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PLANEJAMENTO FAMILIAR

E MÉTODOS
CONTRACEPTIVOS
Docente: Silvia Moraes dos Reis
Enfermeira – UFRB
Pós-graduanda em Gestão Pública (ESPBA)
Disciplina: Materno Infantil
O QUE É O PLANEJAMENTO FAMILIAR?
O PLANEJAMENTO familiar é uma forma de assegurar aos cidadãos o
acesso à informação, aos métodos de contraceção eficazes e seguros e aos
serviços de saúde adequados, que permitam uma sexualidade segura e
saudável, bem como uma gravidez e parto nas condições mais adequadas.

(ALMEIDA, 2010; AZEVEDO, 2011; BRASIL, 2002)


OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO FAMILIAR

(CARRENO et al., 2006; DELATORRE; DIAS, 2015)


O QUE SE FAZ NAS CONSULTAS DE
PLANEJAMENTO FAMILIAR?
As consultas de PLANEJAMENTO familiar permitem obter informações concretas
sobre:

 O desenvolvimento do corpo, em relação à sexualidade e à reprodução; Gravidez e


consequências de uma gravidez não desejada;

 Anatomia e fisiologia da sexualidade humana e a sua função reprodutiva;

 Métodos contrapcetivos;

 Infeções de transmissão sexual, entre elas as transmitidas pelos vírus: VIH,


hepatites B e C, sífilis e herpes genital.

(ALMEIDA, 2010; AZEVEDO, 2011; BRASIL, 2002)


MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

 Devido ao fato de alguns métodos contraceptivos apresentarem


contraindicações é muito importante que sejam feitas as consultas de
PLANEJAMENTO familiar, pois os médicos terão em conta uma serie
de fatores para indicar o método adequado a cada pessoa.

 Os métodos contraceptivos ajudam a prevenir a gravidez não desejada,


permitindo a vivência da sexualidade de forma saudável e segura.

(CARRENO et al., 2006; DELATORRE; DIAS, 2015)


QUAIS OS TIPOS DE MÉTODOS
CONTRACEPTIVOS?

REVERSÍVEIS DEFINITIVOS

Os métodos reversíveis são aqueles Este tipo de métodos têm um efeito


que permitem a mulher engravidar permanente, ou seja, a mulher nunca
quando o deixarem de usar. poderá engravidar.

(ALMEIDA, 2010; AZEVEDO, 2011; BRASIL, 2002)


COMO TENHO ACESSO AOS MÉTODOS
CONTRACEPTIVOS E CONSULTAS DE
PLANEJAMENTO FAMILIAR?
 Os métodos contraceptivos são fornecidos
gratuitamente nos centros de saúde e hospitais
públicos, tais como as consultas de
PLANEJAMENTO familiar. E todas as pessoas
têm direito ao acesso a consultas e serviços de
PLANEJAMENTO familiar, independente do seu
sexo, idade ou estado civil.

(CARRENO et al., 2006; DELATORRE; DIAS, 2015)


PRESERVATIVO MASCULINO
O preservativo masculino constitui uma barreira à passagem do esperma para a vagina durante
o coito. A maioria dos preservativos são feitos de latex. Quando usado corretamente, para além
de ajudar a prevenir a gravidez, é um método que diminui o risco de contrair iDST.

 Nível de eficácia:

A eficácia deste método depende da sua


utilização correta e sistemática. Ocorrem 5
a 10 gravidezes por ano em cada 100
mulheres.

(ALMEIDA, 2010; AZEVEDO, 2011; BRASIL, 2002)


PRESERVATIVO FEMININO
O preservativo feminino tem a forma de um tubo feito à base de silicone com um anel na
extremidade. Deve ser introduzido na vagina antes da relação sexual. Depois da ejaculação, o
preservativo retém o esperma prevenindo o contacto com colo do útero, evitando a gravidez. O
preservativo feminino protege contra as iDST.

 Nível de eficácia:
Se usado corretamente, é um método seguro.
Estima-se que possam ocorrer 10 gravidez por
cada ano em 100 mulheres (Fonte: DGS).

(CARRENO et al., 2006; DELATORRE; DIAS, 2015)


DIAFRAGMA
O diafragma é um dispositivo de borracha com um aro flexível que se introduz na
vagina. Quando corretamente introduzido previne o contacto do esperma com o colo
do útero, funcionando como meio eficaz de contraceção, contudo não previne iSTS.

 Nível de eficácia:
O diafragma oferece um nível de eficácia relativamente alto.
15 gravidez em cada 100 mulheres /ano.

(CARRENO et al., 2006; DELATORRE; DIAS, 2015)


PÍLULA
A pílula contraceptiva é um método que, através da ação hormonal, inibe a ovulação evitando a
gravidez. A mulher deverá ser acompanhada periodicamente por um médico. Existem as pílulas de
tipo combinado (COC) que contêm estrogénio e progestagénio. Existem ainda pílulas que contêm
só progestagénio (POC), que devem ser receitadas caso o estrogénio não seja recomendável. A
pílula não protege das iSTS.

 Nível de eficácia:
- Se tomada corretamente, a pílula apresenta um elevado
grau de eficácia.
- Combinado (COC): 0,1-1 gravidez por ano em cada 100
mulheres.
- Progestativo (POC): 1,15 gravidez por ano em cada 100
mulheres. (BRASIL, 2002)
ADESIVO
Trata-se de um adesivo fino, quadrado, confortável e fácil de aplicar. O adesivo transfere
uma dose diária de hormonas, o estrogénio e progestagénio, através da pele, para a
corrente sanguínea. Estas hormonas são similares às produzidas pelos ovários e usadas
também nas pílulas contraceptivas. O adesivo funciona de duas formas:
- Impede a ovulação (libertação do óvulo);
- Torna mais espesso o muco do colo do útero, dificultando a entrada dos
espermatozoides no útero.

 Nível de eficácia:
Apesar de não haver ainda muita informação, estima-
se que a taxa de eficácia se aproxime dos 98%.

(BRASIL, 2002)
DISPOSITIVOS INTRA-UTERINOS
(DIU)
O DIU é um pequeno dispositivo de plástico revestido com fio de cobre que é inserido no útero. Impede a
gravidez através da alteração das condições uterinas e funcionando também como uma barreira aos
espermatozoides. A inserção é feita numa consulta médica, podendo permanecer no útero durante vários anos.
- Pretende um método de longa duração, reversível e que não interfira na relação sexual;
- Tem um relacionamento estável e não há risco de relações com outros parceiros;
- Tem um ou mais filhos ou acabou de ter;
- Para quem tolera alterações na menstruação, nomeadamente fluxos menstruais mais abundantes e
prolongados;
- Pretende uma rápida recuperação dos níveis de fertilidade.

 Nível de eficácia:
O nível de eficácia do DIU é muito elevado e aumenta
com o tempo de utilização. 0,1- a 2 gravidez por ano em
cada 100 mulheres.

(BRASIL, 2002)
CONTRACEPÇÃO HORMONAL INJETÁVEL
Tal com a designação indica, trata-se de um método contracetivo que consiste numa injeção
intramuscular profunda de uma solução aquosa contendo acetato de medroprogesterona (DMPA). A
solução vai-se introduzindo lentamente na corrente sanguínea e, à semelhança da pílula, previne a
ovulação. Cada injeção tem um efeito até 3 meses (12 semanas).
A utilização da contraceção hormonal injetável deve ser indicada quando é necessário um método
de elevada eficácia e, por razões médicas, não é recomendado o uso da contraceção oral (pílula) ou o
Dispositivo Intrauterino (DIU).

 Nível de eficácia:
Elevado nível de eficácia 0,0 a 1,3 gravidez por ano em cada 100 mulheres.

(ALMEIDA, 2010; AZEVEDO, 2011; BRASIL, 2002)


IMPLANTE
 Trata-se de um método contracetivo de longa duração. O implante liberta progestagénio que
impede a ovulação, prevenindo a gravidez. A inserção do implante é feita no antebraço por um
profissional especializado. Trata-se de um procedimento simples em que apenas é necessário o
uso de uma anestesia local.
 O efeito de um implante pode prolongar-se de 3 a 5 anos e a sua remoção deve ser feita também
por um médico. É recomendável para as mulheres que estejam a ponderar a esterilização, mas
ainda não tomaram a decisão final.

 Nível de eficácia:
O nível de eficácia dos implantes é muito
elevado. 0 a 0,07 gravidez por ano em
cada 100 mulheres (99,8%).
(BRASIL, 2002)
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
A contraceção de emergência (CE) refere-se aos métodos que podem ser utilizados depois de uma
relação sexual não protegida ou nos casos em que há falha do método contracetivo utilizado (ex: o
preservativo rompeu, saiu ou ficou retido na vagina, houve falha na toma da pílula, o DIU deslocou-
se, houve erro no cálculo do período fértil). A contraceção de emergência não é abortiva. Pode atuar
de várias formas para prevenir a gravidez, consoante a altura do ciclo menstrual em que é
tomada, mas nunca interrompe uma gravidez em curso.

 Como funciona:
-Pode inibir ou adiar a ovulação (a saída do
óvulo do ovário);
-Pode impedir a fertilização (o encontro do
espermatozoide com o óvulo);
-Pode impedir a nidação (implantação do ovo
na parede do útero).
(BRASIL, 2002)
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS NATURAIS

(LUZ; BARROS; BRANCO, 2021; MARTINS et al., 2006;


SOUZA, 2016)
MÉTODOS DEFINITIVOS
Os métodos cirúrgicos ou de esterilização voluntária visam bloquear os canais
que, no homem ou na mulher, são responsáveis pelo contacto entre o esperma e o
óvulo potenciando a ocorrência de uma gravidez.
Como se tratam de métodos potencialmente irreversíveis, ou de carácter
permanente, estão indicados apenas para quem está seguro da decisão de não querer
ter mais filhos. De acordo com a legislação portuguesa, a esterilização voluntária
só pode ser feita por maiores de 25 anos.

(CARRENO et al., 2006; DELATORRE; DIAS, 2015)


LAQUEAÇÃO DE TROMPAS
A laqueação de trompas é um procedimento cirúrgico que consiste na oclusão
bilateral das trompas de Falópio, impedindo assim que os espermatozoides
entrem em contacto com óvulo.

 Nível de eficácia:
O grau de eficácia é muito elevado.

(LUZ; BARROS; BRANCO, 2021; MARTINS et al., 2006;


SOUZA, 2016)
VASECTOMIA
A vasectomia é uma operação simples que consiste no corte ou ressecção dos
canais deferentes responsáveis pelo transporte dos espermatozoides que são
expelidos durante a ejaculação.

 Nível de eficácia:
Trata-se de um método contracetivo
de elevada eficácia. 0,5 de gravidez
por cada 100 homens / ano.
(LUZ; BARROS; BRANCO, 2021; MARTINS et al., 2006;
SOUZA, 2016)
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Luiz Carlos De. MÉTODOS CONTRACEPTIVOS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. 2010. Disponível em:
<https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A79HA8/1/monografia_luiz_carlos_de_almeida.pdf>. Acesso em: 24 out. 2021.
AZEVEDO, Lília Maria Moreira de. Algumas abordagens da educação sexual na deficiência intelectual. [s.l.]: EDUFBA, 2011. 1v.
Disponível em: <https://openresearchlibrary.org/content/f996aa37-c3fb-4dec-b8a3-b02a181be96a>. Acesso em: 24 out. 2021.
BRASIL. Assistencia em planejamento familiar: manual tecnico. Brasilia: Ministerio da Saude, 2002. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0102assistencia1.pdf>. Acesso em: 24 out. 2021.
CARRENO, Ioná; DIAS-DA-COSTA, Juvenal Soares; OLINTO, Maria Teresa Anselmo; et al. Uso de métodos contraceptivos entre
mulheres com vida sexual ativa em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 22, p. 1101–1109, 2006.
Disponível em: <https://www.scielosp.org/article/csp/2006.v22n5/1101-1109/>. Acesso em: 24 out. 2021.
DELATORRE, Marina Zanella; DIAS, Ana Cristina Garcia. Conhecimentos e práticas sobre métodos contraceptivos em estudantes
universitários. Revista da SPAGESP, v. 16, n. 1, p. 60–73, 2015. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_abstract&pid=S1677-29702015000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 24 out. 2021.
LUZ, Amanda Letícia Rodrigues; BARROS, Lissandra de Sousa Rocha; BRANCO, Alessandra Camillo da Silveira Castello. Métodos
contraceptivos: Principais riscos e efeitos adversos. Revista de Casos e Consultoria, v. 12, n. 1, p. e24112–e24112, 2021. Disponível
em: <https://periodicos.ufrn.br/casoseconsultoria/article/view/24112>. Acesso em: 24 out. 2021.
MARTINS, Laura B. Motta; COSTA-PAIVA, Lúcia; OSIS, Maria José D.; et al. Conhecimento sobre métodos anticoncepcionais por
estudantes adolescentes. Revista de Saúde Pública, v. 40, p. 57–64, 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/j/rsp/a/sz7rvgr8YGCgq5NvmsKj7vB/?lang=pt>. Acesso em: 24 out. 2021.
SOUZA, Geny Gomes. CONHECIMENTO E USO DE ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS: O QUE É CERTO OU ERRADO? v. 16, p. 14, 2016.

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