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LUANDA, 2022
UNIVERSIDADE DE BELAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ENFERMAGEM
i
LUANDA, 2022
FICHA CATALOGRÁFICA
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou electrónico para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte.
Data________/_______/________
Nº de Páginas:57
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JANDIRA GONGA DE OLIVEIRA
Aprovado,_______/_______/______
BANCA EXAMINADORA
Presidente do Júri
_____________________________________________________
1º Vogal
_____________________________________________________
2º Vogal
_______________________________________________________
Secretário
________________________________________________________
iii
Dedico este trabalho, aos meus pais maravilhosos (Caetano
Gonga e Julieta Gonga). Aos meus excelentes irmãos (Silvio,
Efigénio e Eliane de Oliveira).
iv
" Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos.
Fazer ou não fazer algo só depende de nossa vontade e
perseverança".
Albert Einstein
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente ao Grandioso-Deus, por ser o autor da minha vida, autor do meu
destino, meu guia, socorro presente na angústia, pois sem Ele eu não teria forças para começar
e terminar com êxitos esta longa jornada. Agradeço em especial, aos grandes amores da minha
vida, maravilhosos pais, Caetano Gonga e Julieta Gonga que muito contribuíram para minha
formação, pelo apoio motivacional e pela partilha das suas experiências de vida. Aos meus
amados e maravilhosos irmãos, Sílvio, Efigénio e Eliane de Oliveira que sempre
acompanharam toda minha jornada e vibram com as minhas conquistas. Aos companheiros que
ganhei desta longa jornada, Milton dos Santos, Adolfo José Miranda, Rivaldo Quissanga , Inês
Teresa Agostinho, Joaseane Caputo, Isadora Mahinga, Edvânia Cardoso, Nelma Firmino,
Francisca da Sílva, Maria João, Teresa Gaspar, Laércia Helena, Ana Agostinho, Luzia Gomes
e em especial as famílias Oliveira, Gonga, Vintém, Gomes e Cândido. A todos os professores,
colegas da faculdade de ciências da saúde, funcionários da Universidade de Belas, pelo ensino
que enriqueceu os meus conhecimentos e contribuiu para a minha formação. Em especial o meu
agradecimento vai para o meu orientador, Doutor Ladislau Guilherme, pela sua simplicidade e
amizade, pelo seu empenho especial, desde a definição dos objectivos do estudo e a construção
do protocolo de investigação, orientação, análise crítica, sugestões e disponibilidade, por toda
força e que Deus nosso Senhor continue o capacitando. Uma palavra de gratidão ao maravilhoso
Edvaldo Tala Martins Ramos pela valiosa contribuição na análise do conteúdo, processamento
das amostras e interpretação dos resultados, sem a qual não seria possível a concretização desde
trabalho. Agradeço à Direção Geral do hospital dos Cajueiros pela autorização de recolha de
informação e a todos os profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados aos
pacientes com Tuberculose pela disponibilidade em participar de uma forma voluntária e
gratuita neste projecto.
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RESUMO
A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa de fácil disseminação que está presente
desde os tempos mais remotos da história da humanidade. Ainda hoje, mesmo com a existência
do tratamento medicamentoso eficiente no combate a doença, a tuberculose continua como uma
enfermidade prevalente e preocupante mundialmente. Objectivo: Avaliar o papel da
enfermagem no tratamento de pacientes com tuberculose atendidos no hospital geral dos
cajueiros no IIº semestre de 2021. Método: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem
quali-quantitativa do tipo transversal, realizado a partir dos dados colectados nos serviços de
atendimento ao doente com tuberculose do hospital geral dos cajueiros. Armazenaram-se os
dados em planilhas do Excel 2013 e foram analisados com recursos de estatística descritiva. O
universo em estudo foi composto por 30 profissionais de enfermagem dos serviços de
atendimento ao paciente com tuberculose, dos quais 27 em serviço de internamento e 3 em
ambulatório. Resultados: Os profissionais foram predominantemente do sexo feminino, quanto
a categoria, a maioria eram técnicos de enfermagem com um tempo de serviço de 1 a 5 anos.
Conclusão: A tuberculose é uma doença grave, porém curável em praticamente 100% dos casos
novos desde que os princípios de quimioterapia sejam seguidos, o enfermeiro dentro da equipa
de saúde se destaca como o profissional mais actuante no tratamento do paciente com
tuberculose, tendo por seu papel principal, prestação de cuidados diferenciados.
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ABSTRACT
Tuberculosis (TB) is an easily spread infectious disease that has been present since the most
remote times in human history. Even today, even though there is an efficient drug treatment to
combat a disease, tuberculosis remains a prevalent and world worrying disease. Objective: To
evaluate the role of nursing in the treatment of patients with tuberculosis treated at Hospital
Geral dos Cajueiros in the second semester of 2021. Method: This is a descriptive, qualitative-
quantitative cross-sectional study, based on data collected in care services to the patient with
tuberculosis at the Hospital Geral dos Cajueiros. Data were stored in excel 2013 spreadsheets
and analyzed with critical statistical descriptive features. The study consisted of 30 nursing
professionals from the care services for patients with tuberculosis, of whom 27 were in inpatient
services and 3 in outpatient services. Results: The professionals were predominantly female, as
for the category, most were nursing technicians with a service time of 1 to 5 years. Conclusion:
Tuberculosis is a serious disease, but curable in all cases 100% of the cases since the principles
of medical therapy are followed, the nurse within the health team is the most active professional
in the new patient with tuberculosis, having his main role, provision of differentiated care.
viii
LISTA DE FIGURAS
ix
LISTA DE QUADROS
x
LISTA DE TABELAS
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
E- Etambutol
H- Isoniazida
R- Rifampicina
TB- Tuberculose
Z- Pirazinamida
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO..................................................................................................................................i
FICHA CATALOGRÁFICA...................................................................................................................ii
FOLHA DE APROVAÇÃO....................................................................................................................iii
DEDICATÓRIA......................................................................................................................................iv
EPIGRAFE...............................................................................................................................................v
AGRADECIMENTOS ........................................................................................................................... vi
RESUMO .............................................................................................................................................. vii
ABSTRACT ......................................................................................................................................... viii
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................ ix
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................... xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................................... xii
I- INTRODUÇÃO.....................................................................................................................1
1.1. Introduzir o tema ................................................................................................................. 1
1.1.1. Delimitação do tema...................................................................................................................... 2
1.1.2. Justificativa do tema ...................................................................................................................... 3
1.2. Formulação do problema ..................................................................................................... 3
1.3. Objectivos ............................................................................................................................ 4
1.3.1 Objectivo geral. .............................................................................................................................. 4
1.3.2. Objectivos específicos ................................................................................................................... 4
II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 5
2.1. Considerações gerais ........................................................................................................... 5
2.1.1. Tuberculose ...................................................................................................................... 5
2.1.2. Contextualização Histórica da Doença ............................................................................. 6
2.1.3. Aspectos clínicos da doença ............................................................................................. 7
2.1.4. Tipos de tuberculose ......................................................................................................... 8
2.1.5. Factores de risco para tuberculose .................................................................................. 10
2.1.6. Elementos para diagnóstico da tuberculose .................................................................... 10
2.1.7. Tratamento ...................................................................................................................... 14
2.1.8. Medidas preventivas ....................................................................................................... 18
2.1.9. Tuberculose e VIH.......................................................................................................... 19
2.1.10. Epidemiologia ............................................................................................................... 21
2.1.11. Tuberculose em Angola ................................................................................................ 22
2.1.12. Cuidados de Enfermagem ............................................................................................. 23
2.2. Quadro legal ...................................................................................................................... 30
xiii
2.3. Trabalhos já feitos ............................................................................................................. 31
III- CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ...................................................................... 32
3.1. Local de estudo .................................................................................................................. 32
IV- METODOLOGIA ........................................................................................................................ 34
4.1. Tipo de estudo ................................................................................................................... 34
4.2. População e amostra .......................................................................................................... 34
4.2.1. Critério de inclusão......................................................................................................... 34
4.2.2. Critério de exclusão ........................................................................................................ 34
4.3. Métodos a utilizar .............................................................................................................. 34
4.4. Procedimentos e instrumentos ou técnicas para colecta de dados ..................................... 34
4.5. Processamento de dados .................................................................................................... 35
V- RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... 36
VI- CONCLUSÕES ............................................................................................................................ 53
VIII- BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 55
GLOSSÁRIO
APÊNDICE
ANEXOS
xiv
xv
I- INTRODUÇÃO
O impacto económico que causa a tuberculose no paciente e sua família é importante devido à
despesa que gera antes de se conhecer o diagnóstico e, posteriormente, para realizar o
tratamento. A isso se soma todo absentismo laboral, as horas de trabalho perdidas e a
1
diminuição da produtividade, pelo facto de o paciente não poder trabalhar com todo potencial
humano. Também, para os profissionais da saúde, especialmente enfermeiros, se deve
considerar o risco da tuberculose laboral.
No prazo de 24 horas um indivíduo infectado pode expelir até 3,5 milhões de bacilos da
tuberculose, muitos deles presentes em gotículas microscópicas que são eliminadas através da
tosse, do espirro ou no processo da fala. Estas minúsculas partículas podem flutuar por um
período de até 8 horas, depositando-se em roupas, lenços, livros, móveis e na poeira. É
primordial a assistência de enfermagem frente à pessoa diagnosticada com tuberculose, visto
que, desde a antiguidade, a enfermagem junto ao Programa Nacional de Controlo da
Tuberculose, contribuiu no processo de combate à doença. Esta concepção se deu devido à
enfermagem desenvolver um papel essencial no Controlo da TB. Nogueira (2020).
O objectivo que levou a escolha deste tema, foi basicamente avaliar o papel da enfermagem no
tratamento de pacientes com tuberculose, pois esses pacientes após o diagnóstico da doença,
têm de tomar algumas medidas para evitar o contágio à outros indivíduos.
A pesquisa foi realizada em forma de estudo quali-quantitativo, ela salienta somente o papel
da Enfermagem no tratamento de pacientes com tuberculose atendidos no hospital geral dos
cajueiros, situado em Luanda.
Espero que este trabalho possa contribuir para o melhor conhecimento da doença e estimular o
desenvolvimento de novos estudos que resultem para o melhoramento no tratamento de
pacientes com tuberculose.
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1.1.2. Justificativa do tema
O interesse por esse tema de estudo deve-se a sua relevância, partindo do princípio de que, em
Angola, a tuberculose é considerada a 3ª Causa de morte, depois da malária e dos acidentes de
viação, embora seja uma enfermidade com diagnóstico e tratamento realizados de forma
gratuita no país.
A Tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa que afecta principalmente os pulmões,
causada pelo Mycobacterium tuberculosis, conhecido como bacilo de Koch, com alto índice de
mortalidade, afecta milhares de pessoas em todo mundo.
Diversos elementos estão relacionados à infecção pela tuberculose, tais como: Factores
imunológicos, sociodemográficos e a infecção de vírus da imunodeficiência humana, essas
condições têm favorecido o adoecimento e a propagação da doença, além disso é uma doença
negligenciada, contribuindo para dificuldade no diagnóstico precoce e no tratamento adequado
dos indivíduos infectados.
3
1.3. Objectivos
4
II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Estamos perante uma infecção quando o bacilo atinge os alvéolos pulmonares e vai,
progressivamente, expandindo para os nódulos linfáticos e para outros tecidos do corpo, através
da corrente sanguínea. A resposta imunológica processa-se através da formação de granulomas
- a formação de nódulos de tuberculose, e de pequenas lesões, “tuberculos”, que conferem o
nome à doença. Durovini et al. (2011).
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De acordo com Durovani et al. (2011), quanto maior a intensidade da tosse e a concentração de
bacilos no ambiente e quanto menor a ventilação desse ambiente, maior será a probabilidade
de infectar os circundantes.
Sinais e sintomas
Segundo Nogueira (2020), os sinais e sintomas da tuberculose, podem ser variados dependendo
da reacção imunológica do indivíduo infectado. No começo da doença, podemos identificar
alguns sintomas iniciais: Febre, perda de peso, suores noturnos ou tosse persistente, que podem
variar de acordo com vários factores.
De acordo com Barreto (2014), dentre os sinais e sintomas na fase activa, destacam-se:
Tosse com duração de três ou mais semanas
Expectoração com sangue
Dor no peito ou dor com respiração ou tosse, vulgarmente definida como pontada.
Fadiga
Suor noturno
Febre, embora o doente com tuberculose nem sempre tenha febre associada.
Arrepios
Perda de apetite
Rouquidão ou dor de garganta
Emagrecimento.
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A fonte da infecção da doença na forma pulmonar é a eliminação dos bacilos para o exterior do
corpo que é transmitida de indivíduo contaminado à outro sádio.
Tuberculose extrapulmonar
De acordo com Durovani et al. (2011), as apresentações extrapulmonares da TB têm seus sinais
e sintomas dependentes dos órgãos e/ou sistemas acometidos. Sua ocorrência aumenta entre
pacientes com VIH, especialmente entre aqueles com imunocomprometimento grave. As
principais formas são:
Tuberculose pleural: Cursa com dor torácica, astenia, emagrecimento, anorexia febre e tosse
seca. Eventualmente, apresenta-se clinicamente pneumonia bacteriana aguda, e a dispneia pode
aparecer apenas nos casos com maior tempo de evolução dos sintomas.
Tuberculose pericárdica: Os principais sintomas são dor torácica, tosse seca e dispneia.
Muitas vezes, a dor não se manifesta como a dor pericárdica clássica. Pode haver febre,
emagrecimento, astenia, tonteira, edema de membros inferiores, dor no hipocôndrio direito
(congestão hepática) e ascite. Raramente a tuberculose pode afectar os tecidos que rodeiam o
coração, causando inflamação e acumulo de líquidos que podem interferir com a capacidade do
coração bombear eficazmente o sangue. Esta condição chamada de derrame pericárdico, pode
ser fatal.
Tuberculose óssea: O quadro clínico é a tríade dor lombar, dor à palpação e sudorese noturna.
Afecta mais comumente a coluna torácica baixa e a lombar.
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Tuberculose cerebral: Inflamação das membranas que cobrem o cérebro (Meninge), isso pode
causar dor de cabeça, duradoura ou intermitente que ocorre durante semanas. Alterações
mentais também são possíveis na tuberculose cerebral.
Tuberculose urinária: Quando afecta os rins e a bexiga, causando hematúria.
Tuberculose hepática: O fígado ajuda a filtrar os resíduos e impurezas da corrente sanguínea,
essas funções ficam prejudicadas no caso de estarem infectadas por tuberculose.
Tuberculose miliar ou cutânea: Quando a tuberculose afecta a pele.
Para além dos mencionados vários orgãos podem ser envolvidos, tuberculose ocular (nos
olhos), tuberculose intestinal (no intestino), tuberculose peritoneal (peritoneo).
2.1.5. Factores de risco para tuberculose
Para Oliveira et al. (2019), qualquer indivíduo pode contrair tuberculose, mas certos factores
de risco podem aumentar a probabilidade de transmissão da doença. Entre esses factores,
destacam-se as alterações no sistema imunológico que é responsável pela defesa do organismo
no combate de bactérias da tuberculose e outros microorganismos invasores e manter a infecção
confinada. Se o sistema imunológico enfraquece, a defesa pode ficar comprometida e
consequentemente o bacilo ganha terreno e o indivíduo acaba por desenvolver tuberculose
activa Uma série de doenças, medicamentos e hábitos podem enfraquecer o sistema
imunológico, como por exemplo:
VIH/SIDA;
Diabetes;
Doença renal grave;
Certos tipos de câncer;
Alguns tratamentos do câncer, como quimioterapia;
Fármacos;
Desnutrição;
A falta de assistência médica;
Uso de drogas ou abuso de álcool e cigarro.
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História clínica
Não raramente, a tuberculose pode manifestar-se sob diferentes apresentações clínicas, que
podem estar relacionadas com o órgão acometido. Desta forma, outros sinais e sintomas, além
da tosse, podem ocorrer e devem ser valorizados na investigação diagnóstica individualizada.
Questionar se o doente teve contacto ou não com uma pessoa infectada, se este apresenta
sintomas e sinais sugestivos da tuberculose, presença de factores de risco para o
desenvolvimento da tuberculose. Antas (2007).
Exames bacteriológicos
Segundo Rocha (2010), a pesquisa bacteriológica é um método de importância fundamental em
adultos, tanto para o diagnóstico quanto para o Controlo de tratamento, e será usado na ordem
de prioridade detalhada.
De acordo com Rocha (2010), recomenda-se a utilização de duas amostras e há duas fases para
realização da baciloscopia:
Segunda amostra: Colectada na manhã do dia seguinte, assim que o paciente despertar. Essa
amostra em geral tem quantidade maior de bacilos porque é composta da secrecção acumulada
na árvore brônquica por toda noite.
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A fase inicial do exame, que compreende colecta, conservação e transporte do escarro, é de
responsabilidade da unidade de saúde, que deverá seguir as seguintes orientações:
Qualidade e quantidade da amostra – Uma boa amostra de escarro é a que provém da árvore
brônquica, obtida após esforço de tosse, e não a que se obtém da faringe ou por aspiração de
secreções nasais, nem tampouco a que contém somente saliva. O volume ideal é de 5ml a 10ml.
Recipiente – O material deve ser colectado em potes plásticos com as seguintes características:
descartáveis, com boca larga, transparente, com tampa de rosca. A identificação (nome do
paciente e data da coleta) deve ser feita no corpo do pote e nunca na tampa.
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Exame Radiológico
O exame radiológico isolado, não oferece diagnóstico para tuberculose, por isso é sugerido
apenas quando o profissional médico, tem suspeito de caso da doença. Depois da realização da
baciloscopia e com o seu resultado positivo para tuberculose. Fornece dados ao profissional
para confirmação que precisa para definir mais claramente o diagnóstico da tuberculose.
• Prova tuberculínica
A prova tuberculínica – pt consiste na inoculação intradérmica de um derivado protéico do m.
tuberculosis para medir a resposta imune celular a estes antígenos. É utilizada, em adultos e
crianças, para o diagnóstico de infecção latente pelo M. tuberculosis (ILTB).O teste cutâneo
tuberculínico, serve para auxiliar no diagnóstico da TB, que quando reactora aponta apenas que
aquele indivíduo esteve em contacto com o bacilo, mas que ele pode desenvolver ou não a
forma activa da doença e essa possibilidade dependerá de vários factores associados ao
indivíduo. Vergani (2010).
Tuberculina e técnica
Segundo Antas (2007), a aplicação e leitura da PT devem ser realizadas por profissionais
treinados. Ainda assim entre leitores experientes pode haver divergências. A leitura deve ser
realizada 48 a 72 horas após a aplicação podendo ser estendido para 96 horas. O maior diâmetro
da área de endurecimento palpável será o resultado do teste, deve ser medido com régua
milimetrada transparente e o resultado, registrado em milímetros.
De acordo com Rocha (2010), os resultados registrado em milímetros do teste realizado em
suspeitos de TB, obedecem a seguinte classificação:
De 0 mm a 4 mm: Não reactor, indivíduo não infectado ou com hipersensibilidade
reduzida.
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De 5 mm a 9 mm: Reactor fraco, indivíduo vacinado com BCG ou infectado pelo M.
tuberculosis ou por outras bactérias.
De 10 mm ou mais: Reactor forte, indivíduo infectado que pode estar doente ou não,
indivíduos vacinados com BCG nos dois últimos anos.
Reacções falso-positivas podem ocorrer em indivíduos infectados por outras micobactérias ou
vacinados com a BCG, principalmente se vacinados (ou revacinados) após o primeiro ano de
vida, quando a BCG produz reacções maiores e mais duradouras. Entretanto, a reacção tende a
diminuir com o passar do tempo e se a PT for realizada dez anos ou mais após a última
vacinação, o efeito da BCG sobre ela poderá ser mínimo. (SARMENTO et al. 2008).
Exame histopatológico
2.1.7. Tratamento
De acordo com Da Silva et al. (2011), a tuberculose é uma doença grave, porém curável em
praticamente 100% dos casos novos desde que os princípios de quimioterapia sejam seguidos,
o tratamento da tuberculose, é um processo lento. Em média, a duração do tratamento é
considerada superior comparada com outras infecções bacterianas ou víricas. O tratamento
antibiótico deve ser administrado pelo menos entre seis a nove meses. A selecção dos fármacos
a usar, o tempo de tratamento e eventuais procedimentos dependem da idade, comorbidades,
possível resistência aos fármacos, da forma de tuberculose e da localização da infecção no
organismo. O tratamento pode ser feito em regime ambulatorial e será directamente observado
(TDO), a hospitalização é recomendado em casos especiais e de acordo com as seguintes
prioridades:
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Meningoencefalite tuberculosa;
Intolerância aos medicamentos antíTB incontrolável em ambulatório;
Estado geral que não permita tratamento ambulatório;
Casos em situações de vulnerabilidade social, como ausência de residências fixam,
grupo com maior possibilidade de abandono, especialmente casos de retratamento,
falência ou multirresistência.
Wete et al. (2015, p.67) expressa que, a OMS classifica os fármacos anti-TB em cinco grupos:
Grupo 1 - Medicamentos orais de primeira linha – Isoniazida (H), rifampicina (R), etambutol(E)
e pirazinamida( Z). São os mais potentes e mais bem tolerados, podendo ser utilizados na
dependência do histórico terapêutico e do resultado do teste de sensibilidade.
Isoniazida: É o mais activo e bastante solúvel em água. Ela tem acção bacteriostática para os
bacilos que se multiplicam mais lentamente, e bactericida para os que se multiplicam
rapidamente é rapidamente absorvida no trato gastrointestinal, sua distribuição se dá através de
fluidos corporais e tecidos e é excretada na urina. Silva (2010).
As reacções mais importantes se relacionam com o sistema nervoso central e periférico. A
neurite periférica ocorre em cerca de 2% dos pacientes que usam 5 mg/ kg de peso/dia, esse
efeito é mais frequente em pacientes portadores de diabetes melittus, desnutridos e anêmicos e
pode ser evitado administrando piridoxina.
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Rifampicina: É um fármaco administrado oralmente, distribuída nos tecidos e fluidos,
parcialmente excretada na urina e bile, o que faz sofrer recirculação entero hepática que é
posteriormente excretado nas fezes, e mal absorvido pelo trato gastrointestinal. Liga-se
altamente a proteínas. Katzung et al. (2014)
Os efeitos adversos mais recorrentes são erupções cutâneas, febre, e distúrbios gastro
intestinais, pode deixar lágrimas, suor e urina alaranjados, é necessária realização da avaliação
da função hepática antes do início do tratamento, pois pode acarretar a danos no fígado.
Etambutol: É um fármaco administrado oralmente, 80% do fármaco é absorvido pelo trato
gastrointestinal, meia vida de 3 a 4h, e a principal via de excreção é a renal, o efeito colateral
mais significativo é a neurite ótica que faz com que haja distúrbios visuais por alteração de
cores. Podem ocorrer problemas de hipersensibilidade. Pode ser usado em crianças e gestantes:
nenhum efeito teratogênico foi reportado até hoje. Silva (2010).
Pirazinamida: A sua forma activa é o ácido pirazinoico que rompe o metabolismo e as funções
de transporte da membrana das micobactérias. A resistência a esse fármaco pode ser
desenvolvida rapidamente. É administrado por via oral. Deve ser usado de preferência em dose
única diária. Katzung et al. (2014).
Bem absorvidos pelo trato gastrointestinal e distribuído nos tecidos, até mesmo meninges
inflamadas. Já a metabolização do composto original ocorre no fígado e a depuração dos
metabólitos pelos rins. Brunton et al. (2012).
Os efeitos adversos mais comuns são desenvolvimento de gota iniciando com hiperuricemia,
mal-estar e transtornos gastrointestinais como náuseas e vômito, e até 5% dos pacientes podem
ter problemas hepáticos, sendo os aumentos de transaminases alterações hepáticas mais
precoces. A icterícia implica que a droga deve ser interrompida. Silva (2010).
Estreptomicina: É utilizado quando há resistência a outros fármacos e a administrado por via
intramuscular ou intravenosa. Katzung et al. (2014).
Por ser um antibiótico macrolídeo suas reacções adversas mais comuns são a ototóxicidade e a
nefrotoxicidade, essa toxicidade é dependente da dose e mais comum em idosos. Silva (2010).
De forma a simplificar o tratamento existe o coxcip 4, comprimido contendo dose fixa destes 4
fármacos: Rifampicina + Isoniazida+ Piraziamida + Etambutol.
2.1.9. Resistência aos fármacos
Segundo Sarmento et al. (2008), a resistência aos fármacos, pode ser considerada como:
Resistência natural: Aquela que surge no processo de multiplicação do bacilo naturalmente.
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Resistência artificial: Aquela que se verifica em pacientes nunca tratados para TB,
contaminados por bacilos previamente resistentes.
Resistência adquirida ou secundária: Em pacientes com tuberculose inicialmente sensível, que
se torna resistente após a exposição aos medicamentos. As principais causas são: Esquemas
inadequados, uso irregular do esquema terapêutico por má adesão ou falta de medicamentos.
De acordo com Gomes et al. (2011) essas resistências classificam-se em:
Monorresistência: Resistência a um fármaco
Polirresistência: Resistência a dois ou mais fármacos, excepto à associação rifampicina
e isoniazida.
Multirresistência: Resistência, pelo menos à rifampicina e a isoniazida. MDR
Resistência extensiva: Resistência à rifampicina, isoniazida, acrescida à resistência a
um injectável de segunda linha (amicacina, canamicina ou capreomicina). XDR
Nogueira (2021), expressa que, para o sucesso no tratamento da tuberculose, existem quatro
condições básicas imprescindíveis que devem ser seguidas correctamente por parte do paciente:
Adesão do paciente,
Realização mensal da baciloscopia
Controlo nos casos de tuberculose pulmonar,
Acompanhamento clínico
Controlo do tratamento
Para Kristski et al. (2011), o Controlo do tratamento consiste na execução de actividades
programáticas que permitem o acompanhamento da evolução da doença, utilização correcta dos
medicamentos e o sucesso terapêutico. Consiste em:
Realização da baciloscopia de controlo.
Acompanhamento clínico mensal visando à identificação de queixas e sinais clínicos
Avaliar a evolução da doença após a introdução dos medicamentos e a detecção de
manifestações;
Reforçar sempre que a doença tem cura;
Avaliar o peso a cada consulta para que ajustar as doses, quando necessário;
Deve ser bem esclarecido sobre os malefícios do abandono;
Analisar criteriosamente os factores de risco para o abandono;
Certificar se o paciente está tomando regularmente os medicamentos.
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2.1.8. Medidas preventivas
Segundo a ANGOP (2020), a melhor maneira de prevenir a contaminação por tuberculose é a
realização do diagnóstico e tratamento precoce, que poderá ser feito a partir do momento que
as pessoas tiverem consciência da importância de procurar regularmente um serviço de saúde
de atenção básica mais próximo da sua residência.
A TB pulmonar e a laríngea são classificadas como de transmissão aérea e requerem medidas
administrativas e ambientais que diminuam a transmissão da doença. Barreto (2014).
De acordo com Campos et al. (2014), todo ambiente onde circulam pacientes que produzam
aerossóis contendo Mycobacterium tuberculosis oferece algum risco de transmissão. Destacam-
se como foco das medidas de controlo o domicílio do paciente, seu local de trabalho e as
unidades de saúde nas quais é atendido além de instituições de longa permanência, como prisões
ou casas de apoio.
Vacinação BCG;
Trata-se de uma vacina atenuada e cada dose administrada contém cerca de 200mil ou
até mais de um milhão de bacilos. A administração é feita por via intradérmica, no
braço direito. Quando administrada não protege indivíduos já infectados e nem evita
adoecimento, mas oferece protecção a não infectados contra as formas mais graves.
Indicado para recém-nascidos, contactos de hanseníase, contactos intradomiciliares,
crianças e adultos com VIH. Gomes et al (2011).
Controlo de contactos: é uma ferramenta importante para prevenir o adoecimento e
diagnosticar precocemente casos da doença na população. Todos os contactos devem
ser avaliados. Kristeki (2011).
Promoções de acções educativas: Os pacientes devem ser informados sobre a
transmissão da doença, orientados a cobrir a boca e o nariz ao tossirem ou espirrarem,
utilizando preferencialmente lenço descartável ou máscaras cirúrgicas para reduzir a
geração de partículas infectantes no ambiente. Da Silva (2011).
Aplicação de medidas de precaução padrão: Higienização das mãos, uso de EPIs
quando necessário, limpeza e desinfecção de ambientes e equipamentos. Ferreira
(2021).
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2.1.9. Tuberculose e VIH
A combinação do bacilo da tuberculose com o VIH tem sido a maior causa de óbitos no mundo
(25%) das pessoas portadoras da síndrome de imunodeficiência adquirida. Ambos se
desenvolvem nas formas mais aceleradas e graves, quando actuam juntos, já que o organismo
fica enfraquecido devido ao ataque dos vírus às células de defesas e paralelamente ao bacilo.
No mundo 13% dos novos casos de tuberculose ocorreram em portadores do VIH em 2011.
Brasil (2021).
Os doentes com VIH, a medida que a SIDA compromete a sua imunidade tornam-se mais
susceptíveis ao contágio a partir de doentes com tuberculose com que privem. Como há um
grande número de pessoas saudáveis infectadas com TB, essas pessoas podem passar apresentar
TB, quando sua imunidade estiver muito atingida pela SIDA, é por isso que as duas infecções
se associam com muita frequência. Os doentes com TB devem ser aconselhados a realizar teste
de diagnóstico da infecção por VIH, do mesmo modo portadores de VIH deve ser pesquisado
activamente eventual infecção por Micobacterium tuberculosis. Lopes (2011).
Segundo a OMS (2011) no seu relatório global de controlo da Tb pela OMS, a possibilidade de
seres humanos portadores de VIH ficarem com tuberculose é de 21 a 34 vezes maior do que os
sem infecção.
Em Angola, 12% dos doentes com VIH em 2019 eram portadores do bacilo da tuberculose, a
doença é considerada oportunista. Jornal de Angola (2019).
De acordo com a OMS (cit in Brasil 2021), é frequente a descoberta da seropositividade para
VIH durante o diagnóstico de tuberculose, o advento da epidemia do VIH nos países endêmicos
para tuberculose tem acarretado aumento significativo de tuberculose pulmonar com
baciloscopia negativa e formas extrapulmonares. Embora sejam menos infectantes que os
pacientes com baciloscopia positiva, estes pacientes, em geral, são mais imunocomprometidos,
apresentam mais reacções adversas aos medicamentos e têm maiores taxas de mortalidade
agravadas pelo diagnóstico tardio dessas formas. A descoberta da seropositividade é muito
comum durante o diagnóstico de tuberculose e, na grande maioria dos casos, é necessário
começar o tratamento antirretroviral, o Controlo da coinfecção TB/VIH exige a implantação de
um programa que permita reduzir a carga de ambas as doenças.
De acordo com Barreto (2014), entre os objectivos do Controlo da coinfecção TB/VIH estão:
1. Garantir aos pacientes com tuberculose:
Acesso precoce ao diagnóstico da infecção pelo VIH por meio da oferta do teste.
19
Acesso ao tratamento antirretroviral, quando pertinente.
Para Barreto (2014), o tratamento da tuberculose em pessoas infectadas pelo VIH segue as
mesmas recomendações para os não infectados, tanto nos esquemas quanto na duração total do
tratamento. Taxas maiores de falência terapêutica e recorrência da tuberculose têm sido
demonstradas nos coinfectados, o que demanda atenção especial na condução desses pacientes.
Com relação aos efeitos adversos, alguns estudos sugerem que a ocorrência de eventos graves
seja igual nos coinfectados e nas pessoas com TB e sem infecção pelo VIH.A pronta solicitação
do teste anti-VIH e a agilidade de seu resultado em pacientes com tuberculose é fundamental
para o correto manuseio do tratamento da coinfecção TB- VIH. De forma geral recomenda-se
iniciar TARv (nas pessoas com indicação) em torno de 30 dias após o início do tratamento para
tuberculose, o início mais tardio está associado a maior letalidade por TB ou VIH.
20
2.1.10. Epidemiologia
Segundo Perdigão (2008), a tuberculose está entre as principais causas de morte no mundo,
desde 1993, a OMS considera a tuberculose como uma emergência mundial e 9,27 milhões de
novos casos de tuberculose foram diagnosticados no mundo em 2007, aproximadamente 1,7
milhões de pessoas morrem pela doença, destes 0.7 milhões de casos e 0,2 milhões de mortes
foram em VIH positivos.
De acordo com a OMS (2021), no relatório global da tuberculose, em 2020 morreram mais
pessoas com a doença infecciosa do que ano de 2019. Aproximadamente 1,5 Milhões de pessoas
morrem de tuberculose, incluindo 214 mil pessoas seropositivos, um dos grupos de maior risco,
a OMS receia que o número de mortos possa ser maior em 2021 e 2022. Em 2020 o número de
pessoas que tiveram acesso ao tratamento preventivo para doença baixou 21% em relação a
2019. Com aumento do número de mortes, sobretudo nos 30 países com índices mais elevados
de tuberculose, entre os quais Angola, Brasil, China, índia, Indonésia, Moçambique, Nigéria ou
África do Sul. Muito menos pessoas foram diagnosticadas com tuberculose- de 7,1 milhões em
2019 para 5,8 milhões em 2020.
Em 2020 houve uma redução substancial no número de casos de tuberculose detectados e
reportados entre 2019 e 2020, reflete provavelmente, perturbações tanto a nível da oferta como
procura de serviços de tratamento e diagnóstico da tuberculose. Entre essas perturbações estão
a redução da capacidade dos serviços de saúde para continuar a disponibilizar tratamentos,
menos disponibilidade de procurar cuidados num contexto de confinamento e restrições à
circulação de pessoas, preocupações quanto ao risco de se deslocar às unidades de saúde em
tempo de pandemia e o estigma associado à semelhança dos sintomas entre tuberculose e Covid-
19. As mortes por tuberculose aumentaram pela primeira vez em mais uma década, na sequência
da resposta global contra a Covid-19, que fez retroceder anos de progressos, constata a OMS.
Em 2020 0 número de pessoas que tiveram acesso ao tratamento preventivo para doença baixou
21% em relação a 2019. OMS (2021).
O mundo ficou a um quarto do caminho da meta global de diminuir o número de mortes por
tuberculose em 35% até 2020 e a meio do caminho para diminuir os doentes em 20% até 2020.
Foram enumeradas a solidariedade, determinação e utilização equilibrada de recursos e
oportunidades como condimentos para inverter a tendência de aumento dos casos de mortes por
tuberculose no mundo. OMS (2021).
A interrupção dos cuidados de saúde para dar prioridade a pandemia estava a pôr em risco o
combate à tuberculose, que em 2019 matou cerca de 1,4 milhões de pessoas. OMS (2021).
21
A incidência crescente de tuberculose multirresistente tem sido verificada, em todo o mundo, a
partir da introdução da rifampicina aos esquemas terapêuticos, no final da década de 1970. A
Organização Mundial da Saúde e organizações parceiras consideram tal facto como um dos
grandes desafios para o Controlo da doença no mundo, pois se trata de resistência aos dois mais
importantes medicamentos disponíveis para o tratamento da TB. Dados referentes a 116 países
mostram uma proporção de casos novos de TB com resistência de 17% a qualquer
medicamento, 10,3% à isoniazida, e multirresistência de 2,9%. Para casos com tratamentos
prévios, resistência de 35% a qualquer medicamento, 27,7% à isoniazida, e multirresistência de
15,3%. A situação mais crítica está no leste europeu. Um levantamento feito em 49 países que
realizam teste de sensibilidade para medicamentos de segunda linha revelou 20% de casos com
bacilos multirresistentes e 2% com bacilos extensivamente resistentes. Kritski et al. (2011).
De acordo com o Jornal de Angola (2021), Angola, continua na lista dos 30 Estados com carga
de tuberculose mais elevadas do mundo, num subgrupo de 20 nações onde o número de
infectados pela doença está entre dez mil e 500 mil casos. A TB, é desde 2015 a terceira causa
de morte em Angola, depois da malária e dos acidentes de viação.
Em 2017, o país notificou 57.877 pacientes, dos quais 51.805 eram novos e 6.072 de resistência
ao tratamento, durante o mesmo período a doença afectou mais o sexo masculino 57% e registou
1.373 óbitos. Angola iniciou o diagnóstico da TB multidroga resiste, em 2013, os centros de
referência estão localizados nas províncias do Cuando Cubango, Cunene, Huíla, Huambo,
Lunda-Norte, Namibe, Benguela, Cabinda e Luanda, sendo as três ultimas regiões com maior
incidência da doença. Existem em todas as províncias centros de diagnóstico. Agência Lusa
(2018).
Os casos esperados anualmente da doença, variam de 90 a 100 mil novos casos, mas, o país
nunca chegou atingir estes números, estamos por volta dos 60 mil casos. O tipo de TB mais
22
preocupante em Angola é a pulmonar, que constitui um importante problema de saúde pública.
O número de outros tipos de tuberculose vai diminuindo, Devido o aumento de números de
crianças diagnosticadas com tuberculose, houve a necessidade de se inverter o quadro, foi
criado o programa nascer livre para brilhar. Agência Lusa (2018).
A luta contra tuberculose tem sido uma das prioridades de saúde pública em Angola, razão pela
qual, foi criado o Programa Nacional de Controlo da Tuberculose e para sair desta lista, o país
traçou um Plano Estratégico Nacional de Luta Contra a Tuberculose 2018/2022, com vista
acelerar a redução da incidência e da mortalidade por TB, baseada nos princípios de direito à
saúde, universalidade, equidade, integração e participação comunitária. Jornal de Angola
(2018).
De acordo com a OMS (2020), Angola está entre os países do mundo com maior impacto da
Covid-19 sobre a tuberculose, que a mortalidade associada à tuberculose aumente em Angola,
em 20% face ao ano de 2020, com uma tendência para descer nos anos seguintes. Angola está
entre os 16 países que mais contribuíram para notificação da doença, num grupo liderado pela
Índia, Indonésia e Filipinas e onde o país aprece na 11ª posição. O número de pacientes com
tuberculose caiu de 78.305 casos em 2019 para 65.821 em 2020, representando uma redução
de 12.484 casos.
23
2.1.12. Cuidados de Enfermagem
2. Diagnóstico de Enfermagem
Nesta etapa, o enfermeiro dá início ao processo de julgamento clínico.
A classificação dos diagnósticos de enfermagem da NANDA é muito importante e de muita
utilidade clínica, para identificação dos diagnósticos de Enfermagem. Devem ser considerados
os sinais e sintomas apresentados pelo paciente e os factores relacionados, que dão suporte para
o planeamento da assistência.
De acordo com NANDA (2015), os diagnósticos de Enfermagem para pacientes com TB,
baseando-se nos sinais e sintomas podem envolver:
Nutrição desequilibrada: Menor que as necessidades corporais do doente- relacionada à
própria doença e aos factores biológicos, culturais, nutricionais e econômicos.
Conhecimento deficiente sobre o regime de tratamento, medidas de prevenção e Controlo
da doença: Relacionada á falta de informação, falta de interesse em aprender, limitação
cognitiva, ou interpretação errônea da informação.
Intolerância a actividade a ser executada pelo doente: Relacionada com a fadiga, estado
nutricional e desequilíbrio entre ofertas e demandas de oxigénio.
Padrão respiratório ineficaz: Relacionado à dispneia, dor torácica.
Auto Controlo inadequado da saúde: Devido a complexidade do regime terapêutico, deficit
de apoio social, dificuldades econômicas, deficit de conhecimentos ou conflitos familiares.
Risco de infecção: Relacionados a alterações imunológicas, desnutrição, exposição
ambiental, conhecimento insuficiente para evitar exposição à outros patógenos.
Hipertemia
24
3. Planeamento
Etapa que corresponde ao plano de cuidados a ser prestado, definição de critérios a serem
utilizados, preferências do paciente, necessidades humanas básicas ou plano terapêutico. As
principais metas incluem:
Controlo de contactos;
Orientação sobre a doença;
Aconselhamento para testagem VIH;
Acompanhamento do tratamento;
Regime e Controlo do tratamento;
Realização do exame físico;
Estimular a adesão ao regime medicamentoso;
Promoção de uma nutrição equilibrada;
Monitorar e tratar complicações que podem surgir em decorrência da doença;
Monitorização nutricional;
Controlo da dor;
Administração de medicamentos;
Apoio emocional;
Reposição de líquidos;
Monitorização dos sinais vitais;
Oxigenoterapia;
Cuidados com o repouso no leito;
Medidas de conforto;
Controlo do ambiente;
Monitoramento da resposta ao tratamento;
Estar atento aos efeitos colaterais dos medicamentos;
Orientar quanto a necessidade de encaminhar ao serviço de atendimento em caso de
emergência ou agravamento do quadro;
Orientar a importância das medidas preventivas;
Informar que após 15 dias de tomada regular da medicação o paciente se encontra com
transmissão limitada;
Higienização corporal.
25
4. Implementação
É feita após a prescrição de acções de cuidados, estabelecendo-se em conjunto com o paciente
as prescrições elaboradas. Durante a implementação é feita a reavaliação do paciente,
modificação do plano de cuidados sempre que necessário.
Os cuidados implementados nos serviços de atendimento ao doente com tuberculose do hospital
dos cajueiros são:
Receber cordialmente o paciente;
Oferecer medidas de conforto;
Realização do exame físico;
Monitorização dos sinais vitais sempre que necessário;
Realização de exames laboratoriais;
Testagem para VIH;
Administração da terapêutica médica;
Oferecimento de oxigénoterapia em casos específicos;
Monitorização nutricional;
Promoção de uma nutrição equilibrada;
Reposição de líquidos;
Higienização corporal sempre que necessário;
Administração da dieta alimentar em casos específicos;
Monitoramento da resposta ao tratamento;
Monitoramento e tratamento das complicações que podem surgir em decorrência da doença;
Orientar quanto a necessidade de encaminhar ao serviço de atendimento em caso de
emergência ou agravamento do quadro;
Orientar a importância das medidas preventivas;
Estimular a adesão ao regime medicamentoso;
Apoio emocional.
5. Avaliação
Nesta ultima etapa é realizada uma comparação sistematizada das metas propostas com
resultados obtidos, a fim de determinar a eficácia do cuidado prestado. Dos resultados esperados
destacam-se:
Cuidados na doença;
26
Melhora do padrão respiratório;
Resposta ao tratamento;
Repouso;
Tolerância a actividade;
Promoção da saúde;
Conservação de energia;
Controlo dos factores de riscos.
27
Quadro nº 1- Problemas e diagnóstico de Enfermagem
28
Quadro nº 2- Plano de intervenções de Enfermagem
Demanda Prioridade Objectivos Intervenções Profissional Hora Resultados
30
2.3. Trabalhos já feitos
Acção potencial do enfermeiro no enfrentamento ao tratamento da tuberculose na estratégia
de saúde da família
31
III- CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
3.1. Local de estudo
O Hospital Geral dos Cajueiros, é de carácter geral, situa-se na província de Luanda no distrito
do Cazenga, rua do Tala-Hade, fazendo as seguintes fronteiras: Ao norte pelo Cazenga Popular,
ao sul pela escola primária, ao este com o mercado do Nzamba1 e ao oeste pela empresa de
Pontes. O Hospital Geral dos Cajueiros foi inaugurado no dia 27 de Agosto de 1998 por sua
Excelência Engenheiro José Eduardo dos Santos, antigo presidente da república de Angola. E
o segundo edifício foi inaugurado por sua excelência antigo governador da província de Luanda,
Bento Joaquim Sebastião Francisco Bento e pelo antigo ministro do planeamento e
desenvolvimento territorial Dr. Job Graça ao 02 de Maio de 2014.
É caracterizado como um hospital do nível secundário, entre as doenças mais frequetes, a
malaria tem sido a primeira causa de internamento, seguindo as doenças respiratórias agudas
nas crianças. Nos adultos, as patologias mais frequentes são a hipertensão arterial e os
traumatismos cranianos, provocados por agressões físicas e acidentes de viação.
3.2. Identidade orgânica
Missão
Prestar assistência médica e de enfermagem, especializada de excelência respeitando os tempos
de atendimento de acordo com as prioridades clínicas.
Formar profissionais nas várias especialidades e facultar áreas de estágios para licenciaturas e
outros ramos da saúde.
Visão
Ser um hospital de referência nacional na área de assistência hospitalar considerando sempre
como meta a excelência através de avaliação ao estado de arte, desenvolver projectos de
investigação científica e obter crédito internacional.
Valores
Humanização na prestação de serviços
Actuação com rigor dignidade e ética
Equidade no atendimento
Comprometimento Organizacional
Disponibilidade permanente para aquisição de novas competências
Cultura da meritocracia
Trabalho em equipa multidisciplinar e multiprofissional
Serviços
Ortopedia
Consulta pré-natal
32
PAV
Serviços de psicologia
CADA
PTV
Tisiologia
Oftamologia
Consultas externas
Estatística
Ginecologia/Obstetrícia
Medicina
Nutrição
Pediatria
Triagem de pediatria
Bloco operatório
Recursos humanos
Gestão financeira e planeamento
Secretaria geral
Hemoterapia
Serviços de manuntenção e instalação
Lavandaria
33
IV- METODOLOGIA
4.1. Tipo de estudo
Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa, do tipo transversal.
Segundo Gil (2008), a pesquisa descritiva é implementada para descrever as características de
determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.
Segundo Ibarria (2005), estudos transversais ou sincrônicas são implementados no estudo de
fenómenos interrelacionados se bem que diferentes, porém num determinado momento
simultâneos.
4.2. População e amostra
A população em estudo foi constituída por um universo de 30 profissionais de Enfermagem que
actuam directamente no tratamento de pacientes com tuberculose, dos quais 3 profissionais em
serviço ambulatorial e 27 em serviço de internamento, com uma amostra de 23 profissionais
de enfermagem.
34
de 4 dias úteis das 9 às 15hs. No final da recolha as fichas foram apresentadas à Direcção de
Enfermagem do hospital acima citado, como requisito para obtenção da carta de validação do
estudo.
4.5. Processamento de dados
Os dados foram processados no aplicativo Microsoft Office Word, os dados estatísticos foram
processados em folhas de cálculos do programa Microsoft Excel e os resultados estão em
tabelas.
35
V- RESULTADOS E DISCUSSÃO
Gênero F %
Masculino 2 9%
Feminino 21 91%
TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.
Este resultado vai de acordo ao resultado de Freitas e Taka (2007), no estudo sobre perfil dos
profissionais de enfermagem no que diz respeito ao género encontrou maior número de
profissionais do género feminino com 84% de representatividade, isso mostra que o sexo
feminino ainda domina a profissão de enfermagem.
Segundo Forense e Lukmans (cit in Quichipo 2019, p.25), “a enfermagem como parte da mulher
nos cuidados, o sexo não interfere a experiência de trabalho, o sexo feminino tem mais
probabilidade na área de enfermagem, devido o afecto e carinho”.
36
Tabela 2: Caracterização dos profissionais de enfermagem segundo a faixa etária.
Faixa etária F %
20 - 30 Anos 16 70%
31 - 40 Anos 4 17%
TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.
Quanto a faixa etária é possível constatar que a grande maioria (70%) dos participantes do
inquérito é jovem e com idade não superior a 30 anos e apenas 13% tem mais de 40 anos de
idade.
Por ser uma população relativamente jovem, há rendimentos, responsabilidade, embora que
para prestar cuidados é necessário os conhecimentos científicos.
De acordo com Fortin (cit in Dembo 2017, p.37), “a população jovem é economicamente activa
e quando uma população é economicamente activa, maior é a produtividade e a qualidade dos
serviços prestados”. A diferença de idade é de grande valia para a pesquisa, já que, cada geração
é possível deslumbrar mudanças culturais em uma sociedade.
37
Tabela 3: Caracterização dos profissionais de enfermagem quanto ao grau profissional.
Grau profissional F %
Auxiliar de enfermagem 1 4%
Técnico de enfermagem 16 70%
Bacharel em enfermagem 1 4%
Licenciado em enfermagem 5 22%
TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.
Estudos de Vendramini (cit in Quichipo 2019, p.28), “revelam que a escolaridade está
intimamente ligada ao processo saúde-doença. O reduzido nível de escolaridade limita a chance
de obtenção de informações e de consciência a respeito da inter-relação entre a vida, o trabalho
e a saúde”.
Para Silva (cit in Dembo 2017, p. 41), “é importante que os indivíduos tenham nível profissional
elevado porque facilita a comunicação e a percepção de fenómenos sociais tais como acontecem
no processo saúde e doença”.
A existência de quadros de nível superior pode influenciar nas actividades de supervisão, por
ser uma actividade exclusiva para enfermeiros do nível superior.
38
Tabela 4: Caracterização dos profissionais de enfermagem quanto ao tempo de serviço.
Tempo de serviço F %
1 - 5 anos 12 52%
+ de 10 anos 6 26%
TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.
Quanto ao tempo de serviço é quase que proporcional a faixa etária dos participantes. Visto que
52% dos participantes possui menos de 5 anos de experiência e apenas 26% possui mais de 10
anos de experiência.
Segundo Paulo (cit in Dembo 2017, p. 44), “o tempo de serviço é um elemento primordial no
andamento e desenvolvimento económico, qualidade na execução de procedimentos e no
cumprimento de normas e rotinas”. O tempo de serviço é imperativo na assistência de
enfermagem, subsidiada pelos avanços técnicos e científicos considerados em cada instante.
Mendes (cit in Quichipo 2019, p. 29), “expressa que, o trabalho assistencial da enfermagem
requer e expressa autonomia profissional cuja competência depende do nível de instrução e da
categoria profissional. O tempo de serviço sem formação não é suficiente para a qualificação
do profissional de enfermagem”.
39
Tabela 5: Distribuição da amostra quanto a formação contínua no âmbito da
tuberculose.
Sim 23 100%
Não 0 0%
TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.
40
Tabela 6: Distribuição da amostra quanto ao tempo de participação no último
treinamento no âmbito da TB.
- de 1 ano 9 39%
2 anos 8 35%
+ de 5 anos 6 26%
TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.
Com relação a participação em treinamentos no âmbito da tuberculose, verifica-se que 39% dos
profissionais, participou do último treinamento há menos de 1 ano, sendo que 35% há 2 anos e
26% há mais de 5 anos, o que foi um aspecto facilitador na recolha de dados.
41
TABELA 7: Distribuição da amostra quanto ao papel da enfermagem no tratamento da
tuberculose.
42
Tabela 8: Distribuição da amostra segundo as etapas do processo de seguimento.
43
Tabela 9: Distribuição da amostra quanto a existência de um protocolo de tratamento
para pacientes com tuberculose.
Existência de um protocolo F %
Sim 23 100%
Não 0 0%
TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.
De 30 a 39 kg 2 1+½
44
Figura 2: Tratamento de casos novos - crianças
FASE INICIAL FASE DE CONTINUAÇÃO
Durante dois meses Durante 4 meses
PESO ANTES RH Z RH
DO R 150mg/H75mg 40mg R150 mg/ H75mg
TRATAMENT
O
De 21 a 30 kg 2 2 2
De 11 a 20 kg 1 1 1
De 5 a 10 kg ½ ½ ½
Figura 3: Retratamentos
FASE INICIAL FASE DE CONTINUAÇÃO
Diariamente durante três meses a Estreptomicina só Três vezes por semana durante 5 meses.
durante os primeiros dois meses.
PESO 4CDF (COMPOSTO) S RH
H E
INICIAL R150mg/H75mg (1 grama R150mg/
100mg 400mg
Z400mg/ E275mg ) H 400mg
2 meses
Mais de 70 kg 5 1 grama 5 3+½ 6
De 55 a 70 kg 4 1 grama 4 3 6
De 40 a 54 kg 3 750 mg 3 2 4
De 30 a 39 kg 2 500 mg 2 1+½ 2
45
Tabela 10: Distribuição da amostra quanto as dificuldades sentidas pelos profissionais
para dar resposta às necessidades dos doentes.
Nas principais dificuldades sentidas pelos profissionais para dar resposta as necessidades dos
doentes, os profissionais citam a falta de materiais de biossegurança e carência de fármacos
como sendo as maiores com 83% de menções, seguindo-se do fluxo de pacientes. O abandono
de tratamento, a demora nos exames também são algumas das maiores dificuldades que os
profissionais sentem na altura de dar resposta aos pacientes.
Estes resultados, vão de acordo aos resultados da revisão integrativa literária de Araújo et al.
(2020), na investigação sobre o papel do enfermeiro na busca activa de pacientes em abandono
do tratamento da tuberculose, alguns factores estão intimamente associados as dificuldades da
Enfermagem para o enfrentamento, Controlo e prevenção do abandono do tratamento, dentre
esses estão: O grande número de pacientes, a falta de recursos materiais e desorganização dos
serviços.
Para Da Costa et al. (2019), o abandono do tratamento, ocorre mais frequentemente dentro dos
primeiros três meses do tratamento, devido o longo tempo de tratamento. É percebível a
melhora dos sintomas nos primeiros semanas após o início, já a cura só é garantida no final do
esquema terapêutico.
46
Tabela 11: Distribuição da amostra quanto a capacidade de atendimento na unidade
hospitalar.
Capacidade de atendimento F %
Sim 9 39%
Não 14 61%
TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.
No que diz respeito à capacidade de atender todos os doentes na Unidade Hospitalar, 61% dos
profissionais afirmaram que não há capacidade para o atendimento de todos os utentes. Há
capacidade para o diagnóstico e primeira consulta, mas, há incapacidade para o seguimento de
todos e, portanto, há consequente perda de doentes.
A capacidade é o nível máximo que um processo pode atingir ao operar, sob condições normais
em determinado período de tempo. Nos hospitais, particularmente aqueles que trabalham com
demandas variáveis, emergências, para executarem diversos serviços, a capacidade está
directamente relacionada ao mix de actividades desempenhadas. Slack (2002).
Este resultado vai de acordo aos resultados de Ferreira et.al (2021), no estudo sobre capacidade
de atendimento hospitalar mediante situações de leitos, verificou que a capacidade de
atendimento foi restrita na resolução dos problemas da população, pois a oferta de leitos foi
inferior a demanda de solicitações
Nos hospitais, uma medida de capacidade, é o número de leitos disponíveis ou ocupados por
mês.
47
Tabela 12: Distribuição da amostra quanto a classificação da capacidade de
atendimento.
Classificação da capacidade F %
Má 0 0%
Boa 16 70%
Excelente 7 30%
TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC.
Apesar de a unidade não possuir capacidade para atender a demanda de pacientes que procura
os serviços fornecidos pela mesma, 70% de todos os participantes considera boa a capacidade
de atendimento e 30% dos profissionais descreve a mesma como sendo excelente.
De acordo com Las Casas (2007), um serviço pode ser considerado de qualidade quando
proporciona um determinado nível de satisfação. Um dos princípios básicos de um bom
atendimento é que ele seja considerado como uma estrutura organizacional e boa administração
de relacionamento com todos que contactam os serviços. O objectivo de um bom atendimento
é gerar satisfação, transmitir atenção e simpatia.
48
Tabela 13: Distribuição da amostra quanto ao atendimento priorizado.
49
Tabela 14: Distribuição da amostra quanto aos serviços oferecidos.
Quanto aos serviços oferecidos aos pacientes a pesquisa revela que são 5 os principais serviços
oferecidos pela instituição nomeadamente:
50
Tabela 15: Distribuição da amostra quanto ao tempo de tratamento da tuberculose.
Tempo de tratamento F %
1 - 6 meses 0 0%
6 - 12 meses 23 100%
TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC
De acordo com Araújo et al. (2020), o tratamento dura em média 6 meses e é feito em duas
fases:
O tratamento da TB em pacientes com VIH, faz-se mais tempo, habitualmente durante 9 meses
e o efeito é sentido lentamente. Lopes (2011).
51
Tabela 16: Distribuição da amostra quanto a valorização do protocolo de tratamento
para pacientes com tuberculose.
Valorização do protocolo F %
Muito Pouco 0 0%
Pouco 6 26%
Muito 17 74%
TOTAL 23 100%
Fonte: Inquerito realizado nos serviços de Tisiologia e BU do HGC
Constata-se que maior parte dos profissionais (74%) valoriza muito o protocolo de tratamento
da tuberculose, pois é um guia orientador para os profissionais que actuam directamente nos
serviços de atendimento ao doente com tuberculose.
52
VI- CONCLUSÕES
A realização deste trabalho proporcionou um grande aprendizado sobre o tema tratado, bem
como, análise dos instrumentos utilizados no tratamento de pacientes com tuberculose e
identificação dos cuidados de Enfermagem prestados à esses pacientes. Visto que é uma doença
grave, porém curável em praticamente 100% dos casos novos desde que os princípios de
quimioterapia sejam seguidos, o tratamento da tuberculose, é um processo lento. Em média, a
duração do tratamento é considerada superior comparada com outras infecções bacterianas ou
víricas.
Em relaccão a colecta de dados, quanto a idade a pesquisa mostra que maior parte (70%) dos
participantes têm idade compreendida entre 20 a 30 anos, o sexo feminino é o predominante
com 91%, há maior representatividade na classe de técnicos de enfermagem.
53
VII- RECOMENDAÇÕES
54
VIII- BIBLIOGRAFIA
ARAÚJO, Denise Sílva et al. Revisão integrada da literatura. O papel do enfermeiro na busca
activa de pacientes em abandono no tratamento da tuberculose. Palavra em análise. Brasil. V1,
P6, Set, 2020. Disponível em: http://doi/org/10.25248.reas.e.4263. Acessado em: 8/4/2022
55
DA COSTA, A; RODRIGUES, G; DOS SANTOS, T.M. Papel potencial do enfermeiro no
enfrentamento do problema da tuberculose, junto ao agente comunitário. Brasil: Enferm.
Foco. 2013.
GIL, António Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas. 2008.
56
____________________. 12% de doentes com VIH em Angola têm tuberculose. Disponível
em: https:// www. jornaldeangola.ao. Acessado em 14 de Março de 2022.
LOPES, José Agostinho Marques. Guia de saúde: Tuberculose. Porto: Quidnovi. 2011.
LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing de serviços. São Paulo: Atlas. 2007.
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PERDIGÂO, Paula. Manual clínico da tuberculose: Apoio aos cursos clínicos. Moçambique:
Moçambique edições. 2008.
RANG, H.P; RITTER, J. M.; FLOWER, R. J.; HENDERSON, G. Farmacologia. 8. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier. 2016.
58
GLOSSÁRIO
Febre vespertina: Febre acima de 38ºc, diária e com predomínio no final do dia.
Lesões cavitadas: Área pulmonar preenchida por ar no centro de um nódulo com objectivo de
conter o agente agressor.
I
APÊNDICES
II
APÊNDICE- A
UNIVERSIDADE DE BELAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ENFERMAGEM
Prezado(a) participante:
Peço a sua colaboração e agradeço a sua disponibilidade para preenchimento deste questionário.
Não lhe tomo muito tempo. Garanto a total confidencialidade e sigilo das informações
prestadas, que serão unicamente utilizadas para este estudo.
Local de realização da
entrevista:____________________
Entrevistador:____________________________________
III
APÊNDICE -B
QUESTIONÁRIO
1.CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA
Género
( ) MASCULINO
( ) FEMENINO
Faixa etária
( ) 20 à 30 anos
( ) 31 à 40 anos
( ) Acima de 40 anos
Grau profissional
( ) Auxiliar de Enfermagem
( ) Técnico de Enfermagem
( ) Bacharel em Enfermagem
( ) Licenciado em Enfermagem
Tempo de Serviço
( ) 1 a 5 anos
( ) 5 a 10 anos
( ) Mais de 10 anos
IV
Há quanto tempo participou do último treinamento no âmbito da Tuberculose
Sim ( ) Não ( )
Má ( ) Boa ( ) Excelente ( )
V
7. Em que situações o atendimento é priorizado?
Infecção latente ( )
Infecçaõ primária ( )
Infecção activa ( )
VI
ANEXOS
VII
ANEXO I
VIII
ANEXO II
IX