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Contracepção hormonal injetável
Contraconcepción hormonal inyectable
Injectable hormonal contraception
*Farmacêutico, Doutorando em Ciências da Saúde na Universidade Federal de Goiás (UFG)
Mestre em Ciências Farmacêuticas (UFG); Especialista em Tecnologia Industrial
Farmacêutica (UFRJ); Mestre em Ciências Farmacêuticas (UFG). Goiânia, GO
**Médico Ginecologista e Obstetra, Mestre em Ciências da saúde (UFG)
Professor de Ginecologia e Obstetrícia do Curso de Medicina da Pontifícia
Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Professor do Curso de Pós Hugo Campos Oliveira Santos*
Graduação em Reprodução Humana da PUC-GO. Goiânia, GO Eduardo Camelo Castro**
***Fisioterapeuta, Doutoranda em Ciências da Saúde na Universidade Federal Kelly Cristina Borges Tacon***
de Goiás (UFG); Mestre em Ciências da Saúde (UFG); Especialista
Waldemar Naves do Amaral****
em Fisioterapia Cardiovascular e respiratória na Universidade
kellytaconn@gmail.com
Estadual de Goiás (UEG), Goiânia, GO
(Brasil)
****Médico, Professor e Doutor em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO
Professor adjunto da Faculdade de Medicina da UFG, Mestrado e Doutorado
em Doenças Infecciosas pelo (IPTSP - UFG), Ex – presidente nacional da
Sociedade Brasileira de Ultrassonografia, Presidente da Sociedade Brasileira
de Reprodução Humana, Diretor técnico da Clínica Fértile Diagnósticos

Resumo
Atualmente os contraceptivos injetáveis à base de estrógenos e progestágenos aplicados por via intra-muscular estão largamente usados por mulheres em todo o mundo. Diferentemente das pílulas por
via oral que usam estrógenos sintéticos, os estrógenos utilizados nos contraceptivos injetáveis são naturais e acarretam menos efeitos colaterais. Os estrógenos mais utilizados nos contraceptivos injetáveis
são o cipionato de estradiol, enantato de estradiol ou valerato de estradiol. Os progestágenos mais utilizados são o acetato de medroxiprogesterona, enantato de noretindrona e o aetofenido
diidroprogesterona. A principal vantagem dos anticoncepcionais injetáveis em relação às pílulas e o risco de falha ser menor visto que não precisam ser lembrados diariamente. O mecanismo de ação é o
mesmo dos contraceptivos hormonais orais onde se tem o bloqueio da ovulação e alteração da composição do muco cervical. Porem, apesar dos benefícios dos injetáveis ainda prevalece à utilização das
pílulas devido a ao custo.
Unitermos: Contraceptivo oral. Injetáveis. Ginecologia.

Abstract
Currently, injectable contraceptives based on estrogen and progestogen administered by intra-muscular are widely used by women around the world. Unlike pills that use oral estrogens, synthetic
estrogens used in contraceptive injections are natural and cause fewer side effects. Estrogens commonly used in injectable contraceptives are estradiol cypionate, estradiol enanthate or estradiol valerate. The
most commonly used progestins are medroxyprogesterone acetate, norethindrone enanthate and aetofenido diidroprogesterona. The main advantage of injectable contraceptives in relation to the pills and the
risk of failure is lower because it does not need to be reminded daily. The mechanism of action is the same as oral contraceptives which has been blocking ovulation and change the composition of cervical
mucus. However, despite the benefits of injectables is still prevalent use of the pills because of the cost.
Keywords: Oral Contraceptive. Injectables. Ginecology.

EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/

1/1

1. Injetáveis. Um breve histórico

Os primeiros contraceptivos de uso oral foram desenvolvidos em 1950 utilizando progestógenos de


ação rápida. Em 1953 K. Junkman obteve um contraceptivo injetável combinando um progestógeno a
um álcool com efeito duradouro assim como outros contraceptivos 1,2

Estudo introdutório de Cyclofem ®, anticoncepcional injetável em um total de 20.316 mulheres


realizado em três províncias do México durante um ano, o Cyclofem provou eficácia em sua utilização
onde a taxa de gravidez foi de 0,03% e Além disso, o estudo forneceu elementos para a sua aprovação
pelas autoridades de saúde locais e a sua inclusão no Ministério da Saúde, Programa de Planejamento
Familiar3

O acetado de medroxiprogesterona de depósito (AMPD) foi desenvolvido em 1954, pela Upjohn


Company para o tratamento de endometriose ou ameaça de aborto, e tem sido utilizado por milhões de
mulheres4. O AMPD é composto de 17-hidroxi-6-alfa-metilprogesterona, progestógeno sintético de
nome comercial Depo-Provera®, é metabolizado no fígado, e a dose de 150 mg utilizada a cada três
meses por via intramuscular apresenta taxa de 0,3% de falha no primeiro ano de uso 5

As primeiras publicações observaram que mulheres que receberam o AMPD nos casos de trabalho de
parto prematuro apresentavam uma demora considerável no retorno à fertilidade após o parto, o que
culminou no desenvolvimento do AMPD como um agente regulador de fertilidade 5.

O enantato de noretisterona (NET-EN), administrado na forma de uma preparação oleosa


intramuscular na dose de 200 mg a cada 60 dias. Quase 1 milhão de mulheres são usuárias de NET-EN.

As principais diferenças entre o AMP-D e o NET-EM são a duração da eficácia, e a incidência de


amenorréia. A maioria dos dados comparativos a respeito de outras diferenças clínicas, como ganho de
peso e hirsutismo, mostram poucas diferenças 6.

Evidências de vários estudos epidemiológicos sugerem que a obesidade pode aumentar o fracasso de
alguns contraceptivos hormonais, resultando em gravidez não planejada. Os contraceptivos hormonais,
em geral, não aparentam afetar negativamente o peso do corpo e fornecem importantes benefícios não-
contraceptivos (isto é, proteção contra o câncer). Segundo autor futuros estudos de eficácia contraceptiva
necessidade de incluir as mulheres de diferentes IMC para refletir melhor a população de mulheres que
usam esses métodos 7.

Os contraceptivo injetável tem muitas vantagens e é um método popular de controle de natalidade em


todo o mundo. Sua eficácia independe de uma ação diária ou de uma intervenção no momento do coito,
alem de ser um contraceptivo bem tolerado em geral 8.

2. Um novo paradigma

O acetato de medroxiprogesterona subcutâneo (AMP-SC)- recebeu aprovação do FDA nos Estados


Unidos em dezembro de 2004 sob o nome de Depo-subQ provera 104TM. O AMP-SC é injetado nos
tecido subcutâneo com uma agulha pequena e mais fina que àquela utilizada para o AMP-D
convencional, que é injetado profundamente no músculo.

Esta nova formulação apresenta uma absorção mais lenta e mais sustentada da progestogênio que o
AMP-D convencional, e ocasiona um bloqueio da ovulação eficaz.

Ela permite que uma dose 30% menor do progestogênio seja utilizada (104 mg ao invés de 150 mg),
mas com a mesma duração de efeito do AMP-D convencional. As usuárias de AMP-SC devem realizar
as aplicações a cada 3 meses 9,10,11.

Os contraceptivos injetáveis são usados por motivos diversos, como maior comodidade, praticidade e
menor risco de esquecimento quando comparado aos contraceptivos orais, que são de uso diário. Porém,
muitas mulheres têm duvidas e até receio quanto à utilização desse tipo de medicamento, prejudicando
sua escolha.

Por ser um medicamento de alta viscosidade, há probabilidade de retorno do contraceptivo durante a


aplicação, que pode ser evitado utilizando a técnica em “Z” de aplicação a qual indica que a pele deve
ser esticada para deslocar a derme e o tecido subcutâneo, injetar lentamente o medicamento aguardando
(5 segundos) e retirar a agulha para que o medicamento se acomode no tecido muscular.

3. Mecanismos de ação e informações de uso dos contraceptivos injetáveis

Princípio Ativo Nome Comercial Vantagens e Desvantagens Mecanismo de Ação

A grande vantagem é que pode


ser usado em mulheres de
qualquer idade e durante a
amamentação. Outras
vantagens seriam a diminuição
da freqüência e intensidade das
cólicas menstruais, prevenir a
Inibe a ovulação por supressão
anemia ferropriva, gravidez
das gonadotrofinas, alteração
ectópica, câncer de
do muco cervical e do
endométrio, câncer de ovário,
endométrio. O Índice de Pearl
cistos de ovário, doença
é de 0,3 gestações a cada 100
inflamatória pélvica, doenças
mulheres por ano. A primeira
Acetato de mamarias benignas e miomas
Depo – Provera® injeção deve ser aplicada até
Medroxiprogesterona uterinos. A grande
Contracep® o 5° dia do ciclo menstrual
50/150mg desvantagem é que, após a
ou 7° dia após o parto. A
interrupção, a mulher só
injeção deve ser aplicada por
voltará a ser fértil a partir de
via intramuscular profunda, nas
mais de seis meses podendo
nádegas. Uma nova dose deve
chegar a um ano por isso é
ser aplicada a cada 90 dias
contra indicado em pacientes
(trimestral).
que querem engravidar em
curto prazo. Os efeitos
colaterais mais comuns são
irregularidades menstruais ou
amenorréia e ganho de peso
além de enxaqueca, dor nas
mamas e redução da libido.

As vantagens é que ocorre


diminuição do risco de câncer
endometrial, anemia ferropriva,
doença inflamatória pélvica e
Leiomiomas uterinos, melhora Bloqueia o pico do hormônio

da menorragia e dismenorréia, luteinizante (LH) evitando a

sintomas de síndrome pré- ovulação. Sua ação ocorre


Acetato de menstrual, dor em mulheres dentro de 24 horas após a
Medroxiprogesterona com endometriose, dor pélvica injeção, e é mantida por até 14
(25mg) e enxaquecas pré – menstruais. semanas (trimestral).
Cyclofemina®
Porém as desvantagens seriam Decorridos 6 meses após a
Cipionato de estradiol última injeção, recupera-se a
reações indesejáveis como
(5mg) capacidade de concepção.
sangramento menstrual
irregular, sensibilidade Método de uso não diário, taxa

mamária, ganho de peso, de falha 3%;

depressão, acne, cefaléia e


diminuição da massa óssea.

Os injetáveis mensais possuem


formulação semelhante à
encontrada na pílula
anticoncepcional oral
O efeito contraceptivo ocorre
combinada, contendo
da interação de mecanismos
estrogênio associado ao
centrais e periféricos,
progestagênio.
primariamente em inibição da
O estrogênio usado não é o
ovulação e modificação do
estrogênio sintético
muco cervical. Alterações
etinilestradiol, é um estrogênio
morfológicas e enzimáticas no
natural. As vantagens seriam o
endométrio dificultam a
menor efeito sobre a pressão
nidação, este efeito é similar ao
arterial, hemostasia e
observado com o uso de
coagulação, metabolismo
contraceptivos orais
lipídico e função hepática em
combinados.
Enantato Norestisterona comparação com a
A injeção deve ser aplicada IM
(50mg) contracepção oral combinada.
(profunda) no primeiro dia da
Mesigyna® Além disso, a administração
menstruação, repetir a injeção
Valerato de Estradiol Noregyna® por ser parenteral, elimina o
mensal dentro do intervalo
(5mg) efeito da primeira passagem
livre de sangramento (em
dos hormônios sobre o fígado.
intervalos de 30 ± 3 dias). Se
Outra vantagem é que
os sangramentos irregulares
diminuem a freqüência e
persistirem ou ocorrerem após
intensidade das cólicas
ciclos anteriormente regulares,
menstruais.
devem ser consideradas causas
Sua principal desvantagem
não-hormonais através de
assim como os demais
diagnósticos apropriados para
contraceptivos hormonais o
exclusão de neoplasia ou
Injetável Mensal não protege
gestação. Em geral, decorridos
contra Doenças Sexualmente
60 dias após a última injeção,
Transmissíveis / HIV. Efeitos
recupera-se a capacidade de
indesejáveis como ganhos de
concepção.
peso, cefaléia e sensibilidade
mamária, também podem ser
encontrados.

Os injetáveis mensais possuem


formulação semelhante à
encontrada na pílula
anticoncepcional oral
combinada, contendo
estrogênio associado ao
progestagênio.
O estrogênio usado não é o
estrogênio sintético
O mecanismo de ação
etinilestradiol, é um estrogênio
anticoncepcional ocorre através
natural. As vantagens seriam o
do efeito anovulatório por
menor efeito sobre a pressão
supressão da secreção de
arterial, hemostasia e
gonadotrofinas hipofisárias. Os
coagulação, metabolismo
efeitos gestágenos acessórios
lipídico e função hepática em
(modificação do muco cervical,
Dihidroxiprogesterona comparação com a
alterações endometriais e da
(150mg) Perlutan® contracepção oral combinada.
motilidade tubária
Ciclovular® Além disso, a administração
desfavoráveis à passagem e à
Enantato de Estradiol Uno-Ciclo® por ser parenteral, elimina o
capacidade do espermatozóide
(10mg) efeito da primeira passagem
em promover a fecundação e a
dos hormônios sobre o fígado.
nidação) reasseguram a sua
Outra vantagem é que
eficácia anticoncepcional.
diminuem a freqüência e
A administração parenteral
intensidade das cólicas
elimina o efeito da primeira
menstruais.
passagem dos hormônios pelo
Sua principal desvantagem
fígado.
assim como os demais
contraceptivos hormonais o
Injetável Mensal não protege
contra Doenças Sexualmente
Transmissíveis / HIV. Efeitos
indesejáveis como ganhos de
peso, cefaléia e sensibilidade
mamária também podem ser
encontrados.

Fonte: Manual de Orientação de Anticoncepção -FEBRASGO12, 13, 14, 15, 16,17

4. Uso na prática médica dos contraceptivos injetáveis

4.1. Contraceptivos injetáveis mensais

Os contraceptivos injetáveis mensais são colocados numa categoria intermediária entre os


contraceptivos orais combinados e os contraceptivos somente com progestagênios. Do mesmo
modo que os demais contraceptivos hormonais, o injetável mensal não protege contra Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST) e vírus HIV (AIDS).

As vantagens desse método é que não exige ação diária, pode ser interrompido a qualquer
momento e a fertilidade retorna em um curto período. Por outro lado podem surgir efeitos
indesejáveis como menstruação irregular, ausência ou prolongada; ganho de peso. Como outros
efeitos colaterais destacam-se a cefaléia, vertigem e sensibilidade mamária, porém são
considerados raros.

Alguns benefícios como diminuição da frequência e intensidade das cólicas menstruais,


auxiliam na prevenção de gravidez ectópica, câncer de endométrio, câncer de ovário, cistos de
ovário, doença inflamatória pélvica, doenças mamarias benignas e miomas uterinos.

Segundo OMS (2009), os injetáveis mensais estão incluídos como Categoria 3 (método não
deve ser usado devido ao risco superar o beneficio) ou Categoria 4 (método possui risco
inaceitável) nos seguintes casos 18:

4.2. Cuidados especiais para contraceptivos injetáveis mensais

Iniciando ou mudando de método não hormonal

Inicio: imediato caso esteja começando até 7 dias após o início da menstruação –
não há necessidade de método de apoio (preservativo).

Inicio: imediato se estiver usando DIU.

Mudando a partir de um método hormonal

Inicio: imediato. Não há necessidade de aguardar a próxima menstruação.

Após tomar pílula de emergência

Inicio: no mesmo dia em que tomar as pílulas anticoncepcionais de emergência.

Ausência de menstruação não relacionada ao parto ou amamentação

Inicio: a qualquer momento se houver certeza razoável de que não está grávida.

Pós – parto não amamentando

Menos de um mês: Inicio entre o 21º e o 28º dia após o parto. Não há
necessidade de método de apoio.

Mais de um mês: Inicio um mês após o parto, se não tiver retornado a


menstruação pode iniciar a qualquer momento se tiver certeza de não estar
grávida. Usar um método de apoio nos primeiros 7 dias após a injeção.

Aborto

Imediatamente, se estiver começando até 7 dias depois de um abortamento. Não


há necessidade de método de apoio.

Amamentando

Menos de seis meses:

Adiar a primeira injeção até completar 6 meses após o parto ou quando o


leite não for mais o alimento principal, o que acontecer primeiro.

Mais de seis meses

Se não tiver retornado a menstruação pode iniciar a qualquer momento se


tiver certeza de não estar grávida. Usar um método de apoio nos primeiros 7
dias após a injeção 12,18.

4.3. Contraceptivos injetáveis trimestrais

Contraceptivos injetáveis trimestrais contêm apenas progestagênios que são preparações de


liberação lenta com duração de 2 a 3 meses que independe da participação da usuária, e sua
taxa de falha no primeiro ano representa valores inferiores a 3,0 % 19.

As maiores vantagens desse método seriam a redução da necessidade de histerectomia em


mulheres com miomas, benefícios nos transtornos relacionados ao ciclo menstrual como
síndrome pré-menstrual e enxaquecas pré-menstruais, a amenorréia também é uma vantagem
em pacientes com deficiência mental, que podem ter dificuldades na higiene e por ultimo sua
eficácia no alívio da dor associada à endometriose assim como na dor pélvica e dispareunia de
origem ovariana que pode ocorrer após uma histerectomia. O método apresenta também as
mesmas vantagens citadas nos injetavéis mensais 20,21.

As desvantagens desse método são os possíveis efeitos colaterais observados que incluem
sangramento menstrual irregular, sensibilidade mamária, ganho de peso, depressão, acne, e
cefaléia, talvez se relacionam com a maior causa de abandono desse método nos 3 primeiros
meses de uso.

4.3.1. Cuidados especiais para contraceptivos injetáveis trimestrais

Lactação

Estudos demonstraram que se a progesterona for introduzida logo após o


parto, impedindo a queda fisiológica deste hormônio, importante para que
ocorra o início na produção de leite. Outros estudos não observaram efeitos
adversos na amamentação no seguimento pós - parto de mulheres que
estavam em uso de AMP-D, particularmente na qualidade e quantidade de
leite. Portanto o AMP-D pode ser administrado com segurança na segunda
ou sexta semana pós-parto 22.

Mudanças no padrão de sangramento menstrual

A maioria das mulheres em uso de AMP-D desenvolve amenorréia


conforme aumenta o tempo de uso, porém um quarto das mulheres que
iniciam o uso do método o descontinua devido a sangramentos irregulares
que ocorrem principalmente no primeiro ano.

O sangramento irregular que se inicia após alguns meses do início do


método por uma decidualização do endométrio. Pode ser tratado com
estrogênio exógeno, como o estrogênio conjugado 1,25 mg, ou 2 mg de
estradiol, via oral por 7 a 14 dias ou por administração de Antiinflamatórios
não hormonais por uma semana 23.

Ganho de peso

Pode ser um resultado de mudanças dietéticas e idade, e não ser


hormonalmente induzido. As respostas podem ser individuais, e, enquanto o
ganho de peso é observado em uma parte das usuárias, outra parte mantém
ou apresenta redução do peso. Alguns fatores relacionados ao ganho de peso
incluem características demográficas da população estudada, índice de
massa corpórea basal, diferenças metabólicas entre as pacientes, e ganho de
peso normal associado à idade 24.

Densidade Mineral Óssea (DMO)

Estudos transversais mostraram DMO menor, em usuárias de longo prazo


de AMP-D, na coluna e quadril, comparado com não usuárias. Quando o
uso do AMP-D é descontinuado, a DMO aumenta novamente, independente
da idade, exceto para aquelas que atingiram a menopausa.

A Organização Mundial de saúde recomenda em relação ao metabolismo


ósseo e o uso do AMP-D que não deve haver restrição ao uso incluindo a
duração do uso, entre mulheres com idade entre os 18-45 anos que são
elegíveis ao uso do método; entre adolescentes (menarca até os 18 anos), e
mulheres acima dos 45 anos, as vantagens superam as preocupações teóricas
em relação ao risco de fratura, sendo que essas mesmas recomendações
devem ser consideradas para o uso do NET-EM 25,26.

Risco de Câncer de Mama

A Organização Mundial de Saúde sugeriu que o risco estaria aumentado


em usuárias recentes do método, e, que este risco diminuía com o tempo de
uso, e no total, não ocorria aumento no risco.

Estudos concluem que até o momento, os dados existentes não sugerem


associação, e que, o que pode ocorrer é que o uso do AMP-D pode acelerar
o crescimento de um câncer pré-existente, e não causar uma nova doença 27.

Efeitos Metabólicos

Acredita-se que não haveria impacto nas lipoproteínas, pois pelo método
não utilizar a via oral, não ocorre à primeira passagem hepática e seus
efeitos. Porém há um risco de aumento do colesterol total e LDL- colesterol
durante o período inicial após o início do método. Faz se necessário
acompanhar o perfil lipídico em pacientes com Hiperlipidemia ou com
história familiar.

Doença cardiovascular

Estudos demonstraram não haver qualquer associação desse método com


efeitos desfavoráveis na pressão arterial, aumento de fatores de risco de
acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio (IM), ou
tromboembolismo venoso (VTE) 28.

Efeitos na fertilidade futura

O planejamento da gestação deve ser levado em consideração na escolha


desse método. Esse método não leva a supressão permanente da função
ovariana, e a taxa de gestação após descontinuação é igual ao da população
geral. Por volta de 18 meses após a descontinuação do método, 90% das
usuárias de AMP-D engravidam com a mesma proporção que usuárias de
outros métodos. Porém há uma demora na concepção de aproximadamente
9 meses após a descontinuação do método 29.

4.3.2. Contra indicações dos contraceptivos injetáveis trimestrais

Absolutas

Gravidez ou suspeita de câncer de mama atual.

Relativas

Múltiplos Fatores De Risco Para Doença Cardiovascular Arterial (tais


como idade > 35 anos, tabagismo, diabetes e hipertensão);

Níveis elevados de pressão arterial (medições feitas corretamente)


sistólica > 160 ou diastólica > 100;

< 6 semanas pós-parto;

Acidente vascular cerebral (AVC);

Sangramento Vaginal Inexplicável;

Câncer de mama no passado ou sem evidência de doença por 5 anos;

Trombose Venosa Profunda (TVP) / Embolia Pulmonar (EP) TVP/EP


atual;

Cirrose Descompensada;

Tumores do Fígado, adenoma (benigno) ou Maligno (hepatoma)

Doença cardíaca Isquêmica Atual Ou Pregressa;

Diabetes com nefropatia / retinopatia / neuropatia ou com outra doença


vascular ou diabetes com duração > 20 anos;

Hipertensão com doença vascular;

Hepatite Viral Ativa.

4.4. Considerações finais

No Brasil não é incentivado o uso de contraceptivos injetáveis pelas políticas publicas,


porém nos artigos encontrados países como México e Estados Unidos o uso de injetáveis é
altamente recomendando pela confiabilidade do método 3%. Por outro lado quando injetado
não tem como retirar a medicamento se houver reações principalmente nos trimestrais, os
contraceptivos injetáveis não previnem DST e os contraceptivos injetáveis trimestrais não são
aconselháveis para mulheres que desejam engravidar em curto período de tempo. A grande
novidade seria o uso de contraceptivos injetável subcutâneo (AMSC) que basicamente teria as
mesmas especificações do injetável intramuscular (AMPD), porém a sua diferença se concentra
no ato da aplicação onde estudos relataram diminuição da dor e que é alto aplicável.

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