Você está na página 1de 7

2.

Manipulação da fertilidade

2.1. Métodos contracetivos

A contraceção é o conjunto de todos que previnem a gravidez. Existe uma grande


diversidade de métodos que impedem de uma maneira mais ou menos eficiente a
gravidez não desejada.

Há métodos naturais e não naturais, nestes há os hormonais, os de barreira, os que


impedem a nidação, e a esterilização.

Entende-se por métodos contracetivos todos aqueles que evitam uma gravidez e
podem auxiliar na proteção das doenças sexualmente transmissíveis.

Genericamente, dividem-se em naturais e não naturais.

Os naturais são: o método do calendário, o da temperatura, o do muco cervical,


abstinência e do coito interrompido.

Método do Calendário

Consiste em conhecer o seu ciclo menstrual. Durante, aproximadamente, um ano a


mulher deve marcar no calendário os dias que vão desde o ultimo dia do período
menstrual até ao primeiro dia do ciclo do mês seguinte. Se o período for regular, e
isso vê-se através dos registos mensais que têm o mesmo número de dias. Para
calcular os dias em que a mulher está fértil, fazem-se as contas da seguinte forma:
divide-se o número de dias entre as duas menstruações por dois e soma-se e subtrai-
se 3 dias ao número encontrado, o que dará 7 dias (3 antes, mais o dia encontrado e
mais 3 depois). Durante este período de tempo a mulher estará no seu período fértil.

Para mulheres que não são regulares, as contas são feitas da seguinte forma: vê-se
no calendário o período de tempo mais longo 11 dias e ao mais curto 18 dias, os
números obtidos são exatamente o intervalo de tempo em que a mulher está no seu
período de ovulação.

É um método falível!

Método da Temperatura

Consiste em medir a temperatura todos os dias, logo pela manhã, antes de se


levantar ou fazer algum esforço muscular. A temperatura deve ser tirada sempre com
o mesmo termómetro na boca, reto ou vagina. A temperatura do corpo vai variando
ao longo do mês subindo cerca de 0,3 a 0,8ºC no período fértil (ovulação).

Não basta um mês para que a mulher tenha o conhecimento suficiente da


temperatura do seu corpo, pelo que terá de o fazer durante alguns meses.

É um método muito falível dado que a temperatura do nosso corpo pode alterar-se
com uma simples constipação.
Muco Cervical

O Muco cervical é produzido pelas glândulas do colo do útero e que tem como
finalidade facilitar a chegada dos espermatozoides ao útero. A textura deste muco
varia ao longo do mês. Na altura da ovulação tem uma aparência de clara de ovo
sendo também mais elástica que nos restantes dias.

Este método exige que a mulher observe diariamente a aparência do seu muco, a
mulher deve verificar todos os dias a aparência do seu muco mas que pode
facilmente ser confundido com algum corrimento.

É um método falível.

Abstinência sexual

É, por e simplesmente, não ter relações sexuais.

Excelente método!!!! 100% eficaz!!!!! :-)

Coito interrompido

É o método, altamente falível, que consiste na retirada do pénis na vagina, antes da


ejaculação. Não pode ser considerado um método de contraceção mas sim uma
prática muito falível. Não esquecer que antes do homem ejacular, é produzido no
homem um fluido de limpeza da uretra que pode conter alguns espermatozoides.

Não naturais

Os métodos não naturais podem-se subdividir em métodos de barreira, hormonais,


Dispositivo intrauterino e cirúrgicos.

Os métodos de barreira são: o Preservativo masculino, o feminino, o diafragma, o


espermicida e a esponja vaginal

Preservativo masculino

É de todos o mais conhecido e utilizado. Tem uma falha de cerca de 5 a 10% com
maior incidência nos mais jovens. É de longe o método contracetivo indicado na
prevenção das DST's, mas devido ao facto de não ser 100% eficaz, deve ser utilizado
com recurso a outros métodos. É acessível em termos de preço e de lugar de
aquisição.

Modo de utilização:

1- A utilização do preservativo deve ser feito, sempre, antes de haver algum


contacto do pénis com a vagina, dado que o líquido seminal pode conter alguns
espermatozoides

2-desenrolar todo o preservativo sobre o pénis ereto mas deixando cerca de 2cm na
ponta (sem ar) para servir de reservatório na ejaculação.
3- Após a ejaculação segura-se na base do preservativo para que não haja perigo de
derramamento de sémen. O preservativo tem de ser retirado enquanto o pénis se
mantém em ereção. Dá-se um nó e coloca-se no lixo, nunca no wc.

Preservativo feminino

É igualmente um método que previne contra as DST's no entanto a taxa de sucesso é


menor que a do preservativo masculino. É relativamente de custo elevado e algumas
mulheres têm alguma dificuldade na colocação.

Diafragma

É uma espécie de tampinha côncava que se coloca na vagina e que tapa o colo do
útero. Existem várias medidas, consoante a mulher. Não é muito eficaz nem previne
as DST's.

Espermicida

Os agentes espermicidas são colocados na vagina cerca de 10 a 15 minutos antes da


relação. Têm como objetivo imobilizar e destruir os espermatozoides. Não é eficaz
pelo que deve ser utilizado com outros métodos.

Esponja Vaginal

É uma esponja que se coloca antes da relação e tem como objetivo absorver o
sémen. Está embebido em espermicida que destrói e inativa os espermatozoides. Não
é Eficaz nem previne as DST's.

Dispositivo intrauterino

O dispositivo intrauterino, também conhecido por DIU, só pode ser colocado em


mulheres que já tiveram filhos, dado que o útero destas é de maior dimensão.

É colocado no útero e impede que ocorra a nidificação do óvulo ou que o ovo se


prenda ao endométrio. Alguns dispositivos libertam hormonas para os tornar mais
eficientes. Podem ter várias formas e é o médico que o coloca na altura do período
menstrual. Pode ter uma duração de 5 anos.

Os métodos hormonais são: a pílula o anel vaginal, adesivo contracetivo, pílula


intravaginal, injetáveis e implantes.

A pílula

Existem vários tipos de pílulas. São chamadas de combinadas, dado que apresentam 2
tipos de hormonas o estrogênio e a progesterona e podem ser monofásicas, difásicas
ou trifásicas, consoante a quantidade de hormonas que têm. A monofásica tem a
mesma quantidade de hormonas em todos as pílulas do mês, e bifásicas e trifásicas
porque a quantidade das duas hormonas é variável ao longo do mês. Só o médico
poderá indicar qual a melhor pílula para cada mulher e prescrevê-la.

A pílula é um método, se bem utilizado, com uma eficácia na ordem dos 99% na
contraceção e 0% na prevenção das DST's. Pode ajudar na diminuição do ciclo
menstrual e torna-o menos doloroso.
Anel vaginal

É um anel que se coloca mensalmente (3 semanas e descansa uma) que liberta


hormonas gradualmente. À semelhança com a pílula o anel contem os dois tipos de
hormonas, o estrogênio e a progesterona.

Pílula intravaginal

É semelhante à pílula mas em que o local onde se insere o comprimido é na vagina.


Está indicado para pessoas com problemas gástricos. A assimilação das hormonas é
mais eficiente na mucosa vaginal e vai diretamente para a corrente sanguínea.

Injetáveis

São injeções que podem ser mensais ou trimestrais que contem hormonas femininas,
a Depo-provera.

É um método muito eficaz no entanto se a mulher resolver engravidar, pode ter de


esperar até um ano para o conseguir fazer. A mulher fica quase sem fluxo menstrual.

Implantes

É um bastonete que é implementado por baixo da pele e que liberta progesterona.


Esta contraceção pode durar de 3 a 5 anos. O seu implante é relativamente fácil no
entanto a sua retirada é bem mais difícil. É muito eficaz.

Métodos cirúrgicos (irreversíveis)

Laqueação das trompas e Vasectomia - ambos os métodos são indicados para quem
tem a certeza que não quer ter filhos, dado que é irreversível. Consiste no bloqueio
dos canais deferentes, no caso do homem, e das Trompas de Falópio, no caso da
mulher.

Contraceção de emergência (não é um método de contraceção!!!!)

Como o nome indica deve ser apenas utilizado em caso de emergência num período
máximo de 72h após a relação desprotegida.

Contém grandes quantidades de hormonas pelo que pode causar efeitos colaterais.

ver http://www.contracecao.pt/

2.1. Reprodução assistida


A reprodução assistida, ou fecundação assistida, compreende duas técnicas: a
inseminação artificial, isto é, a introdução de forma artificial dos espermatozoides no
aparelho genital feminino, e a fecundação in vitro, ou seja, a extração do óvulo da
mulher e sua fecundação externa. Estas técnicas têm por finalidade a procriação, e
também o controle ou tratamento de doenças genéticas.

A inseminação artificial já há muito que é utilizada para a obtenção de determinadas


características nos animais. Hoje, é também utilizada nos seres humanos, com vista a
resolver problemas de infertilidade.

Quando o homem é estéril mas a mulher pode engravidar, pode-se recorrer à


inseminação artificial através de um dador de esperma, este será introduzido na
vagina da mulher na altura do período da ovulação.

Se a mulher for estéril, ou correr o risco de transmitir ao seu descendente alguma


anomalia genética, a inseminação artificial pode também ser utlizada, mas neste
caso é o homem o dador de esperma e doa-o a uma mãe que se oferece para ser
portadora (barriga de aluguer).

Se o problema de fertilidade não tem a ver com os gametas, mas com problemas
patológicos ou morfológicos, por exemplo, as mulheres com as trompas de Falópio
parcial ou totalmente obstruídas, em que os espermatozoides não podem juntar-se
ao óvulo para o fertilizar, pode-se, então, recorrer à fertilização in vitro.
http://www.meduniversitario.com.br/noticias/img/12050c.jpg
Procedimento:

Faz-se a colheita de vários oócitos da mulher, que são colocados num recipiente
especial onde são fecundados por esperma cedido pelo parceiro. Depois de
permanecerem em incubação vários dias, um ou mais oócitos são implantados no
útero da mulher. Esta técnica tem uma taxa de sucesso que ronda os 35% de sucesso.
Para esta taxa de sucesso seja possível, e dado que a mulher mensalmente tem
apenas um oócito maduro, é ministrado à mulher através de injeções, substâncias
que vão atuar nos ovários de forma a amadurecer mais que um oócito.

A fecundação in vitro permite que o óvulo de uma mulher seja fecundado pelo
esperma de um dador, que um óvulo de uma dadora possa ser fecundado pelos
espermatozoides do companheiro e inclusivamente que o embrião resultante possa
ser implantado no útero de outra mulher ( mãe de aluguer).

Em 1978 o obstetra Patrick Steptoc e o biólogo Robert Edwards “criaram” o primeiro


bebé “proveta” a bebé Louise Brown. Desde então mais de 40 000 bebés nasceram,
em todo o mundo. Tem-se assistido a um grande avanço de técnicas de reprodução
assistida nos países mais desenvolvidos, no entanto a aplicação trouxe consigo
problemas de várias ordens (ética, religiosa, jurídica, social…).

Você também pode gostar