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UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE MEDICINA

BRENO ABSALON NORONHA BASTOS

JULIANA ALMEIDA DA FONSECA

RELATO DE CASO: NEOPLASIA DE COLÓN AVANÇADO COM


INTERVENÇÃO CIRÚRGICA E PROGNÓSTICO DO PACIENTE

Duque de Caxias

2022
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA

BRENO ABSALON NORONHA BASTOS

JULIANA ALMEIDA DA FONSECA

RELATO DE CASO: NEOPLASIA DE COLÓN AVANÇADO COM


INTERVENÇÃO CIRÚRGICA E PROGNÓSTICO DO PACIENTE

Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de


Conclusão de Curso II como um dos requisitos para a
conclusão do Curso de Medicina.

Orientador: Professor Luiz Fernando Ferreira


Miller

Duque de Caxias

2022
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA

BRENO ABSALON NORONHA BASTOS

JULIANA ALMEIDA DA FONSECA

RELATO DE CASO: NEOPLASIA DE COLÓN AVANÇADO COM


INTERVENÇÃO CIRÚRGICA E PROGNÓSTICO DO PACIENTE

Aprovado pela banca:

Prof.___SABRINA_______________________________

Prof._______RAQUEL___________________________

Em_________de_________________2022

Duque de Caxias

2022
DEDICATÓRIA

À Deus

Aos nossos pais, nossos grandes incentivadores e apoiadores

(ESCREVER NO CENTRO DA PÁGINA OU SE PREFERIR


MAIS BONITO, NO CANTO INFERIOR DIREITO, OU AINDA
EM CAIXA DE TEXTO. A FONTE TAMBÉM PODE SER
DIFERENTE DO RESTANTE DO TRABALHO – PROCUREM
UMA FONTE MAIS BONITA)
AGRADECIMENTOS

‘’ Num abraco apertado ou num beijo emocionado, vamos ao seu encontro. Dizer das
alegrias que sentimos, dos probelmas que tivemos, mas acima de tudo que vencemos.
Queridos pais, nosso carinho especial à vocês que nos amam com a força de seus
corações, hoje e sempre.

Aos que amamos

preciso agradecer a Deus, por ter cruzado meu caminho com o do meu parceiro de
tcc, que hoje é meu namorado.
EPÍGRAFE

A Bíblia é mais atual do que o jornal de amanhã!

Billy Graham

Deus não vive numa igreja, Deus vive em você.

Billy Graham

Você nunca entenderá quem você é até que entenda quem é Deus.

Billy Graham

O pecado é como o câncer: destrói pouco a pouco. Lentamente, sem


que nos apercebamos de sua insidiosa presença, ele vai-se
alastrando, até que por fim o diagnóstico final é pronunciado:
'Doente, à morte'.

Billy Graham
RESUMO

Introdução: O câncer colorretal é um problema de saúde pública e vem sendo


estudados nos últimos anos, sendo considerado o terceiro mais prevalente no mundo,
excluindo os câncer de pele não melanoma. E seu tratamento cirúrgico vem melhorando
a qualidade de vida dos pacientes. Objetivos: Relatar e discutir um caso de neoplasia de
cólon com intervenção cirúrgica e o prognóstico do paciente. Métodos: Foi realizado
um relato de caso com referencial teórico baseado em uma revisão da literatura obtido
através de estudos científicos publicados entre os anos de 2010 a 2021. Para o
desenvolvimento desta revisão integrativa as bases de dados utilizadas foram SCIELO,
PUBMED e UPTODATE®. Relato de caso: Foi relatado um caso de uma paciente do
sexo feminino, jovem, que apresentava constipação, fadiga, perda de peso. Apesar da
utilização de medicamentos continuou com o quadro clínico e foi encaminhada a
emergência, sendo diagnosticada com tumoração de colón esquerdo localmente
avançado para retroperitônio. Devido a obstrução intestinal foi feito no primeiro
momento uma transversostomia para a paciente voltar a se alimentar e posteriomente
deu continuidade para ressecção da lesão tumoral. Conclusão: O tumor colorretal é
grave e pode comprometer a qualidade de vida dos pacientes acometidos, com isso há
uma urgência em se diagnosticar corretamente e precocemente essa neoplasia e começar
o tratamento adequado.

Palavra chave: câncer colorretal, obstrução intestinal, transversostomia


ABSTRACT

Background: Colorectal cancer is a public health problem and has been studied in
recent years, being considered the second most prevalent in the world. And its surgical
treatment has improved the quality of life of patients. Objectives: To report and discuss
a case of colon cancer with surgical intervention and the patient's prognosis. Method: A
case report was carried out with a theoretical framework based on a literature review
obtained through scientific studies published between the years 2010 to 2021. For the
development of this integrative review, the databases used were SCIELO, PUBMED.
And UPTODATE®. Results: The case of a young female patient, who presented with
constipation, fatigue, and weight loss is reported. Despite the use of medication, the
clinical condition continued and she was referred to the emergency room, being
diagnosed with a tumor of the left colon that was locally advanced to the
retroperitoneum. Due to intestinal obstruction, a transversostomy was performed at first
for the patient to eat again and a return appointment for resection of the tumor lesion
was scheduled. Conclusions: The colorectal tumor is serious and can compromise the
quality of life of affected patients, so there is an urgency to correctly and early diagnose
this neoplasm and start the appropriate treatment.

Keywords: colorectal cancer, intestinal obstruction, transversostomy.


LISTA DE ABREVIATURAS E\OU SIGLAS

INCA - instituto nacional de câncer

CCR - câncer de colón retal

APC - polipose adenomatosa coli

TP53 – porteína tumonaral 53

TGF-B - fator de crescimento transformador beta

DNA – ácido desoxirribonucleico

 BAX - bcl2-associated x protein

 BRAF - v-raf murine sarcoma viral oncogene homolog b

FIT - teste imunoquímico fecal

TCLE - termo de consentimento livre e esclarecido

PUBMED - national library of medicine

SCIELO - scientific eletronic library online


Nao consegui apagar essa pagina !!!
SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO .....................................................................................COLOCAR
AS PAGINAS!!!

2 – REFERENCIAL TEÓRICO ..............................................................13

3 – OBJETIVOS .................................................................................................

4 – MATEIRAL E MÉTODOS .........................................................................

5 – RESULTADOS .......................................................................................

6 – DISCUSSÃO ..........................................................................................

7 – CONCLUSÃO............................................................................................

8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................

9 – APÊNDICES (opcional)...................................................................................

10- ANEXOS (opcional)............................................................................................


12

1 – INTRODUÇÃO

O câncer colorretal é, predominantemente, uma doença do envelhecimento e


uma causa importante de morbimortalidade na população idosa. Todavia é passível de
tratamento e, na maioria dos casos, é curável, quando detectado precocemente e ainda
não atingiu outros órgãos. O câncer de cólon e reto abrange os tumores que se iniciam
na parte do intestino grosso, no reto e ânus. Grande parte desses tumores inicia-se a
partir de pólipos, que são lesões benignas que podem crescer na parede interna do
intestino grosso. (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES
DA SILVA, 2019). A incidência de câncer colorretal está diretamente associada ao
aumento da idade, com a maioria dos casos afetando os idosos; 71% dos novos casos
ocorrem em adultos com 65 anos ou mais velhos, e 42% acometem aqueles 75 anos ou
mais. A incidência anual de câncer de cólon é quase 40 vezes maior para aqueles com
mais de 85 anos, comparada com indivíduos com 40 a 44 anos. A mais recente
estimativa mundial aponta que, nos homens, ocorreu um milhão de casos novos de
câncer do cólon e reto, sendo o segundo tumor mais incidente entre todos os cânceres,
com um risco estimado de 26,6/100 mil. Para as mulheres, foram 800 mil casos novos,
sendo o segundo tumor mais frequente com taxa de incidência de 21,8/100 mil. As
maiores taxas de incidência por câncer de cólon e reto foram encontradas nos países da
Europa (por exemplo, na Hungria – primeiro lugar entre os homens; Eslovênia,
Eslováquia, Holanda e Noruega – primeiro lugar entre as mulheres), Austrália/Nova
Zelândia, América do Norte e Leste da Ásia (BRAY et al. 2018; FERLAY et al., 2018).
Em termos de mortalidade, no Brasil, em 2017, ocorreram 9.207 óbitos por câncer de
cólon e reto (9,12/100 mil) em homens e 9.660 (9,33/100 mil) em mulheres
(INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA,
2014). Além do envelhecimento como citamos anteriormente, existem outros fatores
importantes relacionados ao maior risco de desenvolver câncer de cólon e reto são:
obesidade, inatividade física, tabagismo prolongado, alto consumo de carne vermelha
ou processada, baixa ingestão de cálcio, consumo excessivo de álcool e alimentação
pobre em frutas e fibras. Existem fatores de origem hereditária que aumentam o risco,
os quais incluem histórico familiar de câncer colorretal e/ou pólipos adenomatosos,
algumas condições genéticas como a polipose adenomatosa familiar e o câncer
colorretal hereditário sem polipose, histórico de doença inflamatória intestinal crônica
13

(colite ulcerativa ou doença de Crohn) e diabetes tipo 2; e ainda fatores como a


exposição ocupacional à radiação ionizante (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2019;
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA,
2019).

A apresentação de sinais e sintomas do câncer colorretal depende da localização


do tumor e não varia substancialmente com a idade. Aqueles com lesões do lado direito
tendem a causar anemia microcítica por sangramento oculto e manifestam fadiga,
fraqueza, síncope ou queda. Os pacientes com tumores do lado esquerdo tendem a
apresentar uma alteração no calibre das fezes, diarreia ou constipação. Os sintomas
como fadiga, quedas, constipação e disfunção intestinal, são queixas comuns do
envelhecimento, e por isso, esses sintomas são frequentemente ignorados tanto pelo
paciente quanto pelo médico. Assim, o diagnóstico só é feito na maioria dos casos
quando ocorre uma complicação. (MACRAE, et al, 2021)

2 – REFERENCIAL TEÓRICO

O câncer de cólon e reto são tumores malignos comuns de origem adenoepitelial


e sua incidência aumenta com o aumento da idade. Esses tumores, excluíndo os tumores
não melanoma, são o terceiro mais comumente diagnosticados, mas em cerca de 80%
dos casos, os pacientes são diagnosticados com tumores localizados com ou sem
disseminação para linfonodos próximos. Existem muitos fatores de risco, porém os que
tem mais associações são a idade e o histórico familiar. Mesmo com o avanço
tecnológico na área de rastreamento e tratamento, o aumento da incidência da doença é
motivo de preocupação mundial. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer
(INCA), a incidência estimada de novos casos de CCR em mulheres para 2020 foi de
20.470, representando 9,2% dos vários tipos de câncer feminino, ficando em segundo
lugar, atrás do câncer de mama. Em 2019, apresentou uma mortalidade de 9.885
mulheres (INCA, 2020).

Uma série de estudos apontam que a junção de vários eventos moleculares está
implicada na gênese do carcinoma colorretal. Duas teorias estão relacionadas na
fisiopatologia desses cânceres. (FRUCHT E LUCAS, 2017).
14

A primeira é a sequência adenoma-carcinoma que explica os casos de


adenocarcinoma, e a segunda é a via de instabilidade de microssatélites, relacionada
com a síndrome de câncer colorretal hereditário não polipose. (FRUCHT E LUCAS,
2017).

Essa via corresponde a 80% dos CCR esporádicos. Há duas cópias do gene
supressor de tumor Polipose adenomatosa coli (APC), que é um regulador negativo de
uma proteína multifuncional, componente da via de sinalização, chamado b-catenina.
Algumas pessoas já nascem com uma cópia do gene APC mutada ou inativada.
(FRUCHT E LUCAS, 2017).

No entanto, os adenomas só se desenvolvem quando há a mutação ou ativação


das duas cópias do gene. A fisiopatologia do CCR se inicia quando ocorre uma mutação
da APC, fazendo com ele perca a sua função. Normalmente, esse gene promove a
degradação da b-catenina, entretanto, como o APC está inativo, ocorre acumulo da b-
catenina. Esse componente da via de sinalização em grande quantidade se transloca para
o núcleo celular e ativa a transcrição de genes, como os que codificam Myc e Ciclina,
responsáveis pela proliferação celular. (FRUCHT E LUCAS, 2017).

Esse processo pode ser acompanhado por mutações adicionais, como mutações
de ativação do gene KRAS, que também promovem o crescimento celular e evita a sua
apoptose; mutações que codificam os genes SMAD2 e SMAD4, efetores da sinalização
do fator TGF-β, que está envolvido na inibição do ciclo celular; e em outros genes,
como DCC e caderina-E. (FRUCHT E LUCAS, 2017).

Mutações de TP53 também ocorrem em fases tardias da progressão do tumor,


sendo este um gene supressor de tumor que está mutado em 70-80% dos cânceres do
cólon. Em suma, fatores que levam a mutação em genes que regulam a proliferação
celular estão alterados, fazendo surgir os adenomas com displasias celulares. (FRUCHT
E LUCAS, 2017).

Essa via está associada ao aparecimento do câncer colorretal hereditário não


polipose. Em pacientes que tem perdas de genes relacionados ao reparo do DNA,
existem mutações que se acumulam em repetições microssatélites, uma condição
chamada de instabilidade microssatélite. (FRUCHT E LUCAS, 2017).
15

Essas mutações geram irregularidades em genes envolvidos na regulação do


crescimento celular, como TGF-β tipo II e a proteína pró-apoptótica BAX. Mutações no
oncogene BRAF e silenciamento de alguns genes devido a hipermetilação da ilha CpG

também são comuns. (FRUCHT E LUCAS, 2017).

Assim, ocorre o crescimento celular descontrolado e a sobrevivência de células


geneticamente anormais.

Na maioria dos casos, acredita-se que o processo desde o pólipo do cólon até o
crescimento do tumor invasivo leve em média 10 anos. Apenas uma pequena proporção
de pólipos de cólon desenvolve alterações malignas ao longo do tempo, e é lógico
concluir que o diagnóstico e tratamento de pólipos de cólon reduz a incidência de câncer
de cólon. O diagnóstico precoce parece melhorar a sobrevida. Esses fatos são a base
para recomendar o rastreamento sistemático de câncer de cólon e reto. O National
Medical Board publicou diretrizes clínicas em 2002, que podem ser acessadas no site do
escritório, mas estão desatualizadas e não estão de acordo com as diretrizes estrangeiras
mais recentes. As orientações islandesas têm de ser renovadas. Existem vários métodos
de rastreio, mas os mais utilizados são a colonoscopia e a pesquisa de sangue nas fezes.
Ambos os métodos reduzem a incidência e a mortalidade dos cânceres colorretais.
Durante uma colonoscopia, os pólipos do cólon podem ser removidos e biópsias
obtidas. Ao procurar sangue nas fezes, o paciente evita a intervenção e talvez seja mais
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provável que queira se submeter a essa triagem. A melhor sensibilidade é obtida com
um teste de anticorpos para globina ( teste imunoquímico fecal , FIT) e foi comparada
com um teste tradicional para sangue nas fezes ( teste hemoccult ). Não houve diferença
significativa na incidência de câncer de cólon em um estudo randomizado comparando
FIT com colonoscopia. (FRUCHT E LUCAS, 2017).

A triagem deve começar aos 50 anos em indivíduos sem risco, ou seja, em


indivíduos que não têm histórico familiar de câncer de cólon ou reto, distúrbios
familiares que aumentam a probabilidade de tais cânceres ou doença inflamatória
intestinal. Recomenda-se que uma colonoscopia seja realizada a cada 10 anos. Se
procurar sangue nas fezes, deve ser feito anualmente e uma colonoscopia realizada se
for encontrado sangue ou se houver sintomas suspeitos. No caso de um parente de
primeiro grau (irmão, pai ou filho) que tenha sido diagnosticado com câncer de cólon ou
reto, a triagem deve começar 10 anos antes do diagnóstico da pessoa em questão. Por
exemplo: se uma pessoa é diagnosticada aos 55 anos, a triagem da prole deve começar
aos 45 anos. A triagem deve ser adaptada de acordo com o risco e os indivíduos com
risco aumentado devem ser rastreados mais cedo e com mais frequência. (FRUCHT E
LUCAS, 2017).

O rastreamento tem se mostrado eficaz e reduz a mortalidade pela doença. A


triagem é recomendada a partir dos 50 anos em muitos países ocidentais. A cirurgia é a
base do tratamento, mas a quimioterapia também desempenha um papel importante. É
importante fazer uma distinção clara entre o tratamento do câncer de cólon e do reto,
pois as opções de tratamento são diferentes. A radioterapia é um componente chave no
tratamento do câncer retal, mas tem utilidade limitada no câncer de cólon. A doença
generalizada é tratada principalmente com quimioterapia, embora a cirurgia às vezes
seja usada no tratamento de pacientes com metástases hepáticas ou pulmonares. O
objetivo deste artigo de revisão é fornecer uma visão abrangente do rastreamento e
tratamento do câncer colorretal e apresentar novos desenvolvimentos no tratamento,
uma vez que houve um progresso significativo na última década, tanto no campo da
cirurgia quanto com a introdução de novos medicamentos contra o câncer. (FRUCHT E
LUCAS, 2017).
17

3 – OBJETIVOS

3.1. GERAL

O presente trabalho tem como objetivo geral relatar o procedimento cirúrgico de


gastroduodenopancreatectomia (cirurgia de Whipple) em tumor colorretal e o
prognóstico do paciente.

3.2. ESPECÍFICOS

- Analisar fatores de risco e prognóstico do paciente.

- Compreender a fisiopatogenia do tumor colorretal a fim de oferecer tratamento


mais eficazes para os pacientes portadores.

- Discutir sobre o tratamento proposto e elucidar a importância do tratamento


individualizado.

4 – MATERIAIS E METÓDOS

O presente trabalho consiste em um relato de caso de uma paciente jovem, sem

comorbidades, que apresentava obstrução intestinal por uma neoplasia de cólon

localmente avançado de ângulo esplênico do cólon.

As informações e dados foram obtidas a partir do prontuário da paciente, com as


devidas autorizações e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) para o uso de seus dados para o presente estudo.

Tendo como base o prontuário, a conduta realizada, e os resultados obtidos com

o tratamento, realizaremos um relato de caso com artigos científicos disponíveis em


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plataformas de pesquisa como Pubmed® (National Library of Medicine), Scielo

(Scientific Eletronic Library Online) e UpToDate® com palavras chave como:

colorectal cancer, Whipple surgery, Whipple procedure. Selecionando artigos

publicados nos anos de 2010 a 2021. Com filtros indexação, e os de idioma no

português, inglês. Além disso, foram utilizadas buscas na literatura, com o auxílio de

livros.

5 – RELATO DE CASO

R.S.D.A, 42 anos, sexo feminino, brasileira, natural e residente do município de Duque


de Caxias - Rio de Janeiro. de Caxias - Rio de Janeiro.

Paciente deu entrada em em julho de 2021 com episódio de lipotimia e síncope ao


esforço (durante atividade física). Após os sintomas, procurou antedimendo clínico com
cardiologista onde foi solicitado exames laboratoriais para elucidação diagnóstica. Foi
constatado nos exames quadro de anemia grave sem história clínica de sangramento.
Devido ao caso de anemia sem história pessoal de sangramento aparente, iniciou
investigação sendo o primeiro uma endoscopia digestiva alta. E o resultado da mesma
não evidenciou sangramento ativo, porém o histopatológico demonstrou presença da
bactéria H.pylori (pergunta a Rosângela se ela tem o laudo da EDA). Após algumas
semanas iniciou quadro de dor epigástrica associado a diarreia grave (1 mês, pergunta
como foi a diarreia). Seguindo a investigação, foi solicitado uma tomografia
computadorizada de abdômen e pelve, que apresentou um tumor pequeno no cólon.
Com o resultado da tomografia, continuou a investigação, onde foi solicitado uma
colonoscopia. Durante o procedimento, a médica responsável não conseguiu completar
o exame devido uma massa tumoral não permitir progressão do colonoscópio. Após
tentativa falha de colonoscopia, procurou o serviço de emergência do hospital Moacyr
Rodrigues do Carmo. Os médicos da emergência da clinica médica do hospital devido a
história relatada pela paciente e os sintomas apresentados no momento pela paciente
decidiram realizar uma tomografia computadorizada de abdômen e com os achados
encaminharam a paciente para o serviço de cirurgia geral do hospital. Os cirurgiões
fecharam o diagnóstico de abdômen agudo obstrutivo e decidiram que o melhor no
19

momento para a paciente seria realizar ressecção tumoral. Durante o ato cirúrgico,
observaram que o tumor era mais complexo, porque invadia outras estruturas como 3º e
4º porção do duodeno, ângulo esplênico e rim esquerdo. Com isso decidiram como
plano terapêutico para resolver o quadro de abdômen agudo obstrutivo, realizar uma
transversostomia e após estabilização, em 2º tempo realizar a cirurgia de Whipple para
ressecção do tumor. Após 3 meses da transversostomia, em melhora do quadro clínico
do paciente, foi realizada a cirurgia de Whipple associada a uma nefrectomia,
esplenectomia e colecistectomia. Após 2 meses do procedimento cirúrgico, o resultado
do histopatológico não constatou malignidade e apresentou margens livres. Foi decidido
realizar 8 ciclos de quimioterapia oral. Atualmente, a paciente está terminando a
quimioterapia para realização de novos exames, e se tudo estiver dentro da normalidade,
seguira para retirar a bolsa de colostomia.

6 – DISCUSSÃO

Com base no caso clínico apresentado anteriormente, e levando em consideração os


artigos encontrados na literatura, foi possível observar que existe uma associação entre
hábitos dietéticos não saudavéis e algumas entidades patológicas (Doença de Crohn,
Retocolite ulcerativa e Pólipos adenomatosos) e a hereditariedade (polipose familiar e o
câncer colorretal hereditário sem polipose) se relacionam com o surgimento do câncer.
Considerando o quadro clínico dos pacientes, a relação entre a o câncer de cólon e uma
história pessoal de pólipos adenomatosos grandes (>1 cm) e pólipos com histologia
vilosa ou tubulovilosa ou com displasia de alto grau também aumenta o risco de câncer
de cólon. Muitas vezes, esses pólipos encontram-se em fase subclínica, e por isso é
muito importante o rastreio adequado desses pacientes.

No caso relatado anteriormente, a paciente tinha episódios de lipotímia, fadiga, anemia


grave sem sangramento aparente. A mesma relatou que fez uso de medicações usais
para o tratamento da sintomatologia e não obteve melhora. Após algumas semanas, os
sintomas se mostraram refratária ao plano terapeutico, fazendo se necessária a
20

investigação com outros exames de imagens como endocospia digestiva alta que não
evidenciou sangramento ativo, apenas bactéria H.pylori. Semanas depois, a paciente do
caso evolui com uma dor epigástrica

Para entendermos o tratamento cirúrgico do câncer de cólon devemos


compreender alguns fatores. Em geral, a escolha e a sequência do tratamento são
guiadas pela presença ou ausência de sintomas ou complicações relacionadas ao tumor
primário e se as lesões metastáticas são ou não potencialmente ressecáveis. A paciente
relatada no caso acima apresentava um tumor de cólon localmente avançado que atingiu
estruturas como duodeno, rim esquerdo que eram possíveis de serem ressecadas
(visualizadas em ato cirúrgico). Como a paciente apresentava um quadro de abdômen
agudo obstrutivo foi realizado no primeiro momento uma transversostomia e após
estabilização em segundo tempo foi feito uma cirurgia de Whipple para ressecção
tumoral. É de suma importância o tratamento individualizado, porque nem todo tumor
de cólon é possível de ressecção, isso vária de acordo com o estadiamento do câncer de
cólon que avalia tamanho do tumor, comprometimento de cadeias linfonodais e
metástases (National Comprehensive Cancer Network) que sugerem não realizar a
ressecção do cólon a menos que haja risco iminente de desenvolver complicações
significativas.
21

7 – CONCLUSÃO

Em síntese, o objetivo central do trabalho foi evidenciar que a cirurgia de


Whipple pode dar um prognóstico favorável na neoplasia de cólon localmente
avançado. A cirurgia é a base do tratamento para a doença localizada, mas a
quimioterapia pós-operatória pode reduzir a recorrência, especialmente se a doença
evoluiu com disseminação para os linfonodos. A radioterapia, geralmente associada à
quimioterapia, é, além da cirurgia, um dos principais tratamentos para o câncer de cólon
e costuma ser utilizada antes da cirurgia. Para doença disseminada, a quimioterapia é o
tratamento de escolha na maioria dos casos, mas às vezes a cirurgia pode ser usada para
remover metástases semelhante ao caso da paciente. 

De modo final, o presente trabalho tem por objetivo reconhecer que existe um
grande desafio para o diagnóstico e a abordagem terapêutica do câncer cólon em
pacientes jovens.

Podemos concluir que há uma necessidade ainda de mais estudos para


compreender a neoplasia de cólon com o objetivo de traçar metas terapêuticas que
impactem diretamente de uma forma humanizada e individualizada, fornecendo assim,
melhora na qualidade de vida dos pacientes.

O câncer cólon quando detectado em seu estágio inicial possui grandes chances
de cura, diminuindo a taxa de mortalidade associada ao tumor. Vindo de encontro aos
aspectos epidemiológicos e a grande importância da deteção precoce do câncer colo
retal, esse estudo tem como objetivo relatar o caso de uma paciente jovem que
22

apresentou neoplasia de cólon localmente avançada e foi abordada de forma precoce


com cirurgia de Whipple, evoluindo com um bom prognóstico.

8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. SABISTON. Tratado de cirurgia: A base biológica da prática cirúrgica


moderna. 19.ed.Saunders. Elsevier.
2. MADDEN, John L. Atlas de Técnicas Cirúrgicas; 2ª Ed. Roca, 2005.
3. RASSLAN, Samir; GAMA-RODRIGUES, Joaquim J; MACHADO,
Marcel C. C. Clínica Cirúrgica.2 Volumes; 1ª Ed. Manole, 2008.
4. CAMERON, Sandone. Atlas de Cirurgia Gastrointestinal. 2ª Ed. Dilivros,
2009.
5. HEINIMAN, Karl. Câncer Colorretal Hereditário: Clínicas, Diagnóstico e
Gestão. Therapeutische Umschau. Revue Therapeutique , v. 75, n. 10, pág.
601-606, 2018.
6. Macrae, F. A., Parikh, A. P., & Ricciardi, R. Clinical presentation,
diagnosis, and staging of colorectal cancer. UpToDate 2021.
7. Frucht, H., & Lucas, A. L. Molecular genetics of colorectal cancer.
Uptodate (2017).
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