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UNIVERSIDADE DE BELAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE ENFERMAGEM

PAPEL DA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DE


PACIENTES COM TUBERCULOSE, ATENDIDOS NO
HOSPITAL GERAL DOS CAJUEIROS NO IIº SEMESTRE DE
2021

TRABALHO DE FIM DE CURSO

JANDIRA GONGA DE OLIVEIRA

i
LUANDA, 2022
UNIVERSIDADE DE BELAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ENFERMAGEM

PAPEL DA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DE


PACIENTES COM TUBERCULOSE, ATENDIDOS NO
HOSPITAL GERAL DOS CAJUEIROS NO IIº SEMESTRE DE
2021

TRABALHO DE FIM DE CURSO

Elaborado Por: Jandira Gonga De Oliveira


Orientado Por: Dr. Ladislau Guilherme

Trabalho de Fim do curso apresentado à


Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade
de Belas como requisito para obtenção do grau
de Licenciada em Enfermagem

i
LUANDA, 2022
FICHA CATALOGRÁFICA

Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou electrónico para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte.

Jandira Gonga De Oliveira

Data________/_______/________

OLIVEIRA, Jandira Gonga.

PAPEL DA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM


TUBERCULOSE, ATENDIDOS NO HOSPITAL GERAL DOS
CAJUEIROS NO II SEMESTRE DE 2021

Trabalho de fim de curso apresentado à Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade


de Belas como requisito para obtenção do grau de Licenciada em Enfermagem.

Orientador: Dr. Ladislau Guilherme

Nº de Páginas:57

Tipo de letra: Times New Roman

Palavras-chaves: Enfermagem; Papel; Tratamento; Tuberculose.

ii
JANDIRA GONGA DE OLIVEIRA

PAPEL DA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM


TUBERCULOSE ATENDIDOS NO HOSPITAL GERAL DOS
CAJUEIROS NO II SEMESTRE DE 2021.

Trabalho de fim de curso apresentado à Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de


Belas como requisito para obtenção do grau de Licenciada em Enfermagem

Aprovado,_______/_______/______

BANCA EXAMINADORA

Presidente do Júri
_____________________________________________________

1º Vogal
_____________________________________________________

2º Vogal
_______________________________________________________

Secretário
________________________________________________________

iii
Dedico este trabalho, aos meus pais maravilhosos (Caetano
Gonga e Julieta Gonga). Aos meus excelentes irmãos (Silvio,
Efigénio e Eliane de Oliveira).

iv
" Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos.
Fazer ou não fazer algo só depende de nossa vontade e
perseverança".

Albert Einstein

v
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente ao Grandioso-Deus, por ser o autor da minha vida, autor do meu
destino, meu guia, socorro presente na angústia, pois sem Ele eu não teria forças para começar
e terminar com êxitos esta longa jornada. Agradeço em especial, aos grandes amores da minha
vida, maravilhosos pais, Caetano Gonga e Julieta Gonga que muito contribuíram para minha
formação, pelo apoio motivacional e pela partilha das suas experiências de vida. Aos meus
amados e maravilhosos irmãos, Sílvio, Efigénio e Eliane de Oliveira que sempre
acompanharam toda minha jornada e vibram com as minhas conquistas. Aos companheiros que
ganhei desta longa jornada, Milton dos Santos, Adolfo José Miranda, Rivaldo Quissanga , Inês
Teresa Agostinho, Joaseane Caputo, Isadora Mahinga, Edvânia Cardoso, Nelma Firmino,
Francisca da Sílva, Maria João, Teresa Gaspar, Laércia Helena, Ana Agostinho, Luzia Gomes
e em especial as famílias Oliveira, Gonga, Vintém, Gomes e Cândido. A todos os professores,
colegas da faculdade de ciências da saúde, funcionários da Universidade de Belas, pelo ensino
que enriqueceu os meus conhecimentos e contribuiu para a minha formação. Em especial o meu
agradecimento vai para o meu orientador, Doutor Ladislau Guilherme, pela sua simplicidade e
amizade, pelo seu empenho especial, desde a definição dos objectivos do estudo e a construção
do protocolo de investigação, orientação, análise crítica, sugestões e disponibilidade, por toda
força e que Deus nosso Senhor continue o capacitando. Uma palavra de gratidão ao maravilhoso
Edvaldo Tala Martins Ramos pela valiosa contribuição na análise do conteúdo, processamento
das amostras e interpretação dos resultados, sem a qual não seria possível a concretização desde
trabalho. Agradeço à Direção Geral do hospital dos Cajueiros pela autorização de recolha de
informação e a todos os profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados aos
pacientes com Tuberculose pela disponibilidade em participar de uma forma voluntária e
gratuita neste projecto.

A todos que acreditaram na minha formação académica


e não foram mencionados, o meu muito obrigada!

vi
RESUMO

A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa de fácil disseminação que está presente
desde os tempos mais remotos da história da humanidade. Ainda hoje, mesmo com a existência
do tratamento medicamentoso eficiente no combate a doença, a tuberculose continua como uma
enfermidade prevalente e preocupante mundialmente. Objectivo: Avaliar o papel da
enfermagem no tratamento de pacientes com tuberculose atendidos no hospital geral dos
cajueiros no IIº semestre de 2021. Método: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem
quali-quantitativa do tipo transversal, realizado a partir dos dados colectados nos serviços de
atendimento ao doente com tuberculose do hospital geral dos cajueiros. Armazenaram-se os
dados em planilhas do Excel 2013 e foram analisados com recursos de estatística descritiva. O
universo em estudo foi composto por 30 profissionais de enfermagem dos serviços de
atendimento ao paciente com tuberculose, dos quais 27 em serviço de internamento e 3 em
ambulatório. Resultados: Os profissionais foram predominantemente do sexo feminino, quanto
a categoria, a maioria eram técnicos de enfermagem com um tempo de serviço de 1 a 5 anos.
Conclusão: A tuberculose é uma doença grave, porém curável em praticamente 100% dos casos
novos desde que os princípios de quimioterapia sejam seguidos, o enfermeiro dentro da equipa
de saúde se destaca como o profissional mais actuante no tratamento do paciente com
tuberculose, tendo por seu papel principal, prestação de cuidados diferenciados.

Palavras-chaves: Enfermagem. Papel. Tratamento. Tuberculose.

vii
ABSTRACT

Tuberculosis (TB) is an easily spread infectious disease that has been present since the most
remote times in human history. Even today, even though there is an efficient drug treatment to
combat a disease, tuberculosis remains a prevalent and world worrying disease. Objective: To
evaluate the role of nursing in the treatment of patients with tuberculosis treated at Hospital
Geral dos Cajueiros in the second semester of 2021. Method: This is a descriptive, qualitative-
quantitative cross-sectional study, based on data collected in care services to the patient with
tuberculosis at the Hospital Geral dos Cajueiros. Data were stored in excel 2013 spreadsheets
and analyzed with critical statistical descriptive features. The study consisted of 30 nursing
professionals from the care services for patients with tuberculosis, of whom 27 were in inpatient
services and 3 in outpatient services. Results: The professionals were predominantly female, as
for the category, most were nursing technicians with a service time of 1 to 5 years. Conclusion:
Tuberculosis is a serious disease, but curable in all cases 100% of the cases since the principles
of medical therapy are followed, the nurse within the health team is the most active professional
in the new patient with tuberculosis, having his main role, provision of differentiated care.

Keywords: Nursing. Paper. Treatment. Tuberculosis.

viii
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Tratamento de novos casos ....................................................................................... 44


Figura 2: Tratamento de casos novos - crianças ....................................................................... 45
Figura 3: Retratamentos ........................................................................................................... 45

ix
LISTA DE QUADROS

Quadro nº 1- Problemas e diagnóstico de Enfermagem............................................................28

Quadro nº 2- Plano de intervenções de Enfermagem..............................................................29

x
LISTA DE TABELAS

Tabela 1:Caracterização dos profissionais de enfermagem segundo o gênero. ....................... 36


Tabela 2: Caracterização dos profissionais de enfermagem segundo a faixa etária. ................ 37
Tabela 3: Caracterização dos profissionais de enfermagem quanto ao grau profissional. ....... 38
Tabela 4: Caracterização dos profissionais de enfermagem quanto ao tempo de serviço. ....... 39
Tabela 5: Distribuição da amostra quanto a formação contínua no âmbito da tuberculose. .... 40
Tabela 6: Distribuição da amostra quanto ao tempo de participação no último treinamento no
âmbito da TB. ........................................................................................................................... 41
Tabela 7: Distribuição da amostra quanto ao papel da enfermagem no tratamento da
tuberculose. ............................................................................................................................... 42
Tabela 8: Distribuição da amostra segundo as etapas do processo de seguimento. ................. 43
Tabela 9: Distribuição da amostra quanto a existência de um protocolo de tratamento para
pacientes com tuberculose. ....................................................................................................... 44
Tabela 10: Distribuição da amostra quanto as dificuldades sentidas pelos profissionais para dar
resposta às necessidades dos doentes. ...................................................................................... 46
Tabela 11: Distribuição da amostra quanto a capacidade de atendimento na unidade hospitalar.
.................................................................................................................................................. 47
Tabela 12: Distribuição da amostra quanto a classificação da capacidade de atendimento. .... 48
Tabela 13:Distribuição da amostra quanto ao atendimento priorizado. ................................... 49
Tabela 14: Distribuição da amostra quanto aos serviços oferecidos. ....................................... 50
Tabela 15: Distribuição da amostra quanto ao tempo de tratamento da tuberculose. .............. 51
Tabela 16: Distribuição da amostra quanto a valorização do protocolo de tratamento para
pacientes com tuberculose. ....................................................................................................... 52

xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BCG- Bacilo de Calmette e Guerin

BK- Bacilo de Koch

E- Etambutol

EPIS- Equipamentos de Protecção Individual

H- Isoniazida

VIH- Vírus de Imunodeficiência Humana

MDR- Multidroga Resistente

MINSA- Ministério da Saúde em Angola

MT- Micobacterium Tuberculosis

NANDA- North American Nursing Diagnosis Association

OMS- Organização Mundial da Saúde

PT- Prova Tuberculina

R- Rifampicina

SIDA- Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

TARv- Tratamento Anti Retroviral

TB- Tuberculose

TBP- Tuberculose Pulmonar

TDO- Tratamento Directamente Observado

UT- Unidade de Tuberculina

XDR- Extesiva Droga Resistente

Z- Pirazinamida

xii
ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO..................................................................................................................................i
FICHA CATALOGRÁFICA...................................................................................................................ii
FOLHA DE APROVAÇÃO....................................................................................................................iii
DEDICATÓRIA......................................................................................................................................iv
EPIGRAFE...............................................................................................................................................v
AGRADECIMENTOS ........................................................................................................................... vi
RESUMO .............................................................................................................................................. vii
ABSTRACT ......................................................................................................................................... viii
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................ ix
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................... xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................................... xii
I- INTRODUÇÃO.....................................................................................................................1
1.1. Introduzir o tema ................................................................................................................. 1
1.1.1. Delimitação do tema...................................................................................................................... 2
1.1.2. Justificativa do tema ...................................................................................................................... 3
1.2. Formulação do problema ..................................................................................................... 3
1.3. Objectivos ............................................................................................................................ 4
1.3.1 Objectivo geral. .............................................................................................................................. 4
1.3.2. Objectivos específicos ................................................................................................................... 4
II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 5
2.1. Considerações gerais ........................................................................................................... 5
2.1.1. Tuberculose ...................................................................................................................... 5
2.1.2. Contextualização Histórica da Doença ............................................................................. 6
2.1.3. Aspectos clínicos da doença ............................................................................................. 7
2.1.4. Tipos de tuberculose ......................................................................................................... 8
2.1.5. Factores de risco para tuberculose .................................................................................. 10
2.1.6. Elementos para diagnóstico da tuberculose .................................................................... 10
2.1.7. Tratamento ...................................................................................................................... 14
2.1.8. Medidas preventivas ....................................................................................................... 18
2.1.9. Tuberculose e VIH.......................................................................................................... 19
2.1.10. Epidemiologia ............................................................................................................... 21
2.1.11. Tuberculose em Angola ................................................................................................ 22
2.1.12. Cuidados de Enfermagem ............................................................................................. 23
2.2. Quadro legal ...................................................................................................................... 30
xiii
2.3. Trabalhos já feitos ............................................................................................................. 31
III- CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ...................................................................... 32
3.1. Local de estudo .................................................................................................................. 32
IV- METODOLOGIA ........................................................................................................................ 34
4.1. Tipo de estudo ................................................................................................................... 34
4.2. População e amostra .......................................................................................................... 34
4.2.1. Critério de inclusão......................................................................................................... 34
4.2.2. Critério de exclusão ........................................................................................................ 34
4.3. Métodos a utilizar .............................................................................................................. 34
4.4. Procedimentos e instrumentos ou técnicas para colecta de dados ..................................... 34
4.5. Processamento de dados .................................................................................................... 35
V- RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... 36
VI- CONCLUSÕES ............................................................................................................................ 53
VIII- BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 55
GLOSSÁRIO
APÊNDICE
ANEXOS

xiv
xv
I- INTRODUÇÃO

1.1. Introduzir o tema


O trabalho faz uma abordagem geral sobre o papel da enfermagem no tratamento de pacientes
com tuberculose atendidos no hospital geral dos cajueiros no II semestre de 2021. A tuberculose
é uma doença infectocontagiosa causada por um microorganismo denominado Mycobacterium
tuberculosis também denominado de bacilo de Koch (BK), que se propaga através do ar, por
meio de gotículas da saliva contendo os bacilos expelidos por um doente com tuberculose ao
tossir, espirrar ou falar em voz alta, dessa forma afectando prioritariamente os pulmões. Quando
estas gotículas são inaladas por pessoas sadias, provocam a infecção tuberculosa e o risco de
desenvolvimento da doença. Antas (2007).
A Tuberculose (TB) é uma das mais antigas doenças da humanidade e constitui um importante
problema de saúde pública a nível mundial. Ela atinge principalmente as populações mais
susceptíveis socialmente, onde a previsão é de que dos três milhões de pessoas que morrem de
tuberculose a cada ano, ela permaneça dentre as dez maiores causas de mortes entre as doenças
infecciosas. (WETE et al.2015, p.66).
Em Angola, é considerada a 3ª Causa de morte, depois da malária e dos acidentes de viação,
embora seja uma enfermidade com diagnóstico e tratamento realizados de forma gratuita no
país. ANGOP (2021).
Apesar de grave e mortal o tratamento correcto desta doença garante a cura ao paciente, o
diagnóstico feito e o tratamento prescrito aos pacientes não graves ou que não carecem de
cuidados médicos especiais podem fazer o seu tratamento em regime ambulatório, mas
realizando sempre exames de controlo. (WETE et al. 2015, P.66).
O enfermeiro dentro da equipa de saúde se destaca como o profissional mais actuante no
tratamento do paciente de tuberculose, pois está preparado para desenvolver acções de
promoção, prevenção, proteção e reabilitação da saúde individual ou colectiva. Dessa forma o
profissional enfermeiro tem um olhar amplo sobre o processo saúde- doença, o que permite
uma melhor compreensão do estado de saúde do paciente, levando em consideração o território
onde vive e suas vulnerabilidades. Podendo assim aplicar todo seu conhecimento para restaurar
a saúde do paciente acometido. Ferreira (2021).

O impacto económico que causa a tuberculose no paciente e sua família é importante devido à
despesa que gera antes de se conhecer o diagnóstico e, posteriormente, para realizar o
tratamento. A isso se soma todo absentismo laboral, as horas de trabalho perdidas e a

1
diminuição da produtividade, pelo facto de o paciente não poder trabalhar com todo potencial
humano. Também, para os profissionais da saúde, especialmente enfermeiros, se deve
considerar o risco da tuberculose laboral.
No prazo de 24 horas um indivíduo infectado pode expelir até 3,5 milhões de bacilos da
tuberculose, muitos deles presentes em gotículas microscópicas que são eliminadas através da
tosse, do espirro ou no processo da fala. Estas minúsculas partículas podem flutuar por um
período de até 8 horas, depositando-se em roupas, lenços, livros, móveis e na poeira. É
primordial a assistência de enfermagem frente à pessoa diagnosticada com tuberculose, visto
que, desde a antiguidade, a enfermagem junto ao Programa Nacional de Controlo da
Tuberculose, contribuiu no processo de combate à doença. Esta concepção se deu devido à
enfermagem desenvolver um papel essencial no Controlo da TB. Nogueira (2020).

A consulta de enfermagem às pessoas com TB constitui importante ferramenta para o cuidado


clínico de enfermagem. Por meio da consulta de enfermagem, é possível estabelecer o
planeamento da assistência de enfermagem que envolve intervenções a serem desenvolvidas no
decorrer do processo de cuidar. Ferreira (2021).

O objectivo que levou a escolha deste tema, foi basicamente avaliar o papel da enfermagem no
tratamento de pacientes com tuberculose, pois esses pacientes após o diagnóstico da doença,
têm de tomar algumas medidas para evitar o contágio à outros indivíduos.

Dada a importância e especificidade do tema, que se subscreve no sector da saúde, procurou-


se, descrever em termos gerais, uma abordagem de compreensível entendimento, sem esquecer
outros elementos importantes para o tema.

A pesquisa foi realizada em forma de estudo quali-quantitativo, ela salienta somente o papel
da Enfermagem no tratamento de pacientes com tuberculose atendidos no hospital geral dos
cajueiros, situado em Luanda.

Espero que este trabalho possa contribuir para o melhor conhecimento da doença e estimular o
desenvolvimento de novos estudos que resultem para o melhoramento no tratamento de
pacientes com tuberculose.

1.1.1. Delimitação do tema


O trabalho salientará somente a temática “Papel da enfermagem no tratamento de pacientes
com tuberculose, atendidos no hospital geral dos cajueiros no IIº semestre de 2021”.

2
1.1.2. Justificativa do tema
O interesse por esse tema de estudo deve-se a sua relevância, partindo do princípio de que, em
Angola, a tuberculose é considerada a 3ª Causa de morte, depois da malária e dos acidentes de
viação, embora seja uma enfermidade com diagnóstico e tratamento realizados de forma
gratuita no país.
A Tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa que afecta principalmente os pulmões,
causada pelo Mycobacterium tuberculosis, conhecido como bacilo de Koch, com alto índice de
mortalidade, afecta milhares de pessoas em todo mundo.
Diversos elementos estão relacionados à infecção pela tuberculose, tais como: Factores
imunológicos, sociodemográficos e a infecção de vírus da imunodeficiência humana, essas
condições têm favorecido o adoecimento e a propagação da doença, além disso é uma doença
negligenciada, contribuindo para dificuldade no diagnóstico precoce e no tratamento adequado
dos indivíduos infectados.

1.2. Formulação do problema


Desde antiguidade a Tuberculose permanece entre as doenças infectocontagiosas que mais
acometem a humanidade. Angola faz parte do grupo dos 30 estados no mundo com a carga da
Tuberculose mais elevada. ANGOP (2021).
Segundo Perdigão (2008), em 1993 a organização mundial da saúde (OMS) declarou a
Tuberculose como uma emergência mundial, os pacientes com diagnóstico da tuberculose
devem tomar várias medidas para evitar o contágio de outros indivíduos, principalmente nas
primeiras semanas de tratamento, medidas essas que engloba: Distanciamento social,
permanecer em espaços ventilados, uso de máscaras cirúrgicas quando estiver na presença de
outras pessoas, evitar partilhar alguns objectos. Embora se conheça a causa da tuberculose, bem
como a forma de diagnóstico e tratamento da doença, ela ainda continua sendo uma epidemia
de difícil controlo.
 Com base a problemática acima descrita, formula-se a seguinte pergunta de partida:

Qual é o papel da enfermagem no tratamento de pacientes com tuberculose, atendidos no


hospital geral dos cajueiros no IIº semestre de 2021?

3
1.3. Objectivos

1.3.1. Objectivo geral


 Avaliar o papel da enfermagem no tratamento de pacientes com tuberculose, atendidos no
hospital geral dos cajueiros no IIº semestre de 2021.

1.3.2. Objectivos específicos


 Caracterizar os profissionais de enfermagem segundo a idade, género, grau profissional
e tempo de serviço.
 Identificar os instrumentos utilizados no tratamento de pacientes com tuberculose.
 Analisar os cuidados de Enfermagem prestados aos pacientes com tuberculose.

4
II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Considerações gerais


2.1.1. Tuberculose
De acordo com Rocha (2010), a tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa causada por
um microorganismo (bactéria) denominado de Mycobacterium Tuberculosis (MT), igualmente
conhecido por bacilo de Koch. A TB é uma infecção que pode afectar os pulmões, mas também
ocorrer noutros órgãos do corpo, sendo frequentemente associada a áreas fragilizadas pela
pobreza, promiscuidade, desnutrição e condições de higiene pessoal e pública deficitárias.
A TB constituiu-se num dos problemas de saúde pública mais graves, principalmente nos países
subdesenvolvidos, com o recrudescimento da doença e com o aparecimento da Síndrome de
Imunodeficiência Adquirida (SIDA). No entanto, a preocupação alastra-se aos países
desenvolvidos, nas áreas mais debilitadas economicamente, demonstrando taxas de
adoecimento muito altas, relacionadas com a má alimentação e condições habitacionais
deficientes, facilitando a propagação da doença. OMS (2011).
Para Filho (2001), a transmissão da TB é feita por via aerógena, através da eliminação de
partículas (aerossóis) contaminadas, contendo um a quatro bacilos. Assim, o contágio propaga-
se pela via inalatória através de gotículas contaminadas, sendo que após a transmissão do bacilo
de Koch poderão ocorrer várias situações, dependendo das condições ambientais e das
características intrínsecas dos indivíduos. Assim, poderá ocorrer a natural eliminação do bacilo,
o desenvolvimento deste, sem causar doença, o desenvolvimento da doença (tuberculose
primária) e/ou, a activação da doença após vários anos da infecção (tuberculose pós-primária,
por reactivação endógena).
De acordo com Durovni et al. (2013), o grau de contágio da infecção depende da extensão da
doença, a presença de cavernas ou lesões extensas nas cavidades pulmonares (lesões cavitadas),
libertação de secrecções respiratórias (não protecção da boca e nariz sempre aquando de tosse
e espirros), condições ambientais (locais pouco ventilados e com pouca luz), e tempo de
exposição do indivíduo são relativamente ao doente. Assim, quanto mais intenso for o contacto
do doente com outras pessoas, maior é a possibilidade de serem contaminadas.
Ao ser inalado, o bacilo permanece inactivo, começando a multiplicar-se num espaço de três
dias, dobrando a população bacilar de 18 em 18 horas, pelo que a imunidade da pessoa
contaminada depende, sobretudo, da resistência natural, mais concretamente da resposta imune
celular. Filho (2001).

5
Estamos perante uma infecção quando o bacilo atinge os alvéolos pulmonares e vai,
progressivamente, expandindo para os nódulos linfáticos e para outros tecidos do corpo, através
da corrente sanguínea. A resposta imunológica processa-se através da formação de granulomas
- a formação de nódulos de tuberculose, e de pequenas lesões, “tuberculos”, que conferem o
nome à doença. Durovini et al. (2011).

Quando há resposta insuficiente por parte do sistema imunológico, verifica-se a multiplicação


da bactéria, constatando-se a progressão da infecção e doença, quando de uma infecção primária
ou reactivação, após contacto e infecção, apenas 5% das pessoas desenvolve evolução da
doença e as restantes 95% permanecem infectadas, embora assintomáticas. Os indivíduos que
apresentarem diminuição ou queda da resposta imunológica poderão reactivar os bacilos
“dormentes” e, desta forma, adoecer. Da Silva (2011).

2.1.2. Contextualização Histórica da Doença


Segundo Oliveira et al. (2019), a tuberculose é uma doença que está presente na vida do homem
desde a antiguidade. Desde 8.000a.C foram descobertos vestígios da doença em esqueletos
humanos na Alemanha, mas foi somente a partir do século XIV e XV que os médicos
começaram a investigar o contágio da região e diante dessa descoberta, passaram a observar a
necessidade de isolar os objectos de doentes que em muitos casos eram queimados para impedir
a disseminação da doença para outros indivíduos sádios. Por conta de seus variados sintomas,
a tuberculose não era identificada como uma única doença até à segunda década do século XIX,
chamada antigamente como peste cinzeta, conhecida em português como tísica pulmonar ou
doença do peito, até ser batizada em 1839 por J.L. Schoenlein, actualmente conhecida com
tuberculose. A doença se originou a partir do primeiro gado domesticado, no qual também se
originou a varíola humana e antigamente não existia vacina.
Durante o século XIX a epidemia da tuberculose se alastrou de tal forma que a doença tornou-
se conhecida como o mal do século, mas neste período foram feitas descobertas importantes na
tentativa de reverter essa situação. Filho (2001).
Em 1882, Robert Koch isolou o agente etiológico da tuberculose e essa descoberta significou
um passo importante para humanidade no Controlo da doença, bem como no conhecimento
acerca da enfermidade, através desta descoberta foi possível direccionar metas eficazes no
tratamento da tuberculose, apesar de neste período ainda não ser observado avanços
terapêuticos significativos. A partir do século XIX as medidas terapêuticas se restringiam ao
tratamento higieno-dietético, na qual a cura do doente era espontânea, quando este estava em
condições favoráveis, além dessas medidas, viu-se a necessidade de criação de sanatórios e
6
preventórios para auxiliar na cura da doença. A efeméride comemora-se aos 24 de Março data
associada a descoberta do agente etiológico. Rocha (2010).
O primeiro sucesso genuíno de vacinação contra a tuberculose foi desenvolvido a partir de
linhagens atenuadas da tuberculose bovina, criado pelos franceses Albert Calmette e Camille
Guérin em 1906 no instituto Pasteur. Era a vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guerin). Ela foi
usada pela primeira vez em humanos em 18 de julho de 1921 na França. Ferreira (2001).

Embora se conheça a causa da tuberculose, bem como a forma de diagnóstico e tratamento da


doença, ela ainda continua sendo uma epidemia de difícil controlo. É necessário buscar medidas
efectivas para solucionar o problema partindo da busca activa dos sintomáticos respiratórios e
seus contactos, para o diagnóstico precoce e tratamento adequado aos indivíduos contaminados,
a OMS, prevê um mundo livre da tuberculose até o ano de 2035. OMS (2011).

2.1.3. Aspectos clínicos da doença


De acordo com Kristski et al. (2011), o Micobacterium tuberculosis, tem como principal
reservatório o homem. O risco de adquirir a doença é maior em pessoas com idade muito
jovem ou muito avançada, apesar do risco ser semelhante nos homens e nas mulheres,
os homens possuem maior incidência devido aos factores de riscos serem mais
predominantes no sexo masculino, nomeadamente infecção pelo VIH, alcoolismo,
tabagismo, toxicodependência.

De acordo com o Instituto Nacional De Saúde Pública (2017), a transmissão ocorre de


pessoa à pessoa, por meio do bacilo expelido por tosse, espirro ou fala de uma pessoa
com tuberculose pulmonar ou na laringe. Ambientes fechados, mal ventilados, com
ausência de luz solar, com aglomerados de pessoas tornam maior a chance de
transmissão. Quanto maior o tempo de permanência em ambiente com essas
características e pessoas com tuberculose sem tratamento, maior a chance de infecção.
Por isso, é importante manter a casa arejada, permitir a entrada de luz solar e manter as
janelas abertas para adequada circulação do ar. Orientar também o paciente a levar o
braço ou lenço à boca e ao nariz quando tossir ou espirrar para diminuir a disseminação
dos bacilos. Essas medidas são importantes durante a fase de transmissão. A partir de
15 dias de tratamento adequado, o risco de transmissão diminui.

7
De acordo com Durovani et al. (2011), quanto maior a intensidade da tosse e a concentração de
bacilos no ambiente e quanto menor a ventilação desse ambiente, maior será a probabilidade
de infectar os circundantes.

Com o início do tratamento adequado e o uso correcto de medicamentos antiTB em pacientes


infectados com cepas sensíveis, a transmissibilidade diminui rapidamente em duas a três
semanas. Portanto, a prioridade na instituição das acções preventivas deve ser dada aos
pacientes com maior risco de transmissibilidade, que são aqueles não diagnosticados
(sintomático respiratório) ou nos primeiros dias de tratamento. Ocorrendo infecção pelo bacilo
da tuberculose, as pessoas com maior risco de adoecer são aquelas com a imunidade
comprometida. Nogueira (2020).

 Sinais e sintomas
Segundo Nogueira (2020), os sinais e sintomas da tuberculose, podem ser variados dependendo
da reacção imunológica do indivíduo infectado. No começo da doença, podemos identificar
alguns sintomas iniciais: Febre, perda de peso, suores noturnos ou tosse persistente, que podem
variar de acordo com vários factores.
De acordo com Barreto (2014), dentre os sinais e sintomas na fase activa, destacam-se:
 Tosse com duração de três ou mais semanas
 Expectoração com sangue
 Dor no peito ou dor com respiração ou tosse, vulgarmente definida como pontada.
 Fadiga
 Suor noturno
 Febre, embora o doente com tuberculose nem sempre tenha febre associada.
 Arrepios
 Perda de apetite
 Rouquidão ou dor de garganta
 Emagrecimento.

2.1.4. Tipos de tuberculose


Para Durovani et al. (2011), a tuberculose classifica-se em dois grupos:
 Tuberculose pulmonar
Os sintomas clássicos da TB pulmonar são: Tosse persistente, produtiva ou não (com muco e
eventualmente sangue), febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento

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A fonte da infecção da doença na forma pulmonar é a eliminação dos bacilos para o exterior do
corpo que é transmitida de indivíduo contaminado à outro sádio.

 Tuberculose extrapulmonar
De acordo com Durovani et al. (2011), as apresentações extrapulmonares da TB têm seus sinais
e sintomas dependentes dos órgãos e/ou sistemas acometidos. Sua ocorrência aumenta entre
pacientes com VIH, especialmente entre aqueles com imunocomprometimento grave. As
principais formas são:

Tuberculose pleural: Cursa com dor torácica, astenia, emagrecimento, anorexia febre e tosse
seca. Eventualmente, apresenta-se clinicamente pneumonia bacteriana aguda, e a dispneia pode
aparecer apenas nos casos com maior tempo de evolução dos sintomas.

Tuberculose ganglionar: Quando a doença provoca um aumento do tamanho dos gânglios


linfáticos, no pescoço, axilas e virilhas. O diagnóstico é obtido por meio de aspirado por agulha
e/ou biópsia ganglionar, para realização de exames bacteriológicos e histopatológicos.

TB meningoencefálica: Clinicamente, pode ser subaguda ou crônica com sintomas com


duração superior a quatro semanas. Na forma subaguda, cursa com cefaleia, irritabilidade,
alterações de comportamento, sonolência, anorexia, vômitos e dor abdominal associados à
febre, fotofobia, vômitos e rigidez de nuca por tempo superior a duas semanas. Pode haver
hipertensão. Na forma crônica, o paciente evolui várias semanas com cefaleia, até que o
acometimento de pares cranianos faz o médico suspeitar de meningite crônica.

Tuberculose pericárdica: Os principais sintomas são dor torácica, tosse seca e dispneia.
Muitas vezes, a dor não se manifesta como a dor pericárdica clássica. Pode haver febre,
emagrecimento, astenia, tonteira, edema de membros inferiores, dor no hipocôndrio direito
(congestão hepática) e ascite. Raramente a tuberculose pode afectar os tecidos que rodeiam o
coração, causando inflamação e acumulo de líquidos que podem interferir com a capacidade do
coração bombear eficazmente o sangue. Esta condição chamada de derrame pericárdico, pode
ser fatal.

Tuberculose óssea: O quadro clínico é a tríade dor lombar, dor à palpação e sudorese noturna.
Afecta mais comumente a coluna torácica baixa e a lombar.

Tuberculose articular: A artrite tuberculosa geralmente afecta as ancas e joelhos.

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Tuberculose cerebral: Inflamação das membranas que cobrem o cérebro (Meninge), isso pode
causar dor de cabeça, duradoura ou intermitente que ocorre durante semanas. Alterações
mentais também são possíveis na tuberculose cerebral.
Tuberculose urinária: Quando afecta os rins e a bexiga, causando hematúria.
Tuberculose hepática: O fígado ajuda a filtrar os resíduos e impurezas da corrente sanguínea,
essas funções ficam prejudicadas no caso de estarem infectadas por tuberculose.
Tuberculose miliar ou cutânea: Quando a tuberculose afecta a pele.
Para além dos mencionados vários orgãos podem ser envolvidos, tuberculose ocular (nos
olhos), tuberculose intestinal (no intestino), tuberculose peritoneal (peritoneo).
2.1.5. Factores de risco para tuberculose
Para Oliveira et al. (2019), qualquer indivíduo pode contrair tuberculose, mas certos factores
de risco podem aumentar a probabilidade de transmissão da doença. Entre esses factores,
destacam-se as alterações no sistema imunológico que é responsável pela defesa do organismo
no combate de bactérias da tuberculose e outros microorganismos invasores e manter a infecção
confinada. Se o sistema imunológico enfraquece, a defesa pode ficar comprometida e
consequentemente o bacilo ganha terreno e o indivíduo acaba por desenvolver tuberculose
activa Uma série de doenças, medicamentos e hábitos podem enfraquecer o sistema
imunológico, como por exemplo:
 VIH/SIDA;
 Diabetes;
 Doença renal grave;
 Certos tipos de câncer;
 Alguns tratamentos do câncer, como quimioterapia;
 Fármacos;
 Desnutrição;
 A falta de assistência médica;
 Uso de drogas ou abuso de álcool e cigarro.

2.1.6. Elementos para diagnóstico da tuberculose


Segundo Campos et al. (2014), o diagnóstico da tuberculose pode ser feito a partir dos seguintes
elementos:

10
 História clínica
Não raramente, a tuberculose pode manifestar-se sob diferentes apresentações clínicas, que
podem estar relacionadas com o órgão acometido. Desta forma, outros sinais e sintomas, além
da tosse, podem ocorrer e devem ser valorizados na investigação diagnóstica individualizada.

Após a etapa do acolhimento do paciente com tuberculose, segue-se a abordagem da história


clínica, onde através dela o profissional de saúde deverá registrar os dados imprescindíveis e
mais relevantes para o desenvolvimento das actividades posteriores. A partir dessas
informações colhidas será possível tomar decisões sobre como serão realizadas as investigações
para definir melhor a doença, seu prognóstico e as principais intervenções que deverão ser
orientadas e seguidas pelo doente.

Questionar se o doente teve contacto ou não com uma pessoa infectada, se este apresenta
sintomas e sinais sugestivos da tuberculose, presença de factores de risco para o
desenvolvimento da tuberculose. Antas (2007).

 Exames bacteriológicos
Segundo Rocha (2010), a pesquisa bacteriológica é um método de importância fundamental em
adultos, tanto para o diagnóstico quanto para o Controlo de tratamento, e será usado na ordem
de prioridade detalhada.

1- Baciloscopia directa do escarro


É o exame mais confiável para diagnóstico da tuberculose, porque a partir dele é possível
detectar as principais formas de infecções pelo bacilo. A baciloscopia do escarro, desde que
executada correctamente em todas as suas fases, permite detectar de 60% a 80% dos casos de
tuberculose pulmonar, o que é importante do ponto de vista epidemiológico, já que os casos
bacilíferos são os responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão.

De acordo com Rocha (2010), recomenda-se a utilização de duas amostras e há duas fases para
realização da baciloscopia:

Primeira amostra: Colectada quando o sintomático respiratório, procura atendimento na


unidade de saúde para aproveitar a presença dele e garantir a realização do exame laboratorial.

Segunda amostra: Colectada na manhã do dia seguinte, assim que o paciente despertar. Essa
amostra em geral tem quantidade maior de bacilos porque é composta da secrecção acumulada
na árvore brônquica por toda noite.
11
A fase inicial do exame, que compreende colecta, conservação e transporte do escarro, é de
responsabilidade da unidade de saúde, que deverá seguir as seguintes orientações:

Qualidade e quantidade da amostra – Uma boa amostra de escarro é a que provém da árvore
brônquica, obtida após esforço de tosse, e não a que se obtém da faringe ou por aspiração de
secreções nasais, nem tampouco a que contém somente saliva. O volume ideal é de 5ml a 10ml.

Recipiente – O material deve ser colectado em potes plásticos com as seguintes características:
descartáveis, com boca larga, transparente, com tampa de rosca. A identificação (nome do
paciente e data da coleta) deve ser feita no corpo do pote e nunca na tampa.

Locais da colecta – As amostras devem ser colectadas em locais aberto, de preferência ao ar


livre ou em condições adequadas de biossegurança.
Orientação ao paciente – A unidade de saúde deve ter pessoal capacitado para fornecer
informações claras e simples ao paciente quanto à colecta do escarro.

Conservação e transporte – As amostras clínicas devem ser enviadas e processadas no


laboratório imediatamente após a colecta.

Para o transporte de amostras devem-se considerar duas condições importantes:

• Proteção contra a luz solar;

• Acondicionamento adequado para que não haja risco de derramamento.

2- Cultura para micobactéria, identificação e teste de sensibilidade


Para Gomes et al. (2011), a cultura para BK consiste na detencção e no isolamento da
micobactéria, bem como na identificação da espécie e/ou complexo isolado, e na determinação
da sensibilidade do germe aos medicamentos de Tuberculose. É um método de elevada
especificidade e sensibilidade no diagnóstico da TB. Nos casos pulmonares com baciloscopia
negativa, a cultura do escarro pode aumentar em até 30% o diagnóstico bacteriológico da
doença. A cultura para micobactéria é indicada nos seguintes casos:
 Suspeita clínica e/ou radiológica de TB com baciloscopia repetidamente negativa;
 Suspeitos de TB com amostras paucibacilares (poucos bacilos);
 Suspeitos de TB com dificuldades de obtenção da amostra (por exemplo, crianças);
 Suspeitos de TB extrapulmonar.

12
 Exame Radiológico

Quanto ao exame radiológico os estudos de Rocha (2010,p 19), expressam que:

O exame radiológico isolado, não oferece diagnóstico para tuberculose, por isso é sugerido
apenas quando o profissional médico, tem suspeito de caso da doença. Depois da realização da
baciloscopia e com o seu resultado positivo para tuberculose. Fornece dados ao profissional
para confirmação que precisa para definir mais claramente o diagnóstico da tuberculose.

A radiografia de tórax é método diagnóstico de grande importância na investigação da


tuberculose. Diferentes achados radiológicos apontam para a suspeita de doença em atividade
ou doença no passado, além do tipo e extensão do comprometimento pulmonar. Deve ser
solicitada para todo o paciente com suspeita clínica de TB pulmonar. Gomes et al. (2011).

O estudo radiológico tem, ainda, importante papel na diferenciação de formas de tuberculose


de apresentação atípica e no diagnóstico de outras pneumopatias no paciente portador de VIH
ou de outras situações de imunodepressão. Barreto (2014).

• Prova tuberculínica
A prova tuberculínica – pt consiste na inoculação intradérmica de um derivado protéico do m.
tuberculosis para medir a resposta imune celular a estes antígenos. É utilizada, em adultos e
crianças, para o diagnóstico de infecção latente pelo M. tuberculosis (ILTB).O teste cutâneo
tuberculínico, serve para auxiliar no diagnóstico da TB, que quando reactora aponta apenas que
aquele indivíduo esteve em contacto com o bacilo, mas que ele pode desenvolver ou não a
forma activa da doença e essa possibilidade dependerá de vários factores associados ao
indivíduo. Vergani (2010).

Tuberculina e técnica
Segundo Antas (2007), a aplicação e leitura da PT devem ser realizadas por profissionais
treinados. Ainda assim entre leitores experientes pode haver divergências. A leitura deve ser
realizada 48 a 72 horas após a aplicação podendo ser estendido para 96 horas. O maior diâmetro
da área de endurecimento palpável será o resultado do teste, deve ser medido com régua
milimetrada transparente e o resultado, registrado em milímetros.
De acordo com Rocha (2010), os resultados registrado em milímetros do teste realizado em
suspeitos de TB, obedecem a seguinte classificação:
 De 0 mm a 4 mm: Não reactor, indivíduo não infectado ou com hipersensibilidade
reduzida.

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 De 5 mm a 9 mm: Reactor fraco, indivíduo vacinado com BCG ou infectado pelo M.
tuberculosis ou por outras bactérias.

 De 10 mm ou mais: Reactor forte, indivíduo infectado que pode estar doente ou não,
indivíduos vacinados com BCG nos dois últimos anos.
Reacções falso-positivas podem ocorrer em indivíduos infectados por outras micobactérias ou
vacinados com a BCG, principalmente se vacinados (ou revacinados) após o primeiro ano de
vida, quando a BCG produz reacções maiores e mais duradouras. Entretanto, a reacção tende a
diminuir com o passar do tempo e se a PT for realizada dez anos ou mais após a última
vacinação, o efeito da BCG sobre ela poderá ser mínimo. (SARMENTO et al. 2008).

 Exame histopatológico

É um método empregado na investigação das formas extrapulmonares, ou nas formas


pulmonares que se apresentam radiologicamente como doença difusa, por exemplo, na TB
miliar, ou em indivíduos imunossuprimidos. Nos pacientes não imunossuprimidos, a
baciloscopia do tecido usualmente é negativa e a presença de um granuloma, com necrose de
caseificação, é compatível com o diagnóstico de TB. Nos pacientes imunossuprimidos, é menos
frequente a presença de granuloma com necrose caseosa, mas é mais frequente a positividade
da baciloscopia no material de biopsia. No entanto, o único método diagnóstico de certeza de
TB é a cultura seguida da confirmação da espécie M. Tuberculosis por testes bioquímicos ou
moleculares e, por isso, todo material colectado por biópsia deve também ser armazenado em
água destilada ou em soro fisiológico 0,9% e enviado para cultura em meio específico. Campos
et al. (2014).

2.1.7. Tratamento
De acordo com Da Silva et al. (2011), a tuberculose é uma doença grave, porém curável em
praticamente 100% dos casos novos desde que os princípios de quimioterapia sejam seguidos,
o tratamento da tuberculose, é um processo lento. Em média, a duração do tratamento é
considerada superior comparada com outras infecções bacterianas ou víricas. O tratamento
antibiótico deve ser administrado pelo menos entre seis a nove meses. A selecção dos fármacos
a usar, o tempo de tratamento e eventuais procedimentos dependem da idade, comorbidades,
possível resistência aos fármacos, da forma de tuberculose e da localização da infecção no
organismo. O tratamento pode ser feito em regime ambulatorial e será directamente observado
(TDO), a hospitalização é recomendado em casos especiais e de acordo com as seguintes
prioridades:

14
 Meningoencefalite tuberculosa;
 Intolerância aos medicamentos antíTB incontrolável em ambulatório;
 Estado geral que não permita tratamento ambulatório;
 Casos em situações de vulnerabilidade social, como ausência de residências fixam,
grupo com maior possibilidade de abandono, especialmente casos de retratamento,
falência ou multirresistência.

Wete et al. (2015, p.67) expressa que, a OMS classifica os fármacos anti-TB em cinco grupos:
Grupo 1 - Medicamentos orais de primeira linha – Isoniazida (H), rifampicina (R), etambutol(E)
e pirazinamida( Z). São os mais potentes e mais bem tolerados, podendo ser utilizados na
dependência do histórico terapêutico e do resultado do teste de sensibilidade.

Grupo 2 - Medicamentos injectáveis – Estreptomicina (S) (1a linha), amicacina, Kanamicina


(Km) e capreomicina( Cm) (2a linha). Para casos com resistência à estreptomicina e à
amicacina, está indicado o uso de capreomicina.

Grupo 3 - Fluoroquinolonas – Ofloxacina, levofloxacina, Gatifloxacina moxifloxacina

Grupo 4 - Medicamentos orais de segunda linha – terizidona ou cicloserina, etionamida ou


protionamida e ácido paraminossalisílico.

Grupo 5 - Medicamentos de eficácia menor ou não recomendados para uso de rotina –


clofazimina, linezolida, amoxicilina/clavulanato, tiacetazona, imipenen, isoniazida em altas
doses e claritromicina

Os medicamentos de primeira linha são os mais usados no tratamento da tuberculose devido a


sua potência:

Isoniazida: É o mais activo e bastante solúvel em água. Ela tem acção bacteriostática para os
bacilos que se multiplicam mais lentamente, e bactericida para os que se multiplicam
rapidamente é rapidamente absorvida no trato gastrointestinal, sua distribuição se dá através de
fluidos corporais e tecidos e é excretada na urina. Silva (2010).
As reacções mais importantes se relacionam com o sistema nervoso central e periférico. A
neurite periférica ocorre em cerca de 2% dos pacientes que usam 5 mg/ kg de peso/dia, esse
efeito é mais frequente em pacientes portadores de diabetes melittus, desnutridos e anêmicos e
pode ser evitado administrando piridoxina.

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Rifampicina: É um fármaco administrado oralmente, distribuída nos tecidos e fluidos,
parcialmente excretada na urina e bile, o que faz sofrer recirculação entero hepática que é
posteriormente excretado nas fezes, e mal absorvido pelo trato gastrointestinal. Liga-se
altamente a proteínas. Katzung et al. (2014)
Os efeitos adversos mais recorrentes são erupções cutâneas, febre, e distúrbios gastro
intestinais, pode deixar lágrimas, suor e urina alaranjados, é necessária realização da avaliação
da função hepática antes do início do tratamento, pois pode acarretar a danos no fígado.
Etambutol: É um fármaco administrado oralmente, 80% do fármaco é absorvido pelo trato
gastrointestinal, meia vida de 3 a 4h, e a principal via de excreção é a renal, o efeito colateral
mais significativo é a neurite ótica que faz com que haja distúrbios visuais por alteração de
cores. Podem ocorrer problemas de hipersensibilidade. Pode ser usado em crianças e gestantes:
nenhum efeito teratogênico foi reportado até hoje. Silva (2010).
Pirazinamida: A sua forma activa é o ácido pirazinoico que rompe o metabolismo e as funções
de transporte da membrana das micobactérias. A resistência a esse fármaco pode ser
desenvolvida rapidamente. É administrado por via oral. Deve ser usado de preferência em dose
única diária. Katzung et al. (2014).
Bem absorvidos pelo trato gastrointestinal e distribuído nos tecidos, até mesmo meninges
inflamadas. Já a metabolização do composto original ocorre no fígado e a depuração dos
metabólitos pelos rins. Brunton et al. (2012).
Os efeitos adversos mais comuns são desenvolvimento de gota iniciando com hiperuricemia,
mal-estar e transtornos gastrointestinais como náuseas e vômito, e até 5% dos pacientes podem
ter problemas hepáticos, sendo os aumentos de transaminases alterações hepáticas mais
precoces. A icterícia implica que a droga deve ser interrompida. Silva (2010).
Estreptomicina: É utilizado quando há resistência a outros fármacos e a administrado por via
intramuscular ou intravenosa. Katzung et al. (2014).
Por ser um antibiótico macrolídeo suas reacções adversas mais comuns são a ototóxicidade e a
nefrotoxicidade, essa toxicidade é dependente da dose e mais comum em idosos. Silva (2010).
De forma a simplificar o tratamento existe o coxcip 4, comprimido contendo dose fixa destes 4
fármacos: Rifampicina + Isoniazida+ Piraziamida + Etambutol.
2.1.9. Resistência aos fármacos
Segundo Sarmento et al. (2008), a resistência aos fármacos, pode ser considerada como:
Resistência natural: Aquela que surge no processo de multiplicação do bacilo naturalmente.

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Resistência artificial: Aquela que se verifica em pacientes nunca tratados para TB,
contaminados por bacilos previamente resistentes.
Resistência adquirida ou secundária: Em pacientes com tuberculose inicialmente sensível, que
se torna resistente após a exposição aos medicamentos. As principais causas são: Esquemas
inadequados, uso irregular do esquema terapêutico por má adesão ou falta de medicamentos.
De acordo com Gomes et al. (2011) essas resistências classificam-se em:
 Monorresistência: Resistência a um fármaco
 Polirresistência: Resistência a dois ou mais fármacos, excepto à associação rifampicina
e isoniazida.
 Multirresistência: Resistência, pelo menos à rifampicina e a isoniazida. MDR
 Resistência extensiva: Resistência à rifampicina, isoniazida, acrescida à resistência a
um injectável de segunda linha (amicacina, canamicina ou capreomicina). XDR

Nogueira (2021), expressa que, para o sucesso no tratamento da tuberculose, existem quatro
condições básicas imprescindíveis que devem ser seguidas correctamente por parte do paciente:
 Adesão do paciente,
 Realização mensal da baciloscopia
 Controlo nos casos de tuberculose pulmonar,
 Acompanhamento clínico

Controlo do tratamento
Para Kristski et al. (2011), o Controlo do tratamento consiste na execução de actividades
programáticas que permitem o acompanhamento da evolução da doença, utilização correcta dos
medicamentos e o sucesso terapêutico. Consiste em:
 Realização da baciloscopia de controlo.
 Acompanhamento clínico mensal visando à identificação de queixas e sinais clínicos
 Avaliar a evolução da doença após a introdução dos medicamentos e a detecção de
manifestações;
 Reforçar sempre que a doença tem cura;
 Avaliar o peso a cada consulta para que ajustar as doses, quando necessário;
 Deve ser bem esclarecido sobre os malefícios do abandono;
 Analisar criteriosamente os factores de risco para o abandono;
 Certificar se o paciente está tomando regularmente os medicamentos.
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2.1.8. Medidas preventivas
Segundo a ANGOP (2020), a melhor maneira de prevenir a contaminação por tuberculose é a
realização do diagnóstico e tratamento precoce, que poderá ser feito a partir do momento que
as pessoas tiverem consciência da importância de procurar regularmente um serviço de saúde
de atenção básica mais próximo da sua residência.
A TB pulmonar e a laríngea são classificadas como de transmissão aérea e requerem medidas
administrativas e ambientais que diminuam a transmissão da doença. Barreto (2014).
De acordo com Campos et al. (2014), todo ambiente onde circulam pacientes que produzam
aerossóis contendo Mycobacterium tuberculosis oferece algum risco de transmissão. Destacam-
se como foco das medidas de controlo o domicílio do paciente, seu local de trabalho e as
unidades de saúde nas quais é atendido além de instituições de longa permanência, como prisões
ou casas de apoio.
 Vacinação BCG;
Trata-se de uma vacina atenuada e cada dose administrada contém cerca de 200mil ou
até mais de um milhão de bacilos. A administração é feita por via intradérmica, no
braço direito. Quando administrada não protege indivíduos já infectados e nem evita
adoecimento, mas oferece protecção a não infectados contra as formas mais graves.
Indicado para recém-nascidos, contactos de hanseníase, contactos intradomiciliares,
crianças e adultos com VIH. Gomes et al (2011).
 Controlo de contactos: é uma ferramenta importante para prevenir o adoecimento e
diagnosticar precocemente casos da doença na população. Todos os contactos devem
ser avaliados. Kristeki (2011).
 Promoções de acções educativas: Os pacientes devem ser informados sobre a
transmissão da doença, orientados a cobrir a boca e o nariz ao tossirem ou espirrarem,
utilizando preferencialmente lenço descartável ou máscaras cirúrgicas para reduzir a
geração de partículas infectantes no ambiente. Da Silva (2011).
 Aplicação de medidas de precaução padrão: Higienização das mãos, uso de EPIs
quando necessário, limpeza e desinfecção de ambientes e equipamentos. Ferreira
(2021).

18
2.1.9. Tuberculose e VIH
A combinação do bacilo da tuberculose com o VIH tem sido a maior causa de óbitos no mundo
(25%) das pessoas portadoras da síndrome de imunodeficiência adquirida. Ambos se
desenvolvem nas formas mais aceleradas e graves, quando actuam juntos, já que o organismo
fica enfraquecido devido ao ataque dos vírus às células de defesas e paralelamente ao bacilo.
No mundo 13% dos novos casos de tuberculose ocorreram em portadores do VIH em 2011.
Brasil (2021).
Os doentes com VIH, a medida que a SIDA compromete a sua imunidade tornam-se mais
susceptíveis ao contágio a partir de doentes com tuberculose com que privem. Como há um
grande número de pessoas saudáveis infectadas com TB, essas pessoas podem passar apresentar
TB, quando sua imunidade estiver muito atingida pela SIDA, é por isso que as duas infecções
se associam com muita frequência. Os doentes com TB devem ser aconselhados a realizar teste
de diagnóstico da infecção por VIH, do mesmo modo portadores de VIH deve ser pesquisado
activamente eventual infecção por Micobacterium tuberculosis. Lopes (2011).
Segundo a OMS (2011) no seu relatório global de controlo da Tb pela OMS, a possibilidade de
seres humanos portadores de VIH ficarem com tuberculose é de 21 a 34 vezes maior do que os
sem infecção.
Em Angola, 12% dos doentes com VIH em 2019 eram portadores do bacilo da tuberculose, a
doença é considerada oportunista. Jornal de Angola (2019).
De acordo com a OMS (cit in Brasil 2021), é frequente a descoberta da seropositividade para
VIH durante o diagnóstico de tuberculose, o advento da epidemia do VIH nos países endêmicos
para tuberculose tem acarretado aumento significativo de tuberculose pulmonar com
baciloscopia negativa e formas extrapulmonares. Embora sejam menos infectantes que os
pacientes com baciloscopia positiva, estes pacientes, em geral, são mais imunocomprometidos,
apresentam mais reacções adversas aos medicamentos e têm maiores taxas de mortalidade
agravadas pelo diagnóstico tardio dessas formas. A descoberta da seropositividade é muito
comum durante o diagnóstico de tuberculose e, na grande maioria dos casos, é necessário
começar o tratamento antirretroviral, o Controlo da coinfecção TB/VIH exige a implantação de
um programa que permita reduzir a carga de ambas as doenças.

De acordo com Barreto (2014), entre os objectivos do Controlo da coinfecção TB/VIH estão:
1. Garantir aos pacientes com tuberculose:

Acesso precoce ao diagnóstico da infecção pelo VIH por meio da oferta do teste.
19
Acesso ao tratamento antirretroviral, quando pertinente.

2. Garantir às pessoas vivendo com VIH:

Realização da PT e acesso ao tratamento da infecção latente (quimioprofilaxia) da tuberculose,


quando indicado.

Diagnóstico precoce da tuberculose activa nos pacientes com manifestações clínicas


sugestivas.

Em pacientes com VIH positivos, a apresentação clínica da tuberculose é influenciada pelo


grau de imunossupressão e de maneira geral, a investigação diagnóstica da tuberculose na
coinfecção é semelhante à investigação diagnóstica de forma geral. O diagnóstico
bacteriológico é ainda mais importante na coinfecção para confirmar a presença de TB activa.
Devido a maior frequência de formas extrapulmonares e de formas dessemidas em pessoas
infectadas pelo VIH, a investigação adequada requer uma estrutura diagnóstica que envolva a
realização de procedimentos invasivos para colecta de espécimes clínicos como líquido
pleural, biopsia de orgãos, dessa forma todo infectado pelo VIH e suspeito de TB deverá ser
encaminhado aos serviços de referência para assistência especializadas. Kritski (2011).

Para Barreto (2014), o tratamento da tuberculose em pessoas infectadas pelo VIH segue as
mesmas recomendações para os não infectados, tanto nos esquemas quanto na duração total do
tratamento. Taxas maiores de falência terapêutica e recorrência da tuberculose têm sido
demonstradas nos coinfectados, o que demanda atenção especial na condução desses pacientes.
Com relação aos efeitos adversos, alguns estudos sugerem que a ocorrência de eventos graves
seja igual nos coinfectados e nas pessoas com TB e sem infecção pelo VIH.A pronta solicitação
do teste anti-VIH e a agilidade de seu resultado em pacientes com tuberculose é fundamental
para o correto manuseio do tratamento da coinfecção TB- VIH. De forma geral recomenda-se
iniciar TARv (nas pessoas com indicação) em torno de 30 dias após o início do tratamento para
tuberculose, o início mais tardio está associado a maior letalidade por TB ou VIH.

A rifampicina deve preferencialmente fazer parte do esquema de tratamento da TB, já que


esquemas sem este fármaco têm menor eficácia terapêutica, resultam em retardo na negativação
da baciloscopia, prolongam a duração da terapia e têm maiores taxas de recidiva, falência e de
letalidade. Barreto (2014).

20
2.1.10. Epidemiologia
Segundo Perdigão (2008), a tuberculose está entre as principais causas de morte no mundo,
desde 1993, a OMS considera a tuberculose como uma emergência mundial e 9,27 milhões de
novos casos de tuberculose foram diagnosticados no mundo em 2007, aproximadamente 1,7
milhões de pessoas morrem pela doença, destes 0.7 milhões de casos e 0,2 milhões de mortes
foram em VIH positivos.
De acordo com a OMS (2021), no relatório global da tuberculose, em 2020 morreram mais
pessoas com a doença infecciosa do que ano de 2019. Aproximadamente 1,5 Milhões de pessoas
morrem de tuberculose, incluindo 214 mil pessoas seropositivos, um dos grupos de maior risco,
a OMS receia que o número de mortos possa ser maior em 2021 e 2022. Em 2020 o número de
pessoas que tiveram acesso ao tratamento preventivo para doença baixou 21% em relação a
2019. Com aumento do número de mortes, sobretudo nos 30 países com índices mais elevados
de tuberculose, entre os quais Angola, Brasil, China, índia, Indonésia, Moçambique, Nigéria ou
África do Sul. Muito menos pessoas foram diagnosticadas com tuberculose- de 7,1 milhões em
2019 para 5,8 milhões em 2020.
Em 2020 houve uma redução substancial no número de casos de tuberculose detectados e
reportados entre 2019 e 2020, reflete provavelmente, perturbações tanto a nível da oferta como
procura de serviços de tratamento e diagnóstico da tuberculose. Entre essas perturbações estão
a redução da capacidade dos serviços de saúde para continuar a disponibilizar tratamentos,
menos disponibilidade de procurar cuidados num contexto de confinamento e restrições à
circulação de pessoas, preocupações quanto ao risco de se deslocar às unidades de saúde em
tempo de pandemia e o estigma associado à semelhança dos sintomas entre tuberculose e Covid-
19. As mortes por tuberculose aumentaram pela primeira vez em mais uma década, na sequência
da resposta global contra a Covid-19, que fez retroceder anos de progressos, constata a OMS.
Em 2020 0 número de pessoas que tiveram acesso ao tratamento preventivo para doença baixou
21% em relação a 2019. OMS (2021).
O mundo ficou a um quarto do caminho da meta global de diminuir o número de mortes por
tuberculose em 35% até 2020 e a meio do caminho para diminuir os doentes em 20% até 2020.
Foram enumeradas a solidariedade, determinação e utilização equilibrada de recursos e
oportunidades como condimentos para inverter a tendência de aumento dos casos de mortes por
tuberculose no mundo. OMS (2021).
A interrupção dos cuidados de saúde para dar prioridade a pandemia estava a pôr em risco o
combate à tuberculose, que em 2019 matou cerca de 1,4 milhões de pessoas. OMS (2021).

21
A incidência crescente de tuberculose multirresistente tem sido verificada, em todo o mundo, a
partir da introdução da rifampicina aos esquemas terapêuticos, no final da década de 1970. A
Organização Mundial da Saúde e organizações parceiras consideram tal facto como um dos
grandes desafios para o Controlo da doença no mundo, pois se trata de resistência aos dois mais
importantes medicamentos disponíveis para o tratamento da TB. Dados referentes a 116 países
mostram uma proporção de casos novos de TB com resistência de 17% a qualquer
medicamento, 10,3% à isoniazida, e multirresistência de 2,9%. Para casos com tratamentos
prévios, resistência de 35% a qualquer medicamento, 27,7% à isoniazida, e multirresistência de
15,3%. A situação mais crítica está no leste europeu. Um levantamento feito em 49 países que
realizam teste de sensibilidade para medicamentos de segunda linha revelou 20% de casos com
bacilos multirresistentes e 2% com bacilos extensivamente resistentes. Kritski et al. (2011).

2.1.11. Tuberculose em Angola

Em Angola, a situação epidemiológica da Tuberculose (TB) é preocupante, com variações nas


diferentes regiões do país devido à múltiplos factores que se agravam pela limitada adesão ao
tratamento, altas taxas de abandonos, difícil acesso aos grupos vulneráveis, aumento da
coinfecção TB/VIH, existência de cepas resistentes aos fármacos antituberculosos,
desigualdades sociais, pobreza e discriminação, que fazem da Tuberculose uma doença de
difícil controlo. ANGOP (2018).

De acordo com o Jornal de Angola (2021), Angola, continua na lista dos 30 Estados com carga
de tuberculose mais elevadas do mundo, num subgrupo de 20 nações onde o número de
infectados pela doença está entre dez mil e 500 mil casos. A TB, é desde 2015 a terceira causa
de morte em Angola, depois da malária e dos acidentes de viação.

Em 2017, o país notificou 57.877 pacientes, dos quais 51.805 eram novos e 6.072 de resistência
ao tratamento, durante o mesmo período a doença afectou mais o sexo masculino 57% e registou
1.373 óbitos. Angola iniciou o diagnóstico da TB multidroga resiste, em 2013, os centros de
referência estão localizados nas províncias do Cuando Cubango, Cunene, Huíla, Huambo,
Lunda-Norte, Namibe, Benguela, Cabinda e Luanda, sendo as três ultimas regiões com maior
incidência da doença. Existem em todas as províncias centros de diagnóstico. Agência Lusa
(2018).

Os casos esperados anualmente da doença, variam de 90 a 100 mil novos casos, mas, o país
nunca chegou atingir estes números, estamos por volta dos 60 mil casos. O tipo de TB mais

22
preocupante em Angola é a pulmonar, que constitui um importante problema de saúde pública.
O número de outros tipos de tuberculose vai diminuindo, Devido o aumento de números de
crianças diagnosticadas com tuberculose, houve a necessidade de se inverter o quadro, foi
criado o programa nascer livre para brilhar. Agência Lusa (2018).

A luta contra tuberculose tem sido uma das prioridades de saúde pública em Angola, razão pela
qual, foi criado o Programa Nacional de Controlo da Tuberculose e para sair desta lista, o país
traçou um Plano Estratégico Nacional de Luta Contra a Tuberculose 2018/2022, com vista
acelerar a redução da incidência e da mortalidade por TB, baseada nos princípios de direito à
saúde, universalidade, equidade, integração e participação comunitária. Jornal de Angola
(2018).

Dentro do plano de acções prioritárias estão: Aumento da rede de serviços de diagnóstico e


tratamento da TB, nas unidades, melhoria das condições de habitação (Sobrelotação de pessoas
numa mesma vivência), combate a fome e a desnutrição pois são factores que concorrem para
o alto crescimento da TB em Luanda. ANGOP (2018).

A visão do país é conseguir eliminar a carga da TB e reduzir em 35% a morbidade e mortalidade


por tuberculose. Pacientes com TB em Angola, podem ser atendidos em qualquer unidade
sanitária, tendo em conta o reforço da rede de laboratórios de diagnóstico. Jornal de Angola
(2018).

Segundo o coordenador do Programa de Controlo da Tuberculose em Angola no Iº semestre de


2020 as províncias do Namibe (431), Benguela (355), Luanda (288), Cuanza Norte
(275),Cuando Cubango (228), apresentaram maior taxa de prevalência, sendo as idades dos 25
a 34 anos (25%), dos 15 a 24 anos (23,4%) e dos 35 a 44 (17,5%) as mais afectadas. ANGOP
(2021).

De acordo com a OMS (2020), Angola está entre os países do mundo com maior impacto da
Covid-19 sobre a tuberculose, que a mortalidade associada à tuberculose aumente em Angola,
em 20% face ao ano de 2020, com uma tendência para descer nos anos seguintes. Angola está
entre os 16 países que mais contribuíram para notificação da doença, num grupo liderado pela
Índia, Indonésia e Filipinas e onde o país aprece na 11ª posição. O número de pacientes com
tuberculose caiu de 78.305 casos em 2019 para 65.821 em 2020, representando uma redução
de 12.484 casos.

23
2.1.12. Cuidados de Enfermagem

Segundo Ferreira (2021), para execução de cuidados de enfermagem, é utilizado o processo de


enfermagem que representa um instrumento, usado pelo enfermeiro para colectar dados,
planear, implementar e avaliar o cuidado. É constituído por fases ou etapas que envolvem:
Identificação do problema, diagnóstico de Enfermagem, plano de cuidados, implementação das
acções planeadas e avaliação.
1. Identificação do problema
Feito a partir da anamnese, exame físico, resultados laboratoriais ou testes para diagnóstico.

2. Diagnóstico de Enfermagem
Nesta etapa, o enfermeiro dá início ao processo de julgamento clínico.
A classificação dos diagnósticos de enfermagem da NANDA é muito importante e de muita
utilidade clínica, para identificação dos diagnósticos de Enfermagem. Devem ser considerados
os sinais e sintomas apresentados pelo paciente e os factores relacionados, que dão suporte para
o planeamento da assistência.
De acordo com NANDA (2015), os diagnósticos de Enfermagem para pacientes com TB,
baseando-se nos sinais e sintomas podem envolver:
 Nutrição desequilibrada: Menor que as necessidades corporais do doente- relacionada à
própria doença e aos factores biológicos, culturais, nutricionais e econômicos.
 Conhecimento deficiente sobre o regime de tratamento, medidas de prevenção e Controlo
da doença: Relacionada á falta de informação, falta de interesse em aprender, limitação
cognitiva, ou interpretação errônea da informação.
 Intolerância a actividade a ser executada pelo doente: Relacionada com a fadiga, estado
nutricional e desequilíbrio entre ofertas e demandas de oxigénio.
 Padrão respiratório ineficaz: Relacionado à dispneia, dor torácica.
 Auto Controlo inadequado da saúde: Devido a complexidade do regime terapêutico, deficit
de apoio social, dificuldades econômicas, deficit de conhecimentos ou conflitos familiares.
 Risco de infecção: Relacionados a alterações imunológicas, desnutrição, exposição
ambiental, conhecimento insuficiente para evitar exposição à outros patógenos.
 Hipertemia

24
3. Planeamento
Etapa que corresponde ao plano de cuidados a ser prestado, definição de critérios a serem
utilizados, preferências do paciente, necessidades humanas básicas ou plano terapêutico. As
principais metas incluem:
 Controlo de contactos;
 Orientação sobre a doença;
 Aconselhamento para testagem VIH;
 Acompanhamento do tratamento;
 Regime e Controlo do tratamento;
 Realização do exame físico;
 Estimular a adesão ao regime medicamentoso;
 Promoção de uma nutrição equilibrada;
 Monitorar e tratar complicações que podem surgir em decorrência da doença;
 Monitorização nutricional;
 Controlo da dor;
 Administração de medicamentos;
 Apoio emocional;
 Reposição de líquidos;
 Monitorização dos sinais vitais;
 Oxigenoterapia;
 Cuidados com o repouso no leito;
 Medidas de conforto;
 Controlo do ambiente;
 Monitoramento da resposta ao tratamento;
 Estar atento aos efeitos colaterais dos medicamentos;
 Orientar quanto a necessidade de encaminhar ao serviço de atendimento em caso de
emergência ou agravamento do quadro;
 Orientar a importância das medidas preventivas;
 Informar que após 15 dias de tomada regular da medicação o paciente se encontra com
transmissão limitada;
 Higienização corporal.

25
4. Implementação
É feita após a prescrição de acções de cuidados, estabelecendo-se em conjunto com o paciente
as prescrições elaboradas. Durante a implementação é feita a reavaliação do paciente,
modificação do plano de cuidados sempre que necessário.
Os cuidados implementados nos serviços de atendimento ao doente com tuberculose do hospital
dos cajueiros são:
 Receber cordialmente o paciente;
 Oferecer medidas de conforto;
 Realização do exame físico;
 Monitorização dos sinais vitais sempre que necessário;
 Realização de exames laboratoriais;
 Testagem para VIH;
 Administração da terapêutica médica;
 Oferecimento de oxigénoterapia em casos específicos;
 Monitorização nutricional;
 Promoção de uma nutrição equilibrada;
 Reposição de líquidos;
 Higienização corporal sempre que necessário;
 Administração da dieta alimentar em casos específicos;
 Monitoramento da resposta ao tratamento;
 Monitoramento e tratamento das complicações que podem surgir em decorrência da doença;
 Orientar quanto a necessidade de encaminhar ao serviço de atendimento em caso de
emergência ou agravamento do quadro;
 Orientar a importância das medidas preventivas;
 Estimular a adesão ao regime medicamentoso;
 Apoio emocional.

5. Avaliação
Nesta ultima etapa é realizada uma comparação sistematizada das metas propostas com
resultados obtidos, a fim de determinar a eficácia do cuidado prestado. Dos resultados esperados
destacam-se:
 Cuidados na doença;

26
 Melhora do padrão respiratório;
 Resposta ao tratamento;
 Repouso;
 Tolerância a actividade;
 Promoção da saúde;
 Conservação de energia;
 Controlo dos factores de riscos.

27
Quadro nº 1- Problemas e diagnóstico de Enfermagem

Problemas ou Diagnóstico de enfermagem


demandas

Febre Padrão termorregulador alterado relacionado a factores lesivos biológicos


caracterizado por aumento da temperatura corporal.

Desequilíbrio Volume de líquidos deficientes, relacionado aos vômitos e sudorese


electrolítico excessiva.

Astenia Mobilidade física prejudicada relacionada a força muscular diminuída


caracterizada por instabilidade postural.

Dor Conforto prejudicado, relacionada a factores lesivos biológicos caracterizado


por relato verbal do paciente.

Dispeneia Troca de gases prejudicada, evidenciada por desiquilíbrio na relação


ventilação-perfusão.
Padrão respiratório ineficaz evidencida por dor, uso da musculatura e
acessória para respirar.

Fadiga Condição fisiológica prejudicada.

Insonia Distúrbio no padrão de sono, relacionado ao desconforto físico.

Internamento Risco de infecção relacionado ao tempo de permanência no recinto hospitalar


Risco de síndrome de stress relacionada a mudança de ambiente.

Angentes Risco de função hepatica prejudicada, relacionado ao uso incorrecto dos


farmacológicos medicamentos ou excessivo.

Anorexia Nutrição desiquilibrada menor que as necessidades corporais.

Expectoração Trocas gasosas prejudicadas, relacionada a factores lesivos.


com sangue
Fonte: (NANDA 2015)

28
Quadro nº 2- Plano de intervenções de Enfermagem
Demanda Prioridade Objectivos Intervenções Profissional Hora Resultados

Proporcionar Monitorar a frequência Padrão


Dispneia condições para respiratória e oferecer respiratório
1 eficácia do padrão assistência ventilatória. Enfermagem S.O.S eficaz.
respiratório.
Aplicar medidas
Febre 2 para Realizar medidas anti- S.O.S Temperatura
reestabelecimento termicas. Enfermagem corporal normal.
da temperatura
normal.
Manter o paciente em
Proporcionar decúbito LD ou LE, Equilíbrio
Desequilíbri medidas para administração da S.O.S eletrolítico.
o eletrolítico 3 eliminar os vómitos terapeutica médica. Enfermagem
e sudorese Manter o paciente em
excessiva. ambiente ventilado e
controlar a temperatura
ambiental.
Proporcionar Realizar a reposição de
Astenia 4 condições para líquidos através da
eliminar a astenia. infusão de soro e Enfermagem S.O.S Astenia eliminada
aconsellhar o consumo
de líquidos.
Proporcionar medidas
Aplicar medidas de conforto e o uso S.O.S Dor aliviada
Dor 5 para o alívio da dor. fármacos prescrito pelo
médico, para alívio da Enfermagem
dor.
Acalmar a tosse para
Expectoraç 6 diminuir a irritação nas Enfermagem S.O.S Eliminação da
ão com Proporcioar vias aéreas, orientar o hemoptise.
sangue medidas para paciente o consumo de
tratamento da àgua e administração
hemoptise. de fármacos prescritos
pelo médico
Prevenir danos Orientar o uso correcto Enfermagem
Angentes
hepáticos e em dos farmácos. S.O.S Danos
farmacológi
7 outros orgãos prevenidos.
cos
Prevenir o risco de Usar medidas de Psicologia Antes Risco de infecção
outras infecções assepsia e anti-sepsia, ou de prevenido e stress
durante a sua conversar com a Enfermagem cada eliminado
Internamen 8 permanência no paciente e explicar o proce
to hospital e eliminar porque do seu dime
o stress por internamento. nto.
mudança de
ambiente.

Fonte: (HGC 2021)


29
2.2. Quadro legal
Segundo a Lei de base do Sistema Nacional de Saúde de Angola, Lei n.º 21-B/92 de 28 de
Agosto, a política Nacional de Saúde definida pela lei nº 9/75, de 13 de Dezembro, visou na
sua essência a melhoria do estado sanitário do país, tendo sido adoptado como sistema de
cuidados de saúde totalmente socializado.
Urge assim, redefinir políticas de saúde onde se tenha em conta, um novo sistema de
financiamento, para reorganização do Serviço Nacional de Saúde, o Programa Nacional de
Controlo da Tuberculose beneficia orçamento geral do estado através do MINSA.
Segundo o despacho ministerial nº 519/GAB/MIN/2018 de 13 de Setembro de 2018, determina
a expansão da rede de atendimento de casos de tuberculose. Passou de 111 para 155, em 2020,
com 350 unidades sanitárias a atender casos da doença.
O Programa Nacional de Controlo da Tuberculose, funciona na Direcção Nacional de Saúde
Pública, órgão executivo do MINSA, responsável pela promoção, Controlo e prevenção de
doenças incluindo a tuberculose. O PNCT conta com expansão em todas as províncias do país.
Para realização da pesquisa, foi enviada uma carta de solicitação de pesquisa à unidade
hospitalar dos Cajueiros, situado em Luanda pela Universidade de Belas.

30
2.3. Trabalhos já feitos
 Acção potencial do enfermeiro no enfrentamento ao tratamento da tuberculose na estratégia
de saúde da família

Objectivo: Analisar o enfrentamento do enfermeiro no tratamento da tuberculose. Método:


Trata-se de uma pesquisa descritiva, do tipo qualitativa, no qual buscou discutir estudos no
campo da enfermagem que contemplassem a temática voltada para pacientes com diagnóstico
de tuberculose, realizada no portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sendo: Literatura
Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis
and Retrieval System Online (MEDLINE), Scientific Eletronic Library Online (SciELO), e
Base de Dados de Enfermagem (BDENF). Desenvolvimento: Os Fatores relacionados à adesão
ao tratamento e o vínculo usuário / profissional e Elementos fundamentais para que esse usuário
faça o tratamento correto. Considerações: A pesquisa tem como objetivo analisar assistência do
enfermeiro diante os cuidados prestados em pessoas diagnosticadas com tuberculose, é
primordial a assistência de enfermagem na recuperação. Palavras-chave: Tuberculose;
Cuidados; Enfermagem; Enfermeiro.

 Cuidados de enfermagem ao paciente com tuberculose pulmonar.


Introdução: A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa, causada pelo Mycobacterium
tuberculosis. Objectivo: comparar as informações da literatura acerca da Tuberculose com os
sinais e sintomas encontrados no paciente, descrever os cuidados de enfermagem, o tratamento
farmacológico e a evolução clínica do mesmo. Método: Realizou-se acompanhamento do
paciente durante a internação, 18 a 24 de Outubro de 2009, por meio de entrevista, exame físico
e análise do prontuário. Resultados: Os sinais clínicos foram ao encontro daqueles encontrados
na literatura. Os cuidados de enfermagem realizados foram: higiene do couro cabeludo e oral;
aplicação de óleo mineral após Higiene Corporal; reposição de Líquidos e eletrólitos; estímulo
a ingestão alimentar; encaminhamento à avaliação odontológica; administração das medicações
prescritas; relatar ao médico os achados no hipocôndrio direito; realização de HGT e
nebulização; avaliação da permeabilidade e do aspecto da punção venosa. Conclusão: Obteve-
se aprendizado sobre o tema e o papel da enfermagem.
Palavras-chave: Enfermagem; Cuidados de enfermagem; Estudos de casos

31
III- CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
3.1. Local de estudo
O Hospital Geral dos Cajueiros, é de carácter geral, situa-se na província de Luanda no distrito
do Cazenga, rua do Tala-Hade, fazendo as seguintes fronteiras: Ao norte pelo Cazenga Popular,
ao sul pela escola primária, ao este com o mercado do Nzamba1 e ao oeste pela empresa de
Pontes. O Hospital Geral dos Cajueiros foi inaugurado no dia 27 de Agosto de 1998 por sua
Excelência Engenheiro José Eduardo dos Santos, antigo presidente da república de Angola. E
o segundo edifício foi inaugurado por sua excelência antigo governador da província de Luanda,
Bento Joaquim Sebastião Francisco Bento e pelo antigo ministro do planeamento e
desenvolvimento territorial Dr. Job Graça ao 02 de Maio de 2014.
É caracterizado como um hospital do nível secundário, entre as doenças mais frequetes, a
malaria tem sido a primeira causa de internamento, seguindo as doenças respiratórias agudas
nas crianças. Nos adultos, as patologias mais frequentes são a hipertensão arterial e os
traumatismos cranianos, provocados por agressões físicas e acidentes de viação.
3.2. Identidade orgânica
 Missão
Prestar assistência médica e de enfermagem, especializada de excelência respeitando os tempos
de atendimento de acordo com as prioridades clínicas.
Formar profissionais nas várias especialidades e facultar áreas de estágios para licenciaturas e
outros ramos da saúde.
 Visão
Ser um hospital de referência nacional na área de assistência hospitalar considerando sempre
como meta a excelência através de avaliação ao estado de arte, desenvolver projectos de
investigação científica e obter crédito internacional.
 Valores
Humanização na prestação de serviços
Actuação com rigor dignidade e ética
Equidade no atendimento
Comprometimento Organizacional
Disponibilidade permanente para aquisição de novas competências
Cultura da meritocracia
Trabalho em equipa multidisciplinar e multiprofissional
 Serviços
Ortopedia
Consulta pré-natal
32
PAV
Serviços de psicologia
CADA
PTV
Tisiologia
Oftamologia
Consultas externas
Estatística
Ginecologia/Obstetrícia
Medicina
Nutrição
Pediatria
Triagem de pediatria
Bloco operatório
Recursos humanos
Gestão financeira e planeamento
Secretaria geral
Hemoterapia
Serviços de manuntenção e instalação
Lavandaria

33
IV- METODOLOGIA
4.1. Tipo de estudo
Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa, do tipo transversal.
Segundo Gil (2008), a pesquisa descritiva é implementada para descrever as características de
determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.
Segundo Ibarria (2005), estudos transversais ou sincrônicas são implementados no estudo de
fenómenos interrelacionados se bem que diferentes, porém num determinado momento
simultâneos.
4.2. População e amostra
A população em estudo foi constituída por um universo de 30 profissionais de Enfermagem que
actuam directamente no tratamento de pacientes com tuberculose, dos quais 3 profissionais em
serviço ambulatorial e 27 em serviço de internamento, com uma amostra de 23 profissionais
de enfermagem.

4.2.1. Critério de inclusão


Foram incluídos 23 profissionais de enfermagem que actuam no tratamento de pacientes com
tuberculose quer em serviço ambulatorial, como em serviço de internamento.

4.2.2. Critério de exclusão


Foram excluídos 7 profissionais de enfermagem, que não aceitaram participar do estudo, por
falta de tempo para responder e medo de expor informações que comprometem a instituição.
4.3. Métodos a utilizar
A colecta de dados foi feita por meio de um questionário contendo perguntas abertas e fechadas.
4.4. Procedimentos e instrumentos ou técnicas para colecta de dados
Após aprovação do projecto de pesquisa pela Universidade, foi enviada uma carta ao hospital
Geral dos Cajueiros, situado em Luanda. Passando por um processo de análise pela direcção de
Enfermagem do referido hospital, foi concedida a autorização para realização da pesquisa por
meio de um questionário contendo questões de carácter aberto e fechado. Na primeira fase, foi
feita apresentação da secção de Tisiologia e Banco de urgência, bem como dos profissionais
que nela actuam e constatou-se que no serviço de Tisiologia apenas actuam 3 profissionais e no
serviço de internamento actuam 27 profissionais de Enfermagem. Na segunda fase, fez-se
apresentação do termo de consentimento livre e esclarecido, apenas 23 profissionais
mostraram-se disponíveis para o preenchimento do mesmo. A recolha de dados teve duração

34
de 4 dias úteis das 9 às 15hs. No final da recolha as fichas foram apresentadas à Direcção de
Enfermagem do hospital acima citado, como requisito para obtenção da carta de validação do
estudo.
4.5. Processamento de dados
Os dados foram processados no aplicativo Microsoft Office Word, os dados estatísticos foram
processados em folhas de cálculos do programa Microsoft Excel e os resultados estão em
tabelas.

35
V- RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1: Caracterização dos profissionais de enfermagem segundo o gênero.

Gênero F %

Masculino 2 9%

Feminino 21 91%

TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

Do presente estudo participaram 23 profissionais de enfermagem dos serviços de atendimento


e tratamento aos pacientes com tuberculose do hospital geral dos Cajueiros. Deste número
verificou-se uma predominância do sexo feminino com 91% dos participantes.

Este resultado vai de acordo ao resultado de Freitas e Taka (2007), no estudo sobre perfil dos
profissionais de enfermagem no que diz respeito ao género encontrou maior número de
profissionais do género feminino com 84% de representatividade, isso mostra que o sexo
feminino ainda domina a profissão de enfermagem.

Segundo Forense e Lukmans (cit in Quichipo 2019, p.25), “a enfermagem como parte da mulher
nos cuidados, o sexo não interfere a experiência de trabalho, o sexo feminino tem mais
probabilidade na área de enfermagem, devido o afecto e carinho”.

36
Tabela 2: Caracterização dos profissionais de enfermagem segundo a faixa etária.

Faixa etária F %

20 - 30 Anos 16 70%

31 - 40 Anos 4 17%

> 40 Anos 3 13%

TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

Quanto a faixa etária é possível constatar que a grande maioria (70%) dos participantes do
inquérito é jovem e com idade não superior a 30 anos e apenas 13% tem mais de 40 anos de
idade.

Por ser uma população relativamente jovem, há rendimentos, responsabilidade, embora que
para prestar cuidados é necessário os conhecimentos científicos.

De acordo com Fortin (cit in Dembo 2017, p.37), “a população jovem é economicamente activa
e quando uma população é economicamente activa, maior é a produtividade e a qualidade dos
serviços prestados”. A diferença de idade é de grande valia para a pesquisa, já que, cada geração
é possível deslumbrar mudanças culturais em uma sociedade.

37
Tabela 3: Caracterização dos profissionais de enfermagem quanto ao grau profissional.

Grau profissional F %
Auxiliar de enfermagem 1 4%
Técnico de enfermagem 16 70%
Bacharel em enfermagem 1 4%
Licenciado em enfermagem 5 22%

TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

Em relação ao grau profissional os técnicos de enfermagem ocupam a maior fracção com os


70% dos participantes, sendo que o restante 30 % encontra-se dividido, entre auxiliar de
enfermagem, bacharel em enfermagem e licenciado em enfermagem este último ocupando uma
percentagem de 22% do total de participantes.

Estudos de Vendramini (cit in Quichipo 2019, p.28), “revelam que a escolaridade está
intimamente ligada ao processo saúde-doença. O reduzido nível de escolaridade limita a chance
de obtenção de informações e de consciência a respeito da inter-relação entre a vida, o trabalho
e a saúde”.

Para Silva (cit in Dembo 2017, p. 41), “é importante que os indivíduos tenham nível profissional
elevado porque facilita a comunicação e a percepção de fenómenos sociais tais como acontecem
no processo saúde e doença”.

A existência de quadros de nível superior pode influenciar nas actividades de supervisão, por
ser uma actividade exclusiva para enfermeiros do nível superior.

38
Tabela 4: Caracterização dos profissionais de enfermagem quanto ao tempo de serviço.

Tempo de serviço F %

1 - 5 anos 12 52%

5 -10 anos 5 22%

+ de 10 anos 6 26%

TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

Quanto ao tempo de serviço é quase que proporcional a faixa etária dos participantes. Visto que
52% dos participantes possui menos de 5 anos de experiência e apenas 26% possui mais de 10
anos de experiência.

Segundo Paulo (cit in Dembo 2017, p. 44), “o tempo de serviço é um elemento primordial no
andamento e desenvolvimento económico, qualidade na execução de procedimentos e no
cumprimento de normas e rotinas”. O tempo de serviço é imperativo na assistência de
enfermagem, subsidiada pelos avanços técnicos e científicos considerados em cada instante.

É através do tempo que são introduzidas novas técnicas e procedimentos, diagnóstico


terapêutico no sector da saúde.

Mendes (cit in Quichipo 2019, p. 29), “expressa que, o trabalho assistencial da enfermagem
requer e expressa autonomia profissional cuja competência depende do nível de instrução e da
categoria profissional. O tempo de serviço sem formação não é suficiente para a qualificação
do profissional de enfermagem”.

39
Tabela 5: Distribuição da amostra quanto a formação contínua no âmbito da
tuberculose.

Participação em formação contínua F %

Sim 23 100%

Não 0 0%

TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

Quanto a formação contínua no âmbito da tuberculose todos os participantes (100%) participam


de sessões de formação contínua no âmbito da TB.

De acordo com Kurcgant (1996), a formação contínua é um elemento de suma importância no


desenvolvimento económico, na eficácia, eficiência da vida de cada empresa seja ela de carácter
privado ou público.

“A formação contínua surge como necessidade de desenvolver ao longo da vida profissional,


saberes, atitudes e habilidades, de forma permanente, como consequência dos grandes avanços
tecnológicos e científicos, o campo da saúde em geral e da enfermagem em particular, tendo
como objectivo garantir o nível máximo de qualidade dos cuidados que são prestados aos
utentes”. Moura (cit in Quichipo 2019, p. 30).

40
Tabela 6: Distribuição da amostra quanto ao tempo de participação no último
treinamento no âmbito da TB.

Tempo em que participou F %

- de 1 ano 9 39%

2 anos 8 35%

+ de 5 anos 6 26%

TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

Com relação a participação em treinamentos no âmbito da tuberculose, verifica-se que 39% dos
profissionais, participou do último treinamento há menos de 1 ano, sendo que 35% há 2 anos e
26% há mais de 5 anos, o que foi um aspecto facilitador na recolha de dados.

A implantação da formação dentro do ambiente hospitalar auxilia na reorganização do trabalho,


já que o conhecimento é um valor necessário para agir no cotidiano, proporciona segurança e
qualidade nas funções desenvolvidas pelos profissionais, auxilia na mudança de postura dos
trabalhadores de saúde sobre seu ambiente de trabalho e pessoal. Coswosk et al. (2018).

41
TABELA 7: Distribuição da amostra quanto ao papel da enfermagem no tratamento da
tuberculose.

Papel da enfermagem SIM % NÃO % TOTAL %

Aconselhamento para testagem de VIH 20 87% 3 13% 23 100%


Acompanhar o tratamento 21 91% 2 9% 23 100%

Prestação de cuidados diferenciados 23 100% 0 0% 23 100%


Desenvolver acções de promoção, prevenção
e protecção para saúde 17 74% 6 26% 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

Quanto ao papel da enfermagem no tratamento de pacientes com tuberculose quatro actividades


foram mencionadas pelos participantes e destas a que mais se destaca é “Prestação de cuidados
diferenciados”. Todos os profissionais inqueridos acreditam que esta é uma das principais
funções da enfermagem. Acompanhamento do tratamento, aconselhamento para testagem de
VIH e desenvolvimento de acções de promoção, prevenção e protecção para saúde dos
indivíduos, também fazem parte da lista do “papel” da enfermagem no tratamento de pacientes
com tuberculose.

Calvante e Da Silva (2016), expressam que, a enfermagem desempenha um papel importante


e crucial no combate a tuberculose, pois é parte da sua filosofia contribuir para que a pessoa
alvo da sua atenção, possa alcançar um nível e qualidade de vida adequados.

Os resultados do estudo compravam que a enfermagem é uma classe mediadora de


conhecimentos e provedora magna de cuidados.

42
Tabela 8: Distribuição da amostra segundo as etapas do processo de seguimento.

Etapas de seguimento Sim % Não % TOTAL %

1ª Consulta para diagnóstico 20 87% 3 13% 23 100%


Exames laboratoriais 21 91% 2 9% 23 100%
Aconselhamento 20 87% 3 13% 23 100%
Recomendações 20 87% 3 13% 23 100%
Prescrição terapêutica 18 78% 5 22% 23 100%
Acompanhamento do tratamento 18 78% 5 22% 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

O processo de seguimento é feito em 5 etapas:

 1ª Consulta para diagnóstico;


 Realização de exames laboratoriais;
 Aconselhamento;
 Recomendações;
 Prescrição terapêutica;
 Acompanhamento do tratamento.

43
Tabela 9: Distribuição da amostra quanto a existência de um protocolo de tratamento
para pacientes com tuberculose.

Existência de um protocolo F %

Sim 23 100%

Não 0 0%

TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

Os resultados da pesquisa revelam que, existe um protocolo de tratamento, estabelecido pelo


Programa Nacional de Controlo da Tuberculose em Angola, apresentado abaixo:

Figura 1: Tratamento de novos casos


FASE INICIAL FASE DE CONTINUAÇÃO
Durante dois meses Durante 6 meses
4CDF (COMPOSTO) HE
R150mg/H75mg H150mg/E400mg
Z400mg/ E275mg
PESO INICIAL Nº de comprimidos Nº de comprimidos
Mais de 70 kg 5 3
De 55 a 70 kg 4 3
De 40 a 54 kg 3 2

De 30 a 39 kg 2 1+½

Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

44
Figura 2: Tratamento de casos novos - crianças
FASE INICIAL FASE DE CONTINUAÇÃO
Durante dois meses Durante 4 meses
PESO ANTES RH Z RH
DO R 150mg/H75mg 40mg R150 mg/ H75mg
TRATAMENT
O
De 21 a 30 kg 2 2 2
De 11 a 20 kg 1 1 1
De 5 a 10 kg ½ ½ ½

Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

Figura 3: Retratamentos
FASE INICIAL FASE DE CONTINUAÇÃO
Diariamente durante três meses a Estreptomicina só Três vezes por semana durante 5 meses.
durante os primeiros dois meses.
PESO 4CDF (COMPOSTO) S RH
H E
INICIAL R150mg/H75mg (1 grama R150mg/
100mg 400mg
Z400mg/ E275mg ) H 400mg
2 meses
Mais de 70 kg 5 1 grama 5 3+½ 6
De 55 a 70 kg 4 1 grama 4 3 6
De 40 a 54 kg 3 750 mg 3 2 4

De 30 a 39 kg 2 500 mg 2 1+½ 2

Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

45
Tabela 10: Distribuição da amostra quanto as dificuldades sentidas pelos profissionais
para dar resposta às necessidades dos doentes.

Dificuldades sentidas SIM % NÃO % TOTAL %


Fluxo de Pacientes 17 74% 6 26% 23 100%
Demora dos exames 9 39% 14 61% 23 100%
Carência de fármacos 19 83% 4 17% 23 100%
Falta de materiais de biossegurança 19 83% 4 17% 23 100%
Abandono ao tratamento 7 30% 16 70% 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

Nas principais dificuldades sentidas pelos profissionais para dar resposta as necessidades dos
doentes, os profissionais citam a falta de materiais de biossegurança e carência de fármacos
como sendo as maiores com 83% de menções, seguindo-se do fluxo de pacientes. O abandono
de tratamento, a demora nos exames também são algumas das maiores dificuldades que os
profissionais sentem na altura de dar resposta aos pacientes.

Estes resultados, vão de acordo aos resultados da revisão integrativa literária de Araújo et al.
(2020), na investigação sobre o papel do enfermeiro na busca activa de pacientes em abandono
do tratamento da tuberculose, alguns factores estão intimamente associados as dificuldades da
Enfermagem para o enfrentamento, Controlo e prevenção do abandono do tratamento, dentre
esses estão: O grande número de pacientes, a falta de recursos materiais e desorganização dos
serviços.

Para Da Costa et al. (2019), o abandono do tratamento, ocorre mais frequentemente dentro dos
primeiros três meses do tratamento, devido o longo tempo de tratamento. É percebível a
melhora dos sintomas nos primeiros semanas após o início, já a cura só é garantida no final do
esquema terapêutico.

46
Tabela 11: Distribuição da amostra quanto a capacidade de atendimento na unidade
hospitalar.

Capacidade de atendimento F %

Sim 9 39%

Não 14 61%

TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

No que diz respeito à capacidade de atender todos os doentes na Unidade Hospitalar, 61% dos
profissionais afirmaram que não há capacidade para o atendimento de todos os utentes. Há
capacidade para o diagnóstico e primeira consulta, mas, há incapacidade para o seguimento de
todos e, portanto, há consequente perda de doentes.

A capacidade é o nível máximo que um processo pode atingir ao operar, sob condições normais
em determinado período de tempo. Nos hospitais, particularmente aqueles que trabalham com
demandas variáveis, emergências, para executarem diversos serviços, a capacidade está
directamente relacionada ao mix de actividades desempenhadas. Slack (2002).

Este resultado vai de acordo aos resultados de Ferreira et.al (2021), no estudo sobre capacidade
de atendimento hospitalar mediante situações de leitos, verificou que a capacidade de
atendimento foi restrita na resolução dos problemas da população, pois a oferta de leitos foi
inferior a demanda de solicitações

Nos hospitais, uma medida de capacidade, é o número de leitos disponíveis ou ocupados por
mês.

47
Tabela 12: Distribuição da amostra quanto a classificação da capacidade de
atendimento.

Classificação da capacidade F %

Má 0 0%

Boa 16 70%

Excelente 7 30%

TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

Apesar de a unidade não possuir capacidade para atender a demanda de pacientes que procura
os serviços fornecidos pela mesma, 70% de todos os participantes considera boa a capacidade
de atendimento e 30% dos profissionais descreve a mesma como sendo excelente.

De acordo com Las Casas (2007), um serviço pode ser considerado de qualidade quando
proporciona um determinado nível de satisfação. Um dos princípios básicos de um bom
atendimento é que ele seja considerado como uma estrutura organizacional e boa administração
de relacionamento com todos que contactam os serviços. O objectivo de um bom atendimento
é gerar satisfação, transmitir atenção e simpatia.

A excelência no atendimento é o conjunto de actividades desenvolvidas por uma organização


com orientação, direccionada a identificar as necessidades dos clientes, procurando atender suas
expectativas, criando ou aumentado o seu nível de satisfação. Las Casas (2007).

48
Tabela 13: Distribuição da amostra quanto ao atendimento priorizado.

Atendimento priorizado SIM % NÃO % TOTAL %

Infecção latente 23 100% 0 0% 23 100%

Infecção primária 23 100% 0 0% 23 100%

Infecção activa 23 100% 0 0% 23 100%

Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

Quanto ao atendimento prioritário, verificou-se que em todas as situações o atendimento é


priorizado. De acordo com Brasil (2021), trata-se de uma infecção latente, primária e activa
quando:

Tuberculose latente: Quando há infecção por tuberculose, mas as bactérias permanecem no


corpo num estado inactivo e não causam sintomas. A tuberculose latente não é contagiosa, pode
se transformar em tuberculose activa, daí que a introdução de tratamento adequado e atempado
seja muito importante, não só para debelar a tuberculose latente na pessoa afectada, mas
também para ajudar a controlar a propagação a outros indivíduos.
Tuberculose primária: É a forma mais comum após a infecção pelo bacilo. Resulta numa
pequena área de pneumonite, após esta fase inicial, o sistema imunológico geralmente, evita
que a doença se propague, mas pode abrigar as micobactérias que causam tuberculose
Tuberculose activa: Nesta situação a doença pode contagiar outros indivíduos, esta reactivação
ou tuberculose secundária pode ocorrer nas primeiras semanas após a tuberculose latente ou
mais tarde.

49
Tabela 14: Distribuição da amostra quanto aos serviços oferecidos.

Serviços oferecidos F % NÃO % TOTAL %


Tratamento de Bacilos 23 100% 0 0% 23 100%
Acolhimento 21 91% 2 9% 23 100%
Teste de VIH 23 100% 0 0% 23 100%
Exames Laboratoriais 22 96% 1 4% 23 100%
Aconselhamento 20 87% 3 13% 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.

Quanto aos serviços oferecidos aos pacientes a pesquisa revela que são 5 os principais serviços
oferecidos pela instituição nomeadamente:

 Tratamento de bacilos: Os princípios básicos para o sucesso no tratamento incluem a


escolha do esquema terapêutico adequado, em doses correctas e pelo período de tempo
recomendado. Araújo et al. (2020).
 Acolhimento: O acolhimento garante a efectivação no tratamento, podem repercutir em
maior compromisso e em vínculo com profissionais e consequentemente influenciar a
pessoa com TB a protagonizar seu processo de produção de saúde, para que se torne
corresponsável por seu tratamento. Temoteo et al. (2019).
 Teste de VIH: Se uma pessoa tem tuberculose activa é importante saber se tem ou não
VIH, visto as pessoas com tuberculose activa também são, por vezes, portadoras de
VIH. É importante fazer os exames, porque uma pessoa portadora de VIH e que
simultaneamente sofra de tuberculose, pode fazer o tratamento.
 Exames laboratoriais: Os exames laboratoriais frequentemente usados são, baciloscopia
directa do escarro, cultura e GeneXpert. PNCT (2017).
 Aconselhamento: O profissional deve estar apto para dialogar com o usuário sobre
questões relacionadas à sexualidade, uso de drogas e às suas condições de vida,
facilitando a reflexão e a superação dificuldades para adoção de práticas seguranças.
Gomes et al. (2011).

50
Tabela 15: Distribuição da amostra quanto ao tempo de tratamento da tuberculose.

Tempo de tratamento F %

1 - 6 meses 0 0%

6 - 12 meses 23 100%

TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC

Com relação ao tempo de tratamento de pacientes com tuberculose, todos os profissionais


(100%), descrevem como sendo de 6 à 12 meses.

De acordo com Araújo et al. (2020), o tratamento dura em média 6 meses e é feito em duas
fases:

1-Fase de ataque: 2 meses.

2-Fase de manutenção: 4 meses.

O tratamento da TB em pacientes com VIH, faz-se mais tempo, habitualmente durante 9 meses
e o efeito é sentido lentamente. Lopes (2011).

51
Tabela 16: Distribuição da amostra quanto a valorização do protocolo de tratamento
para pacientes com tuberculose.

Valorização do protocolo F %

Muito Pouco 0 0%

Pouco 6 26%

Muito 17 74%

TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC

Constata-se que maior parte dos profissionais (74%) valoriza muito o protocolo de tratamento
da tuberculose, pois é um guia orientador para os profissionais que actuam directamente nos
serviços de atendimento ao doente com tuberculose.

Para Werneck (2009), protocolos são considerados importantes instrumentos para o


enfrentamento de diversos problemas na assistência e na gestão dos serviços de saúde. Em sua
maioria, estão baseados em evidências científicas, dão ênfase às acções técnicas e ao emprego
de medicamentos. Têm como foco a padronização de condutas clínicas e cirúrgicas em
ambientes ambulatórias e hospitalares.

52
VI- CONCLUSÕES

A realização deste trabalho proporcionou um grande aprendizado sobre o tema tratado, bem
como, análise dos instrumentos utilizados no tratamento de pacientes com tuberculose e
identificação dos cuidados de Enfermagem prestados à esses pacientes. Visto que é uma doença
grave, porém curável em praticamente 100% dos casos novos desde que os princípios de
quimioterapia sejam seguidos, o tratamento da tuberculose, é um processo lento. Em média, a
duração do tratamento é considerada superior comparada com outras infecções bacterianas ou
víricas.

Em relaccão a colecta de dados, quanto a idade a pesquisa mostra que maior parte (70%) dos
participantes têm idade compreendida entre 20 a 30 anos, o sexo feminino é o predominante
com 91%, há maior representatividade na classe de técnicos de enfermagem.

Quanto ao tempo de serviço, a pesquisa mostra que de 1 a 5 anos correspondem a 52%, os


profissionais têm conhecimento sobre a patologia em estudo, participam em sessões de
formação contínua no âmbito da tuberculose, têm como instrumento principal no atendimento
de pacientes com tuberculose o protocolo de tratamento estabelecido pelo Programa Nacional
de Controlo da Tuberculose em Angola. Quanto aos serviços oferecidos destacam-se o
tratamento de bacilos, teste de VIH, aconselhamento, exames laboratoriais e acolhimento.

A enfermagem dentro da equipa de saúde se destaca como a profissão, mais actuante no


tratamento de pacientes com tuberculose, pois está preparado para desenvolver acções de
promoção, prevenção, protecção e reabilitação da saúde individual ou colectiva.

É primordial a assistência de enfermagem na recuperação dos pacientes, dessa forma o


profissional de enfermagem tem um olhar amplo sobre o processo saúde- doença, o que permite
uma melhor compreensão do estado de saúde do paciente, levando em consideração o território
onde vive e suas vulnerabilidades, podendo assim aplicar todo seu conhecimento para restaurar
a saúde do paciente acometido.

53
VII- RECOMENDAÇÕES

Dada a importância da enfermagem no tratamento da tuberculose é recomendado:


• Que os profissionais de enfermagem, continuem participando de treinamentos
contínuos no âmbito da tuberculose, pois garante o desenvolvimento da vida
profissional.
• Que os profissionais, olhem para a formação superior em Enfermagem
como um foco, pois é importante a existência de quadros do nível superior porque
facilita a realização de actividades de supervisão que é uma exclusividade para
enfermeiros deste nível.

• Que o oferecimento de serviços de acolhimento e aconselhamento sejam


mantidos com a finalidade de garantir a efectivação do tratamento.
• Que todos os pacientes tenham acesso aos testes de diagnóstico para VIH,
pois muitos pacientes portadores do bacilo da tuberculose, são portadores do VIH.
• Deve ser mostrado aos pacientes todas as possíveis complicações caso
preferir o abandono ao tratamento.
• Que os profissionais, continuem a valorizar o protocolo de Enfermagem
para o tratamento de pacientes com tuberculose, pois são importantes instrumentos
pra o enfrentamento de diversos problemas na assistência.
• Utilização do presente trabalho como referência para estudos futuros, no que
diz respeito à problemática relacionada com o papel da enfermagem no tratamento
de pacientes com tuberculose.

54
VIII- BIBLIOGRAFIA

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Multidroga Resistente E Extremamente Resistente. Vol. 11. Luanda: Damer Gráficas. 2015.

58
GLOSSÁRIO

Aerossóis: Partículas menores do que as gotículas, capazes de permanecer em suspensão no ar


por períodos prolongados.

Anorexia: Perda ou diminuição acentuada do apetite.

Caseificação: Degeneração em que os tecidos tomam aspectos do queijo.

Coinfectados: Contaminados por dois ou mais tipos de vírus em simultâneo.

Doenças infectocontagiosas: Aquelas de fácil e rápida transmissão, causadas por agentes


patogênicos em que o contacto directo ou indirecto com pessoas infectadas pode provocar o
contágio.

Expectoração: Soltar pela boca secrecções das vias respiratórias.

Espécime: Qualquer individuo como parte de uma espécie

Febre vespertina: Febre acima de 38ºc, diária e com predomínio no final do dia.

Fotofobia: Medo a luz

Granulomas: Inflamação no tecido do organismo humano, em forma de nódulo.

Imunossupressão/ Imunodepressão: Enfraquecimento do sistema imunológico

Lesões cavitadas: Área pulmonar preenchida por ar no centro de um nódulo com objectivo de
conter o agente agressor.

Meningoencefalite: Processo inflamatório que envolve o cérebro e meninges ou membranas


que cobrem o cérebro e médula espinal.

Necrose: Morte de um tecido ou parte dele em um organismo vivo.

Necrose caseosa: Quando possui o agente causador, coloração branca ou amarelada.

Promiscuidade: Convivência de distintas pessoas em situações diferentes.

Reactivação endógena: Manifestação da TB de forma recorrente.

Recrudescimento: Aumento com grande intensidade.

Hemoptise: Expectoração com sangue.

I
APÊNDICES

II
APÊNDICE- A

UNIVERSIDADE DE BELAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ENFERMAGEM

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Prezado(a) participante:

Eu Jandira Gonga De Oliveira, estudante finalista do curso de licenciatura em Enfermagem,


pela Universidade de Belas. Realizarei uma pesquisa de abordagem quali-quantitava, cujo
objectivo é avaliar o papel da enfermagem no tratamento de pacientes com tuberculose,
atendidos no Hospital Geral dos Cajueiros, no II semestre de 2021.

Peço a sua colaboração e agradeço a sua disponibilidade para preenchimento deste questionário.
Não lhe tomo muito tempo. Garanto a total confidencialidade e sigilo das informações
prestadas, que serão unicamente utilizadas para este estudo.

Trata-se de um questionário de autopreenchimento, mas, o investigador estará presente no


momento para apoiar o respondente.

A sua participação envolve o preenchimento deste questionário de forma voluntária. Se decidir


não participar ou quiser desistir de continuar em qualquer momento tem liberdade para o fazer.

A preencher pelo entrevistador

Local de realização da
entrevista:____________________

Entrevistador:____________________________________

III
APÊNDICE -B

QUESTIONÁRIO

1.CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA

Género
( ) MASCULINO
( ) FEMENINO

Faixa etária
( ) 20 à 30 anos
( ) 31 à 40 anos
( ) Acima de 40 anos

Grau profissional
( ) Auxiliar de Enfermagem
( ) Técnico de Enfermagem
( ) Bacharel em Enfermagem
( ) Licenciado em Enfermagem

Tempo de Serviço
( ) 1 a 5 anos
( ) 5 a 10 anos
( ) Mais de 10 anos

Formação contínua sobre tratamento da tuberculose


( ) Sim ( ) Não

IV
Há quanto tempo participou do último treinamento no âmbito da Tuberculose

Menos de 1 ano ( ) Há 2 anos ( ) Mais de 5 anos ( )

1. Na sua opinião, qual é o papel da Enfermagem no tratamento de pacientes com


tuberculose?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2. Quais são as etapas do processo de seguimento?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________________________________________________________
3. Na instituição, existe um protocolo de tratamento para pacientes com
Tuberculose?
Sim ( ) Não ( )
Qual_________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
4. Quais as dificuldades sentidas pelos profissionais para dar respostas às
necessidades dos doentes?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

5. Na sua opinião, a unidade de saúde em que trabalha tem a


capacidade de atender todos os doentes com Tuberculose?

Sim ( ) Não ( )

6. Como considera a capacidade de atendimento?

Má ( ) Boa ( ) Excelente ( )

V
7. Em que situações o atendimento é priorizado?
 Infecção latente ( )
 Infecçaõ primária ( )
 Infecção activa ( )

8. Que serviços são oferecidos aos doentes com tuberculose?


 Tratamento dos bacilos ( )
 Acolhimento ( )
 Exames laboratorias( )
 Teste de VIH
9. Quanto tempo leva o tratamento de pacientes com tuberculose?
 1 à 6 meses ( )
 6 meses à 1 ano ( )
Outro:
10. Na sua opinião até que ponto os profissionais valorizam o
protocolo de tratamento da tuberculose?

Muito pouco ( ) Pouco ( ) Muito ( )

MUITO OBRIGADA PELA SUA COLABORAÇÃO!

VI
ANEXOS

VII
ANEXO I

VIII
ANEXO II

IX

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