRISTO 2000)

A população em estudos foi constituída pelos pacientes com tuberculose pulmonar


atendidas no Dispensário de Luanda durante o segundo semestre de 2022.

4.5. Critérios
4.5.1.Criterios de Inclusão

Incluiu-se no estudo os processos clínicos dos pacientes com tuberculose atendidos


durante o período proposto para o estudo.

4.5.2.Criterios de Exclusão

Excluiu-se do estudo os processos clínicos dos pacientes com tuberculose atendidos


durante o segundo semestre de 2022 que não tiverem informações necessárias para o estudo.

3.5.3.Criterios de Ética

Inicialmente foi encaminhada uma solicitação a Direção do Dispensário de Luanda a


pedindo autorização para o referido estudo (anexo 1), posteriormente, e após receber
autorização formal para a recolha dos dados por parte da Direção do Dispensário de Luanda.

4.6 Procedimentos de recolha de dados

A recolha de dados foi feita através de um questionário dirigido as doentes durante o


período proposto e aos profissionais que prestam cuidados as mesmas, tais questionários foram
elaborados antempadamente pelos autores, contendo perguntas abertas e fechadas, com
descrição das variáveis selecionadas para o estudo, onde estão incluídos aspectos relacionados
com a qualidade dos cuidados de enfermagem prestada em pacientes com tuberculose e
relacionados com os profissionais de enfermagem que prestam cuidados as mesmas.

23
4.7 Processamento e tratamento dos dados

Para o processamento e tratamento dos dados utilizamos programas informáticos tais


como Word para o Texto, Excel para Tabelas e Gráficos do Windows XP e uma calculadora
manual.

4.8 Variáveis

Para o nosso estudo temos as seguintes variáveis:

• Idade

• Género

• Nível académico

• Ocupação

• Ordenado

• Estado civil

• Toma diária de medicamento

• Consumo de álcool ou tabaco

• Atendimento dos profissionais de saúde

Tabela 1: Distribuição dos pacientes com tuberculose pulmonar atendidos no dispensário de


Luanda durante o segundo trimestre de 2022, segundo a idade. Luanda, 2023.

Idade Fr %
20 25 12 24
25 30 7 14
30 35 8 16
35 40 16 32
40 45 7 14
Total 50 100
Fonte: Processos clínicos dos pacientes.

Interpretação: Constata-se na tabela 1 que 16 pacientes correspondendo a 32% tinham


idades entre 35 e 40 anos, 12 pacientes correspondendo a 24% tinham idade compreendidas

24
entre 20 a 25 anos, 8 pacientes correspondendo a 16% tinham idade compreendidas entre 30 a
35 anos e 7 pacientes correspondendo a 14% tinham idade entre 40 a 45 anos.

Os grupos etários associados ao abandono de tratamento estão na faixa de 30 a 39 anos,


13 com idade média de 34,4 e mediana de 32,5,2 variando entre 20 a 62 anos (CLAIRE, 2010).

Cabe salientar que, nos países em desenvolvimento, 80% dos infectados encontram-se
entre 15 e 59 anos; estão, portanto, na faixa de maior produtividade social. A tuberculose afeta
principalmente a população economicamente ativa, sobretudo os homens em idade produtiva,
acarretando retardo do crescimento econômico, com prejuízo no desenvolvimento da
sociedade, gerando mais pobreza e exclusão social (CLAIRE, 2010).

Tabela 2: Distribuição dos pacientes com tuberculose pulmonar atendidos no dispensário de


Luanda durante o segundo trimestre de 2022, segundo o estado civil e a escolaridade. Luanda,
2023.

Estado Civil N %
Casados 38 76
Solteiros 12 24
Total 50 100
Fonte: Processos clínicos dos pacientes.

Interpretação: Constata-se na tabela 2 que 38 pacientes correspondendo a 76% eram


solteiras enquanto que 12 pacientes correspondendo a 24% eram casadas.

Tabela 3: Distribuição dos pacientes tuberculose pulmonar atendidos no dispensário de Luanda


durante o segundo trimestre de 2022, segundo o gênero e a reincidência. Luanda, 2023.

Reincidência
Total
Gênero Não Sim

N % N % N %

Feminino 35 70 18 36 23 46

Mascolino 15 30 32 64 27 54

Total 50 100 50 100 50 100

Fonte: Processos clínicos dos pacientes.

25
Interpretação: Constata-se na tabela 3 que 25 pacientes correspondendo a 70% eram do
genero feminino enquanto que 15 pacientes correspondendo a 46% eram do genero masculino
ainda na mesma tabela podemos constatar que 32 pacientes correspondendo a 86% eram
reincidentes em relação a tuberculose, enquanto que pacientes correspondendo a 36% nunca
tiveram tuberculose.

Tabela 4: Distribuição dos pacientes com tuberculose pulmonar atendidos no dispensario de


Luanda durante o segundo trimestre de 2022, segundo a ocupação. Luanda, 2023.

Ocupação Fr %
Conta própria 11 22
Desempregado 16 32
Militar / Policia 7 14
Motorista 8 16
Professora 5 10
Vendedora 4 8
Total 50 100
Fonte: Processos clínicos dos pacientes.

Interpretação: Constata-se na tabela 4 que 16 pacientes correspondendo a 32% eram


desempregados, 11 pacientes correspondendo a 22% trabalhavam por conta própria, 8 pacientes
correspondendo a 16% eram motorista, 7 pacientes correspondendo a 14% eram militares
/policia, 5 pacientes correspondendo a 10% eram professores, e 4 pacientes correspondendo a
8% eram professores.

Tabela 5: Distribuição dos pacientes com tuberculose pulmonar atendidos no dispensário de


Luanda durante o segundo trimestre de 2022, segundo o agregado familiar. Luanda, 2023.

Agregado familiar N %
Menos de 5 pessoas 3 6
De 5 á 8 pessoas 5 10
De 8 á 11 pessoas 2 4
Mais de 11 pessoas 40 80
Total 50 100
Fonte: Processos clínicos dos pacientes.
26
Interpretação: Constata-se na tabela 5 que 40 pacientes correspondendo a 80% viviam
com mais de onze pessoas em casa, 5 pacientes correspondendo a 10% vivem em casa com 5 a
8 pessoas, 3 pacientes correspondendo a 6% vivem em casa com menos de 5 pessoas e 2
pacientes correspondendo a 4% vivem em casa com 8 a 11 pessoas.

Tabela 6: Distribuição dos pacientes com tuberculose pulmonar atendidos no dispensário de


Luanda durante o segundo trimestre de 2022, segundo o consumo de álcool e cigarro.
Consumo de álcool
Total
Fumador Não Sim
N % N % N %
Não 35 70 13 26 18 36
Sim 15 30 37 74 32 64
Total 50 100 50 100 50 100
Fonte: Processos clínicos dos paciente.

Interpretação: Constata-se na tabela 6 que 37 pacientes correspondendo a 74% eram


fumadores enquanto que 18 pacientes correspondendo a 36% não eram fumadores, ainda
podemos constatar na mesma tabela que 35 pacientes correspondendo a 70% consumiam álcool
e 15 pacientes correspondendo a 30% não consumiam álcool.

Tempo de tratamento (meses) N %

Menos de um 21 42
Dois 26 52
Três 3 6

Total 50 100
Fonte: Processos clínicos dos pacientes.

Interpretação: Constata-se na tabela 7 que 26 pacientes correspondendo a 56% fizeram


o tratamento durante dois meses, 21 pacientes correspondendo a 42% fizeram tratamento menos
de um mês e 3 pacientes correspondendo a fizeram tratamento durante 3 meses.

Tabela 8: Distribuição dos pacientes com tuberculose pulmonar atendidos no dispensario de


Luanda durante o segundo trimestre de 2022, segundo a maneira que contraiu a doença.
Luanda, 2023

27
Como acha que adquiriu a doença N %

Não sabe 5 10
Alguém me contaminou 9 18
Foi em contato com alguns resíduos 6 12
Devido à debilitação da saúde 11 22
Foi da tosse mal tratada 15 30
Porque bebia muito 4 8
Total 50 100
Fonte: Processos clínicos dos pacientes.

Interpretação: A tabela 8 faz referência a maneira como os pacientes contraíram a


doença, nela podemos constatar que 15 pacientes correspondendo a 30 % acham que contraíram
a doença por uma tosse mal tratada, 11 pacientes correspondendo a 22% referem que foi devido
a debilitação do seu estado de saúde, 9 pacientes correspondendo a 18% referem que contraíram
a doença porque alguém os contaminou, 5 pacientes correspondendo a 10% não sabem como
adquiriram a doença e 4 pacientes correspondendo a 8% alegam contrair a doença porque
bebiam muito.

28
6. CONCLUSÕES

Após analisar os resultados obtidos permitiram-nos chegar às seguintes conclusões:

• Que 32% dos pacientes tinham idade entre 35 e 40 anos, 24% eram solteiros e 32% dos
pacientes eram desempregados. o que evidencia uma condição de vida difícil e um
possível fator limitante à adesão ao tratamento;

Que 70% eram do gênero masculino, 76% tinham o ensino secundário. A baixa
escolaridade, dificulta a autopromoção de saúde do paciente;

Que 52% dos pacientes fizeram o tratamento durante apenas dois meses, 64% eram
reincidentes em relação a tuberculose e 80% viviam com mais de onze pessoas em casa.
Representando um agravo para sua saúde e um risco para os que consigo coabitavam;

• Que 74% dos pacientes eram fumadores e 70 % consumiam álcool. Hábitos como estes
são prejudicais à saúde, além do mais, estes colaboram para agravar o quadro clínico da
doença;

• Que 30% dos pacientes acreditam que contraíram a doença através de uma tosse mal
tratada, mostrando claramente que estes pacientes não sabem como se transmite a
doença que têm, provável razão do elevado número de abandono ao tratamento,

29
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A tuberculose é um sério problema de saúde pública em Angola e no Mundo. O


tratamento correto e adequado é essencial para a quebra da cadeia epidemiológica, sendo
fundamental, a vigilância, o controle e acompanhamento ao paciente, para evitar que ocorra o
abandono do tratamento.

Através dos dados aqui apresentados foi possível perceber que as questões ligadas ao
abandono do tratamento da tuberculose, na unidade de referência têm relações com o ambiente
sócio ambiental em que o paciente encontra-se inserido. Assim sendo, as condições
socioeconômicas e culturais dos pacientes aqui pesquisados levam-nos a refletir sobre como o
abandono é mais que um problema de saúde pública.

Dessa forma, torna-se necessário pensar sobre isso e buscar possíveis soluções para
diminuir os números de abandono e elevar a taxa de adesão ao tratamento e, consequentemente,
o índice de alta por cura.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BITA, L.P.L. Retornos frequentes como nova estratégia para adesão ao tratamento de
tuberculose. Revista de saúde pública. São Paulo, 2010.

BUDA, K.M.S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos


métodos. Porto: Porto Editora, 2010.

BUMBA, M. Z. Elementos de Metodologia Epidemiológica. Epidemiologia & Saúde. 5. ed.


Rio de Janeiro: MEDSI,2011

CANDIDA, C. C. Análise do tratamento da tuberculose pulmonar em idosos de um


hospital universitário do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Jornal brasileiro de pneumologia, São
Paulo. 2000.

CARVALHO, E. C. S. Tuberculose: o retorno de uma velha doença. Revista Ágora:


Políticas Públicas e Serviço Social. 2014.

CASTRO A.N., Factores sociales de riesgo para la falta de cumplimiento terapéutico en


pacientes con tuberculosis en Pontevedra. Gaceta sanitaria, Barcelona, 2001.

CLAIRE, M. V. Abandono do tratamento da tuberculose em pacientes co-infectados com


HIV, em Itajaí, Santa Catarina, 2010.

CRISRO, J. G. Tuberculose em Salvador: custos para o sistema de saúde e para as famílias.


Revista de Saúde Pública, 2000;

CRUZ, M. P. Tuberculose em Recife, PE: O efeito da estratégia DOTS (Directly Observed


Treatment Short-course) e fatores associados ao óbito e ao abandono de tratamento 1996
a 2005. Tese (Doutorado em Saúde Pública)- Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2001.

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