Você está na página 1de 18

CURSO: BIOMEDICINA

3° Semestre Noturno

DISCIPLINA:
Ciências Morfofuncionais dos Sistemas Digestório, Endócrino e Renal

TÍTULO:
O CÂNCER

ALUNO:
Amarildo Dias da Fonseca

PROFESSOR (A):

Brasília/DF
2018
RESUMO

Os casos de câncer vêm crescendo de forma considerável no planeta, transformando-se,


atualmente, em um dos problemas mais preocupantes no que se refere à saúde pública
mundial. Tal situação demonstra a necessidade do estudo desta doença para seu adequado
monitoramento e controle. O presente estudo, mediante pesquisa bibliográfica da literatura
especializada mais atual, descreve a patologia e suas principais características, alguns dos
tipos de câncer mais frequentes, o diagnóstico, os sintomas e os tipos de tratamento. Por fim,
a pesquisa destaca a importância do apoio ao paciente pelos familiares e pessoas mais
próximas no intuito de acompanhá-lo na caminhada do tratamento.

Palavras-chave: Tipos de Câncer; Câncer; Diagnóstico; Tratamento.

ABSTRACT

Cancer cases have been growing considerably on the planet, becoming one of the most
worrying problems in terms of global public health. This situation demonstrates the need to
study this disease for its adequate monitoring and control. The present study, through a
literature review of the most current specialized literature, describes the pathology and its
main characteristics, some of the most frequent types of cancer, diagnosis, symptoms and
types of treatment. Finally, the research highlights the importance of patient support for
family members and close associates in order to accompany the patient in the course of
treatment.

Key-words: Types of Cancer; Cancer; Diagnosis; Treatment


1 INTRODUÇÃO

Conforme Simonton (2008), não há dúvida quanto ao estrago ocasionado pelas


perspectivas negativas, pois as ideias enraizadas pela sociedade na área de saúde relativas ao
câncer já provocam danos diretos ao paciente.

As pessoas acreditam, de maneira geral, em ideias preconcebidas como, por exemplo,


que o câncer é uma sentença de morte, que ele é algo que vem de fora e não tem controle, o
tratamento, não importa qual seja, é extremamente doloroso além de trazer terríveis efeitos
colaterais. Assim, ao invés de aceitar e enfrentar o processo, prefere-se potencializar as
dificuldades.

A feição negativa que rodeia o câncer aparece como uma espécie de venda que tira a
compreensão e a revelação competente dos instrumentos de defesa mental e imunológica,
afirma Leshan (2012). Ainda conforme o autor é natural o procedimento elementar do modo
de negação, equivalente à casca que se forma em cima de um ferimento, como maneira de
proteção, até que aconteça a cura. Então, a casca deixa de ter utilidade e cai.

Certamente, quando um diagnóstico positivo para o câncer é revelado, constata-se o


surgimento da casca protetiva contra o abalo inicial e a consequente carga pesada que a
imaginação assinala. Porém, a visão concebida pode gerar uma consequência negativa no
comportamento do paciente, fazendo com que ele mantenha a estrutura protetiva por mais
tempo que o adequado, deixando, portanto, que ela seja verdadeiramente útil. A defesa
transforma-se em debilidade, e, não conseguindo acesso às próprias forças, percebe-se a
grande perda e a falta dos meios individuais para o enfrentamento necessário.

Torna-se importante dar chance de expor os sentimentos que afloram durante o


processo da instalação da doença. Todavia, a manutenção de um bom fluxo comunicativo
diante da imagem internalizada depende da compreensão que o profissional passa para o
paciente acerca da enfermidade.

Segundo Guerriero (2013) o que possibilita o entendimento verdadeiro é a confiança


que envolve as imagens produzidas pela mente. A coerência do fantasioso é capaz de ser
construída e reconstruída e está longe da simples ilusão. O imaginário relaciona-se com a vida
real, constrói-se e legitima-se pelo convívio social.
Para Leshan (2012), na fase anterior a instalação da doença, isto é, quando surgem os
primeiros sinais da desordenação celular, a esperança de cura gira em torno de 70% a 80% das
pessoas que adoecem, e somente 10% mostra esse comportamento no grupo de pessoas sem o
câncer. Ou seja, à medida que se conhece a doença as ideias enraizadas são substituídas pela
esperança de cura real

O autor completa ainda que acreditar na intervenção médica viabiliza o sistema de


auto renovação do paciente, que pode não ser suficiente, no entanto torna melhor à própria
defesa e a busca do bem-estar.

Até o ano de 1900, os médicos, xamãs e benzedores relacionavam diretamente o


câncer com questões psicológicas. Supunham existir uma relação entre a história da vida
emocional e a evolução da doença. Tais explicações foram, com o tempo, sendo preparadas
através das rotinas de consultas, onde a escuta era um mecanismo para o diagnóstico, já que
não existiam testes bioquímicos nem exames de imagem. Assim, os questionamentos giravam
em torno da história de vida dos pacientes, onde eram esclarecidos os sentimentos de
desesperança e as perdas experimentadas antes do surgimento da doença.

Com os avanços tecnológicos e científicos, surgiram novos métodos e procedimentos


como as cirurgias, os tratamentos quimioterápicos e radioterápicos e os transplantes. Passou-
se, dessa forma, a utilizar-se um olhar focal, ou seja, restrito aquela parte do corpo afetada e
não mais ao indivíduo por completo. De forma resumida, o câncer passou a ser encarado
como um problema corporal localizado.

Nos anos 1950, a maneira de interpretação relativa ao câncer sofreu importante


alteração. Outra vez, o contexto de vida emocional e cognitiva volta a ser analisado e fazer
parte dos fatores desencadeadores do câncer.

Mesmo consideradas as evoluções da ciência e da tecnologia, o conceito do câncer


ainda conserva explicações antiquadas e até fora da realidade. As medidas terapêuticas
evoluíram de forma significativa, porém a problemática continua igual, ou seja, solucionar a
fragilidade deflagrada pelas imagens arraigadas.

Face ao exposto, espera-se que este estudo traga algum conhecimento que nos auxilie
a elaborar terapêuticas mais satisfatórias e precisas. No intuito de alcançar os objetivos do
estudo utilizaremos a pesquisa bibliográfica em literaturas relativas ao tema.
Conforme Marconi e Lakatos (2002) a pesquisa bibliográfica constitui-se em
levantamento de bibliografia publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas e
imprensa escrita e virtual. Tem por finalidade fazer com que o pesquisador se aproxime
diretamente do material produzido sobre um determinado assunto, apoiando-o na análise de
suas pesquisas ou na manipulação de suas informações.

Tem-se como objetivo geral da pesquisa:

- Avaliar o câncer e suas mais importantes particularidades.

Relacionam-se abaixo os objetivos específicos do presente estudo:

- Relacionar os principais tipos de câncer;

- Mostrar o diagnóstico, o tratamento e a reincidência da doença.


2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Referencial Teórico

2.2 Conceituação e características do câncer

Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS:

pode-se afirmar que o câncer é a designação geral que se dá a um conjunto de mais


de cem doenças que apresentam duas propriedades básicas em comum: a primeira
delas diz respeito à capacidade das células doentes (neoplásicas) se reproduzirem
descontroladamente, desenvolvendo tumores que podem se alastrar por órgãos e
tecidos próximos, e a segunda, de se espalharem em órgãos e tecidos distantes do
tumor original, processo conhecido como metástase.

As causas do câncer podem ter origem em fatores externos ou internos ao organismo e


as duas hipóteses estão interligadas. As externas são ligadas ao meio ambiente e aos costumes
ou estilos de vida comuns de um ambiente social e cultural. Como exemplo cita-se o hábito do
tabagismo que pode levar ao câncer. Já as causas internas são, em sua maior parte, pré-
determinadas pela genética e associadas à capacidade defensiva do organismo contra
ameaças. As causas se relacionar potencializando as chances de alterações malignas nas
células.

Ainda conforme dados da OMS, entre 5% e 10% dos tumores malignos relacionam-se
com as particularidades de caráter genética dos pacientes. Somente alguns tipos de tumor são
transmitidos, como o retinoblastoma, câncer de olho que acomete crianças. Porém, há fatores
genéticos que transformar alguns indivíduos mais propensos à ação de agentes cancerígenos
ambientais, como os raios ultravioleta B, fato que pode esclarecer as razões pelas quais
determinados indivíduos desenvolvem câncer e outros não, mesmo quando expostos a fatores
de risco iguais.

Os seres humanos estão expostos a uma grande variedade de agentes potencialmente


causadores de infecções, os quais podem provocar doenças ou inclusive a morte se não forem
destruídos pelas defesas naturais do nosso organismo, o sistema imunológico.

Segundo Parham (2013) o sistema imunológico ou simplesmente sistema imune é


constituído por várias estruturas, como os tecidos linfóides (medula óssea, timo, linfonodos,
baço) e células livres no sangue (granulócitos, linfócitos e fagócitos), cuja função é dar
resposta aos ataques de microorganismos estranhos ao organismo e protegê-lo de ameaças.
Uma delas é o câncer. As respostas do sistema imunológico são classificadas em: resposta
imune inata e resposta imune adaptativa.

O autor esclarece:

que corpo humano é constituído aproximadamente por trilhões de células vivas que
crescem, se dividem e morrem de maneira ordenada. Durante a vida, as células
normais se dividem permitindo o desenvolvimento do indivíduo. Na fase adulta, elas
se dividem apenas para a substituição das células desgastadas ou daquelas que
morrem ou para reparar danos. O câncer surge quando as células de determinado
órgão ou tecido do corpo cresce desordenadamente. Ou seja, ao invés de morrer, as
células cancerosas não param de crescer e formar novas células anômalas, as quais
podem se alastrar por outros tecidos. Esse crescimento desordenado e a invasão de
outros tecidos é o que transforma a célula em cancerosa.

Figura 1:DESENVOLVIMENTO CELULAR FONTE: SBC

As neoplasias, câncer in situ e câncer invasivo, constituem esse tipo descontrolado de


desenvolvimento das células e recebem popularmente o nome de tumores. Tais células podem
ser malignas ou benignas, e o câncer é uma neoplasia maligna.
Figura 2: Câncer in situ e câncer invasivo Fonte: SBC

Para Leshan (2012), o câncer invasivo ocorre na invasão de outras camadas celulares
do órgão pelas células cancerosas alcançando à corrente sanguínea ou linfática espalhando-se
por outras regiões do corpo. Essa capacidade invasiva e de disseminação pelo organismo, é a
mais importante característica do câncer. Os novos focos denominam-se metástases.

Figura 3: Metástase Fonte: OMS


Segundo a OMS o câncer é uma enfermidade que pode aparecer em diversas partes do
organismo e sob variadas formas além de não possuir sintomas ou sinais específicos. Ela pode
ser detectada em vários estágios de sua evolução, o que dificulta o diagnóstico podendo-se
afirmar que a desconfiança de câncer pode surgir por meio de sintomas mais variados. Vale
destacar que, normalmente, o doente não busca um médico cancerologista devido ao não
conhecimento do caráter da sua enfermidade.

Dados do INCA dão conta de que cerca de setenta por cento dos diagnósticos ligados
ao câncer são feitos por médicos não especializados na doença, ratificando, dessa forma, a
relevância do trabalho executado por esses profissionais no domínio da doença.

Atingir um diagnóstico exige dos médicos a execução de muitas etapas de um


processo analítico criterioso, que tem por base o conhecer de cada caso e também da doença,
onde o paciente é avaliado de uma maneira generalizada e não apenas pelo aspecto sistema-
alvo da sua especialidade. Como resultado do processo, as várias atitudes adotadas
interferirão na sobrevivência e consequente qualidade de vida do paciente.

São vários os tratamentos para a doença e eles são empregados conforme orientação
médica. O câncer pode ser tratado mediante: cirurgia, radioterapia, quimioterapia,
hormonioterapia e terapias alvo, ou ainda a combinação de mais de uma dessas modalidades.

A cirurgia é utilizada com a finalidade de cura ou para controlar os sintomas. A


radioterapia consiste na utilização de radiações com o intuito de eliminar os tumores ou evitar
o aumento das células cancerígenas. O paciente não sente seus efeitos durante as aplicações e
ela é invisível.

A quimioterapia é feita através de medicamentos para o combate à doença.


Normalmente, os medicamentos são administrados na veia, porém também podem ser
fornecidos por via oral, intramuscular e subcutânea. A química é conduzida pela corrente
sanguínea a todo o organismo, eliminando as células doentes formadoras dos tumores e
evitando a sua multiplicação.

A hormonioterapia utiliza-se, como o próprio nome esclarece, de hormônios,


principalmente para tratamentos de cânceres de próstata e de mama.

As terapias alvo abrangem o uso de drogas que agem sobre alterações de moléculas
especiais de alguns tipos de câncer e causam o bloqueio do sistema de enzimas das células
afetadas pela doença, transformando os comandos internos que fazem as células se
comportarem de forma maligna.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cancerologia – SBC alguns sintomas e sinais mais


comuns do câncer são:

- Perda de Peso sem explicação: boa parte dos indivíduos com câncer terá perda de
peso em algum momento, porém uma perda de 10 quilos ou mais pode ser sinal de câncer;

- Febre: sintoma muito comum em pessoas com câncer, porém normalmente acontece
com a disseminação da doença;

- Fadiga: é um cansaço muito acentuado que não é reduzido com o descanso. Pode ser
um sintoma relevante quando o câncer está se desenvolvendo, como na leucemia;

- Dores: pode ser um sintoma antecipado de certos tipos de câncer, como os tumores
ósseos, câncer de testículo, tumor cerebral, câncer colorretal ou de ovário;

- Alterações na Pele. O câncer de pele como também outros tipos de câncer podem
provocar alterações na pele, como eritema, icterícia, hiperpigmentação ou prurido;

- Mudanças intestinais ou da Bexiga: diarreia, constipação crônica ou alteração na


textura, forma e cor das fezes pode ser um sinal de câncer colorretal;

- Feridas de difícil cicatrização: comuns nos cânceres de pele, de boca. Ferimentos


nos órgãos genitais podem ser sinais de infecção ou de um câncer em fase inicial devendo ser
examinadas por um médico;

- Tosse ou Rouquidão Constante: pode ser um sinal de câncer de pulmão. Rouquidão


pode ser um sinal de câncer de laringe ou câncer de tireoide.

Existem inúmeros outros sinais e sintomas que podem indicar a presença do câncer.
Todavia, vale salientar que o simples fato de apresentar um ou alguns deles não significa a
presença da doença, devendo ser feita uma avaliação médica.

Quando nos deparamos com um diagnóstico positivo de uma doença como o câncer,
somos obrigados a enfrentar um caminho bastante doloroso. Porém, esse mesmo caminho
tende a ser menos penoso para algum que já passou por ele. A recidiva, ou recorrência, é o
nome que se dá quando o paciente submete-se ao tratamento de um câncer e, passado algum
tempo depois, ela volta a se manifestar.

Conforme dados da Sociedade Brasileira de Cancerologia - SBC, a recidiva pode


ocorrer pouco ou muito tempo após a cura do tumor original exigindo, por parte do paciente,
um novo cenário no que se refere doença e ao tratamento, pois, na volta dela ao organismo, as
novas células atingidas já se alojaram com defesas contra as terapêuticas empregadas antes,
ou seja, tornaram-se resistentes.

Cada tipo de câncer tem sua particularidade na maneira de recidivar e nas partes do
corpo onde pode acontecer, por essa razão a recidiva pode ser classificada em locorregional e
metastática. A recidiva locorregional acontece quando o câncer retorna no mesmo lugar de
origem ou atinge linfonodos ou tecidos adjacentes do tumor inicial. Já quando ela se alastra
por órgãos ou tecidos distantes do primeiro tumor, a recidiva é chamada de metastática à
distância.

2.3 Os principais tipos de câncer

Segundo a OMS existem cerca de 100 tipos de câncer que podem afetar qualquer
órgão do corpo. Os órgãos são compostos por diferentes tipos de células estruturadas em
camadas, como de tecido epitelial, tecido conjuntivo, glandular, de tecido muscular entre
outros. Cada tipo de tecido é formado de tipos característicos de células. O câncer pode
crescer a partir de quase qualquer tipo de célula no corpo.

Ainda segundo a Organização Mundial da Saúde, abaixo listamos alguns dos mais
conhecidos tipos de câncer:

Figura 4: Câncer de Pulmão Fonte: OMS


- Câncer de Pulmão: mais comum de todos os tumores malignos no mundo causado, quase na
totalidade, pelo tabagismo. Tem como sintomas a tosse e o sangramento pelas vias
respiratórias. Aqueles que fumam podem ter o ritmo da tosse alterado além de crises em
horários incomuns. O raio-X de tórax e a tomografia computadorizada são os meios para o
seu diagnóstico. Já a endoscopia respiratória deve ser feita para determinar a necessidade de
biópsia. A escolha do tratamento depende de um conjunto de elementos que incluem o tipo, o
tamanho, o local e a extensão do tumor. Existem vários tratamentos disponíveis, como
quimioterapia, radioterapia e cirurgia.

Figura 5: Câncer de próstata Fonte: OMS

- Câncer de próstata: A próstata é uma glândula masculina localizada na parte abaixo do


abdômen, abaixo da bexiga e à frente do reto. O órgão abrange a porção inicial da uretra, tubo
pelo qual a urina é eliminada da bexiga. A doença pode apresentar poucos ou nenhum sintoma
em sua fase inicial. No estágio mais avançado, o paciente pode sentir dores nos ossos,
sintomas urinários ou, nos casos mais graves, infecção generalizada ou insuficiência renal.
Indivíduos com idade superior a 50 anos devem buscar um médico para exames de rotina.
Aqueles com histórico familiar da doença devem informar ao médico.O toque retal é o teste
mais utilizado. Recomenda-se também fazer a análise do nível de PSA, feita a partir de um
exame de sangue, que pode mostrar ampliação de proteína produzida pela próstata, o que seria
indício da doença. Para o diagnóstico mais preciso, é necessário analisar parte do tecido da
glândula com biópsia. Como tratamento o médico pode indicar radioterapia, cirurgia ou até
tratamento hormonal. Já quando há metástase, recomenda-se a terapia hormonal. Médico e
paciente devem discutir o tipo de tratamento mais adequado, os riscos e benefícios de cada
um;
Figura 6: TGI Fonte: OMS

- Câncer do Trato Gastrointestinal TGI: são tumores que surgem em qualquer parte do trato
gastrointestinal, que vai do esôfago ao ânus, geralmente aparecem nas células glandulares que
cobrem a maior parte do trato gastrointestinal (GI). Denominam-se adenocarcinomas e
começam em diversos tipos de células e são diferentes em relação ao tratamento e
prognóstico. O tratamento depende do tamanho do tumor, da localização, se existe dispersão
da doença e velocodade com que se desenvolve (taxa mitótica). A cirurgia constitui-se no
tratamento para a maior parte dos tumores pequenos. A necessidade de um tratamento
posterior depende do risco da recidiva após a cirurgia. Já para os tumores pequenos que não
estão crescendo com rapidez, com baixo risco de recidiva, muitas vezes não é necessário mais
tratamento. Os tumores maiores ou localizados em áreas de difícil acesso para ser
completamente extraídos podem exigir uma cirurgia mais extensa, o que poderia trazer outros
problemas de saúde posteriormente;

Figura 7: Câncer de boca Fonte: SBC


- Câncer de boca: tem início através de pequenas modificações que podem surgir nos lábios,
na língua, nas bochechas, embaixo da língua, gengivas e céu da boca. Tais alterações podem
ser pequenos nódulos, machucados, placas e alterações de cor, com manchas e pintas,
normalmente indolores. Os principais sinais são: lesões na cavidade oral ou nos lábios que
demoram a cicatrizar, manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu
da boca, bochecha, nódulos no pescoço, rouquidão contínua. Recomenda-se realizar o
autoexame, após a higiene bucal em frente ao espelho, com a língua para fora, passando o
dedo indicador nas bochechas, língua, gengiva e lábios. Aparecendo lesões por mais de 15
dias, deve-se buscar um profissional para a realização do exame completo da boca. Caso uma
lesão seja encontrada, a biópsia é a maneira segura de diagnosticar o câncer. O tratamento
cirúrgico é indispensável, acompanhado de quimioterapia ou radioterapia;

Figura 8: Câncer de colo do útero Fonte: INCA

- Câncer de colo do útero: ou cervical, tem origem na infecção genital contínua pelo
Papilomavírus Humano (HPV), transmitido em relações sexuais sem proteção. Na maioria das
vezes, a infecção pelo HPV não causa câncer, porém algumas alterações celulares podem
desencadear a doença ao longo de décadas. Pode se desenvolver sem sintomas no início, em
quadros mais avançados, pode surgir sangramento vaginal intermitente ou após a relação
sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
As lesões que precedem a sua manifestação, chamadas de precursoras, podem ser detectadas
por meio do exame preventivo (Papanicolau). A fase inicial não apresenta sintomas e as
chances de cura são de 100%. Os tratamentos são a cirurgia e a radioterapia. O tipo de
tratamento dependerá do estado da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade
e desejo de ter filhos.
Figura 9: Câncer de mama Fonte: INCA

- Câncer de mama: se desenvolve por conta de alterações genéticas nas células mamárias, que
crescem de forma anormal. Quando diagnosticado de maneira precoce e tratado
oportunamente, o prognóstico é positivo e a chance de cura é alta. Acomete também o sexo
masculino, porém em pouquíssimos casos. Vermelhidão, curvaturas ou retrações na pele que
envolve a mama e o mamilo, secreções e nódulos tateáveis com ou sem dores no seio ou na
axila são sinais de alerta para a doença. Recomenda-se o exame clínico anual e mamografia,
em caso de resultado alterado do exame, para mulheres de 40 a 49 anos e, para as de 50 a 69
anos, mamografia a cada dois anos e exame clínico uma vez por ano. Precisa ser retirado em
cirurgia parcial ou total. Todavia, a cirurgia é combinada pode ser combinada com outras
terapias. A escolha do tratamento depende de fatores como a presença ou ausência de
receptores hormonais, estadiamento do tumor, estado de saúde e perfil do paciente;

Figura 10: Câncer de pele Fonte: INCA

- Câncer de pele: maior incidência Brasil, o tipo não melanoma tem bom prognóstico, com
altas taxas de cura se tratado de forma precoce e apropriada. A exposição demasiada ao sol
sem proteção é a maior causa da doença, que se manifesta em maior quantidade em pessoas
com mais de 40 anos e de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças
cutâneas prévias. Os sintomas são, no tipo não melanoma, feridas na pele com cicatrização em
mais de quatro semanas, variação na cor de sinais pré-existentes, manchas que coçam, ardem,
descamam ou sangram. No tipo melanoma pode aparecer a partir da pele normal ou de uma
lesão pigmentada. O tratamento mais indicado para o tipo não melanoma é a cirurgia. O
carcinoma basocelular de pequena extensão pode ser tratado com pomada ou radioterapia. O
carcinoma epidermoide exige, geralmente, combinação de cirurgia e radioterapia. No tipo
melanoma, a cirurgia é o tratamento mais habitual. Dependendo do estágio da doença, a
radioterapia e quimioterapia também podem ser utilizadas. É incurável quando ocorre
metástase, na maior parte dos casos.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um diagnóstico positivo de câncer constitui-se em um acontecimento que pode ser


definido como “divisor” no curso de vida e no ciclo vital de qualquer indivíduo. Mesmo com
as conquistas da ciência que trouxeram elevação nos índices de sobrevivência, a simples
menção da palavra câncer ainda traz consigo o medo, o estresse, a angústia, a tristeza e muitas
vezes, a depressão, naqueles pacientes diagnosticados e, por consequência, em seus familiares
e pessoas próximas, seja pelo aspecto de doença mortal, seja pelo tratamento doloroso, ou
ainda pelo temor da mutilação.

O câncer, como evento expressivo na vida, acende uma gama de acontecimentos, tão
expressivos como ele, os quais têm repercussão nos costumes e no cotidiano, nas obrigações,
nas expectativas e nos planos futuros, que norteiam e dão significado a trajetória de vida e no
ciclo vital.

Não importando a idade ou o gênero, o diagnóstico do câncer expõe um intenso


sentimento de perda, de fragilidade e, sobretudo, de inquietação em relação ao futuro. É nesse
momento que o apoio, envolvimento e participação da família e dos amigos mais próximos,
desempenham um papel de fundamental importância para que o paciente possa atravessar a
fase de maior vulnerabilidade de sua vida, pois estabelece, fortifica e ajuda a caminhada no
tratamento.

Diante de tema tão relevante, concluímos com a esperança de que o presente estudo
possa ter sido de utilidade para a sociedade e contribua para pesquisas futuras relativas ao
assunto.
Referências Bibliográficas

BRASIL. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – OMS. Disponível em:


http://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/. Acesso em 15 nov. 2018.
BRASIL. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CANCEROLOGIA. Disponível em:
http://www.sbcancer.org.br/. Acesso em 17 nov. 2018.
GUERRIERO, S. Antropos e Psique. 2. ed. São Paulo : Olho d’Água, 2013.
LESHAN, L. O Câncer Como Ponto de Mutação. São Paulo: Summus, 2012.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho
científico. São Paulo: Editora Atlas, 2012.
PARHAM, P. O Sistema Imune. Tradução Ane Rose Bolner. 1. ed. Porto Alegre: Artmed,
2013.

SIMONTON, O. C. Com a Vida de Novo. São Paulo: Summus, 2008.

Você também pode gostar